Economia brasileira começa o ano mais forte e projeções para o PIB sobem


Se na virada do ano, a expectativa era de um crescimento abaixo de 1%, as novas previsões estão migrando para um faixa entre 1,5% e 2%

Por Cícero Cotrim, Italo Bertão Filho, Luiz Guilherme Gerbelli e Marianna Gualter
Atualização:

Os números melhores do que o esperado da economia brasileira no primeiro trimestre estão levando bancos e consultorias a projetar um resultado mais positivo para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023. Se na virada do ano, a expectativa era de um crescimento abaixo de 1%, as novas previsões estão migrando para um faixa entre 1,5% e 2%.

Nesta sexta-feira, 19, a divulgação do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) reforçou um cenário melhor para a economia brasileira. Conhecido como uma prévia do PIB , o índice avançou 2,41% no primeiro trimestre, o terceiro maior ganho para o período na série histórica do BC.

“Os dados, de maneira geral, mostram que a economia continua mais resiliente do que se imaginava”, afirma Gustavo Arruda, diretor de Pesquisa para América Latina do BNP Paribas.

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São vários os motivos que explicam o resultado da economia brasileira neste início de ano:

  • O primeiro deles tem a ver com o desempenho do setor agropecuário. A safra agrícola de 2023 deve totalizar um recorde de 302,1 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 14,8% na comparação com 2022, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O carro-chefe certamente será (o PIB da) agropecuária, com alta de 8,3% no trimestre e pouco mais de 6% na comparação com o quarto trimestre [de 2022]”, escreveu em relatório o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. A consultoria aumentou a estimativa de crescimento deste ano de 1% para 1,3%.

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  • Segundo, serviços e varejo também se mostraram resilientes e cresceram acima do esperado. Em março, por exemplo, esses setores avançaram 0,9% e 0,8%, respectivamente.

“O consumo veio mais forte do que a gente imaginava”, afirma Alessandra Ribeiro, sócia e economista da consultoria Tendências. “E isso ocorreu pelo impacto da transferência social com o Bolsa Família, a resiliência do mercado de trabalho formal e a desaceleração da inflação”, diz. A Tendências ainda trabalha na revisão dos números, e deve subir a expectativa de crescimento do PIB neste ano de 1% para algo próximo de 1,4%.

  • E, por fim, a economia global está com um desempenho melhor do que o esperado. Nos Estados Unidos, por exemplo, a economia ainda dá sinais de força, apesar do aperto monetário. E na Europa, também há uma revisão positiva dos números de crescimento diante de um menor impacto da crise energética e dos incentivos fiscais promovidos pelos países.
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“Não só o Brasil demonstrou resiliência nesse início de ano, mas também os Estados Unidos, Europa e a China, após a pandemia de Covid-19″, diz Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank. O banco projeta um crescimento do PIB 1,5% neste ano, mas coloca um viés de alta nessa previsão.

Um desempenho da economia também já é incorporado pelo governo. Na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que sua equipe de economistas está revisando a expectativa de crescimento da economia neste ano de 1,6% para 1,9%.

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“É possível 2% (de crescimento em 2023)? Sim, mas, hoje, a projeção de 1,4% é mais condizente com a nossa realidade e a realidade do que vem acontecendo lá fora”, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating. Antes da divulgação do IBC-Br, a casa estimava um crescimento de 0,7% para o PIB deste ano.

Esse ritmo vai continuar?

Na avaliação dos analistas, os dados do primeiro trimestre indicam um crescimento que pode chegar a 2% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, quando a economia recuou 0,2%.

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Mas os efeitos dos juros altos na economia e o fim dos efeitos agrícolas no PIB devem fazer com que o ritmo da atividade econômica perca fôlego nos próximos meses.

Juros altos devem contribuir para perda de ritmo da atividade, avaliam economistas Foto: MArcello Casal Jr/Agência Brasil /

“Para o segundo trimestre, nossas estimativas preliminares indicam moderada desaceleração da taxa trimestral de crescimento e, para o segundo semestre, retração da atividade”, afirma Cristiano Oliveira, economista-chefe do banco Pine, em relatório divulgado nesta sexta-feira.

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O banco Pine aumentou a estimativa para o crescimento de 2023 de 1,0% para 1,8%.

