BC: Dívida bruta do governo vai a 74,3% do PIB em dezembro e contas têm déficit de R$ 249 bi em 2023


Pagamento de precatórios determinado pelo STF teve forte impacto no resultado final

Por Eduardo Rodrigues e Célia Froufe

BRASÍLIA – A dívida pública brasileira subiu em dezembro. Dados divulgados nesta quarta-feira, 7, pelo Banco Central mostram que a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) ficou em R$ 8,079 trilhões em dezembro, o que representa 74,3% do Produto Interno Bruto (PIB) – contra 73,8% em novembro.

O pico da série da dívida bruta foi alcançado em dezembro de 2020 (87,6%), em virtude das medidas fiscais adotadas no início da pandemia de covid-19. No melhor momento, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.

A Dívida Bruta do Governo Geral – que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais – é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.

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A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) também aumentou no último mês de 2023 para 60,8% do PIB, ante 59,5% em novembro. A DLSP atingiu R$ 6,612 trilhões. A dívida líquida apresenta valores menores que os da dívida bruta porque leva em consideração as reservas internacionais do Brasil.

Banco Central calculou dívida pública levando em conta o governo federal, os estaduais e o conjunto dos municípios Foto: André Dusek / Estadão

Contas do governo

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As contas do setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) acumularam um déficit primário (saldo negativo entre receitas e despesas, sem contar os juros da dívida) de R$ 249,124 bilhões em 2023, o equivalente a 2,29% do PIB, informou o BC. Em 2022, o resultado havia sido positivo em R$ 125,994 bilhões.

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, disse que o resultado é o maior da série desde 2020, quando somou R$ 702,940 bilhões (9,24% do PIB).

Naquele ano, lembrou o técnico, foram criadas várias medidas pelo governo para tentar minimizar os impactos econômicos e sociais da pandemia de coronavírus.

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Rocha afirmou que o pagamento de precatórios (dívidas judiciais da União) pelo governo determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) impactou fortemente o resultado fiscal de dezembro de 2023, assim como interferiu no déficit acumulado do ano. “É importante ressaltar isso aí”, disse o técnico durante entrevista coletiva.

Ele lembrou que essa conta de precatórios foi responsável pela geração de R$ 92,4 bilhões em déficit primário. Em dezembro, o rombo fiscal ficou em R$ 129,573 bilhões.

O déficit fiscal no ano passado ocorreu na esteira do saldo negativo de R$ 264,533 bilhões do Governo Central (2,43% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 17,678 bilhões (0,16% do PIB) no período. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 27,496 bilhões, os municípios tiveram um saldo negativo de R$ 9,818 bilhões. As empresas estatais registraram um déficit de R$ 2,269 bilhões em 2023.

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Rocha salientou que, apesar de ainda no azul, o resultado dos governos regionais teve redução no ano passado na comparação com 2022. No período, o saldo positivo cedeu de R$ 64,924 bilhões para R$ 17,678 bilhões.

“Uma das razões para isso foi a redução das transferências ordinárias para Estados e municípios, de 2,2%”, explicou o técnico. Outra, de acordo com ele, foi a queda real de arrecadação com ICMS dos governos regionais, de 13%. Apesar desta queda de receitas, Rocha lembrou que o pagamento pelo governo federal de compensação do imposto a Estados ajudou os entes a gerarem ainda superávits primários. “Estas informações são relevantes para a análise dos resultados”, argumentou.

Ao longo do ano, conforme o chefe de departamento, o montante com compensações de ICMS foi de R$ 22,5 bilhões.

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Metodologia diferente

Na semana passada, a Fazenda anunciou que as contas do governo central (Tesouro, Previdência Social e Banco Central) tiveram um déficit de R$ 230,5 bilhões em 2023. A metodologia do Banco Central, porém, é diferente da do Tesouro Nacional. O BC não considera como receita, por exemplo, R$ 26 bilhões de recursos esquecidos em contas do fundo PIS/Pasep.

BRASÍLIA – A dívida pública brasileira subiu em dezembro. Dados divulgados nesta quarta-feira, 7, pelo Banco Central mostram que a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) ficou em R$ 8,079 trilhões em dezembro, o que representa 74,3% do Produto Interno Bruto (PIB) – contra 73,8% em novembro.

O pico da série da dívida bruta foi alcançado em dezembro de 2020 (87,6%), em virtude das medidas fiscais adotadas no início da pandemia de covid-19. No melhor momento, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.

A Dívida Bruta do Governo Geral – que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais – é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) também aumentou no último mês de 2023 para 60,8% do PIB, ante 59,5% em novembro. A DLSP atingiu R$ 6,612 trilhões. A dívida líquida apresenta valores menores que os da dívida bruta porque leva em consideração as reservas internacionais do Brasil.

Banco Central calculou dívida pública levando em conta o governo federal, os estaduais e o conjunto dos municípios Foto: André Dusek / Estadão

Contas do governo

As contas do setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) acumularam um déficit primário (saldo negativo entre receitas e despesas, sem contar os juros da dívida) de R$ 249,124 bilhões em 2023, o equivalente a 2,29% do PIB, informou o BC. Em 2022, o resultado havia sido positivo em R$ 125,994 bilhões.

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, disse que o resultado é o maior da série desde 2020, quando somou R$ 702,940 bilhões (9,24% do PIB).

Naquele ano, lembrou o técnico, foram criadas várias medidas pelo governo para tentar minimizar os impactos econômicos e sociais da pandemia de coronavírus.

Rocha afirmou que o pagamento de precatórios (dívidas judiciais da União) pelo governo determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) impactou fortemente o resultado fiscal de dezembro de 2023, assim como interferiu no déficit acumulado do ano. “É importante ressaltar isso aí”, disse o técnico durante entrevista coletiva.

