Edge Group, gigante do setor militar dos Emirados Árabes, compra segunda empresa no Brasil


Grupo adquiriu 51% da Condor, de armas não letais, e pretende fazer novas compras; plano é transformar o País num polo de exportação de armamentos

Por Beatriz Bulla
Atualização:

A Edge Group, estatal do setor de defesa dos Emirados Árabes, assinou nesta terça-feira, 30, em São Paulo, a compra de 51% da Condor, empresa sediada no Rio de Janeiro. Presente em mais de 85 países, a Condor é a principal produtora mundial de gás lacrimogêneo e líder em outros produtos não letais militares, de defesa civil e segurança pública. A Condor é também a empresa com maior portfólio mundial de NTL, sigla em inglês para tecnologias não letais, com mais de 160 produtos como munições de borracha, granadas de fumaça, sprays e câmeras corporais com reconhecimento facial.

Com a aquisição, a Edge, que vem ampliando participação no Brasil, pretende se tornar líder global no segmento de segurança e defesa e entrar em novos mercados, especialmente nos Estados Unidos. Esta é a segunda empresa brasileira comprada pela Edge, que tem mantido conversas com ao menos outras duas companhias no País. A intenção da estatal árabe é transformar o Brasil em um polo de exportação de armamentos.

Criada em 2019, a companhia tem um plano agressivo de crescimento e internacionalização, na qual coloca o Brasil como essencial. Desde sua criação, a Edge aumentou suas exportações em 300%, tem US$ 5 bilhões em negócios, presença em 30 países e fica entre as 25 maiores do setor. A meta da empresa árabe é figurar entre as 5 maiores do setor.

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“Ao longo dos anos, o Brasil estabeleceu uma indústria de alta tecnologia muito boa. A Condor fez um trabalho muito bom, mas tem a desvantagem de ter outras regiões muito distantes”, afirma Hamad Al Marar, diretor geral e CEO do Grupo EDGE, em entrevista ao Estadão.

Da esquerda para a direita, o embaixador dos Emirados Árabes Unidos no Brasil, Saleh Ahmad Salem Alzaraim Alsuwaidi; o diretor geral e CEO do Grupo EDGE, Hamad Al Marar; Carlos Erane de Aguiar, fundador da Condor e que assumirá como novo presidente; Frederico Aguiar, atual presidente da Condor; durante assinatura da compra de 51% da Condor pelo Edge Group. Foto: Martin Ivo Vassilev/Divulgação Edge Group

Ele cita, por exemplo, o Oriente Médio e a África na dificuldade logística da Condor, sediada no Brasil. Por isso, diz ele, a parceria com a Edge é uma maneira de fazer a empresa alcançar novos mercados.

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“Entendemos que essa parceria com o grupo EDGE vai impulsionar as duas empresas a expandir a participação de mercado em diferentes segmentos de NLT e entrar em novos mercados estrategicamente importantes, como os Estados Unidos”, afirma Carlos Erane de Aguiar, fundador da Condor.

O mercado de armas não letais, que valia US$ 6 bilhões em 2023, é considerado por ele como “bastante promissor”.

Ele afirma que a companhia não deixará de ser uma empresa estratégica de defesa nacional, pois vai manter a governança brasileira. Aguiar será o presidente da Condor após o negócio com a Edge. “Isso por si só não se configura como uma compra tradicional. Entendemos que essa parceria marca uma busca conjunta por inovação contínua e novos mercados na América Latina, EUA e outras partes do mundo”, diz Aguiar.

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Marcos Degaut (esq), diretor da Edge Brasil e Rodrigo Torres, diretor financeiro - Foto: Daniel Teixeira/Estadão Foto: Daniel Teixeira/Estadão

A Edge Group, estatal de tecnologia avançada para o setor de defesa, mira uma expansão, através do País, de sua participação na América Latina e também na África. Atualmente, o Brasil investe cerca de 1,2% do seu PIB em defesa. O número é considerado baixo por especialistas da área.

Em setembro do ano passado, a Edge comprou pouco menos de metade do capital da brasileira Siatt (Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico). Quatro meses depois, a empresa brasileira do setor de defesa anunciou investimentos de R$ 3 bilhões para a montagem de uma fábrica de 7 mil metros quadrados, próxima à Rodovia Dutra, em São José dos Campos (SP), para a produção de armamentos de alta complexidade. A Edge firmou acordo com a Marinha brasileira para produzir misseis anti-navio de longo alcance. A partir da parceria com a Marinha e da compra da Siatt, a ideia do grupo árabe é competir com os franceses, que produzem mísseis com alcance de 200 quilômetros. O governo dos Emirados Árabes já encomendou US$ 350 milhões em mísseis, que devem ficar prontos a partir de 2026.