“Os efeitos positivos do setor agrícola ficaram muito concentrados no primeiro trimestre e, apesar da resiliência dos serviços, o crescimento do PIB nos trimestres seguintes vai ser mais baixo do que nesse primeiro”, acrescenta Salles, do C6 Bank.

Os números melhores do que o esperado da economia brasileira no primeiro trimestre estão levando bancos e consultorias a projetar um resultado mais positivo para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023. Se na virada do ano, a expectativa era de um crescimento abaixo de 1%, as novas previsões estão migrando para um faixa entre 1,5% e 2%.

Nesta sexta-feira, 19, a divulgação do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) reforçou um cenário melhor para a economia brasileira. Conhecido como uma prévia do PIB , o índice avançou 2,41% no primeiro trimestre, o terceiro maior ganho para o período na série histórica do BC.

“Os dados, de maneira geral, mostram que a economia continua mais resiliente do que se imaginava”, afirma Gustavo Arruda, diretor de Pesquisa para América Latina do BNP Paribas.

São vários os motivos que explicam o resultado da economia brasileira neste início de ano:

  • O primeiro deles tem a ver com o desempenho do setor agropecuário. A safra agrícola de 2023 deve totalizar um recorde de 302,1 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 14,8% na comparação com 2022, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O carro-chefe certamente será (o PIB da) agropecuária, com alta de 8,3% no trimestre e pouco mais de 6% na comparação com o quarto trimestre [de 2022]”, escreveu em relatório o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. A consultoria aumentou a estimativa de crescimento deste ano de 1% para 1,3%.

  • Segundo, serviços e varejo também se mostraram resilientes e cresceram acima do esperado. Em março, por exemplo, esses setores avançaram 0,9% e 0,8%, respectivamente.

“O consumo veio mais forte do que a gente imaginava”, afirma Alessandra Ribeiro, sócia e economista da consultoria Tendências. “E isso ocorreu pelo impacto da transferência social com o Bolsa Família, a resiliência do mercado de trabalho formal e a desaceleração da inflação”, diz. A Tendências ainda trabalha na revisão dos números, e deve subir a expectativa de crescimento do PIB neste ano de 1% para algo próximo de 1,4%.

  • E, por fim, a economia global está com um desempenho melhor do que o esperado. Nos Estados Unidos, por exemplo, a economia ainda dá sinais de força, apesar do aperto monetário. E na Europa, também há uma revisão positiva dos números de crescimento diante de um menor impacto da crise energética e dos incentivos fiscais promovidos pelos países.

“Não só o Brasil demonstrou resiliência nesse início de ano, mas também os Estados Unidos, Europa e a China, após a pandemia de Covid-19″, diz Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank. O banco projeta um crescimento do PIB 1,5% neste ano, mas coloca um viés de alta nessa previsão.

Um desempenho da economia também já é incorporado pelo governo. Na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que sua equipe de economistas está revisando a expectativa de crescimento da economia neste ano de 1,6% para 1,9%.

“É possível 2% (de crescimento em 2023)? Sim, mas, hoje, a projeção de 1,4% é mais condizente com a nossa realidade e a realidade do que vem acontecendo lá fora”, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating. Antes da divulgação do IBC-Br, a casa estimava um crescimento de 0,7% para o PIB deste ano.

Esse ritmo vai continuar?

Na avaliação dos analistas, os dados do primeiro trimestre indicam um crescimento que pode chegar a 2% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, quando a economia recuou 0,2%.

Mas os efeitos dos juros altos na economia e o fim dos efeitos agrícolas no PIB devem fazer com que o ritmo da atividade econômica perca fôlego nos próximos meses.

Juros altos devem contribuir para perda de ritmo da atividade, avaliam economistas Foto: MArcello Casal Jr/Agência Brasil /

“Para o segundo trimestre, nossas estimativas preliminares indicam moderada desaceleração da taxa trimestral de crescimento e, para o segundo semestre, retração da atividade”, afirma Cristiano Oliveira, economista-chefe do banco Pine, em relatório divulgado nesta sexta-feira.

O banco Pine aumentou a estimativa para o crescimento de 2023 de 1,0% para 1,8%.

