Desemprego volta a cair e fica em 6,8% no trimestre encerrado em julho, menor taxa para o período


A renda média real do trabalhador foi de R$ 3.206, alta de 4,8% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo o IBGE

Por Daniela Amorim
Atualização:

RIO - No trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego no País desceu a 6,8%, a menor para esse período do ano em toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Há manutenção de uma melhora tanto quantitativa quanto qualitativa do emprego, com geração contínua de vagas, acompanhada por uma expansão da formalidade e por um aumento dos salários, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

“O crescimento quantitativo (da ocupação), via expansão da formalidade, e o crescimento do rendimento trazem um cenário bem importante para o mercado de trabalho atualmente”, afirmou Beringuy. “A gente mantém tendência de queda na taxa de desocupação.”

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O C6 Bank vê reflexos do mercado de trabalho aquecido na economia e na inflação, mas espera que a taxa de desemprego se mantenha praticamente estável daqui até o final de 2024.

“O desemprego em nível historicamente baixo ajuda a estimular a atividade econômica, que deve fechar o ano com um crescimento de 2,5%”, comentou Claudia Moreno, economista do C6 Bank. “O mercado de trabalho aquecido acaba pressionando os preços de serviços, dificultando o controle da inflação”, ponderou ela, que prevê uma inflação de 4,7% ao fim de 2024 e de 5% em 2025.

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Previsão de desaceleração

Apesar da queda da taxa de desemprego, os dados de julho não mostraram uma melhora adicional do mercado de trabalho, opinou a economista Marina Garrido, em análise do Itaú Unibanco. Garrido crê que a taxa de desemprego volte a subir, “ainda que timidamente”, nos próximos trimestres, em linha com alguma desaceleração da atividade econômica.

“O mercado de trabalho continua apertado, mas o crescimento sequencial dos salários e do emprego abrandou em julho”, apontou o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do banco Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório.

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Segundo Adriana Beringuy, do IBGE, há melhora em curso no emprego, que alimenta um ciclo virtuoso: a existência de mais trabalhadores ocupados, com ganho de renda, resulta em mais consumo, o que leva atividades econômicas a efetivarem mais contratações para atender à alta na demanda.

“A gente tem uma melhoria importante da renda do trabalho, e parte importante do consumo vem da renda”, justificou Beringuy. “Ele (o mercado de trabalho) gera demanda para si próprio. O crescimento de emprego com aumento de renda, alimentando o consumo, ele gera mais emprego, mais trabalho.”

Maior população ocupada

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O País registrou uma abertura de 1,227 milhão de vagas no mercado de trabalho no trimestre até julho, elevando a população ocupada a um recorde de 102,031 milhões de pessoas. Em um ano, mais 2,687 milhões de trabalhadores encontraram uma ocupação.

Taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,8% no trimestre encerrado em julho, segundo o IBGE Foto: Márcio Fernandes/Estadão

Ao mesmo tempo, a população desocupada recuou em 783 mil pessoas em um trimestre, queda de 9,5%, totalizando 7,431 milhões de desempregados no trimestre até julho. Em um ano, 1,090 milhão de pessoas deixaram o desemprego.

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“É uma população desocupada que segue em queda, reprisando o comportamento que a gente já vem acompanhando nos últimos meses”, disse a pesquisadora do IBGE.

Embora a população ocupada atuando na informalidade tenha aumentado no trimestre até julho, para 39,446 milhões de pessoas trabalhando nessas condições, a expansão da ocupação no trimestre ocorreu majoritariamente via formalidade. Dois terços de todos os empregos gerados no mercado de trabalho no trimestre foram formais.

“A ocupação como um todo vem crescendo, e ela cresce tanto pela população ocupada informalmente como a população ocupada formalmente”, lembrou Beringuy.

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A pesquisadora reconhece que a informalidade é uma forma de inserção extremamente significativa, em termos de volume, para a composição do mercado de trabalho brasileiro, mas aponta também um movimento “importante” de expansão do emprego formal.

