A China registrou sua primeira deflação em mais de dois anos, mostram índices divulgados nesta quarta-feira, 9. Mas, afinal, o que é deflação, e qual seu impacto para a economia?
A deflação se caracteriza pela queda generalizada dos preços durante um determinado período de tempo - é o oposto da inflação. Em geral, está associada a uma queda da demanda pelos produtos, seja porque a oferta de bens e serviços cresceu mais do que a procura, seja porque os consumidores ficaram mais retraídos em relação aos gastos (preferindo elevar o nível de poupança, por exemplo).
Há também as quedas de preços “artificiais”, provocadas por movimentos dos governos, por exemplo. No final de 2022, quando o Brasil registrou três meses seguidos de deflação, o motivo foi principalmente a redução de impostos incidentes sobre produtos como combustíveis e energia, sem haver uma queda generalizada de preços, o que caracterizaria uma deflação “clássica”.
Para os consumidores, deflação pode parecer uma coisa boa, já que significa redução de gastos e mais dinheiro no bolso. Mas uma deflação persistente não é um bom sinal quando se pensa na economia como um todo. É um sinal de debilidade da atividade econômica.
Quando há excesso de oferta de bens, ou ausência de demanda, há um aumento da capacidade ociosa na produção, e investimentos em novas fábricas, ou ampliação de linhas, por exemplo, deixam de fazer sentido. Um dos efeitos disso acaba sendo o aumento do desemprego. O remédio para combater esse quadro costuma ser o aumento dos gastos públicos, que pode levar a um endividamento maior do Estado. Ou seja, torcer para uma deflação permanente pode não ser uma boa ideia.