“Os efeitos positivos do setor agrícola ficaram muito concentrados no primeiro trimestre e, apesar da resiliência dos serviços, o crescimento do PIB nos trimestres seguintes vai ser mais baixo do que nesse primeiro”, acrescenta Salles, do C6 Bank.

Os números melhores do que o esperado da economia brasileira no primeiro trimestre estão levando bancos e consultorias a projetar um resultado mais positivo para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023. Se na virada do ano, a expectativa era de um crescimento abaixo de 1%, as novas previsões estão migrando para um faixa entre 1,5% e 2%.

Nesta sexta-feira, 19, a divulgação do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) reforçou um cenário melhor para a economia brasileira. Conhecido como uma prévia do PIB , o índice avançou 2,41% no primeiro trimestre, o terceiro maior ganho para o período na série histórica do BC.

“Os dados, de maneira geral, mostram que a economia continua mais resiliente do que se imaginava”, afirma Gustavo Arruda, diretor de Pesquisa para América Latina do BNP Paribas.

São vários os motivos que explicam o resultado da economia brasileira neste início de ano:

  • O primeiro deles tem a ver com o desempenho do setor agropecuário. A safra agrícola de 2023 deve totalizar um recorde de 302,1 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 14,8% na comparação com 2022, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O carro-chefe certamente será (o PIB da) agropecuária, com alta de 8,3% no trimestre e pouco mais de 6% na comparação com o quarto trimestre [de 2022]”, escreveu em relatório o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. A consultoria aumentou a estimativa de crescimento deste ano de 1% para 1,3%.

  • Segundo, serviços e varejo também se mostraram resilientes e cresceram acima do esperado. Em março, por exemplo, esses setores avançaram 0,9% e 0,8%, respectivamente.

“O consumo veio mais forte do que a gente imaginava”, afirma Alessandra Ribeiro, sócia e economista da consultoria Tendências. “E isso ocorreu pelo impacto da transferência social com o Bolsa Família, a resiliência do mercado de trabalho formal e a desaceleração da inflação”, diz. A Tendências ainda trabalha na revisão dos números, e deve subir a expectativa de crescimento do PIB neste ano de 1% para algo próximo de 1,4%.

  • E, por fim, a economia global está com um desempenho melhor do que o esperado. Nos Estados Unidos, por exemplo, a economia ainda dá sinais de força, apesar do aperto monetário. E na Europa, também há uma revisão positiva dos números de crescimento diante de um menor impacto da crise energética e dos incentivos fiscais promovidos pelos países.

“Não só o Brasil demonstrou resiliência nesse início de ano, mas também os Estados Unidos, Europa e a China, após a pandemia de Covid-19″, diz Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank. O banco projeta um crescimento do PIB 1,5% neste ano, mas coloca um viés de alta nessa previsão.

Um desempenho da economia também já é incorporado pelo governo. Na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que sua equipe de economistas está revisando a expectativa de crescimento da economia neste ano de 1,6% para 1,9%.

“É possível 2% (de crescimento em 2023)? Sim, mas, hoje, a projeção de 1,4% é mais condizente com a nossa realidade e a realidade do que vem acontecendo lá fora”, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating. Antes da divulgação do IBC-Br, a casa estimava um crescimento de 0,7% para o PIB deste ano.

Esse ritmo vai continuar?

Na avaliação dos analistas, os dados do primeiro trimestre indicam um crescimento que pode chegar a 2% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, quando a economia recuou 0,2%.

Mas os efeitos dos juros altos na economia e o fim dos efeitos agrícolas no PIB devem fazer com que o ritmo da atividade econômica perca fôlego nos próximos meses.

Juros altos devem contribuir para perda de ritmo da atividade, avaliam economistas Foto: MArcello Casal Jr/Agência Brasil /

“Para o segundo trimestre, nossas estimativas preliminares indicam moderada desaceleração da taxa trimestral de crescimento e, para o segundo semestre, retração da atividade”, afirma Cristiano Oliveira, economista-chefe do banco Pine, em relatório divulgado nesta sexta-feira.

O banco Pine aumentou a estimativa para o crescimento de 2023 de 1,0% para 1,8%.

“Os efeitos positivos do setor agrícola ficaram muito concentrados no primeiro trimestre e, apesar da resiliência dos serviços, o crescimento do PIB nos trimestres seguintes vai ser mais baixo do que nesse primeiro”, acrescenta Salles, do C6 Bank.

