Desemprego tem sétima queda seguida e fica em 8,7% em setembro


Número de desocupados foi de 9,5 milhões, menor nível desde dezembro de 2015

Por Daniela Amorim
Atualização:

RIO - A taxa de desemprego desceu de 8,9% no trimestre terminado em agosto para 8,7% no trimestre encerrado em setembro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quinta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a sétima queda seguida no desemprego no País.

O País registrou uma abertura de 1 milhão de vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre, fazendo o total de ocupados alcançar novo recorde, 99,269 milhões de pessoas. Já a população desempregada diminuiu em 621 mil pessoas em um trimestre, totalizando 9,460 milhões de brasileiros em busca de uma vaga no trimestre até setembro, menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015.

“A queda do desemprego é reflexo dos dados positivos de atividade econômica registrados nos trimestres anteriores, pois o mercado de trabalho costuma sentir o impacto da economia com alguma defasagem de tempo. É por isso que ainda vemos dados positivos, apesar da atividade já sinalizar desaceleração”, ponderou Felipe Salles, economista do C6 Bank, em nota. “Essa situação muda de figura a partir do ano que vem, quando o mercado de trabalho começa a sentir os efeitos defasados da desaceleração da economia global e dos juros altos.”

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Salles prevê que a taxa de desemprego encerre 2022 em 8,1%, mas volte a subir “moderadamente”, terminando 2023 em 9,2%.

No terceiro trimestre deste ano, a expansão da ocupação ocorreu fundamentalmente via formalidade, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. Houve geração de vagas com carteira assinada no setor privado e abertura de postos de trabalho no setor público.

A taxa de informalidade no trimestre encerrado em setembro foi de 39,4%. No mesmo trimestre de 2021, estava em 40,6%. A queda é um resultado positivo apresentado pela pesquisa de setembro, avaliou o economista Lucas Godói, da GO Associados.

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“Historicamente, temos uma informalidade estruturalmente alta e mais um resultado para baixo indica que temos uma tendência de queda bem forte”, considerou Godói.

O setor privado abriu 482 mil vagas com carteira assinada em apenas um trimestre. O setor público absorveu 291 mil trabalhadores, alcançando um recorde de 12,156 milhões de ocupados.

Adriana Beringuy lembra que o setor público vinha de perdas de trabalhadores na área de educação, “bastante afetada durante a pandemia”. Segundo ela, diante de um represamento na demanda, houve recentemente uma recomposição da estrutura necessária para oferecer saúde e educação públicas. No entanto, houve elevação nas contratações também de funcionários para a administração pública em si, além de admissões temporárias de recenseadores pelo IBGE, para atuarem na coleta do Censo Demográfico 2022.

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“Então o IBGE está dando sua contribuição no processo de expansão da ocupação”, disse a pesquisadora. “São milhares de pessoas envolvidas (no Censo), mexeu no indicador sim.”

O vínculo que mais cresceu no setor público foi o de trabalho sem carteira assinada, não estatutário, porém formal.

“Ele (recenseador) não é estatutário nem é celetista, ele tem um enquadramento específico, tem lei específica que determina a forma da contratação”, explicou Beringuy.

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A geração de vagas por atividades econômicas mostrou 315 mil trabalhadores a mais atuando no setor de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais em apenas um trimestre. O segmento abrange também a educação e saúde privadas.

“O que ajuda bastante no crescimento da formalidade é esse movimento da administração pública, saúde e educação. Tanto a parte pública quanto o setor privado para saúde e educação”, acrescentou.

Segundo Adriana Beringuy, enquanto alguns setores iniciaram antes as contratações depois do choque inicial provocado pela crise sanitária, agora os destaques são os serviços não essenciais e a administração pública, que também recuperam as admissões pós-covid.

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Apesar da melhora na qualidade do emprego, ainda havia 39,145 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no trimestre até setembro. Em um trimestre, 142 mil pessoas deixaram de atuar como trabalhadores informais, queda de 0,4% nesse tipo de ocupação, variação considerada estatisticamente não significativa, ou seja, dentro da margem de erro da pesquisa. Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais cresceu 3,8%, 1,436 milhão de pessoas a mais atuando nessa condição.

Massa de renda

Com mais trabalhadores empregados, a massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 24,045 bilhões no período de um ano, para R$ 266,731 bilhões, uma alta de 9,9% no trimestre encerrado em setembro de 2022 ante o trimestre terminado em setembro de 2021. Na comparação com o trimestre terminado em junho, a massa de renda real subiu 4,8% no trimestre terminado em setembro, com R$ 12,194 bilhões a mais.