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A previsão da Edge é de que o míssil brasileiro seja mais barato do que o francês e conquiste mercados como Peru, Equador, Egito, Indonésia e Angola. Com isso, o potencial de faturamento anual da SIATT, na leitura de executivos do grupo Edge, deve chegar a algo entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões.

Uso de gás lacrimogêneo em São Paulo Foto: Marcio Fernandes/AE

A empresa abriu, em Brasília, o primeiro escritório para América Latina, chefiado por Marcos Degaut, que foi secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa do governo Bolsonaro. O CFO Global da Edge é também um brasileiro, Rodrigo Torres. Fundada em 2019, a empresa tem avançado na estratégia de internacionalização nos últimos dois anos. No início, a Edge Group tinha 25 empresas. Hoje, tem 42. Nos últimos 12 meses, o grupo adquiriu 13 empresas fora dos Emirados.

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O setor de defesa dos Emirados Árabes vê no País o potencial de adquirir empresas com tecnologia e operação já avançada e sem entraves existentes para exportação em outros locais. O grupo Edge também avalia nos bastidores que produzir no Brasil é interessante também pela “independência tecnológica” do País, que não estabelece o mesmo nível de controle para produção e exportação como outros países, como a França.

Aguiar, da Condor, afirma que o setor de defesa brasileiro precisa de suporte governamental e privado. “Já é uma discussão antiga a necessidade de rever a folha de pagamento do Brasil com defesa e o baixo investimento em tecnologia e inovação. Portanto, entendemos que essa união com os Emirados Árabes e o Grupo EDGE beneficiará todo o ecossistema de defesa e segurança pública no Brasil”, diz.

A Edge Group, estatal do setor de defesa dos Emirados Árabes, assinou nesta terça-feira, 30, em São Paulo, a compra de 51% da Condor, empresa sediada no Rio de Janeiro. Presente em mais de 85 países, a Condor é a principal produtora mundial de gás lacrimogêneo e líder em outros produtos não letais militares, de defesa civil e segurança pública. A Condor é também a empresa com maior portfólio mundial de NTL, sigla em inglês para tecnologias não letais, com mais de 160 produtos como munições de borracha, granadas de fumaça, sprays e câmeras corporais com reconhecimento facial.

Com a aquisição, a Edge, que vem ampliando participação no Brasil, pretende se tornar líder global no segmento de segurança e defesa e entrar em novos mercados, especialmente nos Estados Unidos. Esta é a segunda empresa brasileira comprada pela Edge, que tem mantido conversas com ao menos outras duas companhias no País. A intenção da estatal árabe é transformar o Brasil em um polo de exportação de armamentos.

Criada em 2019, a companhia tem um plano agressivo de crescimento e internacionalização, na qual coloca o Brasil como essencial. Desde sua criação, a Edge aumentou suas exportações em 300%, tem US$ 5 bilhões em negócios, presença em 30 países e fica entre as 25 maiores do setor. A meta da empresa árabe é figurar entre as 5 maiores do setor.

“Ao longo dos anos, o Brasil estabeleceu uma indústria de alta tecnologia muito boa. A Condor fez um trabalho muito bom, mas tem a desvantagem de ter outras regiões muito distantes”, afirma Hamad Al Marar, diretor geral e CEO do Grupo EDGE, em entrevista ao Estadão.

Da esquerda para a direita, o embaixador dos Emirados Árabes Unidos no Brasil, Saleh Ahmad Salem Alzaraim Alsuwaidi; o diretor geral e CEO do Grupo EDGE, Hamad Al Marar; Carlos Erane de Aguiar, fundador da Condor e que assumirá como novo presidente; Frederico Aguiar, atual presidente da Condor; durante assinatura da compra de 51% da Condor pelo Edge Group. Foto: Martin Ivo Vassilev/Divulgação Edge Group

Ele cita, por exemplo, o Oriente Médio e a África na dificuldade logística da Condor, sediada no Brasil. Por isso, diz ele, a parceria com a Edge é uma maneira de fazer a empresa alcançar novos mercados.

