Por que a vitória de Trump tende a fortalecer o dólar?


Medidas anunciadas pelo presidente eleito durante a campanha são consideradas inflacionárias, o que acaba fortalecendo a moeda americana; no Brasil, dólar abriu em alta de 1,46%, e depois esse ritmo foi reduzido

Por Redação
Atualização:

O anúncio da vitória de Donald Trump na eleição presidencial americana faz o dólar se valorizar em todo o mundo nesta quarta-feira, 6. No México, por exemplo, a moeda americana apresentava uma valorização de cerca de 3%, enquanto a cotação em relação à moeda da China, o yuan, era a maior desde agosto. No Brasil, o dólar abriu o dia em alta de 1,46%, cotado a R$ 5,8324, mas depois o ritmo de alta foi reduzido: às 10h26, a moeda americana estava cotada a R$ 5,7791, um crescimento de 0,53%.

Mas qual é a causa desse movimento? A avaliação do mercado é que as medidas fiscais e de imigração prometidas por Trump em sua campanha para a Casa Branca podem fazer com que a inflação americana suba. Isso teria reflexo nos juros, nos títulos do Tesouro americano e, por consequência, no dólar. Essa alta logo após a eleição já é um reflexo desse cenário futuro.

Trump prometeu elevar tarifas Foto: Evan Vucci/AP
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Uma das principais preocupações globais em relação à nova administração Trump diz respeito às tarifas comerciais. Para proteger e fortalecer a produção americana, o presidente eleito já disse repetidas vezes que vai aumentar as tarifas de importação, principalmente em relação à China. O México, grande exportador para os EUA, também seria afetado por uma condução nesse sentido.

Tornar os produtos importados mais caros é um movimento que deve ter como efeito elevar a inflação, já que esses itens de fora têm em geral um custo de produção muito mais baixo em relação à indústria americana.

Trump também tem dito que vai fazer deportações em massa de imigrantes ilegais e endurecer a entrada de novos imigrantes no país. Seu argumento é que essa mão de obra tem tirado o emprego dos americanos. Mas o impacto disso também pode ser inflacionário, já que essa mão de obra é, em geral, mais barata. Com menos imigrantes, o custo de produção americano tende a subir.

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Inflação mais alta se combate com juros maiores. O movimento atual do Federal Reserve (o banco central americano) é de reduzir os juros. Mas é possível que, agora, esse movimento se torne mais lento, ou até tenha de ser revisto em algum momento com a eleição do republicano.

De acordo com a plataforma de monitoramento CME Group, a chance de o Fed reduzir a taxa básica em 0,25 ponto porcentual até o fim deste ano subiu para 31,5%, comparado com 20% na terça-feira, 5. Na contramão, a probabilidade de uma queda de meio ponto porcentual recuou de 79,6% para 67,2%.

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Juros mais altos tornam mais atrativos os títulos do Tesouro americano, que são considerados os papéis mais seguros do mundo para investidores. Com isso, o fluxo de investimentos globais acaba se deslocando de forma mais firme para os Estados Unidos, fortalecendo o dólar.

Esse movimento é especialmente prejudicial para as economias emergentes, como o Brasil. Por conta de suas fragilidades e do risco que representam para os investidores, essas economias precisam ter juros reais (acima da inflação) muito altos para atrair dólares de investidores estrangeiros. Com os juros americanos em níveis mais altos, fica mais difícil concorrer.

O anúncio da vitória de Donald Trump na eleição presidencial americana faz o dólar se valorizar em todo o mundo nesta quarta-feira, 6. No México, por exemplo, a moeda americana apresentava uma valorização de cerca de 3%, enquanto a cotação em relação à moeda da China, o yuan, era a maior desde agosto. No Brasil, o dólar abriu o dia em alta de 1,46%, cotado a R$ 5,8324, mas depois o ritmo de alta foi reduzido: às 10h26, a moeda americana estava cotada a R$ 5,7791, um crescimento de 0,53%.

Mas qual é a causa desse movimento? A avaliação do mercado é que as medidas fiscais e de imigração prometidas por Trump em sua campanha para a Casa Branca podem fazer com que a inflação americana suba. Isso teria reflexo nos juros, nos títulos do Tesouro americano e, por consequência, no dólar. Essa alta logo após a eleição já é um reflexo desse cenário futuro.

Trump prometeu elevar tarifas Foto: Evan Vucci/AP

Uma das principais preocupações globais em relação à nova administração Trump diz respeito às tarifas comerciais. Para proteger e fortalecer a produção americana, o presidente eleito já disse repetidas vezes que vai aumentar as tarifas de importação, principalmente em relação à China. O México, grande exportador para os EUA, também seria afetado por uma condução nesse sentido.

