Desemprego fica em 11,2% em fevereiro, e renda média cai 8,8% na comparação anual


No mesmo período de 2021, taxa de desemprego estava em 14,6%

Por Daniela Amorim e Cicero Cotrim

Rio e São Paulo - A taxa de desemprego no Brasil desceu de 11,6% no trimestre encerrado em novembro de 2021 para 11,2% no trimestre terminado em fevereiro de 2022, a mais baixa para este período do ano desde 2016, mostram os dados  Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado se manteve no mesmo patamar visto no trimestre terminado em janeiro de 2022, também de 11,2%.

“Embora numericamente iguais, mesmo valor de 11,2%, os movimentos populacionais atrelados à taxa de janeiro e à taxa de agora são um pouco diferentes. A taxa (de desemprego) ainda opera numa trajetória de queda, mas já é uma queda menor, menos robusta”, ponderou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

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O desemprego ficou no piso das expectativas dos analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que estimavam uma taxa entre 11,2% e 12,1%, com mediana de 11,4%.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.511, uma queda de 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

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Inatividade

Em um trimestre, houve criação de 304 mil vagas, e 389 mil pessoas deixaram de buscar emprego. A migração de 481 mil brasileiros para a inatividade, ou seja, que nem trabalhavam nem buscavam trabalho, também ajudou a impedir um aumento na taxa de desocupação.

"Espera-se que o mercado de trabalho continue fraco por algum tempo", escreveu o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do banco Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório. "O desemprego provavelmente vai continuar em dois dígitos por um longo período de tempo, enquanto o ainda grande número de trabalhadores desalentados fora da força de trabalho começa a procurar empregos e retornar à força de trabalho ativa", disse.

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O caminho até uma taxa de desemprego de um dígito ainda é longo, corrobora o economista-sênior do Banco MUFG Brasil Maurício Nakahodo.

"Com mais confiança, estamos falando de um desemprego médio abaixo dos dois dígitos em 2024. Em 2023, em um cenário favorável, haveria espaço, mas tem muita gente fora do mercado de trabalho, que vai entrar e acaba limitando essa queda. O ritmo de geração de empregos talvez não acompanhe essa demanda", explicou Nakahodo.

No trimestre encerrado em fevereiro, o Brasil ainda tinha 12,016 milhões de desempregados. Se considerada toda a população subutilizada, faltou trabalho para 27,251 milhões de pessoas. O salário médio de quem se manteve trabalhando encolheu 8,8% em relação a um ano antes.

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Carteira de trabalho;IBGE divulgou os resultados da Pnad referentes ao trimestre encerrado em fevereiro Foto: Nilton Fukuda/Estadão

“Ao longo de 2021, parte significativa da recuperação foi baseada no trabalho por conta própria, ocupações de menores rendimentos. Além disso, você tem uma crise econômica no curso de uma pandemia, muitas pessoas perderam o emprego. Na recuperação, você tem mais oferta (de força) de trabalho do que demanda. Então nessa negociação de salários, há tendência de queda”, justificou Beringuy.

A geração de vagas no mercado de trabalho perdeu fôlego em fevereiro, mas houve manutenção da recuperação de postos com carteira assinada no setor privado, notou Adriana Beringuy, do IBGE. No setor privado, foram abertas 371 mil novas vagas formais em um trimestre, enquanto outras 488 mil pessoas abandonaram o trabalho por conta própria no período. “Desses 371 mil trabalhadores com carteira a mais, o significativo veio do comércio. O comércio teve uma absorção de trabalhadores com carteira”, contou Beringuy. “Antes a gente já vinha tendo reação (do emprego) pelo conta própria. Parece que agora a gente tem recuperação da carteira”, completou.

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A coordenadora do IBGE não descarta que tenha havido algum impacto sobre o trabalho por conta própria do aumento no número de contaminações pela variante Ômicron do coronavírus e episódios de enchentes em diferentes localidades do País. “Pode ser um elemento, mas, comparativamente, o que a gente teve um ano atrás, o impacto no comércio não foi o mesmo que um ano atrás. É uma possibilidade que pode sim afetar, mas tem que realmente analisar com um pouco mais de cautela”, disse Beringuy. “As medidas de isolamento tomadas no início do ano foram muito mais tímidas do que as tomadas um ano atrás, quando a gente teve o avanço na (variante) delta”, lembrou.

Segundo ela, a queda na ocupação por conta própria foi observada em diversas atividades, como comércio, indústria, construção, alimentação e alojamento.

"Se olharmos a foto atual contra a foto de um ano atrás, existe uma melhora, com a redução da população desocupada e o aumento da população ocupada", disse Maurício Nakahodo, do Banco MUFG Brasil. "Mas é claro que ainda tem muita gente sem renda. Tivemos alguma evolução, mas o mercado de trabalho ainda está muito fraco", concluiu.

