A Organização das Nações Unidas (ONU) prevê um crescimento de mais de 4% na economia mundial em 2004 e um aumento em 8% no comércio internacional neste ano. A avaliação faz parte do relatório anual da Comissão Econômica da ONU para a Europa. Segundo a entidade, no caso do Brasil, a estagnação de 2003 registrada na economia nacional foi gerada pela "política macroeconômica restritiva" adotada pelo governo. No contexto internacional para este ano, a organização ligada à ONU aponta que o crescimento do PIB mundial deve ser liderado pelos Estados Unidos, Leste Europeu e pela Ásia, em especial a China e a Índia. Em 2003, os Estados Unidos conseguiram crescer 3,1% e, neste ano, devem atingir 4,6%. No caso da zona do euro, uma recuperação já pode ser identificada, mas não ainda de forma convincente. Em 2003, o crescimento do PIB da região foi de apenas 0,5%. Para este ano, a previsão é de um crescimento de 1,9%. No Japão, a estimativa aponta para um crescimento de 2,1% em 2004. O aumento é inferior às taxas de 2003, quando o país cresceu 2,3%. Mas mesmo assim, é superior ao índice de 0,1% registrado em 2002. Mas a ONU alerta: apesar das boas perspectivas, os riscos ainda são significativos para a economia mundial em 2004. O principal deles é o déficit americano, que hoje já representa 5% do PIB do país. Segundo o relatório, esse desequilíbrio poderia obrigar um aumento de juros nos Estados Unidos, o que mudaria os fluxos de capitais. Outro temor é de que mudanças nas políticas americanas para lidar com o déficit acentuem a desvalorização do dólar, o que não beneficiaria a recuperação econômica na Europa. Para completar, a ONU adverte que se novos postos de trabalho não forem criados nos Estados Unidos, confiança dos consumidores pode ser afetada de forma negativa, o que teria um impacto no desempenho do país. Emergentes Entre as economias emergentes, o destaque é mesmo para a China e Índia. Pequim conseguiu registrar um crescimento de 9% em 2003, seguido pelos indianos, com um aumento de seu PIB de 6%. Os asiáticos, de fato, foram os grandes beneficiados pela retomada do crescimento no mundo no segundo semestre de 2003. No geral, essa recuperação permitiu que US$ 187 bilhões em fluxos de capitais fossem às economias emergentes em 2003, montante que ajudou os países a superarem a queda na entrada de capitais ocorrida em 2002. A diferença dos anos 90, porém, é que parte significativa do capital que entrou foi de curto prazo. Em 2003, os investimentos diretos continuaram em queda nos países em desenvolvimento. Para a América Latina, o melhor cenário internacional em 2003 e a entrada de recursos ajudou, mas apenas para trazer de volta um certa estabilização das economias da região. O crescimento continuo tímido e, em média, atingiu apenas 1,5%. "Isso inclui a estagnação no Brasil, devido às políticas macroeconômicas restritivas e à melhora na Argentina, onde o PIB cresceu em mais de 7% em 2003 depois de uma queda de 11% no ano anterior", afirma a ONU. Entre os pontos positivos na região, houve apenas o aumento das exportações, o que contribuiu para que a América Latina tivesse seu primeiro ano com uma balança comercial positiva em mais de 50 anos. Comércio Ainda no que se refere ao comércio, o relatório aponta que os fluxos internacionais de bens devem ter um aumento de 8% neste ano, uma taxa duas vezes maior que a média mundial em 2003, mas ainda inferior ao crescimento de 12% registrado no ano de 2000.
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