Desemprego tem oitava queda seguida e fica em 8,3%; número de desocupados é o menor desde 2015


Renda média real do trabalhador foi a R$ 2.754, alta de 4,7% na comparação anual

Por Vinicius Neder, Daniel Tozzi Mendes, Italo Bertão Filho e Marianna Gualter
Atualização:

RIO - O mercado de trabalho brasileiro seguiu melhorando em outubro. Em um trimestre, foram gerados 1 milhão de empregos, entre formais e informais. Com isso, a taxa de desemprego ficou em 8,3% no trimestre móvel encerrado em outubro, abaixo dos 8,7% do terceiro trimestre, informou nesta quarta-feira, 30, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi a oitava queda seguida, na evolução dos trimestres móveis mês a mês, mas a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, destacou que o movimento sustentado de redução começou em meados do ano passado, com o avanço da vacinação contra covid-19. Agora, economistas consultados pelo Estadão/Broadcast esperam uma perda de fôlego.

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Com a queda sustentada, a taxa de desemprego atingiu os menores níveis desde 2014, quando o mercado de trabalho registrou seu melhor momento nas séries estatísticas do IBGE, ainda no início da recessão que duraria até o fim de 2016.

Já a geração de vagas formais e informais reduziu o total de desempregados, que eram 9,022 milhões no trimestre móvel encerrado em outubro. O número ainda é elevado, mas representa uma queda de 30% ante um ano antes, no menor contingente desde o trimestre terminado em julho de 2015. No período de um ano, são 3,884 milhões de pessoas a menos na fila do desemprego.

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“Desde a metade do ano passado, temos, realmente, o registro forte da queda da desocupação”, afirmou Beringuy, do IBGE, destacando o “avanço importante no processo de vacinação” contra covid-19 como elemento principal para motivar a virada no sentido da queda. A vacinação, segundo a pesquisadora, permitiu uma maior normalidade no funcionamento dos negócios, inclusive nos “serviços presenciais”.

Além disso, lembrou Beringuy, o trimestre móvel até outubro já começa a captar a geração de vagas de trabalho temporário, para dar conta do aumento da demanda gerada pelas festas de fim de ano – um comportamento sazonal, típico e tradicional, do mercado de trabalho brasileiro.

“O que temos agora é a soma de um processo que já vinha em curso, adicionando o aspecto sazonal, que é a entrada de outubro”, afirmou Beringuy.

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Taxa de desemprego foi de 8,3% no trimestre encerrado em outubro Foto: Amanda Perobelli/Reuters

A sazonalidade típica atua no sentido de aumentar o ritmo de crescimento da ocupação nos últimos meses de cada ano. Só que o trimestre móvel encerrado em outubro foi de desaceleração. A população ocupada cresceu ante o trimestre móvel imediatamente anterior, o que aponta para a geração de 996 mil postos de trabalho, entre formais e informais – embora a larga maioria tenha sido de empregos com carteira assinada no setor privado, com 822 mil vagas a mais em um trimestre –, um crescimento de 1,0%. Já no período de maio a julho, frente ao trimestre móvel terminado em abril, o crescimento da ocupação tinha sido de 2,2%.

Na comparação com um ano antes, o total de ocupados cresceu 6,1% (com 5,704 milhões de vagas a mais), ante 8,8% no trimestre móvel até julho e 10,3% no trimestre móvel encerrado em abril. A desaceleração já havia aparecido nos dados fechados do terceiro trimestre.

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Ritmo mais lento

Por isso, a queda na taxa de desemprego deve perder força ao longo dos próximos meses, na avaliação de Homero Guizzo, economista da casa de investimentos Terra Investimentos. “A economia não deve crescer mais no ritmo observado no primeiro semestre deste ano, então essa desaceleração acaba repercutindo no mercado de trabalho também”, afirmou.