Recorde nos setores privado e público

O País registrou contingentes recordes de trabalhadores ocupados tanto no setor privado quanto no setor público no trimestre terminado em julho. Houve uma abertura de 353 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em abril, totalizando um recorde de 38,542 milhões de trabalhadores com esse vínculo empregatício. Já o contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado aumentou a 13,916 milhões de pessoas, também um ápice da série histórica iniciada em 2012, 378 mil de vagas a mais nessa condição do que no trimestre anterior.

O setor público absorveu 424 mil pessoas a mais no trimestre terminado em julho ante o trimestre encerrado em abril, para um auge de 12,695 milhões de ocupados nessa categoria.

“Esse crescimento do mercado de trabalho, seja via formalidade ou informalidade, ele tem ocorrido sem a repressão do salário. Então a gente tem acompanhado sim o crescimento do número de trabalhadores, mas também da remuneração, do rendimento que esse trabalhador aufere da ocupação”, acrescentou.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 0,7% na comparação com o trimestre até abril, R$ 22 a mais, para R$ 3.206.  Em relação ao trimestre encerrado em julho de 2023, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 4,8%, R$ 148 a mais. No entanto, no trimestre móvel até junho, a renda média era ligeiramente maior, R$ 3.225. O IBGE ressalta que os dados de junho e julho não são comparáveis por uma questão metodológica: há repetição de dados de dois terços da amostra.

“A princípio não vejo nenhuma inflexão nisso (na trajetória de alta na renda)”, assegurou Beringuy.

A massa de salários em circulação na economia aumentou 1,9% em um trimestre, R$ 6,036 bilhões a mais, para R$ 322,398 bilhões. Em um ano, a massa de renda cresceu 7,9%. O resultado, porém, ficou ligeiramente abaixo do recorde alcançado no trimestre móvel encerrado em junho, quando foi de R$ 323,764 bilhões.

RIO - No trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego no País desceu a 6,8%, a menor para esse período do ano em toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Há manutenção de uma melhora tanto quantitativa quanto qualitativa do emprego, com geração contínua de vagas, acompanhada por uma expansão da formalidade e por um aumento dos salários, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

“O crescimento quantitativo (da ocupação), via expansão da formalidade, e o crescimento do rendimento trazem um cenário bem importante para o mercado de trabalho atualmente”, afirmou Beringuy. “A gente mantém tendência de queda na taxa de desocupação.”

O C6 Bank vê reflexos do mercado de trabalho aquecido na economia e na inflação, mas espera que a taxa de desemprego se mantenha praticamente estável daqui até o final de 2024.

“O desemprego em nível historicamente baixo ajuda a estimular a atividade econômica, que deve fechar o ano com um crescimento de 2,5%”, comentou Claudia Moreno, economista do C6 Bank. “O mercado de trabalho aquecido acaba pressionando os preços de serviços, dificultando o controle da inflação”, ponderou ela, que prevê uma inflação de 4,7% ao fim de 2024 e de 5% em 2025.

Previsão de desaceleração

Apesar da queda da taxa de desemprego, os dados de julho não mostraram uma melhora adicional do mercado de trabalho, opinou a economista Marina Garrido, em análise do Itaú Unibanco. Garrido crê que a taxa de desemprego volte a subir, “ainda que timidamente”, nos próximos trimestres, em linha com alguma desaceleração da atividade econômica.

“O mercado de trabalho continua apertado, mas o crescimento sequencial dos salários e do emprego abrandou em julho”, apontou o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do banco Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório.

Segundo Adriana Beringuy, do IBGE, há melhora em curso no emprego, que alimenta um ciclo virtuoso: a existência de mais trabalhadores ocupados, com ganho de renda, resulta em mais consumo, o que leva atividades econômicas a efetivarem mais contratações para atender à alta na demanda.

“A gente tem uma melhoria importante da renda do trabalho, e parte importante do consumo vem da renda”, justificou Beringuy. “Ele (o mercado de trabalho) gera demanda para si próprio. O crescimento de emprego com aumento de renda, alimentando o consumo, ele gera mais emprego, mais trabalho.”