Rio e São Paulo - A taxa de desemprego no Brasil desceu de 11,6% no trimestre encerrado em novembro de 2021 para 11,2% no trimestre terminado em fevereiro de 2022, a mais baixa para este período do ano desde 2016, mostram os dados  Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado se manteve no mesmo patamar visto no trimestre terminado em janeiro de 2022, também de 11,2%.

“Embora numericamente iguais, mesmo valor de 11,2%, os movimentos populacionais atrelados à taxa de janeiro e à taxa de agora são um pouco diferentes. A taxa (de desemprego) ainda opera numa trajetória de queda, mas já é uma queda menor, menos robusta”, ponderou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

O desemprego ficou no piso das expectativas dos analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que estimavam uma taxa entre 11,2% e 12,1%, com mediana de 11,4%.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.511, uma queda de 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Inatividade

Em um trimestre, houve criação de 304 mil vagas, e 389 mil pessoas deixaram de buscar emprego. A migração de 481 mil brasileiros para a inatividade, ou seja, que nem trabalhavam nem buscavam trabalho, também ajudou a impedir um aumento na taxa de desocupação.

"Espera-se que o mercado de trabalho continue fraco por algum tempo", escreveu o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do banco Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório. "O desemprego provavelmente vai continuar em dois dígitos por um longo período de tempo, enquanto o ainda grande número de trabalhadores desalentados fora da força de trabalho começa a procurar empregos e retornar à força de trabalho ativa", disse.

O caminho até uma taxa de desemprego de um dígito ainda é longo, corrobora o economista-sênior do Banco MUFG Brasil Maurício Nakahodo.

"Com mais confiança, estamos falando de um desemprego médio abaixo dos dois dígitos em 2024. Em 2023, em um cenário favorável, haveria espaço, mas tem muita gente fora do mercado de trabalho, que vai entrar e acaba limitando essa queda. O ritmo de geração de empregos talvez não acompanhe essa demanda", explicou Nakahodo.

No trimestre encerrado em fevereiro, o Brasil ainda tinha 12,016 milhões de desempregados. Se considerada toda a população subutilizada, faltou trabalho para 27,251 milhões de pessoas. O salário médio de quem se manteve trabalhando encolheu 8,8% em relação a um ano antes.

Carteira de trabalho;IBGE divulgou os resultados da Pnad referentes ao trimestre encerrado em fevereiro Foto: Nilton Fukuda/Estadão

“Ao longo de 2021, parte significativa da recuperação foi baseada no trabalho por conta própria, ocupações de menores rendimentos. Além disso, você tem uma crise econômica no curso de uma pandemia, muitas pessoas perderam o emprego. Na recuperação, você tem mais oferta (de força) de trabalho do que demanda. Então nessa negociação de salários, há tendência de queda”, justificou Beringuy.

A geração de vagas no mercado de trabalho perdeu fôlego em fevereiro, mas houve manutenção da recuperação de postos com carteira assinada no setor privado, notou Adriana Beringuy, do IBGE. No setor privado, foram abertas 371 mil novas vagas formais em um trimestre, enquanto outras 488 mil pessoas abandonaram o trabalho por conta própria no período. “Desses 371 mil trabalhadores com carteira a mais, o significativo veio do comércio. O comércio teve uma absorção de trabalhadores com carteira”, contou Beringuy. “Antes a gente já vinha tendo reação (do emprego) pelo conta própria. Parece que agora a gente tem recuperação da carteira”, completou.

A coordenadora do IBGE não descarta que tenha havido algum impacto sobre o trabalho por conta própria do aumento no número de contaminações pela variante Ômicron do coronavírus e episódios de enchentes em diferentes localidades do País. “Pode ser um elemento, mas, comparativamente, o que a gente teve um ano atrás, o impacto no comércio não foi o mesmo que um ano atrás. É uma possibilidade que pode sim afetar, mas tem que realmente analisar com um pouco mais de cautela”, disse Beringuy. “As medidas de isolamento tomadas no início do ano foram muito mais tímidas do que as tomadas um ano atrás, quando a gente teve o avanço na (variante) delta”, lembrou.

Segundo ela, a queda na ocupação por conta própria foi observada em diversas atividades, como comércio, indústria, construção, alimentação e alojamento.

"Se olharmos a foto atual contra a foto de um ano atrás, existe uma melhora, com a redução da população desocupada e o aumento da população ocupada", disse Maurício Nakahodo, do Banco MUFG Brasil. "Mas é claro que ainda tem muita gente sem renda. Tivemos alguma evolução, mas o mercado de trabalho ainda está muito fraco", concluiu.