Os números melhores do que o esperado da economia brasileira no primeiro trimestre estão levando bancos e consultorias a projetar um resultado mais positivo para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023. Se na virada do ano, a expectativa era de um crescimento abaixo de 1%, as novas previsões estão migrando para um faixa entre 1,5% e 2%.

Nesta sexta-feira, 19, a divulgação do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) reforçou um cenário melhor para a economia brasileira. Conhecido como uma prévia do PIB , o índice avançou 2,41% no primeiro trimestre, o terceiro maior ganho para o período na série histórica do BC.

“Os dados, de maneira geral, mostram que a economia continua mais resiliente do que se imaginava”, afirma Gustavo Arruda, diretor de Pesquisa para América Latina do BNP Paribas.

São vários os motivos que explicam o resultado da economia brasileira neste início de ano:

  • O primeiro deles tem a ver com o desempenho do setor agropecuário. A safra agrícola de 2023 deve totalizar um recorde de 302,1 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 14,8% na comparação com 2022, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O carro-chefe certamente será (o PIB da) agropecuária, com alta de 8,3% no trimestre e pouco mais de 6% na comparação com o quarto trimestre [de 2022]”, escreveu em relatório o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. A consultoria aumentou a estimativa de crescimento deste ano de 1% para 1,3%.

  • Segundo, serviços e varejo também se mostraram resilientes e cresceram acima do esperado. Em março, por exemplo, esses setores avançaram 0,9% e 0,8%, respectivamente.

“O consumo veio mais forte do que a gente imaginava”, afirma Alessandra Ribeiro, sócia e economista da consultoria Tendências. “E isso ocorreu pelo impacto da transferência social com o Bolsa Família, a resiliência do mercado de trabalho formal e a desaceleração da inflação”, diz. A Tendências ainda trabalha na revisão dos números, e deve subir a expectativa de crescimento do PIB neste ano de 1% para algo próximo de 1,4%.

  • E, por fim, a economia global está com um desempenho melhor do que o esperado. Nos Estados Unidos, por exemplo, a economia ainda dá sinais de força, apesar do aperto monetário. E na Europa, também há uma revisão positiva dos números de crescimento diante de um menor impacto da crise energética e dos incentivos fiscais promovidos pelos países.

“Não só o Brasil demonstrou resiliência nesse início de ano, mas também os Estados Unidos, Europa e a China, após a pandemia de Covid-19″, diz Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank. O banco projeta um crescimento do PIB 1,5% neste ano, mas coloca um viés de alta nessa previsão.

Um desempenho da economia também já é incorporado pelo governo. Na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que sua equipe de economistas está revisando a expectativa de crescimento da economia neste ano de 1,6% para 1,9%.

“É possível 2% (de crescimento em 2023)? Sim, mas, hoje, a projeção de 1,4% é mais condizente com a nossa realidade e a realidade do que vem acontecendo lá fora”, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating. Antes da divulgação do IBC-Br, a casa estimava um crescimento de 0,7% para o PIB deste ano.

Esse ritmo vai continuar?

Na avaliação dos analistas, os dados do primeiro trimestre indicam um crescimento que pode chegar a 2% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, quando a economia recuou 0,2%.

Mas os efeitos dos juros altos na economia e o fim dos efeitos agrícolas no PIB devem fazer com que o ritmo da atividade econômica perca fôlego nos próximos meses.

Juros altos devem contribuir para perda de ritmo da atividade, avaliam economistas Foto: MArcello Casal Jr/Agência Brasil /

“Para o segundo trimestre, nossas estimativas preliminares indicam moderada desaceleração da taxa trimestral de crescimento e, para o segundo semestre, retração da atividade”, afirma Cristiano Oliveira, economista-chefe do banco Pine, em relatório divulgado nesta sexta-feira.

O banco Pine aumentou a estimativa para o crescimento de 2023 de 1,0% para 1,8%.

“Os efeitos positivos do setor agrícola ficaram muito concentrados no primeiro trimestre e, apesar da resiliência dos serviços, o crescimento do PIB nos trimestres seguintes vai ser mais baixo do que nesse primeiro”, acrescenta Salles, do C6 Bank.