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O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma elevação real de 3,7% na comparação com o trimestre até junho, R$ 97 a mais, para R$ 2.737. Em relação ao trimestre encerrado em setembro do ano passado, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 2,5%, R$ 67 a mais.

Taxa de desemprego voltou a cair no Brasil em setembro; nível de desocupação no trimestre encerrado no mês passado ficou em 8,7%.  Foto: Márcio Fernandes/Estadão

Segundo o IBGE, o crescimento do rendimento médio real está relacionado à deflação registrada nos últimos meses, que proporciona ganhos reais. Segundo Adriana Beringuy, o rendimento nominal já vinha crescendo em 2022, enquanto o real registrava queda. Quando houve retração da inflação, houve crescimento no rendimento real.

“A reversão está bastante relacionada à trajetória da inflação. A gente já vinha registrando ganhos no rendimento nominal, mas não em termos reais”, lembrou Beringuy.

A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 3,2% no trimestre terminado em setembro ante o trimestre encerrado em junho, R$ 85 a mais. Já na comparação com o trimestre terminado em setembro de 2021, houve elevação de 11,3% na renda média nominal, R$ 277 a mais.

O cenário de atividade econômica mais aquecida também ajuda, assim como uma composição mais favorável da ocupação no mercado de trabalho, com mais trabalhadores formais.

“Por eu ter na minha base de ocupados menos informalidade e mais formalidade, um aporte maior de carteira no setor privado e trabalhadores do setor público, que, de modo geral, têm rendimentos maiores, associado a uma retração da inflação, então o conjunto desses fatores contribui para esse aumento do rendimento”, explicou Beringuy. / COLABOROU ITALO BERTÃO FILHO

RIO - A taxa de desemprego desceu de 8,9% no trimestre terminado em agosto para 8,7% no trimestre encerrado em setembro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quinta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a sétima queda seguida no desemprego no País.

O País registrou uma abertura de 1 milhão de vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre, fazendo o total de ocupados alcançar novo recorde, 99,269 milhões de pessoas. Já a população desempregada diminuiu em 621 mil pessoas em um trimestre, totalizando 9,460 milhões de brasileiros em busca de uma vaga no trimestre até setembro, menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015.

“A queda do desemprego é reflexo dos dados positivos de atividade econômica registrados nos trimestres anteriores, pois o mercado de trabalho costuma sentir o impacto da economia com alguma defasagem de tempo. É por isso que ainda vemos dados positivos, apesar da atividade já sinalizar desaceleração”, ponderou Felipe Salles, economista do C6 Bank, em nota. “Essa situação muda de figura a partir do ano que vem, quando o mercado de trabalho começa a sentir os efeitos defasados da desaceleração da economia global e dos juros altos.”

Salles prevê que a taxa de desemprego encerre 2022 em 8,1%, mas volte a subir “moderadamente”, terminando 2023 em 9,2%.

No terceiro trimestre deste ano, a expansão da ocupação ocorreu fundamentalmente via formalidade, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. Houve geração de vagas com carteira assinada no setor privado e abertura de postos de trabalho no setor público.

A taxa de informalidade no trimestre encerrado em setembro foi de 39,4%. No mesmo trimestre de 2021, estava em 40,6%. A queda é um resultado positivo apresentado pela pesquisa de setembro, avaliou o economista Lucas Godói, da GO Associados.

“Historicamente, temos uma informalidade estruturalmente alta e mais um resultado para baixo indica que temos uma tendência de queda bem forte”, considerou Godói.

O setor privado abriu 482 mil vagas com carteira assinada em apenas um trimestre. O setor público absorveu 291 mil trabalhadores, alcançando um recorde de 12,156 milhões de ocupados.

Adriana Beringuy lembra que o setor público vinha de perdas de trabalhadores na área de educação, “bastante afetada durante a pandemia”. Segundo ela, diante de um represamento na demanda, houve recentemente uma recomposição da estrutura necessária para oferecer saúde e educação públicas. No entanto, houve elevação nas contratações também de funcionários para a administração pública em si, além de admissões temporárias de recenseadores pelo IBGE, para atuarem na coleta do Censo Demográfico 2022.

“Então o IBGE está dando sua contribuição no processo de expansão da ocupação”, disse a pesquisadora. “São milhares de pessoas envolvidas (no Censo), mexeu no indicador sim.”

O vínculo que mais cresceu no setor público foi o de trabalho sem carteira assinada, não estatutário, porém formal.

“Ele (recenseador) não é estatutário nem é celetista, ele tem um enquadramento específico, tem lei específica que determina a forma da contratação”, explicou Beringuy.

A geração de vagas por atividades econômicas mostrou 315 mil trabalhadores a mais atuando no setor de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais em apenas um trimestre. O segmento abrange também a educação e saúde privadas.