Maior população ocupada

O País registrou uma abertura de 1,227 milhão de vagas no mercado de trabalho no trimestre até julho, elevando a população ocupada a um recorde de 102,031 milhões de pessoas. Em um ano, mais 2,687 milhões de trabalhadores encontraram uma ocupação.

Taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,8% no trimestre encerrado em julho, segundo o IBGE Foto: Márcio Fernandes/Estadão

Ao mesmo tempo, a população desocupada recuou em 783 mil pessoas em um trimestre, queda de 9,5%, totalizando 7,431 milhões de desempregados no trimestre até julho. Em um ano, 1,090 milhão de pessoas deixaram o desemprego.

“É uma população desocupada que segue em queda, reprisando o comportamento que a gente já vem acompanhando nos últimos meses”, disse a pesquisadora do IBGE.

Embora a população ocupada atuando na informalidade tenha aumentado no trimestre até julho, para 39,446 milhões de pessoas trabalhando nessas condições, a expansão da ocupação no trimestre ocorreu majoritariamente via formalidade. Dois terços de todos os empregos gerados no mercado de trabalho no trimestre foram formais.

“A ocupação como um todo vem crescendo, e ela cresce tanto pela população ocupada informalmente como a população ocupada formalmente”, lembrou Beringuy.

A pesquisadora reconhece que a informalidade é uma forma de inserção extremamente significativa, em termos de volume, para a composição do mercado de trabalho brasileiro, mas aponta também um movimento “importante” de expansão do emprego formal.

Recorde nos setores privado e público

O País registrou contingentes recordes de trabalhadores ocupados tanto no setor privado quanto no setor público no trimestre terminado em julho. Houve uma abertura de 353 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em abril, totalizando um recorde de 38,542 milhões de trabalhadores com esse vínculo empregatício. Já o contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado aumentou a 13,916 milhões de pessoas, também um ápice da série histórica iniciada em 2012, 378 mil de vagas a mais nessa condição do que no trimestre anterior.

O setor público absorveu 424 mil pessoas a mais no trimestre terminado em julho ante o trimestre encerrado em abril, para um auge de 12,695 milhões de ocupados nessa categoria.

“Esse crescimento do mercado de trabalho, seja via formalidade ou informalidade, ele tem ocorrido sem a repressão do salário. Então a gente tem acompanhado sim o crescimento do número de trabalhadores, mas também da remuneração, do rendimento que esse trabalhador aufere da ocupação”, acrescentou.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 0,7% na comparação com o trimestre até abril, R$ 22 a mais, para R$ 3.206.  Em relação ao trimestre encerrado em julho de 2023, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 4,8%, R$ 148 a mais. No entanto, no trimestre móvel até junho, a renda média era ligeiramente maior, R$ 3.225. O IBGE ressalta que os dados de junho e julho não são comparáveis por uma questão metodológica: há repetição de dados de dois terços da amostra.

“A princípio não vejo nenhuma inflexão nisso (na trajetória de alta na renda)”, assegurou Beringuy.

A massa de salários em circulação na economia aumentou 1,9% em um trimestre, R$ 6,036 bilhões a mais, para R$ 322,398 bilhões. Em um ano, a massa de renda cresceu 7,9%. O resultado, porém, ficou ligeiramente abaixo do recorde alcançado no trimestre móvel encerrado em junho, quando foi de R$ 323,764 bilhões.

RIO - No trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego no País desceu a 6,8%, a menor para esse período do ano em toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Há manutenção de uma melhora tanto quantitativa quanto qualitativa do emprego, com geração contínua de vagas, acompanhada por uma expansão da formalidade e por um aumento dos salários, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

“O crescimento quantitativo (da ocupação), via expansão da formalidade, e o crescimento do rendimento trazem um cenário bem importante para o mercado de trabalho atualmente”, afirmou Beringuy. “A gente mantém tendência de queda na taxa de desocupação.”

O C6 Bank vê reflexos do mercado de trabalho aquecido na economia e na inflação, mas espera que a taxa de desemprego se mantenha praticamente estável daqui até o final de 2024.

