Após um ano e meio de negociações, a gigante britânica de publicidade e relações públicas WPP fechou a compra da empresa brasileira de soluções em marketing digital para varejistas Corebiz. Conforme divulgado pela companhia, o novo integrante do grupo terá o papel de auxiliar na expansão e melhorias dos e-commerces de clientes da WPP no Brasil e no exterior. O valor do negócio não foi revelado.
Com a integração de Corebiz ao grupo, as atividades da empresa passam a fazer parte do escritório global de e-commerce da VMLY&R. Apesar da aquisição, a gestão da empresa continua com os fundadores Renan Mota e Felipe Macedo. Atualmente a empresa tem cerca de 700 funcionários no País. “Essa é a segunda aquisição no setor de tecnologia que nós fazemos por aqui em dois anos, isso porque nós acreditamos muito no mercado brasileiro”, afirma o líder de operações da WPP no Brasil, Stefano Zunino.
Zunino aponta ainda que entre os principais motivos para a aquisição da empresa brasileira estão o crescimento do e-commerce no País e as projeções de expansão no futuro. Dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (Abcomm) mostram que o comércio digital no Brasil representou, em 2021, 11,3% de todas as vendas do varejo.
Segundo o fundador da Corebiz, Renan Mota, nos últimos cinco anos a empresa manteve uma taxa de crescimento na casa de 80% ao ano, algo que teria tornado o negócio atrativo para a WPP. “O mercado vem crescendo muito e esse resultado faz parte da nossa cultura”, afirma Mota.
Na avaliação do especialista em varejo e sócio da consultoria Varese Retail, Alberto Serrentino, a nova aquisição da WPP olha para as transformações do varejo, que tem levado as companhias a se consolidarem como plataformas de conteúdo digital. "Os grandes grupos de comunicação estão atentos a essas mudanças. Eles estão trazendo especialistas para poder ser mais eficientes no se mercado", avalia.
Futuro
Após assinar o contrato, a Corebiz já se prepara para os planos de expansão do negócio. A meta inicial, ainda segundo Mota, é acelerar o processo de internacionalização, com olhar especial para novos países da América Latina. “Em países onde nossa moeda é mais fraca, nós conseguimos ser muito mais competitivos por conta do câmbio”, diz o fundador.
E os planos de expansão da nova integrante da WPP não passam por inflar rapidamente o seu quadro de funcionários. A ideia dos executivos é utilizar os recursos humanos de outros escritórios do grupo no mundo, assim evitando futuros desligamentos em massa, situação que virou corriqueira no mercado de startups nos últimos tempos.