IBGE: Dia das Mães perde influência, e vendas do varejo caem em maio sob efeito de juros altos


Queda de 3,2% na venda dos supermercados em maio ante abril puxou a retração no volume vendido pelo varejo no período

Por Daniela Amorim e Daniel Tozzi Mendes
Atualização:

RIO E SÃO PAULO - As vendas de presentes para o Dia das Mães não foram suficientes para que o comércio varejista encerrasse o mês de maio no azul. O volume vendido recuou 1,0% em relação a abril, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados nesta sexta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A retração, a mais aguda para o mês desde 2018, veio pior do que as estimativas mais pessimistas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que esperavam desde uma queda de 0,8% a alta de 0,7%, com mediana negativa de 0,2%.

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“A divulgação ficou abaixo da expectativa e reforça desaceleração mais forte nos setores mais sensíveis a juros”, apontou o economista Rafael Rondinelli, do Banco Modal.

Na avaliação do Bradesco, a perda de força mostrada pelo comércio é compatível com o processo de acomodação do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, com uma alta prevista de 0,3%, após o avanço de 1,9% nos primeiros três meses do ano. O banco Goldman Sachs acredita que as vendas do varejo devam se beneficiar nos próximos meses de estímulos fiscais do governo federal, além da expansão da renda real do trabalhador, do processo de desinflação e dos bons resultados da renda agropecuária.

O Dia das Mães é a data mais importante para o varejo no primeiro semestre Foto: Gabriela Biló / Estadão
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“No entanto, o enfraquecimento do impulso da reabertura econômica, condições monetárias e financeiras domésticas apertadas, altos níveis de endividamento das famílias e a confiança fraca do consumidor e das empresas podem gerar ventos contrários à atividade de varejo e serviços nos próximos meses”, ponderou o diretor de pesquisa macroeconômica para a América Latina, Alberto Ramos, em relatório.

A queda de 3,2% na venda dos supermercados em maio ante abril puxou a retração no volume vendido pelo varejo no período, mas houve perdas também em setores que costumam se beneficiar pela compra de presentes para o Dia das Mães, como vestuário e calçados (-3,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,3%, segmento que inclui as lojas de departamento), e móveis e eletrodomésticos (-0,7%).

Segundo Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE, entre os fatores que explicam um Dia das Mães mais fraco este ano estão a taxa de juros em patamar elevado, que levou a uma redução na concessão de crédito para pessoas físicas.

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“Grandes cadeias estão fechando lojas no Brasil inteiro. Isso tem impactado algumas atividades”, acrescentou Santos. “Há um equilíbrio entre as atividades, umas cresceram, outras caíram. Mas o que pesa é supermercados”, apontou.

Os supermercados detinham, em maio, uma fatia de 46,7% do total do comércio varejista. Santos diz que o segmento também é afetado pela menor concessão de crédito, assim como pela base de comparação elevada, uma vez que as vendas do setor vinham de uma alta mais intensa em abril ante março, um avanço de 3,6%. Outro fator a prejudicar as vendas é a inflação.

“A inflação está diminuindo, mas ela é positiva. Se você tem um rendimento nominal que não cresce, você continua perdendo cada vez mais para a inflação”, observou Santos.

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O pesquisador do IBGE considera que pode haver ainda uma evasão de consumo no comércio varejista para o consumo de serviços, contribuindo para o “fôlego menor para o Dia das Mães”.

“A influência de Dia das Mães foi diminuída (no varejo em maio)”, resumiu Santos.

Na direção oposta, as quatro atividades com expansão em maio ante abril foram farmacêuticos e perfumaria (2,3%), livros e papelaria (1,7%), combustíveis (1,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,1%).

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“Farmacêuticos crescem muito por conta dessa parte de cosméticos e perfumaria, produtos que são consumidos por conta do Dia das Mães”, ponderou. “A aparelhos eletrônicos é o que impacta equipamentos para informática e comunicação”, acrescentou.

No comércio varejista ampliado - que agora inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício - houve retração de 1,1% em maio ante abril. O segmento de veículos registrou alta de 2,1%, enquanto material de construção caiu 0,9%.

“Houve também redução de crédito para aquisição de veículos por pessoa física. Então as locadoras acabam contribuindo para o resultado positivo de veículos”, contou Santos.