“Entendemos que essa parceria com o grupo EDGE vai impulsionar as duas empresas a expandir a participação de mercado em diferentes segmentos de NLT e entrar em novos mercados estrategicamente importantes, como os Estados Unidos”, afirma Carlos Erane de Aguiar, fundador da Condor.

O mercado de armas não letais, que valia US$ 6 bilhões em 2023, é considerado por ele como “bastante promissor”.

Ele afirma que a companhia não deixará de ser uma empresa estratégica de defesa nacional, pois vai manter a governança brasileira. Aguiar será o presidente da Condor após o negócio com a Edge. “Isso por si só não se configura como uma compra tradicional. Entendemos que essa parceria marca uma busca conjunta por inovação contínua e novos mercados na América Latina, EUA e outras partes do mundo”, diz Aguiar.

Marcos Degaut (esq), diretor da Edge Brasil e Rodrigo Torres, diretor financeiro - Foto: Daniel Teixeira/Estadão Foto: Daniel Teixeira/Estadão

A Edge Group, estatal de tecnologia avançada para o setor de defesa, mira uma expansão, através do País, de sua participação na América Latina e também na África. Atualmente, o Brasil investe cerca de 1,2% do seu PIB em defesa. O número é considerado baixo por especialistas da área.

Em setembro do ano passado, a Edge comprou pouco menos de metade do capital da brasileira Siatt (Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico). Quatro meses depois, a empresa brasileira do setor de defesa anunciou investimentos de R$ 3 bilhões para a montagem de uma fábrica de 7 mil metros quadrados, próxima à Rodovia Dutra, em São José dos Campos (SP), para a produção de armamentos de alta complexidade. A Edge firmou acordo com a Marinha brasileira para produzir misseis anti-navio de longo alcance. A partir da parceria com a Marinha e da compra da Siatt, a ideia do grupo árabe é competir com os franceses, que produzem mísseis com alcance de 200 quilômetros. O governo dos Emirados Árabes já encomendou US$ 350 milhões em mísseis, que devem ficar prontos a partir de 2026.

A previsão da Edge é de que o míssil brasileiro seja mais barato do que o francês e conquiste mercados como Peru, Equador, Egito, Indonésia e Angola. Com isso, o potencial de faturamento anual da SIATT, na leitura de executivos do grupo Edge, deve chegar a algo entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões.

Uso de gás lacrimogêneo em São Paulo Foto: Marcio Fernandes/AE

A empresa abriu, em Brasília, o primeiro escritório para América Latina, chefiado por Marcos Degaut, que foi secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa do governo Bolsonaro. O CFO Global da Edge é também um brasileiro, Rodrigo Torres. Fundada em 2019, a empresa tem avançado na estratégia de internacionalização nos últimos dois anos. No início, a Edge Group tinha 25 empresas. Hoje, tem 42. Nos últimos 12 meses, o grupo adquiriu 13 empresas fora dos Emirados.

O setor de defesa dos Emirados Árabes vê no País o potencial de adquirir empresas com tecnologia e operação já avançada e sem entraves existentes para exportação em outros locais. O grupo Edge também avalia nos bastidores que produzir no Brasil é interessante também pela “independência tecnológica” do País, que não estabelece o mesmo nível de controle para produção e exportação como outros países, como a França.

Aguiar, da Condor, afirma que o setor de defesa brasileiro precisa de suporte governamental e privado. “Já é uma discussão antiga a necessidade de rever a folha de pagamento do Brasil com defesa e o baixo investimento em tecnologia e inovação. Portanto, entendemos que essa união com os Emirados Árabes e o Grupo EDGE beneficiará todo o ecossistema de defesa e segurança pública no Brasil”, diz.

A Edge Group, estatal do setor de defesa dos Emirados Árabes, assinou nesta terça-feira, 30, em São Paulo, a compra de 51% da Condor, empresa sediada no Rio de Janeiro. Presente em mais de 85 países, a Condor é a principal produtora mundial de gás lacrimogêneo e líder em outros produtos não letais militares, de defesa civil e segurança pública. A Condor é também a empresa com maior portfólio mundial de NTL, sigla em inglês para tecnologias não letais, com mais de 160 produtos como munições de borracha, granadas de fumaça, sprays e câmeras corporais com reconhecimento facial.