“O desemprego pode cair um pouco até o fim do ano, mas acho que a tendência é que esteja perto de estabilizar e deve subir moderadamente ao longo do ano que vem”, disse o economista-chefe do banco C6, Felipe Salles, ressaltando que o mercado de trabalho “reflete de forma tardia o que aconteceu na atividade”. “Esse dado bom de outubro reflete o que ocorreu no segundo trimestre e um pouco no terceiro trimestre”, completou.

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Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), Fernando de Holanda Barbosa Filho destaca ainda o efeito das medidas de estímulo à economia adotadas pelo governo Jair Bolsonaro (PL) nos meses anteriores às eleições de outubro, como a elevação do valor mensal do Auxílio Brasil. “As medidas tomadas pelo governo durante o ciclo eleitoral para aquecer a economia, gerando emprego, acabaram contribuindo para a redução da taxa”, disse.

Rendimento real

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.754 no trimestre móvel encerrado em outubro, alta de 4,7% na comparação anual e 2,9% acima do trimestre móvel imediatamente anterior. Nesse tipo de comparação, foi a segunda alta seguida.

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Segundo Beringuy, do IBGE, o aumento da renda real se deve tanto ao fato de haver mais trabalhadores formais no total de ocupados, em vagas que tradicionalmente pagam melhor do que as informais, quando ao arrefecimento da inflação.

“Se esquecêssemos a inflação, já vínhamos observando a expansão do rendimento nominal (sem descontar a inflação)”, afirmou Beringuy. “Nos últimos trimestres, a inflação mais curta começou a ter queda importante”, completou a pesquisadora.

Apesar do aumento, o rendimento médio real do trabalho ainda está abaixo do visto no início de 2021, quando estava acima de 2.800 por mês, em valores já atualizados pela inflação.

RIO - O mercado de trabalho brasileiro seguiu melhorando em outubro. Em um trimestre, foram gerados 1 milhão de empregos, entre formais e informais. Com isso, a taxa de desemprego ficou em 8,3% no trimestre móvel encerrado em outubro, abaixo dos 8,7% do terceiro trimestre, informou nesta quarta-feira, 30, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi a oitava queda seguida, na evolução dos trimestres móveis mês a mês, mas a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, destacou que o movimento sustentado de redução começou em meados do ano passado, com o avanço da vacinação contra covid-19. Agora, economistas consultados pelo Estadão/Broadcast esperam uma perda de fôlego.

Com a queda sustentada, a taxa de desemprego atingiu os menores níveis desde 2014, quando o mercado de trabalho registrou seu melhor momento nas séries estatísticas do IBGE, ainda no início da recessão que duraria até o fim de 2016.

Já a geração de vagas formais e informais reduziu o total de desempregados, que eram 9,022 milhões no trimestre móvel encerrado em outubro. O número ainda é elevado, mas representa uma queda de 30% ante um ano antes, no menor contingente desde o trimestre terminado em julho de 2015. No período de um ano, são 3,884 milhões de pessoas a menos na fila do desemprego.

“Desde a metade do ano passado, temos, realmente, o registro forte da queda da desocupação”, afirmou Beringuy, do IBGE, destacando o “avanço importante no processo de vacinação” contra covid-19 como elemento principal para motivar a virada no sentido da queda. A vacinação, segundo a pesquisadora, permitiu uma maior normalidade no funcionamento dos negócios, inclusive nos “serviços presenciais”.

Além disso, lembrou Beringuy, o trimestre móvel até outubro já começa a captar a geração de vagas de trabalho temporário, para dar conta do aumento da demanda gerada pelas festas de fim de ano – um comportamento sazonal, típico e tradicional, do mercado de trabalho brasileiro.

“O que temos agora é a soma de um processo que já vinha em curso, adicionando o aspecto sazonal, que é a entrada de outubro”, afirmou Beringuy.

Taxa de desemprego foi de 8,3% no trimestre encerrado em outubro Foto: Amanda Perobelli/Reuters

A sazonalidade típica atua no sentido de aumentar o ritmo de crescimento da ocupação nos últimos meses de cada ano. Só que o trimestre móvel encerrado em outubro foi de desaceleração. A população ocupada cresceu ante o trimestre móvel imediatamente anterior, o que aponta para a geração de 996 mil postos de trabalho, entre formais e informais – embora a larga maioria tenha sido de empregos com carteira assinada no setor privado, com 822 mil vagas a mais em um trimestre –, um crescimento de 1,0%. Já no período de maio a julho, frente ao trimestre móvel terminado em abril, o crescimento da ocupação tinha sido de 2,2%.