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Ainda não há divulgação de dados individuais para o atacado de produtos alimentícios na série com ajuste sazonal, por ser necessária uma série histórica mais longa.

RIO E SÃO PAULO - As vendas de presentes para o Dia das Mães não foram suficientes para que o comércio varejista encerrasse o mês de maio no azul. O volume vendido recuou 1,0% em relação a abril, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados nesta sexta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A retração, a mais aguda para o mês desde 2018, veio pior do que as estimativas mais pessimistas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que esperavam desde uma queda de 0,8% a alta de 0,7%, com mediana negativa de 0,2%.

“A divulgação ficou abaixo da expectativa e reforça desaceleração mais forte nos setores mais sensíveis a juros”, apontou o economista Rafael Rondinelli, do Banco Modal.

Na avaliação do Bradesco, a perda de força mostrada pelo comércio é compatível com o processo de acomodação do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, com uma alta prevista de 0,3%, após o avanço de 1,9% nos primeiros três meses do ano. O banco Goldman Sachs acredita que as vendas do varejo devam se beneficiar nos próximos meses de estímulos fiscais do governo federal, além da expansão da renda real do trabalhador, do processo de desinflação e dos bons resultados da renda agropecuária.

O Dia das Mães é a data mais importante para o varejo no primeiro semestre Foto: Gabriela Biló / Estadão

“No entanto, o enfraquecimento do impulso da reabertura econômica, condições monetárias e financeiras domésticas apertadas, altos níveis de endividamento das famílias e a confiança fraca do consumidor e das empresas podem gerar ventos contrários à atividade de varejo e serviços nos próximos meses”, ponderou o diretor de pesquisa macroeconômica para a América Latina, Alberto Ramos, em relatório.

A queda de 3,2% na venda dos supermercados em maio ante abril puxou a retração no volume vendido pelo varejo no período, mas houve perdas também em setores que costumam se beneficiar pela compra de presentes para o Dia das Mães, como vestuário e calçados (-3,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,3%, segmento que inclui as lojas de departamento), e móveis e eletrodomésticos (-0,7%).

Segundo Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE, entre os fatores que explicam um Dia das Mães mais fraco este ano estão a taxa de juros em patamar elevado, que levou a uma redução na concessão de crédito para pessoas físicas.

“Grandes cadeias estão fechando lojas no Brasil inteiro. Isso tem impactado algumas atividades”, acrescentou Santos. “Há um equilíbrio entre as atividades, umas cresceram, outras caíram. Mas o que pesa é supermercados”, apontou.

Os supermercados detinham, em maio, uma fatia de 46,7% do total do comércio varejista. Santos diz que o segmento também é afetado pela menor concessão de crédito, assim como pela base de comparação elevada, uma vez que as vendas do setor vinham de uma alta mais intensa em abril ante março, um avanço de 3,6%. Outro fator a prejudicar as vendas é a inflação.

“A inflação está diminuindo, mas ela é positiva. Se você tem um rendimento nominal que não cresce, você continua perdendo cada vez mais para a inflação”, observou Santos.

O pesquisador do IBGE considera que pode haver ainda uma evasão de consumo no comércio varejista para o consumo de serviços, contribuindo para o “fôlego menor para o Dia das Mães”.

“A influência de Dia das Mães foi diminuída (no varejo em maio)”, resumiu Santos.

Na direção oposta, as quatro atividades com expansão em maio ante abril foram farmacêuticos e perfumaria (2,3%), livros e papelaria (1,7%), combustíveis (1,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,1%).

“Farmacêuticos crescem muito por conta dessa parte de cosméticos e perfumaria, produtos que são consumidos por conta do Dia das Mães”, ponderou. “A aparelhos eletrônicos é o que impacta equipamentos para informática e comunicação”, acrescentou.

No comércio varejista ampliado - que agora inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício - houve retração de 1,1% em maio ante abril. O segmento de veículos registrou alta de 2,1%, enquanto material de construção caiu 0,9%.

“Houve também redução de crédito para aquisição de veículos por pessoa física. Então as locadoras acabam contribuindo para o resultado positivo de veículos”, contou Santos.

Ainda não há divulgação de dados individuais para o atacado de produtos alimentícios na série com ajuste sazonal, por ser necessária uma série histórica mais longa.