Com a aquisição, a Edge, que vem ampliando participação no Brasil, pretende se tornar líder global no segmento de segurança e defesa e entrar em novos mercados, especialmente nos Estados Unidos. Esta é a segunda empresa brasileira comprada pela Edge, que tem mantido conversas com ao menos outras duas companhias no País. A intenção da estatal árabe é transformar o Brasil em um polo de exportação de armamentos.

Criada em 2019, a companhia tem um plano agressivo de crescimento e internacionalização, na qual coloca o Brasil como essencial. Desde sua criação, a Edge aumentou suas exportações em 300%, tem US$ 5 bilhões em negócios, presença em 30 países e fica entre as 25 maiores do setor. A meta da empresa árabe é figurar entre as 5 maiores do setor.

“Ao longo dos anos, o Brasil estabeleceu uma indústria de alta tecnologia muito boa. A Condor fez um trabalho muito bom, mas tem a desvantagem de ter outras regiões muito distantes”, afirma Hamad Al Marar, diretor geral e CEO do Grupo EDGE, em entrevista ao Estadão.

Da esquerda para a direita, o embaixador dos Emirados Árabes Unidos no Brasil, Saleh Ahmad Salem Alzaraim Alsuwaidi; o diretor geral e CEO do Grupo EDGE, Hamad Al Marar; Carlos Erane de Aguiar, fundador da Condor e que assumirá como novo presidente; Frederico Aguiar, atual presidente da Condor; durante assinatura da compra de 51% da Condor pelo Edge Group. Foto: Martin Ivo Vassilev/Divulgação Edge Group

Ele cita, por exemplo, o Oriente Médio e a África na dificuldade logística da Condor, sediada no Brasil. Por isso, diz ele, a parceria com a Edge é uma maneira de fazer a empresa alcançar novos mercados.

“Entendemos que essa parceria com o grupo EDGE vai impulsionar as duas empresas a expandir a participação de mercado em diferentes segmentos de NLT e entrar em novos mercados estrategicamente importantes, como os Estados Unidos”, afirma Carlos Erane de Aguiar, fundador da Condor.

O mercado de armas não letais, que valia US$ 6 bilhões em 2023, é considerado por ele como “bastante promissor”.

Ele afirma que a companhia não deixará de ser uma empresa estratégica de defesa nacional, pois vai manter a governança brasileira. Aguiar será o presidente da Condor após o negócio com a Edge. “Isso por si só não se configura como uma compra tradicional. Entendemos que essa parceria marca uma busca conjunta por inovação contínua e novos mercados na América Latina, EUA e outras partes do mundo”, diz Aguiar.

Marcos Degaut (esq), diretor da Edge Brasil e Rodrigo Torres, diretor financeiro - Foto: Daniel Teixeira/Estadão Foto: Daniel Teixeira/Estadão

A Edge Group, estatal de tecnologia avançada para o setor de defesa, mira uma expansão, através do País, de sua participação na América Latina e também na África. Atualmente, o Brasil investe cerca de 1,2% do seu PIB em defesa. O número é considerado baixo por especialistas da área.

Em setembro do ano passado, a Edge comprou pouco menos de metade do capital da brasileira Siatt (Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico). Quatro meses depois, a empresa brasileira do setor de defesa anunciou investimentos de R$ 3 bilhões para a montagem de uma fábrica de 7 mil metros quadrados, próxima à Rodovia Dutra, em São José dos Campos (SP), para a produção de armamentos de alta complexidade. A Edge firmou acordo com a Marinha brasileira para produzir misseis anti-navio de longo alcance. A partir da parceria com a Marinha e da compra da Siatt, a ideia do grupo árabe é competir com os franceses, que produzem mísseis com alcance de 200 quilômetros. O governo dos Emirados Árabes já encomendou US$ 350 milhões em mísseis, que devem ficar prontos a partir de 2026.

A previsão da Edge é de que o míssil brasileiro seja mais barato do que o francês e conquiste mercados como Peru, Equador, Egito, Indonésia e Angola. Com isso, o potencial de faturamento anual da SIATT, na leitura de executivos do grupo Edge, deve chegar a algo entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões.

Uso de gás lacrimogêneo em São Paulo Foto: Marcio Fernandes/AE

A empresa abriu, em Brasília, o primeiro escritório para América Latina, chefiado por Marcos Degaut, que foi secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa do governo Bolsonaro. O CFO Global da Edge é também um brasileiro, Rodrigo Torres. Fundada em 2019, a empresa tem avançado na estratégia de internacionalização nos últimos dois anos. No início, a Edge Group tinha 25 empresas. Hoje, tem 42. Nos últimos 12 meses, o grupo adquiriu 13 empresas fora dos Emirados.