Na comparação com um ano antes, o total de ocupados cresceu 6,1% (com 5,704 milhões de vagas a mais), ante 8,8% no trimestre móvel até julho e 10,3% no trimestre móvel encerrado em abril. A desaceleração já havia aparecido nos dados fechados do terceiro trimestre.

Ritmo mais lento

Por isso, a queda na taxa de desemprego deve perder força ao longo dos próximos meses, na avaliação de Homero Guizzo, economista da casa de investimentos Terra Investimentos. “A economia não deve crescer mais no ritmo observado no primeiro semestre deste ano, então essa desaceleração acaba repercutindo no mercado de trabalho também”, afirmou.

“O desemprego pode cair um pouco até o fim do ano, mas acho que a tendência é que esteja perto de estabilizar e deve subir moderadamente ao longo do ano que vem”, disse o economista-chefe do banco C6, Felipe Salles, ressaltando que o mercado de trabalho “reflete de forma tardia o que aconteceu na atividade”. “Esse dado bom de outubro reflete o que ocorreu no segundo trimestre e um pouco no terceiro trimestre”, completou.

Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), Fernando de Holanda Barbosa Filho destaca ainda o efeito das medidas de estímulo à economia adotadas pelo governo Jair Bolsonaro (PL) nos meses anteriores às eleições de outubro, como a elevação do valor mensal do Auxílio Brasil. “As medidas tomadas pelo governo durante o ciclo eleitoral para aquecer a economia, gerando emprego, acabaram contribuindo para a redução da taxa”, disse.

Rendimento real

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.754 no trimestre móvel encerrado em outubro, alta de 4,7% na comparação anual e 2,9% acima do trimestre móvel imediatamente anterior. Nesse tipo de comparação, foi a segunda alta seguida.

Segundo Beringuy, do IBGE, o aumento da renda real se deve tanto ao fato de haver mais trabalhadores formais no total de ocupados, em vagas que tradicionalmente pagam melhor do que as informais, quando ao arrefecimento da inflação.

“Se esquecêssemos a inflação, já vínhamos observando a expansão do rendimento nominal (sem descontar a inflação)”, afirmou Beringuy. “Nos últimos trimestres, a inflação mais curta começou a ter queda importante”, completou a pesquisadora.

Apesar do aumento, o rendimento médio real do trabalho ainda está abaixo do visto no início de 2021, quando estava acima de 2.800 por mês, em valores já atualizados pela inflação.

RIO - O mercado de trabalho brasileiro seguiu melhorando em outubro. Em um trimestre, foram gerados 1 milhão de empregos, entre formais e informais. Com isso, a taxa de desemprego ficou em 8,3% no trimestre móvel encerrado em outubro, abaixo dos 8,7% do terceiro trimestre, informou nesta quarta-feira, 30, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Foi a oitava queda seguida, na evolução dos trimestres móveis mês a mês, mas a coordenadora de Pesquisas Domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, destacou que o movimento sustentado de redução começou em meados do ano passado, com o avanço da vacinação contra covid-19. Agora, economistas consultados pelo Estadão/Broadcast esperam uma perda de fôlego.

Com a queda sustentada, a taxa de desemprego atingiu os menores níveis desde 2014, quando o mercado de trabalho registrou seu melhor momento nas séries estatísticas do IBGE, ainda no início da recessão que duraria até o fim de 2016.

Já a geração de vagas formais e informais reduziu o total de desempregados, que eram 9,022 milhões no trimestre móvel encerrado em outubro. O número ainda é elevado, mas representa uma queda de 30% ante um ano antes, no menor contingente desde o trimestre terminado em julho de 2015. No período de um ano, são 3,884 milhões de pessoas a menos na fila do desemprego.