“O desemprego em nível historicamente baixo ajuda a estimular a atividade econômica, que deve fechar o ano com um crescimento de 2,5%”, comentou Claudia Moreno, economista do C6 Bank. “O mercado de trabalho aquecido acaba pressionando os preços de serviços, dificultando o controle da inflação”, ponderou ela, que prevê uma inflação de 4,7% ao fim de 2024 e de 5% em 2025.

Previsão de desaceleração

Apesar da queda da taxa de desemprego, os dados de julho não mostraram uma melhora adicional do mercado de trabalho, opinou a economista Marina Garrido, em análise do Itaú Unibanco. Garrido crê que a taxa de desemprego volte a subir, “ainda que timidamente”, nos próximos trimestres, em linha com alguma desaceleração da atividade econômica.

“O mercado de trabalho continua apertado, mas o crescimento sequencial dos salários e do emprego abrandou em julho”, apontou o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do banco Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório.

Segundo Adriana Beringuy, do IBGE, há melhora em curso no emprego, que alimenta um ciclo virtuoso: a existência de mais trabalhadores ocupados, com ganho de renda, resulta em mais consumo, o que leva atividades econômicas a efetivarem mais contratações para atender à alta na demanda.

“A gente tem uma melhoria importante da renda do trabalho, e parte importante do consumo vem da renda”, justificou Beringuy. “Ele (o mercado de trabalho) gera demanda para si próprio. O crescimento de emprego com aumento de renda, alimentando o consumo, ele gera mais emprego, mais trabalho.”

Maior população ocupada

O País registrou uma abertura de 1,227 milhão de vagas no mercado de trabalho no trimestre até julho, elevando a população ocupada a um recorde de 102,031 milhões de pessoas. Em um ano, mais 2,687 milhões de trabalhadores encontraram uma ocupação.

Taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,8% no trimestre encerrado em julho, segundo o IBGE Foto: Márcio Fernandes/Estadão

Ao mesmo tempo, a população desocupada recuou em 783 mil pessoas em um trimestre, queda de 9,5%, totalizando 7,431 milhões de desempregados no trimestre até julho. Em um ano, 1,090 milhão de pessoas deixaram o desemprego.

“É uma população desocupada que segue em queda, reprisando o comportamento que a gente já vem acompanhando nos últimos meses”, disse a pesquisadora do IBGE.

Embora a população ocupada atuando na informalidade tenha aumentado no trimestre até julho, para 39,446 milhões de pessoas trabalhando nessas condições, a expansão da ocupação no trimestre ocorreu majoritariamente via formalidade. Dois terços de todos os empregos gerados no mercado de trabalho no trimestre foram formais.

“A ocupação como um todo vem crescendo, e ela cresce tanto pela população ocupada informalmente como a população ocupada formalmente”, lembrou Beringuy.

A pesquisadora reconhece que a informalidade é uma forma de inserção extremamente significativa, em termos de volume, para a composição do mercado de trabalho brasileiro, mas aponta também um movimento “importante” de expansão do emprego formal.

Recorde nos setores privado e público

O País registrou contingentes recordes de trabalhadores ocupados tanto no setor privado quanto no setor público no trimestre terminado em julho. Houve uma abertura de 353 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em abril, totalizando um recorde de 38,542 milhões de trabalhadores com esse vínculo empregatício. Já o contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado aumentou a 13,916 milhões de pessoas, também um ápice da série histórica iniciada em 2012, 378 mil de vagas a mais nessa condição do que no trimestre anterior.

O setor público absorveu 424 mil pessoas a mais no trimestre terminado em julho ante o trimestre encerrado em abril, para um auge de 12,695 milhões de ocupados nessa categoria.

“Esse crescimento do mercado de trabalho, seja via formalidade ou informalidade, ele tem ocorrido sem a repressão do salário. Então a gente tem acompanhado sim o crescimento do número de trabalhadores, mas também da remuneração, do rendimento que esse trabalhador aufere da ocupação”, acrescentou.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 0,7% na comparação com o trimestre até abril, R$ 22 a mais, para R$ 3.206.  Em relação ao trimestre encerrado em julho de 2023, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 4,8%, R$ 148 a mais. No entanto, no trimestre móvel até junho, a renda média era ligeiramente maior, R$ 3.225. O IBGE ressalta que os dados de junho e julho não são comparáveis por uma questão metodológica: há repetição de dados de dois terços da amostra.