O setor de defesa dos Emirados Árabes vê no País o potencial de adquirir empresas com tecnologia e operação já avançada e sem entraves existentes para exportação em outros locais. O grupo Edge também avalia nos bastidores que produzir no Brasil é interessante também pela “independência tecnológica” do País, que não estabelece o mesmo nível de controle para produção e exportação como outros países, como a França.

Aguiar, da Condor, afirma que o setor de defesa brasileiro precisa de suporte governamental e privado. “Já é uma discussão antiga a necessidade de rever a folha de pagamento do Brasil com defesa e o baixo investimento em tecnologia e inovação. Portanto, entendemos que essa união com os Emirados Árabes e o Grupo EDGE beneficiará todo o ecossistema de defesa e segurança pública no Brasil”, diz.

A Edge Group, estatal do setor de defesa dos Emirados Árabes, assinou nesta terça-feira, 30, em São Paulo, a compra de 51% da Condor, empresa sediada no Rio de Janeiro. Presente em mais de 85 países, a Condor é a principal produtora mundial de gás lacrimogêneo e líder em outros produtos não letais militares, de defesa civil e segurança pública. A Condor é também a empresa com maior portfólio mundial de NTL, sigla em inglês para tecnologias não letais, com mais de 160 produtos como munições de borracha, granadas de fumaça, sprays e câmeras corporais com reconhecimento facial.

Com a aquisição, a Edge, que vem ampliando participação no Brasil, pretende se tornar líder global no segmento de segurança e defesa e entrar em novos mercados, especialmente nos Estados Unidos. Esta é a segunda empresa brasileira comprada pela Edge, que tem mantido conversas com ao menos outras duas companhias no País. A intenção da estatal árabe é transformar o Brasil em um polo de exportação de armamentos.

Criada em 2019, a companhia tem um plano agressivo de crescimento e internacionalização, na qual coloca o Brasil como essencial. Desde sua criação, a Edge aumentou suas exportações em 300%, tem US$ 5 bilhões em negócios, presença em 30 países e fica entre as 25 maiores do setor. A meta da empresa árabe é figurar entre as 5 maiores do setor.

“Ao longo dos anos, o Brasil estabeleceu uma indústria de alta tecnologia muito boa. A Condor fez um trabalho muito bom, mas tem a desvantagem de ter outras regiões muito distantes”, afirma Hamad Al Marar, diretor geral e CEO do Grupo EDGE, em entrevista ao Estadão.

Da esquerda para a direita, o embaixador dos Emirados Árabes Unidos no Brasil, Saleh Ahmad Salem Alzaraim Alsuwaidi; o diretor geral e CEO do Grupo EDGE, Hamad Al Marar; Carlos Erane de Aguiar, fundador da Condor e que assumirá como novo presidente; Frederico Aguiar, atual presidente da Condor; durante assinatura da compra de 51% da Condor pelo Edge Group. Foto: Martin Ivo Vassilev/Divulgação Edge Group

Ele cita, por exemplo, o Oriente Médio e a África na dificuldade logística da Condor, sediada no Brasil. Por isso, diz ele, a parceria com a Edge é uma maneira de fazer a empresa alcançar novos mercados.

“Entendemos que essa parceria com o grupo EDGE vai impulsionar as duas empresas a expandir a participação de mercado em diferentes segmentos de NLT e entrar em novos mercados estrategicamente importantes, como os Estados Unidos”, afirma Carlos Erane de Aguiar, fundador da Condor.

O mercado de armas não letais, que valia US$ 6 bilhões em 2023, é considerado por ele como “bastante promissor”.

Ele afirma que a companhia não deixará de ser uma empresa estratégica de defesa nacional, pois vai manter a governança brasileira. Aguiar será o presidente da Condor após o negócio com a Edge. “Isso por si só não se configura como uma compra tradicional. Entendemos que essa parceria marca uma busca conjunta por inovação contínua e novos mercados na América Latina, EUA e outras partes do mundo”, diz Aguiar.

Marcos Degaut (esq), diretor da Edge Brasil e Rodrigo Torres, diretor financeiro - Foto: Daniel Teixeira/Estadão Foto: Daniel Teixeira/Estadão

A Edge Group, estatal de tecnologia avançada para o setor de defesa, mira uma expansão, através do País, de sua participação na América Latina e também na África. Atualmente, o Brasil investe cerca de 1,2% do seu PIB em defesa. O número é considerado baixo por especialistas da área.