“O que ajuda bastante no crescimento da formalidade é esse movimento da administração pública, saúde e educação. Tanto a parte pública quanto o setor privado para saúde e educação”, acrescentou.

Segundo Adriana Beringuy, enquanto alguns setores iniciaram antes as contratações depois do choque inicial provocado pela crise sanitária, agora os destaques são os serviços não essenciais e a administração pública, que também recuperam as admissões pós-covid.

Apesar da melhora na qualidade do emprego, ainda havia 39,145 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no trimestre até setembro. Em um trimestre, 142 mil pessoas deixaram de atuar como trabalhadores informais, queda de 0,4% nesse tipo de ocupação, variação considerada estatisticamente não significativa, ou seja, dentro da margem de erro da pesquisa. Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais cresceu 3,8%, 1,436 milhão de pessoas a mais atuando nessa condição.

Massa de renda

Com mais trabalhadores empregados, a massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 24,045 bilhões no período de um ano, para R$ 266,731 bilhões, uma alta de 9,9% no trimestre encerrado em setembro de 2022 ante o trimestre terminado em setembro de 2021. Na comparação com o trimestre terminado em junho, a massa de renda real subiu 4,8% no trimestre terminado em setembro, com R$ 12,194 bilhões a mais.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma elevação real de 3,7% na comparação com o trimestre até junho, R$ 97 a mais, para R$ 2.737. Em relação ao trimestre encerrado em setembro do ano passado, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 2,5%, R$ 67 a mais.

Taxa de desemprego voltou a cair no Brasil em setembro; nível de desocupação no trimestre encerrado no mês passado ficou em 8,7%.  Foto: Márcio Fernandes/Estadão

Segundo o IBGE, o crescimento do rendimento médio real está relacionado à deflação registrada nos últimos meses, que proporciona ganhos reais. Segundo Adriana Beringuy, o rendimento nominal já vinha crescendo em 2022, enquanto o real registrava queda. Quando houve retração da inflação, houve crescimento no rendimento real.

“A reversão está bastante relacionada à trajetória da inflação. A gente já vinha registrando ganhos no rendimento nominal, mas não em termos reais”, lembrou Beringuy.

A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 3,2% no trimestre terminado em setembro ante o trimestre encerrado em junho, R$ 85 a mais. Já na comparação com o trimestre terminado em setembro de 2021, houve elevação de 11,3% na renda média nominal, R$ 277 a mais.

O cenário de atividade econômica mais aquecida também ajuda, assim como uma composição mais favorável da ocupação no mercado de trabalho, com mais trabalhadores formais.

“Por eu ter na minha base de ocupados menos informalidade e mais formalidade, um aporte maior de carteira no setor privado e trabalhadores do setor público, que, de modo geral, têm rendimentos maiores, associado a uma retração da inflação, então o conjunto desses fatores contribui para esse aumento do rendimento”, explicou Beringuy. / COLABOROU ITALO BERTÃO FILHO

RIO - A taxa de desemprego desceu de 8,9% no trimestre terminado em agosto para 8,7% no trimestre encerrado em setembro, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quinta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a sétima queda seguida no desemprego no País.

O País registrou uma abertura de 1 milhão de vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre, fazendo o total de ocupados alcançar novo recorde, 99,269 milhões de pessoas. Já a população desempregada diminuiu em 621 mil pessoas em um trimestre, totalizando 9,460 milhões de brasileiros em busca de uma vaga no trimestre até setembro, menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2015.

“A queda do desemprego é reflexo dos dados positivos de atividade econômica registrados nos trimestres anteriores, pois o mercado de trabalho costuma sentir o impacto da economia com alguma defasagem de tempo. É por isso que ainda vemos dados positivos, apesar da atividade já sinalizar desaceleração”, ponderou Felipe Salles, economista do C6 Bank, em nota. “Essa situação muda de figura a partir do ano que vem, quando o mercado de trabalho começa a sentir os efeitos defasados da desaceleração da economia global e dos juros altos.”

Salles prevê que a taxa de desemprego encerre 2022 em 8,1%, mas volte a subir “moderadamente”, terminando 2023 em 9,2%.

No terceiro trimestre deste ano, a expansão da ocupação ocorreu fundamentalmente via formalidade, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE. Houve geração de vagas com carteira assinada no setor privado e abertura de postos de trabalho no setor público.

A taxa de informalidade no trimestre encerrado em setembro foi de 39,4%. No mesmo trimestre de 2021, estava em 40,6%. A queda é um resultado positivo apresentado pela pesquisa de setembro, avaliou o economista Lucas Godói, da GO Associados.