“A princípio não vejo nenhuma inflexão nisso (na trajetória de alta na renda)”, assegurou Beringuy.

A massa de salários em circulação na economia aumentou 1,9% em um trimestre, R$ 6,036 bilhões a mais, para R$ 322,398 bilhões. Em um ano, a massa de renda cresceu 7,9%. O resultado, porém, ficou ligeiramente abaixo do recorde alcançado no trimestre móvel encerrado em junho, quando foi de R$ 323,764 bilhões.

RIO - No trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego no País desceu a 6,8%, a menor para esse período do ano em toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Há manutenção de uma melhora tanto quantitativa quanto qualitativa do emprego, com geração contínua de vagas, acompanhada por uma expansão da formalidade e por um aumento dos salários, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

“O crescimento quantitativo (da ocupação), via expansão da formalidade, e o crescimento do rendimento trazem um cenário bem importante para o mercado de trabalho atualmente”, afirmou Beringuy. “A gente mantém tendência de queda na taxa de desocupação.”

O C6 Bank vê reflexos do mercado de trabalho aquecido na economia e na inflação, mas espera que a taxa de desemprego se mantenha praticamente estável daqui até o final de 2024.

“O desemprego em nível historicamente baixo ajuda a estimular a atividade econômica, que deve fechar o ano com um crescimento de 2,5%”, comentou Claudia Moreno, economista do C6 Bank. “O mercado de trabalho aquecido acaba pressionando os preços de serviços, dificultando o controle da inflação”, ponderou ela, que prevê uma inflação de 4,7% ao fim de 2024 e de 5% em 2025.

Previsão de desaceleração

Apesar da queda da taxa de desemprego, os dados de julho não mostraram uma melhora adicional do mercado de trabalho, opinou a economista Marina Garrido, em análise do Itaú Unibanco. Garrido crê que a taxa de desemprego volte a subir, “ainda que timidamente”, nos próximos trimestres, em linha com alguma desaceleração da atividade econômica.

“O mercado de trabalho continua apertado, mas o crescimento sequencial dos salários e do emprego abrandou em julho”, apontou o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do banco Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório.

Segundo Adriana Beringuy, do IBGE, há melhora em curso no emprego, que alimenta um ciclo virtuoso: a existência de mais trabalhadores ocupados, com ganho de renda, resulta em mais consumo, o que leva atividades econômicas a efetivarem mais contratações para atender à alta na demanda.

“A gente tem uma melhoria importante da renda do trabalho, e parte importante do consumo vem da renda”, justificou Beringuy. “Ele (o mercado de trabalho) gera demanda para si próprio. O crescimento de emprego com aumento de renda, alimentando o consumo, ele gera mais emprego, mais trabalho.”

Maior população ocupada

O País registrou uma abertura de 1,227 milhão de vagas no mercado de trabalho no trimestre até julho, elevando a população ocupada a um recorde de 102,031 milhões de pessoas. Em um ano, mais 2,687 milhões de trabalhadores encontraram uma ocupação.

Taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,8% no trimestre encerrado em julho, segundo o IBGE Foto: Márcio Fernandes/Estadão

Ao mesmo tempo, a população desocupada recuou em 783 mil pessoas em um trimestre, queda de 9,5%, totalizando 7,431 milhões de desempregados no trimestre até julho. Em um ano, 1,090 milhão de pessoas deixaram o desemprego.

“É uma população desocupada que segue em queda, reprisando o comportamento que a gente já vem acompanhando nos últimos meses”, disse a pesquisadora do IBGE.

Embora a população ocupada atuando na informalidade tenha aumentado no trimestre até julho, para 39,446 milhões de pessoas trabalhando nessas condições, a expansão da ocupação no trimestre ocorreu majoritariamente via formalidade. Dois terços de todos os empregos gerados no mercado de trabalho no trimestre foram formais.