Em setembro do ano passado, a Edge comprou pouco menos de metade do capital da brasileira Siatt (Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico). Quatro meses depois, a empresa brasileira do setor de defesa anunciou investimentos de R$ 3 bilhões para a montagem de uma fábrica de 7 mil metros quadrados, próxima à Rodovia Dutra, em São José dos Campos (SP), para a produção de armamentos de alta complexidade. A Edge firmou acordo com a Marinha brasileira para produzir misseis anti-navio de longo alcance. A partir da parceria com a Marinha e da compra da Siatt, a ideia do grupo árabe é competir com os franceses, que produzem mísseis com alcance de 200 quilômetros. O governo dos Emirados Árabes já encomendou US$ 350 milhões em mísseis, que devem ficar prontos a partir de 2026.

A previsão da Edge é de que o míssil brasileiro seja mais barato do que o francês e conquiste mercados como Peru, Equador, Egito, Indonésia e Angola. Com isso, o potencial de faturamento anual da SIATT, na leitura de executivos do grupo Edge, deve chegar a algo entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões.

Uso de gás lacrimogêneo em São Paulo Foto: Marcio Fernandes/AE

A empresa abriu, em Brasília, o primeiro escritório para América Latina, chefiado por Marcos Degaut, que foi secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa do governo Bolsonaro. O CFO Global da Edge é também um brasileiro, Rodrigo Torres. Fundada em 2019, a empresa tem avançado na estratégia de internacionalização nos últimos dois anos. No início, a Edge Group tinha 25 empresas. Hoje, tem 42. Nos últimos 12 meses, o grupo adquiriu 13 empresas fora dos Emirados.

O setor de defesa dos Emirados Árabes vê no País o potencial de adquirir empresas com tecnologia e operação já avançada e sem entraves existentes para exportação em outros locais. O grupo Edge também avalia nos bastidores que produzir no Brasil é interessante também pela “independência tecnológica” do País, que não estabelece o mesmo nível de controle para produção e exportação como outros países, como a França.

Aguiar, da Condor, afirma que o setor de defesa brasileiro precisa de suporte governamental e privado. “Já é uma discussão antiga a necessidade de rever a folha de pagamento do Brasil com defesa e o baixo investimento em tecnologia e inovação. Portanto, entendemos que essa união com os Emirados Árabes e o Grupo EDGE beneficiará todo o ecossistema de defesa e segurança pública no Brasil”, diz.

A Edge Group, estatal do setor de defesa dos Emirados Árabes, assinou nesta terça-feira, 30, em São Paulo, a compra de 51% da Condor, empresa sediada no Rio de Janeiro. Presente em mais de 85 países, a Condor é a principal produtora mundial de gás lacrimogêneo e líder em outros produtos não letais militares, de defesa civil e segurança pública. A Condor é também a empresa com maior portfólio mundial de NTL, sigla em inglês para tecnologias não letais, com mais de 160 produtos como munições de borracha, granadas de fumaça, sprays e câmeras corporais com reconhecimento facial.

Com a aquisição, a Edge, que vem ampliando participação no Brasil, pretende se tornar líder global no segmento de segurança e defesa e entrar em novos mercados, especialmente nos Estados Unidos. Esta é a segunda empresa brasileira comprada pela Edge, que tem mantido conversas com ao menos outras duas companhias no País. A intenção da estatal árabe é transformar o Brasil em um polo de exportação de armamentos.

Criada em 2019, a companhia tem um plano agressivo de crescimento e internacionalização, na qual coloca o Brasil como essencial. Desde sua criação, a Edge aumentou suas exportações em 300%, tem US$ 5 bilhões em negócios, presença em 30 países e fica entre as 25 maiores do setor. A meta da empresa árabe é figurar entre as 5 maiores do setor.

“Ao longo dos anos, o Brasil estabeleceu uma indústria de alta tecnologia muito boa. A Condor fez um trabalho muito bom, mas tem a desvantagem de ter outras regiões muito distantes”, afirma Hamad Al Marar, diretor geral e CEO do Grupo EDGE, em entrevista ao Estadão.