Rio e São Paulo - A taxa de desemprego no Brasil desceu de 11,6% no trimestre encerrado em novembro de 2021 para 11,2% no trimestre terminado em fevereiro de 2022, a mais baixa para este período do ano desde 2016, mostram os dados  Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado se manteve no mesmo patamar visto no trimestre terminado em janeiro de 2022, também de 11,2%.

“Embora numericamente iguais, mesmo valor de 11,2%, os movimentos populacionais atrelados à taxa de janeiro e à taxa de agora são um pouco diferentes. A taxa (de desemprego) ainda opera numa trajetória de queda, mas já é uma queda menor, menos robusta”, ponderou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

O desemprego ficou no piso das expectativas dos analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que estimavam uma taxa entre 11,2% e 12,1%, com mediana de 11,4%.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.511, uma queda de 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Inatividade

Em um trimestre, houve criação de 304 mil vagas, e 389 mil pessoas deixaram de buscar emprego. A migração de 481 mil brasileiros para a inatividade, ou seja, que nem trabalhavam nem buscavam trabalho, também ajudou a impedir um aumento na taxa de desocupação.

"Espera-se que o mercado de trabalho continue fraco por algum tempo", escreveu o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do banco Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório. "O desemprego provavelmente vai continuar em dois dígitos por um longo período de tempo, enquanto o ainda grande número de trabalhadores desalentados fora da força de trabalho começa a procurar empregos e retornar à força de trabalho ativa", disse.

O caminho até uma taxa de desemprego de um dígito ainda é longo, corrobora o economista-sênior do Banco MUFG Brasil Maurício Nakahodo.

"Com mais confiança, estamos falando de um desemprego médio abaixo dos dois dígitos em 2024. Em 2023, em um cenário favorável, haveria espaço, mas tem muita gente fora do mercado de trabalho, que vai entrar e acaba limitando essa queda. O ritmo de geração de empregos talvez não acompanhe essa demanda", explicou Nakahodo.

No trimestre encerrado em fevereiro, o Brasil ainda tinha 12,016 milhões de desempregados. Se considerada toda a população subutilizada, faltou trabalho para 27,251 milhões de pessoas. O salário médio de quem se manteve trabalhando encolheu 8,8% em relação a um ano antes.

Carteira de trabalho;IBGE divulgou os resultados da Pnad referentes ao trimestre encerrado em fevereiro Foto: Nilton Fukuda/Estadão

“Ao longo de 2021, parte significativa da recuperação foi baseada no trabalho por conta própria, ocupações de menores rendimentos. Além disso, você tem uma crise econômica no curso de uma pandemia, muitas pessoas perderam o emprego. Na recuperação, você tem mais oferta (de força) de trabalho do que demanda. Então nessa negociação de salários, há tendência de queda”, justificou Beringuy.

A geração de vagas no mercado de trabalho perdeu fôlego em fevereiro, mas houve manutenção da recuperação de postos com carteira assinada no setor privado, notou Adriana Beringuy, do IBGE. No setor privado, foram abertas 371 mil novas vagas formais em um trimestre, enquanto outras 488 mil pessoas abandonaram o trabalho por conta própria no período. “Desses 371 mil trabalhadores com carteira a mais, o significativo veio do comércio. O comércio teve uma absorção de trabalhadores com carteira”, contou Beringuy. “Antes a gente já vinha tendo reação (do emprego) pelo conta própria. Parece que agora a gente tem recuperação da carteira”, completou.

A coordenadora do IBGE não descarta que tenha havido algum impacto sobre o trabalho por conta própria do aumento no número de contaminações pela variante Ômicron do coronavírus e episódios de enchentes em diferentes localidades do País. “Pode ser um elemento, mas, comparativamente, o que a gente teve um ano atrás, o impacto no comércio não foi o mesmo que um ano atrás. É uma possibilidade que pode sim afetar, mas tem que realmente analisar com um pouco mais de cautela”, disse Beringuy. “As medidas de isolamento tomadas no início do ano foram muito mais tímidas do que as tomadas um ano atrás, quando a gente teve o avanço na (variante) delta”, lembrou.

Segundo ela, a queda na ocupação por conta própria foi observada em diversas atividades, como comércio, indústria, construção, alimentação e alojamento.

"Se olharmos a foto atual contra a foto de um ano atrás, existe uma melhora, com a redução da população desocupada e o aumento da população ocupada", disse Maurício Nakahodo, do Banco MUFG Brasil. "Mas é claro que ainda tem muita gente sem renda. Tivemos alguma evolução, mas o mercado de trabalho ainda está muito fraco", concluiu.