“A ocupação como um todo vem crescendo, e ela cresce tanto pela população ocupada informalmente como a população ocupada formalmente”, lembrou Beringuy.

A pesquisadora reconhece que a informalidade é uma forma de inserção extremamente significativa, em termos de volume, para a composição do mercado de trabalho brasileiro, mas aponta também um movimento “importante” de expansão do emprego formal.

Recorde nos setores privado e público

O País registrou contingentes recordes de trabalhadores ocupados tanto no setor privado quanto no setor público no trimestre terminado em julho. Houve uma abertura de 353 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em abril, totalizando um recorde de 38,542 milhões de trabalhadores com esse vínculo empregatício. Já o contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado aumentou a 13,916 milhões de pessoas, também um ápice da série histórica iniciada em 2012, 378 mil de vagas a mais nessa condição do que no trimestre anterior.

O setor público absorveu 424 mil pessoas a mais no trimestre terminado em julho ante o trimestre encerrado em abril, para um auge de 12,695 milhões de ocupados nessa categoria.

“Esse crescimento do mercado de trabalho, seja via formalidade ou informalidade, ele tem ocorrido sem a repressão do salário. Então a gente tem acompanhado sim o crescimento do número de trabalhadores, mas também da remuneração, do rendimento que esse trabalhador aufere da ocupação”, acrescentou.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 0,7% na comparação com o trimestre até abril, R$ 22 a mais, para R$ 3.206.  Em relação ao trimestre encerrado em julho de 2023, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 4,8%, R$ 148 a mais. No entanto, no trimestre móvel até junho, a renda média era ligeiramente maior, R$ 3.225. O IBGE ressalta que os dados de junho e julho não são comparáveis por uma questão metodológica: há repetição de dados de dois terços da amostra.

“A princípio não vejo nenhuma inflexão nisso (na trajetória de alta na renda)”, assegurou Beringuy.

A massa de salários em circulação na economia aumentou 1,9% em um trimestre, R$ 6,036 bilhões a mais, para R$ 322,398 bilhões. Em um ano, a massa de renda cresceu 7,9%. O resultado, porém, ficou ligeiramente abaixo do recorde alcançado no trimestre móvel encerrado em junho, quando foi de R$ 323,764 bilhões.

RIO - No trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego no País desceu a 6,8%, a menor para esse período do ano em toda a série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), iniciada em 2012 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Há manutenção de uma melhora tanto quantitativa quanto qualitativa do emprego, com geração contínua de vagas, acompanhada por uma expansão da formalidade e por um aumento dos salários, avaliou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

“O crescimento quantitativo (da ocupação), via expansão da formalidade, e o crescimento do rendimento trazem um cenário bem importante para o mercado de trabalho atualmente”, afirmou Beringuy. “A gente mantém tendência de queda na taxa de desocupação.”

O C6 Bank vê reflexos do mercado de trabalho aquecido na economia e na inflação, mas espera que a taxa de desemprego se mantenha praticamente estável daqui até o final de 2024.

“O desemprego em nível historicamente baixo ajuda a estimular a atividade econômica, que deve fechar o ano com um crescimento de 2,5%”, comentou Claudia Moreno, economista do C6 Bank. “O mercado de trabalho aquecido acaba pressionando os preços de serviços, dificultando o controle da inflação”, ponderou ela, que prevê uma inflação de 4,7% ao fim de 2024 e de 5% em 2025.

Previsão de desaceleração

Apesar da queda da taxa de desemprego, os dados de julho não mostraram uma melhora adicional do mercado de trabalho, opinou a economista Marina Garrido, em análise do Itaú Unibanco. Garrido crê que a taxa de desemprego volte a subir, “ainda que timidamente”, nos próximos trimestres, em linha com alguma desaceleração da atividade econômica.

“O mercado de trabalho continua apertado, mas o crescimento sequencial dos salários e do emprego abrandou em julho”, apontou o diretor de pesquisa macroeconômica para América Latina do banco Goldman Sachs, Alberto Ramos, em relatório.

