Haddad precisa coordenar PEC da Transição e liderar definição de regra fiscal, dizem economistas


Para analistas, confirmação do petista na Fazenda abre uma dúvida sobre o rumo da política econômica que será conduzida pelo novo governo

Por Bruno Luiz, Cícero Cotrim, Luiz Guilherme Gerbelli e Matheus de Souza
Atualização:

Anunciado nesta sexta-feira, 9, pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para ocupar o cargo de ministro de Fazenda, Fernando Haddad vai ter como principal desafio endereçar a questão fiscal, atuar na negociação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição e definir qual será a nova regra para as contas públicas, segundo avaliação de economistas ouvidos pelo Estadão. A leitura também é a de que a confirmação do petista abre uma dúvida em relação ao rumo da política econômica que será conduzida pelo novo governo.

O texto da PEC da Transição, aprovado nesta semana pelo Senado, tem uma série de exceções que dificultam saber qual será o real impacto fora do teto de gastos, calculado, de maneira inicial, em R$ 168 bilhões. A proposta ainda será analisada pela Câmara dos Deputados.

Fernando Haddad tem o desafio de resolver a área fiscal Foto: AP Photo/Ton Molina
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“Um desafio de Haddad é coordenar melhor a PEC da Transição”, afirma Bráulio Borges, pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). “Essa PEC foi tocada muito mais pela ala política do novo governo do que pela equipe de transição. Está muito mal coordenada.”

O nó que Haddad também terá de desfazer na área fiscal passa ainda pela definição da nova regra para as contas públicas, que vai substituir o teto de gastos. Depois do anúncio de seu nome, o futuro ministro da Fazenda disse que a nova âncora fiscal só será conhecida no ano que vem.

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“Para o ano que vem, há dois desafios simultâneos e um calendário complicado”, afirma José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator. “Os desafios são apresentar uma reforma tributária acoplada com um novo regime fiscal, lembrando sempre que, idealmente, o desenho teria de estar pronto até agosto por conta da legislação orçamentária.”

Rumo da política econômica

Na avaliação do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, ainda é cedo para dizer que condução Haddad vai adotar na área econômica. Meirelles pondera que a escolha do ex-prefeito de São Paulo pelo presidente eleito Lula já era conhecida, e que a reação do mercado financeiro ao futuro ministro dependerá das medidas que ele anunciar.

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“Ainda está cedo para chegarmos a uma conclusão. Vamos aguardar o que ele vai anunciar e, a partir daí, vamos chegar a uma conclusão para que direção a política fiscal vai caminhar. Vamos aguardar os próximos passos, aí sim o mercado vai ter reação mais forte”, afirma.

O sócio e fundador da Oriz Partners e ex-secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, avalia que a confirmação de Haddad sugere uma política econômica do novo governo Lula em linha com as visões do PT, e que será importante conhecer a equipe que vai atuar no Ministério da Fazenda.

“Olhando para a frente, vai ser importante monitorar a equipe que ele vai montar. Se vai ser alguém mais parecido com (o ex-ministro da Fazenda Antonio) Palocci, que foi buscar contribuições de economistas com outra visão, ou se vai ser algo mais ligado aos economistas do PT”.

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Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, “os sinais iniciais são ruins”. “Mas eles podem mudar se (o governo) vier com um novo regime fiscal significativamente robusto no ano que vem e houver a escolha de uma equipe econômica mais liberal.”

Anunciado nesta sexta-feira, 9, pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para ocupar o cargo de ministro de Fazenda, Fernando Haddad vai ter como principal desafio endereçar a questão fiscal, atuar na negociação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição e definir qual será a nova regra para as contas públicas, segundo avaliação de economistas ouvidos pelo Estadão. A leitura também é a de que a confirmação do petista abre uma dúvida em relação ao rumo da política econômica que será conduzida pelo novo governo.

O texto da PEC da Transição, aprovado nesta semana pelo Senado, tem uma série de exceções que dificultam saber qual será o real impacto fora do teto de gastos, calculado, de maneira inicial, em R$ 168 bilhões. A proposta ainda será analisada pela Câmara dos Deputados.

Fernando Haddad tem o desafio de resolver a área fiscal Foto: AP Photo/Ton Molina

“Um desafio de Haddad é coordenar melhor a PEC da Transição”, afirma Bráulio Borges, pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). “Essa PEC foi tocada muito mais pela ala política do novo governo do que pela equipe de transição. Está muito mal coordenada.”

O nó que Haddad também terá de desfazer na área fiscal passa ainda pela definição da nova regra para as contas públicas, que vai substituir o teto de gastos. Depois do anúncio de seu nome, o futuro ministro da Fazenda disse que a nova âncora fiscal só será conhecida no ano que vem.