Da esquerda para a direita, o embaixador dos Emirados Árabes Unidos no Brasil, Saleh Ahmad Salem Alzaraim Alsuwaidi; o diretor geral e CEO do Grupo EDGE, Hamad Al Marar; Carlos Erane de Aguiar, fundador da Condor e que assumirá como novo presidente; Frederico Aguiar, atual presidente da Condor; durante assinatura da compra de 51% da Condor pelo Edge Group. Foto: Martin Ivo Vassilev/Divulgação Edge Group

Ele cita, por exemplo, o Oriente Médio e a África na dificuldade logística da Condor, sediada no Brasil. Por isso, diz ele, a parceria com a Edge é uma maneira de fazer a empresa alcançar novos mercados.

“Entendemos que essa parceria com o grupo EDGE vai impulsionar as duas empresas a expandir a participação de mercado em diferentes segmentos de NLT e entrar em novos mercados estrategicamente importantes, como os Estados Unidos”, afirma Carlos Erane de Aguiar, fundador da Condor.

O mercado de armas não letais, que valia US$ 6 bilhões em 2023, é considerado por ele como “bastante promissor”.

Ele afirma que a companhia não deixará de ser uma empresa estratégica de defesa nacional, pois vai manter a governança brasileira. Aguiar será o presidente da Condor após o negócio com a Edge. “Isso por si só não se configura como uma compra tradicional. Entendemos que essa parceria marca uma busca conjunta por inovação contínua e novos mercados na América Latina, EUA e outras partes do mundo”, diz Aguiar.

Marcos Degaut (esq), diretor da Edge Brasil e Rodrigo Torres, diretor financeiro - Foto: Daniel Teixeira/Estadão Foto: Daniel Teixeira/Estadão

A Edge Group, estatal de tecnologia avançada para o setor de defesa, mira uma expansão, através do País, de sua participação na América Latina e também na África. Atualmente, o Brasil investe cerca de 1,2% do seu PIB em defesa. O número é considerado baixo por especialistas da área.

Em setembro do ano passado, a Edge comprou pouco menos de metade do capital da brasileira Siatt (Sistemas Integrados de Alto Teor Tecnológico). Quatro meses depois, a empresa brasileira do setor de defesa anunciou investimentos de R$ 3 bilhões para a montagem de uma fábrica de 7 mil metros quadrados, próxima à Rodovia Dutra, em São José dos Campos (SP), para a produção de armamentos de alta complexidade. A Edge firmou acordo com a Marinha brasileira para produzir misseis anti-navio de longo alcance. A partir da parceria com a Marinha e da compra da Siatt, a ideia do grupo árabe é competir com os franceses, que produzem mísseis com alcance de 200 quilômetros. O governo dos Emirados Árabes já encomendou US$ 350 milhões em mísseis, que devem ficar prontos a partir de 2026.

A previsão da Edge é de que o míssil brasileiro seja mais barato do que o francês e conquiste mercados como Peru, Equador, Egito, Indonésia e Angola. Com isso, o potencial de faturamento anual da SIATT, na leitura de executivos do grupo Edge, deve chegar a algo entre R$ 200 milhões e R$ 300 milhões.

Uso de gás lacrimogêneo em São Paulo Foto: Marcio Fernandes/AE

A empresa abriu, em Brasília, o primeiro escritório para América Latina, chefiado por Marcos Degaut, que foi secretário de Produtos de Defesa do Ministério da Defesa do governo Bolsonaro. O CFO Global da Edge é também um brasileiro, Rodrigo Torres. Fundada em 2019, a empresa tem avançado na estratégia de internacionalização nos últimos dois anos. No início, a Edge Group tinha 25 empresas. Hoje, tem 42. Nos últimos 12 meses, o grupo adquiriu 13 empresas fora dos Emirados.

O setor de defesa dos Emirados Árabes vê no País o potencial de adquirir empresas com tecnologia e operação já avançada e sem entraves existentes para exportação em outros locais. O grupo Edge também avalia nos bastidores que produzir no Brasil é interessante também pela “independência tecnológica” do País, que não estabelece o mesmo nível de controle para produção e exportação como outros países, como a França.

Aguiar, da Condor, afirma que o setor de defesa brasileiro precisa de suporte governamental e privado. “Já é uma discussão antiga a necessidade de rever a folha de pagamento do Brasil com defesa e o baixo investimento em tecnologia e inovação. Portanto, entendemos que essa união com os Emirados Árabes e o Grupo EDGE beneficiará todo o ecossistema de defesa e segurança pública no Brasil”, diz.

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