A economia brasileira não deve crescer em 2023 como em 2022; leia análise


Neste início de ano, projeções para o PIB giram em torno de 1%, apontando para um resultado mais modesto do que o observado no ano passado

Por Luca Mercadante

A atividade econômica brasileira foi uma das principais surpresas de 2022. Ao final de 2021, o relatório Focus apontava para uma pequena retração do PIB no ano passado. A realidade foi muito diferente disso e a economia brasileira cresceu 2,9% no resultado do ano, deixando uma herança estatística positiva para este ano, fenômeno oriundo da forma como o crescimento é calculado em qualquer país do mundo.

Neste início de ano, as projeções para o PIB giram em torno de 1%, apontando para um resultado mais modesto do que o observado no ano passado. Desta vez, os argumentos parecem mais sólidos para que a economia cresça em ritmo abaixo do seu potencial.

Ao final de 2021, é bom relembrar, o BC já havia feito um veloz aumento dos juros no cenário nacional, as cadeias de suprimento ainda apresentavam problemas relevantes e a onda da variante Ômicron atingia diversos países, com efeito ainda incerto sobre a atividade econômica. Ao contrário das expectativas: as cadeias se recuperaram consistentemente, a covid-19 não gerou grandes impactos para atividade, dado as altas taxas de vacinação, e os efeitos positivos da reabertura foram mais prolongados do que se esperava beneficiando o setor de serviços, que cresceu 4,2% em 2022.

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Resiliência da economia e persistência da inflação obrigaram Banco Central a continuar aperto monetário ao longo de quase todo o ano passado.  Foto: Dida Sampaio/Estadão

Durante o ano, o governo criou ou aumentou programas de transferência de renda e cortes de impostos que tiveram impactos positivos na atividade econômica e, inevitavelmente, na inflação também.

A resiliência da economia e a persistência da inflação obrigaram o BC a continuar seu aperto monetário ao longo de quase todo o ano passado, acumulando mais efeitos defasados da política monetária, que já começam a aparecer de forma mais clara na economia brasileira. Nos últimos meses, os sinais de desaceleração já começaram a aparecer, especialmente no IBC-Br, que teve queda acumulada de 1,5% no último trimestre de 2022. O nível alto de incerteza na economia, causado principalmente por ruídos políticos de um novo governo, também deve penalizar a atividade.

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Mesmo assim, ainda esperamos crescimento do PIB no ano, principalmente por três razões: a herança estatística de 2022, a resiliência do mercado de trabalho e uma expectativa positiva para a agropecuária em 2023. O resultado recente do PIB, entretanto, atenua os efeitos estatísticos positivos deixados para este ano. / ECONOMISTA DA GESTORA DE RECURSOS RIO BRAVO

A atividade econômica brasileira foi uma das principais surpresas de 2022. Ao final de 2021, o relatório Focus apontava para uma pequena retração do PIB no ano passado. A realidade foi muito diferente disso e a economia brasileira cresceu 2,9% no resultado do ano, deixando uma herança estatística positiva para este ano, fenômeno oriundo da forma como o crescimento é calculado em qualquer país do mundo.

Neste início de ano, as projeções para o PIB giram em torno de 1%, apontando para um resultado mais modesto do que o observado no ano passado. Desta vez, os argumentos parecem mais sólidos para que a economia cresça em ritmo abaixo do seu potencial.

Ao final de 2021, é bom relembrar, o BC já havia feito um veloz aumento dos juros no cenário nacional, as cadeias de suprimento ainda apresentavam problemas relevantes e a onda da variante Ômicron atingia diversos países, com efeito ainda incerto sobre a atividade econômica. Ao contrário das expectativas: as cadeias se recuperaram consistentemente, a covid-19 não gerou grandes impactos para atividade, dado as altas taxas de vacinação, e os efeitos positivos da reabertura foram mais prolongados do que se esperava beneficiando o setor de serviços, que cresceu 4,2% em 2022.

Resiliência da economia e persistência da inflação obrigaram Banco Central a continuar aperto monetário ao longo de quase todo o ano passado.  Foto: Dida Sampaio/Estadão

Durante o ano, o governo criou ou aumentou programas de transferência de renda e cortes de impostos que tiveram impactos positivos na atividade econômica e, inevitavelmente, na inflação também.

A resiliência da economia e a persistência da inflação obrigaram o BC a continuar seu aperto monetário ao longo de quase todo o ano passado, acumulando mais efeitos defasados da política monetária, que já começam a aparecer de forma mais clara na economia brasileira. Nos últimos meses, os sinais de desaceleração já começaram a aparecer, especialmente no IBC-Br, que teve queda acumulada de 1,5% no último trimestre de 2022. O nível alto de incerteza na economia, causado principalmente por ruídos políticos de um novo governo, também deve penalizar a atividade.

Mesmo assim, ainda esperamos crescimento do PIB no ano, principalmente por três razões: a herança estatística de 2022, a resiliência do mercado de trabalho e uma expectativa positiva para a agropecuária em 2023. O resultado recente do PIB, entretanto, atenua os efeitos estatísticos positivos deixados para este ano. / ECONOMISTA DA GESTORA DE RECURSOS RIO BRAVO

A atividade econômica brasileira foi uma das principais surpresas de 2022. Ao final de 2021, o relatório Focus apontava para uma pequena retração do PIB no ano passado. A realidade foi muito diferente disso e a economia brasileira cresceu 2,9% no resultado do ano, deixando uma herança estatística positiva para este ano, fenômeno oriundo da forma como o crescimento é calculado em qualquer país do mundo.

Neste início de ano, as projeções para o PIB giram em torno de 1%, apontando para um resultado mais modesto do que o observado no ano passado. Desta vez, os argumentos parecem mais sólidos para que a economia cresça em ritmo abaixo do seu potencial.

Ao final de 2021, é bom relembrar, o BC já havia feito um veloz aumento dos juros no cenário nacional, as cadeias de suprimento ainda apresentavam problemas relevantes e a onda da variante Ômicron atingia diversos países, com efeito ainda incerto sobre a atividade econômica. Ao contrário das expectativas: as cadeias se recuperaram consistentemente, a covid-19 não gerou grandes impactos para atividade, dado as altas taxas de vacinação, e os efeitos positivos da reabertura foram mais prolongados do que se esperava beneficiando o setor de serviços, que cresceu 4,2% em 2022.

Resiliência da economia e persistência da inflação obrigaram Banco Central a continuar aperto monetário ao longo de quase todo o ano passado.  Foto: Dida Sampaio/Estadão

Durante o ano, o governo criou ou aumentou programas de transferência de renda e cortes de impostos que tiveram impactos positivos na atividade econômica e, inevitavelmente, na inflação também.

A resiliência da economia e a persistência da inflação obrigaram o BC a continuar seu aperto monetário ao longo de quase todo o ano passado, acumulando mais efeitos defasados da política monetária, que já começam a aparecer de forma mais clara na economia brasileira. Nos últimos meses, os sinais de desaceleração já começaram a aparecer, especialmente no IBC-Br, que teve queda acumulada de 1,5% no último trimestre de 2022. O nível alto de incerteza na economia, causado principalmente por ruídos políticos de um novo governo, também deve penalizar a atividade.

Mesmo assim, ainda esperamos crescimento do PIB no ano, principalmente por três razões: a herança estatística de 2022, a resiliência do mercado de trabalho e uma expectativa positiva para a agropecuária em 2023. O resultado recente do PIB, entretanto, atenua os efeitos estatísticos positivos deixados para este ano. / ECONOMISTA DA GESTORA DE RECURSOS RIO BRAVO

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