RIO E SÃO PAULO - As vendas de presentes para o Dia das Mães não foram suficientes para que o comércio varejista encerrasse o mês de maio no azul. O volume vendido recuou 1,0% em relação a abril, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados nesta sexta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A retração, a mais aguda para o mês desde 2018, veio pior do que as estimativas mais pessimistas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que esperavam desde uma queda de 0,8% a alta de 0,7%, com mediana negativa de 0,2%.

“A divulgação ficou abaixo da expectativa e reforça desaceleração mais forte nos setores mais sensíveis a juros”, apontou o economista Rafael Rondinelli, do Banco Modal.

Na avaliação do Bradesco, a perda de força mostrada pelo comércio é compatível com o processo de acomodação do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, com uma alta prevista de 0,3%, após o avanço de 1,9% nos primeiros três meses do ano. O banco Goldman Sachs acredita que as vendas do varejo devam se beneficiar nos próximos meses de estímulos fiscais do governo federal, além da expansão da renda real do trabalhador, do processo de desinflação e dos bons resultados da renda agropecuária.

O Dia das Mães é a data mais importante para o varejo no primeiro semestre Foto: Gabriela Biló / Estadão

“No entanto, o enfraquecimento do impulso da reabertura econômica, condições monetárias e financeiras domésticas apertadas, altos níveis de endividamento das famílias e a confiança fraca do consumidor e das empresas podem gerar ventos contrários à atividade de varejo e serviços nos próximos meses”, ponderou o diretor de pesquisa macroeconômica para a América Latina, Alberto Ramos, em relatório.

A queda de 3,2% na venda dos supermercados em maio ante abril puxou a retração no volume vendido pelo varejo no período, mas houve perdas também em setores que costumam se beneficiar pela compra de presentes para o Dia das Mães, como vestuário e calçados (-3,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,3%, segmento que inclui as lojas de departamento), e móveis e eletrodomésticos (-0,7%).

Segundo Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE, entre os fatores que explicam um Dia das Mães mais fraco este ano estão a taxa de juros em patamar elevado, que levou a uma redução na concessão de crédito para pessoas físicas.

“Grandes cadeias estão fechando lojas no Brasil inteiro. Isso tem impactado algumas atividades”, acrescentou Santos. “Há um equilíbrio entre as atividades, umas cresceram, outras caíram. Mas o que pesa é supermercados”, apontou.

Os supermercados detinham, em maio, uma fatia de 46,7% do total do comércio varejista. Santos diz que o segmento também é afetado pela menor concessão de crédito, assim como pela base de comparação elevada, uma vez que as vendas do setor vinham de uma alta mais intensa em abril ante março, um avanço de 3,6%. Outro fator a prejudicar as vendas é a inflação.

“A inflação está diminuindo, mas ela é positiva. Se você tem um rendimento nominal que não cresce, você continua perdendo cada vez mais para a inflação”, observou Santos.

O pesquisador do IBGE considera que pode haver ainda uma evasão de consumo no comércio varejista para o consumo de serviços, contribuindo para o “fôlego menor para o Dia das Mães”.

“A influência de Dia das Mães foi diminuída (no varejo em maio)”, resumiu Santos.

Na direção oposta, as quatro atividades com expansão em maio ante abril foram farmacêuticos e perfumaria (2,3%), livros e papelaria (1,7%), combustíveis (1,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,1%).

“Farmacêuticos crescem muito por conta dessa parte de cosméticos e perfumaria, produtos que são consumidos por conta do Dia das Mães”, ponderou. “A aparelhos eletrônicos é o que impacta equipamentos para informática e comunicação”, acrescentou.

No comércio varejista ampliado - que agora inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício - houve retração de 1,1% em maio ante abril. O segmento de veículos registrou alta de 2,1%, enquanto material de construção caiu 0,9%.

“Houve também redução de crédito para aquisição de veículos por pessoa física. Então as locadoras acabam contribuindo para o resultado positivo de veículos”, contou Santos.

Ainda não há divulgação de dados individuais para o atacado de produtos alimentícios na série com ajuste sazonal, por ser necessária uma série histórica mais longa.