“Historicamente, temos uma informalidade estruturalmente alta e mais um resultado para baixo indica que temos uma tendência de queda bem forte”, considerou Godói.

O setor privado abriu 482 mil vagas com carteira assinada em apenas um trimestre. O setor público absorveu 291 mil trabalhadores, alcançando um recorde de 12,156 milhões de ocupados.

Adriana Beringuy lembra que o setor público vinha de perdas de trabalhadores na área de educação, “bastante afetada durante a pandemia”. Segundo ela, diante de um represamento na demanda, houve recentemente uma recomposição da estrutura necessária para oferecer saúde e educação públicas. No entanto, houve elevação nas contratações também de funcionários para a administração pública em si, além de admissões temporárias de recenseadores pelo IBGE, para atuarem na coleta do Censo Demográfico 2022.

“Então o IBGE está dando sua contribuição no processo de expansão da ocupação”, disse a pesquisadora. “São milhares de pessoas envolvidas (no Censo), mexeu no indicador sim.”

O vínculo que mais cresceu no setor público foi o de trabalho sem carteira assinada, não estatutário, porém formal.

“Ele (recenseador) não é estatutário nem é celetista, ele tem um enquadramento específico, tem lei específica que determina a forma da contratação”, explicou Beringuy.

A geração de vagas por atividades econômicas mostrou 315 mil trabalhadores a mais atuando no setor de Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais em apenas um trimestre. O segmento abrange também a educação e saúde privadas.

“O que ajuda bastante no crescimento da formalidade é esse movimento da administração pública, saúde e educação. Tanto a parte pública quanto o setor privado para saúde e educação”, acrescentou.

Segundo Adriana Beringuy, enquanto alguns setores iniciaram antes as contratações depois do choque inicial provocado pela crise sanitária, agora os destaques são os serviços não essenciais e a administração pública, que também recuperam as admissões pós-covid.

Apesar da melhora na qualidade do emprego, ainda havia 39,145 milhões de trabalhadores atuando na informalidade no trimestre até setembro. Em um trimestre, 142 mil pessoas deixaram de atuar como trabalhadores informais, queda de 0,4% nesse tipo de ocupação, variação considerada estatisticamente não significativa, ou seja, dentro da margem de erro da pesquisa. Em relação a um ano antes, o contingente de trabalhadores informais cresceu 3,8%, 1,436 milhão de pessoas a mais atuando nessa condição.

Massa de renda

Com mais trabalhadores empregados, a massa de salários em circulação na economia aumentou em R$ 24,045 bilhões no período de um ano, para R$ 266,731 bilhões, uma alta de 9,9% no trimestre encerrado em setembro de 2022 ante o trimestre terminado em setembro de 2021. Na comparação com o trimestre terminado em junho, a massa de renda real subiu 4,8% no trimestre terminado em setembro, com R$ 12,194 bilhões a mais.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma elevação real de 3,7% na comparação com o trimestre até junho, R$ 97 a mais, para R$ 2.737. Em relação ao trimestre encerrado em setembro do ano passado, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 2,5%, R$ 67 a mais.

Taxa de desemprego voltou a cair no Brasil em setembro; nível de desocupação no trimestre encerrado no mês passado ficou em 8,7%.  Foto: Márcio Fernandes/Estadão

Segundo o IBGE, o crescimento do rendimento médio real está relacionado à deflação registrada nos últimos meses, que proporciona ganhos reais. Segundo Adriana Beringuy, o rendimento nominal já vinha crescendo em 2022, enquanto o real registrava queda. Quando houve retração da inflação, houve crescimento no rendimento real.

“A reversão está bastante relacionada à trajetória da inflação. A gente já vinha registrando ganhos no rendimento nominal, mas não em termos reais”, lembrou Beringuy.

A renda nominal, ou seja, antes que seja descontada a inflação no período, cresceu 3,2% no trimestre terminado em setembro ante o trimestre encerrado em junho, R$ 85 a mais. Já na comparação com o trimestre terminado em setembro de 2021, houve elevação de 11,3% na renda média nominal, R$ 277 a mais.

O cenário de atividade econômica mais aquecida também ajuda, assim como uma composição mais favorável da ocupação no mercado de trabalho, com mais trabalhadores formais.

“Por eu ter na minha base de ocupados menos informalidade e mais formalidade, um aporte maior de carteira no setor privado e trabalhadores do setor público, que, de modo geral, têm rendimentos maiores, associado a uma retração da inflação, então o conjunto desses fatores contribui para esse aumento do rendimento”, explicou Beringuy. / COLABOROU ITALO BERTÃO FILHO

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