Segundo Adriana Beringuy, do IBGE, há melhora em curso no emprego, que alimenta um ciclo virtuoso: a existência de mais trabalhadores ocupados, com ganho de renda, resulta em mais consumo, o que leva atividades econômicas a efetivarem mais contratações para atender à alta na demanda.

“A gente tem uma melhoria importante da renda do trabalho, e parte importante do consumo vem da renda”, justificou Beringuy. “Ele (o mercado de trabalho) gera demanda para si próprio. O crescimento de emprego com aumento de renda, alimentando o consumo, ele gera mais emprego, mais trabalho.”

Maior população ocupada

O País registrou uma abertura de 1,227 milhão de vagas no mercado de trabalho no trimestre até julho, elevando a população ocupada a um recorde de 102,031 milhões de pessoas. Em um ano, mais 2,687 milhões de trabalhadores encontraram uma ocupação.

Taxa de desocupação no Brasil ficou em 6,8% no trimestre encerrado em julho, segundo o IBGE Foto: Márcio Fernandes/Estadão

Ao mesmo tempo, a população desocupada recuou em 783 mil pessoas em um trimestre, queda de 9,5%, totalizando 7,431 milhões de desempregados no trimestre até julho. Em um ano, 1,090 milhão de pessoas deixaram o desemprego.

“É uma população desocupada que segue em queda, reprisando o comportamento que a gente já vem acompanhando nos últimos meses”, disse a pesquisadora do IBGE.

Embora a população ocupada atuando na informalidade tenha aumentado no trimestre até julho, para 39,446 milhões de pessoas trabalhando nessas condições, a expansão da ocupação no trimestre ocorreu majoritariamente via formalidade. Dois terços de todos os empregos gerados no mercado de trabalho no trimestre foram formais.

“A ocupação como um todo vem crescendo, e ela cresce tanto pela população ocupada informalmente como a população ocupada formalmente”, lembrou Beringuy.

A pesquisadora reconhece que a informalidade é uma forma de inserção extremamente significativa, em termos de volume, para a composição do mercado de trabalho brasileiro, mas aponta também um movimento “importante” de expansão do emprego formal.

Recorde nos setores privado e público

O País registrou contingentes recordes de trabalhadores ocupados tanto no setor privado quanto no setor público no trimestre terminado em julho. Houve uma abertura de 353 mil vagas com carteira assinada no setor privado em relação ao trimestre encerrado em abril, totalizando um recorde de 38,542 milhões de trabalhadores com esse vínculo empregatício. Já o contingente de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado aumentou a 13,916 milhões de pessoas, também um ápice da série histórica iniciada em 2012, 378 mil de vagas a mais nessa condição do que no trimestre anterior.

O setor público absorveu 424 mil pessoas a mais no trimestre terminado em julho ante o trimestre encerrado em abril, para um auge de 12,695 milhões de ocupados nessa categoria.

“Esse crescimento do mercado de trabalho, seja via formalidade ou informalidade, ele tem ocorrido sem a repressão do salário. Então a gente tem acompanhado sim o crescimento do número de trabalhadores, mas também da remuneração, do rendimento que esse trabalhador aufere da ocupação”, acrescentou.

O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve uma alta real de 0,7% na comparação com o trimestre até abril, R$ 22 a mais, para R$ 3.206.  Em relação ao trimestre encerrado em julho de 2023, a renda média real de todos os trabalhadores ocupados subiu 4,8%, R$ 148 a mais. No entanto, no trimestre móvel até junho, a renda média era ligeiramente maior, R$ 3.225. O IBGE ressalta que os dados de junho e julho não são comparáveis por uma questão metodológica: há repetição de dados de dois terços da amostra.

“A princípio não vejo nenhuma inflexão nisso (na trajetória de alta na renda)”, assegurou Beringuy.

A massa de salários em circulação na economia aumentou 1,9% em um trimestre, R$ 6,036 bilhões a mais, para R$ 322,398 bilhões. Em um ano, a massa de renda cresceu 7,9%. O resultado, porém, ficou ligeiramente abaixo do recorde alcançado no trimestre móvel encerrado em junho, quando foi de R$ 323,764 bilhões.

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