Rio e São Paulo - A taxa de desemprego no Brasil desceu de 11,6% no trimestre encerrado em novembro de 2021 para 11,2% no trimestre terminado em fevereiro de 2022, a mais baixa para este período do ano desde 2016, mostram os dados  Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada nesta quinta-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado se manteve no mesmo patamar visto no trimestre terminado em janeiro de 2022, também de 11,2%.

“Embora numericamente iguais, mesmo valor de 11,2%, os movimentos populacionais atrelados à taxa de janeiro e à taxa de agora são um pouco diferentes. A taxa (de desemprego) ainda opera numa trajetória de queda, mas já é uma queda menor, menos robusta”, ponderou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

O desemprego ficou no piso das expectativas dos analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que estimavam uma taxa entre 11,2% e 12,1%, com mediana de 11,4%.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.511, uma queda de 8,8% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Inatividade

Em um trimestre, houve criação de 304 mil vagas, e 389 mil pessoas deixaram de buscar emprego. A migração de 481 mil brasileiros para a inatividade, ou seja, que nem trabalhavam nem buscavam trabalho, também ajudou a impedir um aumento na taxa de desocupação.

"Espera-se que o mercado de trabalho continue fraco por algum tempo", escreveu o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do banco Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório. "O desemprego provavelmente vai continuar em dois dígitos por um longo período de tempo, enquanto o ainda grande número de trabalhadores desalentados fora da força de trabalho começa a procurar empregos e retornar à força de trabalho ativa", disse.

O caminho até uma taxa de desemprego de um dígito ainda é longo, corrobora o economista-sênior do Banco MUFG Brasil Maurício Nakahodo.

"Com mais confiança, estamos falando de um desemprego médio abaixo dos dois dígitos em 2024. Em 2023, em um cenário favorável, haveria espaço, mas tem muita gente fora do mercado de trabalho, que vai entrar e acaba limitando essa queda. O ritmo de geração de empregos talvez não acompanhe essa demanda", explicou Nakahodo.

No trimestre encerrado em fevereiro, o Brasil ainda tinha 12,016 milhões de desempregados. Se considerada toda a população subutilizada, faltou trabalho para 27,251 milhões de pessoas. O salário médio de quem se manteve trabalhando encolheu 8,8% em relação a um ano antes.

Carteira de trabalho;IBGE divulgou os resultados da Pnad referentes ao trimestre encerrado em fevereiro Foto: Nilton Fukuda/Estadão

“Ao longo de 2021, parte significativa da recuperação foi baseada no trabalho por conta própria, ocupações de menores rendimentos. Além disso, você tem uma crise econômica no curso de uma pandemia, muitas pessoas perderam o emprego. Na recuperação, você tem mais oferta (de força) de trabalho do que demanda. Então nessa negociação de salários, há tendência de queda”, justificou Beringuy.

A geração de vagas no mercado de trabalho perdeu fôlego em fevereiro, mas houve manutenção da recuperação de postos com carteira assinada no setor privado, notou Adriana Beringuy, do IBGE. No setor privado, foram abertas 371 mil novas vagas formais em um trimestre, enquanto outras 488 mil pessoas abandonaram o trabalho por conta própria no período. “Desses 371 mil trabalhadores com carteira a mais, o significativo veio do comércio. O comércio teve uma absorção de trabalhadores com carteira”, contou Beringuy. “Antes a gente já vinha tendo reação (do emprego) pelo conta própria. Parece que agora a gente tem recuperação da carteira”, completou.

A coordenadora do IBGE não descarta que tenha havido algum impacto sobre o trabalho por conta própria do aumento no número de contaminações pela variante Ômicron do coronavírus e episódios de enchentes em diferentes localidades do País. “Pode ser um elemento, mas, comparativamente, o que a gente teve um ano atrás, o impacto no comércio não foi o mesmo que um ano atrás. É uma possibilidade que pode sim afetar, mas tem que realmente analisar com um pouco mais de cautela”, disse Beringuy. “As medidas de isolamento tomadas no início do ano foram muito mais tímidas do que as tomadas um ano atrás, quando a gente teve o avanço na (variante) delta”, lembrou.

Segundo ela, a queda na ocupação por conta própria foi observada em diversas atividades, como comércio, indústria, construção, alimentação e alojamento.

"Se olharmos a foto atual contra a foto de um ano atrás, existe uma melhora, com a redução da população desocupada e o aumento da população ocupada", disse Maurício Nakahodo, do Banco MUFG Brasil. "Mas é claro que ainda tem muita gente sem renda. Tivemos alguma evolução, mas o mercado de trabalho ainda está muito fraco", concluiu.

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