RIO E SÃO PAULO - As vendas de presentes para o Dia das Mães não foram suficientes para que o comércio varejista encerrasse o mês de maio no azul. O volume vendido recuou 1,0% em relação a abril, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Comércio, divulgados nesta sexta-feira, 14, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

A retração, a mais aguda para o mês desde 2018, veio pior do que as estimativas mais pessimistas de analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que esperavam desde uma queda de 0,8% a alta de 0,7%, com mediana negativa de 0,2%.

“A divulgação ficou abaixo da expectativa e reforça desaceleração mais forte nos setores mais sensíveis a juros”, apontou o economista Rafael Rondinelli, do Banco Modal.

Na avaliação do Bradesco, a perda de força mostrada pelo comércio é compatível com o processo de acomodação do Produto Interno Bruto (PIB) no segundo trimestre, com uma alta prevista de 0,3%, após o avanço de 1,9% nos primeiros três meses do ano. O banco Goldman Sachs acredita que as vendas do varejo devam se beneficiar nos próximos meses de estímulos fiscais do governo federal, além da expansão da renda real do trabalhador, do processo de desinflação e dos bons resultados da renda agropecuária.

O Dia das Mães é a data mais importante para o varejo no primeiro semestre Foto: Gabriela Biló / Estadão

“No entanto, o enfraquecimento do impulso da reabertura econômica, condições monetárias e financeiras domésticas apertadas, altos níveis de endividamento das famílias e a confiança fraca do consumidor e das empresas podem gerar ventos contrários à atividade de varejo e serviços nos próximos meses”, ponderou o diretor de pesquisa macroeconômica para a América Latina, Alberto Ramos, em relatório.

A queda de 3,2% na venda dos supermercados em maio ante abril puxou a retração no volume vendido pelo varejo no período, mas houve perdas também em setores que costumam se beneficiar pela compra de presentes para o Dia das Mães, como vestuário e calçados (-3,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,3%, segmento que inclui as lojas de departamento), e móveis e eletrodomésticos (-0,7%).

Segundo Cristiano Santos, gerente da pesquisa do IBGE, entre os fatores que explicam um Dia das Mães mais fraco este ano estão a taxa de juros em patamar elevado, que levou a uma redução na concessão de crédito para pessoas físicas.

“Grandes cadeias estão fechando lojas no Brasil inteiro. Isso tem impactado algumas atividades”, acrescentou Santos. “Há um equilíbrio entre as atividades, umas cresceram, outras caíram. Mas o que pesa é supermercados”, apontou.

Os supermercados detinham, em maio, uma fatia de 46,7% do total do comércio varejista. Santos diz que o segmento também é afetado pela menor concessão de crédito, assim como pela base de comparação elevada, uma vez que as vendas do setor vinham de uma alta mais intensa em abril ante março, um avanço de 3,6%. Outro fator a prejudicar as vendas é a inflação.

“A inflação está diminuindo, mas ela é positiva. Se você tem um rendimento nominal que não cresce, você continua perdendo cada vez mais para a inflação”, observou Santos.

O pesquisador do IBGE considera que pode haver ainda uma evasão de consumo no comércio varejista para o consumo de serviços, contribuindo para o “fôlego menor para o Dia das Mães”.

“A influência de Dia das Mães foi diminuída (no varejo em maio)”, resumiu Santos.

Na direção oposta, as quatro atividades com expansão em maio ante abril foram farmacêuticos e perfumaria (2,3%), livros e papelaria (1,7%), combustíveis (1,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,1%).

“Farmacêuticos crescem muito por conta dessa parte de cosméticos e perfumaria, produtos que são consumidos por conta do Dia das Mães”, ponderou. “A aparelhos eletrônicos é o que impacta equipamentos para informática e comunicação”, acrescentou.

No comércio varejista ampliado - que agora inclui as atividades de veículos, material de construção e atacado alimentício - houve retração de 1,1% em maio ante abril. O segmento de veículos registrou alta de 2,1%, enquanto material de construção caiu 0,9%.

“Houve também redução de crédito para aquisição de veículos por pessoa física. Então as locadoras acabam contribuindo para o resultado positivo de veículos”, contou Santos.

Ainda não há divulgação de dados individuais para o atacado de produtos alimentícios na série com ajuste sazonal, por ser necessária uma série histórica mais longa.

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