Ele lembrou que essa conta de precatórios foi responsável pela geração de R$ 92,4 bilhões em déficit primário. Em dezembro, o rombo fiscal ficou em R$ 129,573 bilhões.

O déficit fiscal no ano passado ocorreu na esteira do saldo negativo de R$ 264,533 bilhões do Governo Central (2,43% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 17,678 bilhões (0,16% do PIB) no período. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 27,496 bilhões, os municípios tiveram um saldo negativo de R$ 9,818 bilhões. As empresas estatais registraram um déficit de R$ 2,269 bilhões em 2023.

Rocha salientou que, apesar de ainda no azul, o resultado dos governos regionais teve redução no ano passado na comparação com 2022. No período, o saldo positivo cedeu de R$ 64,924 bilhões para R$ 17,678 bilhões.

“Uma das razões para isso foi a redução das transferências ordinárias para Estados e municípios, de 2,2%”, explicou o técnico. Outra, de acordo com ele, foi a queda real de arrecadação com ICMS dos governos regionais, de 13%. Apesar desta queda de receitas, Rocha lembrou que o pagamento pelo governo federal de compensação do imposto a Estados ajudou os entes a gerarem ainda superávits primários. “Estas informações são relevantes para a análise dos resultados”, argumentou.

Ao longo do ano, conforme o chefe de departamento, o montante com compensações de ICMS foi de R$ 22,5 bilhões.

Metodologia diferente

Na semana passada, a Fazenda anunciou que as contas do governo central (Tesouro, Previdência Social e Banco Central) tiveram um déficit de R$ 230,5 bilhões em 2023. A metodologia do Banco Central, porém, é diferente da do Tesouro Nacional. O BC não considera como receita, por exemplo, R$ 26 bilhões de recursos esquecidos em contas do fundo PIS/Pasep.

BRASÍLIA – A dívida pública brasileira subiu em dezembro. Dados divulgados nesta quarta-feira, 7, pelo Banco Central mostram que a Dívida Bruta do Governo Geral (DBGG) ficou em R$ 8,079 trilhões em dezembro, o que representa 74,3% do Produto Interno Bruto (PIB) – contra 73,8% em novembro.

O pico da série da dívida bruta foi alcançado em dezembro de 2020 (87,6%), em virtude das medidas fiscais adotadas no início da pandemia de covid-19. No melhor momento, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB.

A Dívida Bruta do Governo Geral – que abrange o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais – é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do Brasil.

A Dívida Líquida do Setor Público (DLSP) também aumentou no último mês de 2023 para 60,8% do PIB, ante 59,5% em novembro. A DLSP atingiu R$ 6,612 trilhões. A dívida líquida apresenta valores menores que os da dívida bruta porque leva em consideração as reservas internacionais do Brasil.

Banco Central calculou dívida pública levando em conta o governo federal, os estaduais e o conjunto dos municípios Foto: André Dusek / Estadão

Contas do governo

As contas do setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) acumularam um déficit primário (saldo negativo entre receitas e despesas, sem contar os juros da dívida) de R$ 249,124 bilhões em 2023, o equivalente a 2,29% do PIB, informou o BC. Em 2022, o resultado havia sido positivo em R$ 125,994 bilhões.

O chefe do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, disse que o resultado é o maior da série desde 2020, quando somou R$ 702,940 bilhões (9,24% do PIB).

Naquele ano, lembrou o técnico, foram criadas várias medidas pelo governo para tentar minimizar os impactos econômicos e sociais da pandemia de coronavírus.

Rocha afirmou que o pagamento de precatórios (dívidas judiciais da União) pelo governo determinado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) impactou fortemente o resultado fiscal de dezembro de 2023, assim como interferiu no déficit acumulado do ano. “É importante ressaltar isso aí”, disse o técnico durante entrevista coletiva.

Ele lembrou que essa conta de precatórios foi responsável pela geração de R$ 92,4 bilhões em déficit primário. Em dezembro, o rombo fiscal ficou em R$ 129,573 bilhões.

O déficit fiscal no ano passado ocorreu na esteira do saldo negativo de R$ 264,533 bilhões do Governo Central (2,43% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 17,678 bilhões (0,16% do PIB) no período. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 27,496 bilhões, os municípios tiveram um saldo negativo de R$ 9,818 bilhões. As empresas estatais registraram um déficit de R$ 2,269 bilhões em 2023.

Rocha salientou que, apesar de ainda no azul, o resultado dos governos regionais teve redução no ano passado na comparação com 2022. No período, o saldo positivo cedeu de R$ 64,924 bilhões para R$ 17,678 bilhões.

“Uma das razões para isso foi a redução das transferências ordinárias para Estados e municípios, de 2,2%”, explicou o técnico. Outra, de acordo com ele, foi a queda real de arrecadação com ICMS dos governos regionais, de 13%. Apesar desta queda de receitas, Rocha lembrou que o pagamento pelo governo federal de compensação do imposto a Estados ajudou os entes a gerarem ainda superávits primários. “Estas informações são relevantes para a análise dos resultados”, argumentou.

Ao longo do ano, conforme o chefe de departamento, o montante com compensações de ICMS foi de R$ 22,5 bilhões.

Metodologia diferente

Na semana passada, a Fazenda anunciou que as contas do governo central (Tesouro, Previdência Social e Banco Central) tiveram um déficit de R$ 230,5 bilhões em 2023. A metodologia do Banco Central, porém, é diferente da do Tesouro Nacional. O BC não considera como receita, por exemplo, R$ 26 bilhões de recursos esquecidos em contas do fundo PIS/Pasep.

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