“Desde a metade do ano passado, temos, realmente, o registro forte da queda da desocupação”, afirmou Beringuy, do IBGE, destacando o “avanço importante no processo de vacinação” contra covid-19 como elemento principal para motivar a virada no sentido da queda. A vacinação, segundo a pesquisadora, permitiu uma maior normalidade no funcionamento dos negócios, inclusive nos “serviços presenciais”.

Além disso, lembrou Beringuy, o trimestre móvel até outubro já começa a captar a geração de vagas de trabalho temporário, para dar conta do aumento da demanda gerada pelas festas de fim de ano – um comportamento sazonal, típico e tradicional, do mercado de trabalho brasileiro.

“O que temos agora é a soma de um processo que já vinha em curso, adicionando o aspecto sazonal, que é a entrada de outubro”, afirmou Beringuy.

Taxa de desemprego foi de 8,3% no trimestre encerrado em outubro Foto: Amanda Perobelli/Reuters

A sazonalidade típica atua no sentido de aumentar o ritmo de crescimento da ocupação nos últimos meses de cada ano. Só que o trimestre móvel encerrado em outubro foi de desaceleração. A população ocupada cresceu ante o trimestre móvel imediatamente anterior, o que aponta para a geração de 996 mil postos de trabalho, entre formais e informais – embora a larga maioria tenha sido de empregos com carteira assinada no setor privado, com 822 mil vagas a mais em um trimestre –, um crescimento de 1,0%. Já no período de maio a julho, frente ao trimestre móvel terminado em abril, o crescimento da ocupação tinha sido de 2,2%.

Na comparação com um ano antes, o total de ocupados cresceu 6,1% (com 5,704 milhões de vagas a mais), ante 8,8% no trimestre móvel até julho e 10,3% no trimestre móvel encerrado em abril. A desaceleração já havia aparecido nos dados fechados do terceiro trimestre.

Ritmo mais lento

Por isso, a queda na taxa de desemprego deve perder força ao longo dos próximos meses, na avaliação de Homero Guizzo, economista da casa de investimentos Terra Investimentos. “A economia não deve crescer mais no ritmo observado no primeiro semestre deste ano, então essa desaceleração acaba repercutindo no mercado de trabalho também”, afirmou.

“O desemprego pode cair um pouco até o fim do ano, mas acho que a tendência é que esteja perto de estabilizar e deve subir moderadamente ao longo do ano que vem”, disse o economista-chefe do banco C6, Felipe Salles, ressaltando que o mercado de trabalho “reflete de forma tardia o que aconteceu na atividade”. “Esse dado bom de outubro reflete o que ocorreu no segundo trimestre e um pouco no terceiro trimestre”, completou.

Pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), Fernando de Holanda Barbosa Filho destaca ainda o efeito das medidas de estímulo à economia adotadas pelo governo Jair Bolsonaro (PL) nos meses anteriores às eleições de outubro, como a elevação do valor mensal do Auxílio Brasil. “As medidas tomadas pelo governo durante o ciclo eleitoral para aquecer a economia, gerando emprego, acabaram contribuindo para a redução da taxa”, disse.

Rendimento real

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.754 no trimestre móvel encerrado em outubro, alta de 4,7% na comparação anual e 2,9% acima do trimestre móvel imediatamente anterior. Nesse tipo de comparação, foi a segunda alta seguida.

Segundo Beringuy, do IBGE, o aumento da renda real se deve tanto ao fato de haver mais trabalhadores formais no total de ocupados, em vagas que tradicionalmente pagam melhor do que as informais, quando ao arrefecimento da inflação.

“Se esquecêssemos a inflação, já vínhamos observando a expansão do rendimento nominal (sem descontar a inflação)”, afirmou Beringuy. “Nos últimos trimestres, a inflação mais curta começou a ter queda importante”, completou a pesquisadora.

Apesar do aumento, o rendimento médio real do trabalho ainda está abaixo do visto no início de 2021, quando estava acima de 2.800 por mês, em valores já atualizados pela inflação.

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