Tornar os produtos importados mais caros é um movimento que deve ter como efeito elevar a inflação, já que esses itens de fora têm em geral um custo de produção muito mais baixo em relação à indústria americana.

Trump também tem dito que vai fazer deportações em massa de imigrantes ilegais e endurecer a entrada de novos imigrantes no país. Seu argumento é que essa mão de obra tem tirado o emprego dos americanos. Mas o impacto disso também pode ser inflacionário, já que essa mão de obra é, em geral, mais barata. Com menos imigrantes, o custo de produção americano tende a subir.

Inflação mais alta se combate com juros maiores. O movimento atual do Federal Reserve (o banco central americano) é de reduzir os juros. Mas é possível que, agora, esse movimento se torne mais lento, ou até tenha de ser revisto em algum momento com a eleição do republicano.

De acordo com a plataforma de monitoramento CME Group, a chance de o Fed reduzir a taxa básica em 0,25 ponto porcentual até o fim deste ano subiu para 31,5%, comparado com 20% na terça-feira, 5. Na contramão, a probabilidade de uma queda de meio ponto porcentual recuou de 79,6% para 67,2%.

Juros mais altos tornam mais atrativos os títulos do Tesouro americano, que são considerados os papéis mais seguros do mundo para investidores. Com isso, o fluxo de investimentos globais acaba se deslocando de forma mais firme para os Estados Unidos, fortalecendo o dólar.

Esse movimento é especialmente prejudicial para as economias emergentes, como o Brasil. Por conta de suas fragilidades e do risco que representam para os investidores, essas economias precisam ter juros reais (acima da inflação) muito altos para atrair dólares de investidores estrangeiros. Com os juros americanos em níveis mais altos, fica mais difícil concorrer.

O anúncio da vitória de Donald Trump na eleição presidencial americana faz o dólar se valorizar em todo o mundo nesta quarta-feira, 6. No México, por exemplo, a moeda americana apresentava uma valorização de cerca de 3%, enquanto a cotação em relação à moeda da China, o yuan, era a maior desde agosto. No Brasil, o dólar abriu o dia em alta de 1,46%, cotado a R$ 5,8324, mas depois o ritmo de alta foi reduzido: às 10h26, a moeda americana estava cotada a R$ 5,7791, um crescimento de 0,53%.

Mas qual é a causa desse movimento? A avaliação do mercado é que as medidas fiscais e de imigração prometidas por Trump em sua campanha para a Casa Branca podem fazer com que a inflação americana suba. Isso teria reflexo nos juros, nos títulos do Tesouro americano e, por consequência, no dólar. Essa alta logo após a eleição já é um reflexo desse cenário futuro.

Trump prometeu elevar tarifas Foto: Evan Vucci/AP

Uma das principais preocupações globais em relação à nova administração Trump diz respeito às tarifas comerciais. Para proteger e fortalecer a produção americana, o presidente eleito já disse repetidas vezes que vai aumentar as tarifas de importação, principalmente em relação à China. O México, grande exportador para os EUA, também seria afetado por uma condução nesse sentido.

Tornar os produtos importados mais caros é um movimento que deve ter como efeito elevar a inflação, já que esses itens de fora têm em geral um custo de produção muito mais baixo em relação à indústria americana.

Trump também tem dito que vai fazer deportações em massa de imigrantes ilegais e endurecer a entrada de novos imigrantes no país. Seu argumento é que essa mão de obra tem tirado o emprego dos americanos. Mas o impacto disso também pode ser inflacionário, já que essa mão de obra é, em geral, mais barata. Com menos imigrantes, o custo de produção americano tende a subir.

Inflação mais alta se combate com juros maiores. O movimento atual do Federal Reserve (o banco central americano) é de reduzir os juros. Mas é possível que, agora, esse movimento se torne mais lento, ou até tenha de ser revisto em algum momento com a eleição do republicano.

De acordo com a plataforma de monitoramento CME Group, a chance de o Fed reduzir a taxa básica em 0,25 ponto porcentual até o fim deste ano subiu para 31,5%, comparado com 20% na terça-feira, 5. Na contramão, a probabilidade de uma queda de meio ponto porcentual recuou de 79,6% para 67,2%.

Juros mais altos tornam mais atrativos os títulos do Tesouro americano, que são considerados os papéis mais seguros do mundo para investidores. Com isso, o fluxo de investimentos globais acaba se deslocando de forma mais firme para os Estados Unidos, fortalecendo o dólar.

Esse movimento é especialmente prejudicial para as economias emergentes, como o Brasil. Por conta de suas fragilidades e do risco que representam para os investidores, essas economias precisam ter juros reais (acima da inflação) muito altos para atrair dólares de investidores estrangeiros. Com os juros americanos em níveis mais altos, fica mais difícil concorrer.

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