“Para o ano que vem, há dois desafios simultâneos e um calendário complicado”, afirma José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator. “Os desafios são apresentar uma reforma tributária acoplada com um novo regime fiscal, lembrando sempre que, idealmente, o desenho teria de estar pronto até agosto por conta da legislação orçamentária.”

Rumo da política econômica

Na avaliação do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, ainda é cedo para dizer que condução Haddad vai adotar na área econômica. Meirelles pondera que a escolha do ex-prefeito de São Paulo pelo presidente eleito Lula já era conhecida, e que a reação do mercado financeiro ao futuro ministro dependerá das medidas que ele anunciar.

“Ainda está cedo para chegarmos a uma conclusão. Vamos aguardar o que ele vai anunciar e, a partir daí, vamos chegar a uma conclusão para que direção a política fiscal vai caminhar. Vamos aguardar os próximos passos, aí sim o mercado vai ter reação mais forte”, afirma.

O sócio e fundador da Oriz Partners e ex-secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, avalia que a confirmação de Haddad sugere uma política econômica do novo governo Lula em linha com as visões do PT, e que será importante conhecer a equipe que vai atuar no Ministério da Fazenda.

“Olhando para a frente, vai ser importante monitorar a equipe que ele vai montar. Se vai ser alguém mais parecido com (o ex-ministro da Fazenda Antonio) Palocci, que foi buscar contribuições de economistas com outra visão, ou se vai ser algo mais ligado aos economistas do PT”.

Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, “os sinais iniciais são ruins”. “Mas eles podem mudar se (o governo) vier com um novo regime fiscal significativamente robusto no ano que vem e houver a escolha de uma equipe econômica mais liberal.”

Anunciado nesta sexta-feira, 9, pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para ocupar o cargo de ministro de Fazenda, Fernando Haddad vai ter como principal desafio endereçar a questão fiscal, atuar na negociação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição e definir qual será a nova regra para as contas públicas, segundo avaliação de economistas ouvidos pelo Estadão. A leitura também é a de que a confirmação do petista abre uma dúvida em relação ao rumo da política econômica que será conduzida pelo novo governo.

O texto da PEC da Transição, aprovado nesta semana pelo Senado, tem uma série de exceções que dificultam saber qual será o real impacto fora do teto de gastos, calculado, de maneira inicial, em R$ 168 bilhões. A proposta ainda será analisada pela Câmara dos Deputados.

Fernando Haddad tem o desafio de resolver a área fiscal Foto: AP Photo/Ton Molina

“Um desafio de Haddad é coordenar melhor a PEC da Transição”, afirma Bráulio Borges, pesquisador associado do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV). “Essa PEC foi tocada muito mais pela ala política do novo governo do que pela equipe de transição. Está muito mal coordenada.”

O nó que Haddad também terá de desfazer na área fiscal passa ainda pela definição da nova regra para as contas públicas, que vai substituir o teto de gastos. Depois do anúncio de seu nome, o futuro ministro da Fazenda disse que a nova âncora fiscal só será conhecida no ano que vem.

“Para o ano que vem, há dois desafios simultâneos e um calendário complicado”, afirma José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do banco Fator. “Os desafios são apresentar uma reforma tributária acoplada com um novo regime fiscal, lembrando sempre que, idealmente, o desenho teria de estar pronto até agosto por conta da legislação orçamentária.”

Rumo da política econômica

Na avaliação do ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, ainda é cedo para dizer que condução Haddad vai adotar na área econômica. Meirelles pondera que a escolha do ex-prefeito de São Paulo pelo presidente eleito Lula já era conhecida, e que a reação do mercado financeiro ao futuro ministro dependerá das medidas que ele anunciar.

“Ainda está cedo para chegarmos a uma conclusão. Vamos aguardar o que ele vai anunciar e, a partir daí, vamos chegar a uma conclusão para que direção a política fiscal vai caminhar. Vamos aguardar os próximos passos, aí sim o mercado vai ter reação mais forte”, afirma.

O sócio e fundador da Oriz Partners e ex-secretário do Tesouro Nacional, Carlos Kawall, avalia que a confirmação de Haddad sugere uma política econômica do novo governo Lula em linha com as visões do PT, e que será importante conhecer a equipe que vai atuar no Ministério da Fazenda.

“Olhando para a frente, vai ser importante monitorar a equipe que ele vai montar. Se vai ser alguém mais parecido com (o ex-ministro da Fazenda Antonio) Palocci, que foi buscar contribuições de economistas com outra visão, ou se vai ser algo mais ligado aos economistas do PT”.

Para o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale, “os sinais iniciais são ruins”. “Mas eles podem mudar se (o governo) vier com um novo regime fiscal significativamente robusto no ano que vem e houver a escolha de uma equipe econômica mais liberal.”

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