Os números melhores do que o esperado da economia brasileira no primeiro trimestre estão levando bancos e consultorias a projetar um resultado mais positivo para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023. Se na virada do ano, a expectativa era de um crescimento abaixo de 1%, as novas previsões estão migrando para um faixa entre 1,5% e 2%.

Nesta sexta-feira, 19, a divulgação do Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br) reforçou um cenário melhor para a economia brasileira. Conhecido como uma prévia do PIB , o índice avançou 2,41% no primeiro trimestre, o terceiro maior ganho para o período na série histórica do BC.

“Os dados, de maneira geral, mostram que a economia continua mais resiliente do que se imaginava”, afirma Gustavo Arruda, diretor de Pesquisa para América Latina do BNP Paribas.

São vários os motivos que explicam o resultado da economia brasileira neste início de ano:

  • O primeiro deles tem a ver com o desempenho do setor agropecuário. A safra agrícola de 2023 deve totalizar um recorde de 302,1 milhões de toneladas, o que representa um aumento de 14,8% na comparação com 2022, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“O carro-chefe certamente será (o PIB da) agropecuária, com alta de 8,3% no trimestre e pouco mais de 6% na comparação com o quarto trimestre [de 2022]”, escreveu em relatório o economista-chefe da MB Associados, Sergio Vale. A consultoria aumentou a estimativa de crescimento deste ano de 1% para 1,3%.

  • Segundo, serviços e varejo também se mostraram resilientes e cresceram acima do esperado. Em março, por exemplo, esses setores avançaram 0,9% e 0,8%, respectivamente.

“O consumo veio mais forte do que a gente imaginava”, afirma Alessandra Ribeiro, sócia e economista da consultoria Tendências. “E isso ocorreu pelo impacto da transferência social com o Bolsa Família, a resiliência do mercado de trabalho formal e a desaceleração da inflação”, diz. A Tendências ainda trabalha na revisão dos números, e deve subir a expectativa de crescimento do PIB neste ano de 1% para algo próximo de 1,4%.

  • E, por fim, a economia global está com um desempenho melhor do que o esperado. Nos Estados Unidos, por exemplo, a economia ainda dá sinais de força, apesar do aperto monetário. E na Europa, também há uma revisão positiva dos números de crescimento diante de um menor impacto da crise energética e dos incentivos fiscais promovidos pelos países.

“Não só o Brasil demonstrou resiliência nesse início de ano, mas também os Estados Unidos, Europa e a China, após a pandemia de Covid-19″, diz Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank. O banco projeta um crescimento do PIB 1,5% neste ano, mas coloca um viés de alta nessa previsão.

Um desempenho da economia também já é incorporado pelo governo. Na quinta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que sua equipe de economistas está revisando a expectativa de crescimento da economia neste ano de 1,6% para 1,9%.

“É possível 2% (de crescimento em 2023)? Sim, mas, hoje, a projeção de 1,4% é mais condizente com a nossa realidade e a realidade do que vem acontecendo lá fora”, diz Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating. Antes da divulgação do IBC-Br, a casa estimava um crescimento de 0,7% para o PIB deste ano.

Esse ritmo vai continuar?

Na avaliação dos analistas, os dados do primeiro trimestre indicam um crescimento que pode chegar a 2% na comparação com o trimestre imediatamente anterior, quando a economia recuou 0,2%.

Mas os efeitos dos juros altos na economia e o fim dos efeitos agrícolas no PIB devem fazer com que o ritmo da atividade econômica perca fôlego nos próximos meses.

Juros altos devem contribuir para perda de ritmo da atividade, avaliam economistas Foto: MArcello Casal Jr/Agência Brasil /

“Para o segundo trimestre, nossas estimativas preliminares indicam moderada desaceleração da taxa trimestral de crescimento e, para o segundo semestre, retração da atividade”, afirma Cristiano Oliveira, economista-chefe do banco Pine, em relatório divulgado nesta sexta-feira.

O banco Pine aumentou a estimativa para o crescimento de 2023 de 1,0% para 1,8%.

“Os efeitos positivos do setor agrícola ficaram muito concentrados no primeiro trimestre e, apesar da resiliência dos serviços, o crescimento do PIB nos trimestres seguintes vai ser mais baixo do que nesse primeiro”, acrescenta Salles, do C6 Bank.

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