Professora da Poli/USP, Roseli Lopes lidera iniciativa para formar jovens cientistas no País


Feira de ciências e engenharia (Febrace) quer levar conceitos de inovação a alunos do ensino fundamental e médio que ainda não chegaram à universidade

Por Cleide Silva

Filha de portugueses que imigraram para o Brasil no fim dos anos 50 e a primeira da família a cursar o ensino superior, Roseli de Deus Lopes, de 58 anos, já conseguiu mobilizar mais de 2 mil escolas públicas e particulares de todo o País para que atuem em ações que despertem o interesse pela ciência em jovens de 13 a 20 anos de escolas públicas e privadas.

Formada pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) em 1987 e três anos depois contratada como docente, Roseli prega a necessidade de levar para a educação básica oportunidades da iniciação científica e tecnológica.

”Não adianta só frequentar aulas e laboratórios didáticos; os jovens precisam conhecer laboratórios de pesquisas e fazer a iniciação tecnológica e científica, pois é um aprendizado em que se pega problemas reais e é preciso buscar uma solução”, diz ela, que é pesquisadora de tecnologias aplicadas à educação e professora do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Poli.

continua após a publicidade
Roseli Lopes, criadora da Febrace, quer escolas envolvidas na  Foto: Alex Silva/Estadão

O desafio, explica Roseli, é estimular alunos no desenvolvimento de projetos e gerar soluções inovadoras e sustentáveis nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia, arte e matemática.

Feira de Ciências e Engenharia

continua após a publicidade

Depois de fazer mestrado e doutorado e conhecer experiências nacionais e internacionais, Roseli criou em 2002, com apoio da USP, a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que ela define como “um ecossistema para potencializar a inovação nas escolas”.

Desde 2003, ela e uma equipe de voluntários convidam alunos dos ensinos fundamental e médio e de cursos técnicos de escolas públicas e privadas para criar e mostrar seus projetos no evento que ocorre anualmente – e que neste ano voltou a ser presencial, após três anos de forma virtual em razão da pandemia.

continua após a publicidade

Eles precisam desenvolver um plano de pesquisa, criar um projeto físico (se for o caso) e se inscrever na Febrace – os projetos devem ser criados em grupos de até três estudantes e um coordenador. São selecionados 500 projetos semifinalistas, que passam por uma equipe de avaliadores que selecionam 250 para serem apresentados durante a feira, que ocorre em São Paulo nos meses de março.

Neste ano, a Febrace recebeu 1,8 mil projetos de estudantes de 1.234 municípios de todo o País. Na sexta-feira passada, foram divulgados os melhores trabalhos, que receberam prêmios como viagens ao exterior para intercâmbios e participação em feiras tecnológicas.

continua após a publicidade

O prêmio maior vai para nove projetos, e os alunos e professores responsáveis por eles ganham passagens e estadias para participarem da Feira Internacional Regeneron (ISEF, na sigla em inglês), nos Estados Unidos. É a maior feira para estudantes que ainda não chegaram à universidade e reúne alunos do mundo todo.

Conhecimento e empoderamento

“As crianças percebem como a ciência, a tecnologia e a busca e a geração de conhecimentos ajudam no empoderamento, porque eles buscam soluções de problemas que enfrentam, não foi o professor que pediu um trabalho sobre um tema só para eles conseguirem nota”, diz Roseli.

continua após a publicidade

A viagem aos EUA é oferecida pela Embaixada e consulados dos EUA no Brasil. Entre os projetos vencedores neste ano, está o de um filtro ecológico de baixo custo para o tratamento de água, feito à base de carvão ativado proveniente da biomassa da jurema preta, planta comum no Nordeste, desenvolvido por alunos de Pedra Branca (CE).

Outro, criado por alunos de Mossoró (RN), propõe um sistema de coleta e armazenamento de água da chuva com materiais de baixo custo. Também foi vencedora uma aluna de São Paulo que desenvolveu estudo sobre a evasão escolar e a desumanização à luz do pensamento de Paulo Freire.

Pouco patrocínio

continua após a publicidade

Em 21 anos, a Febrace encaminhou mais de 180 projetos de estudantes brasileiros para a ISEF, que conquistaram 62 prêmios, entre os quais, cursos internacionais e equipamentos eletrônicos.

Empresa é a única com patrocínio mais longo, de três anos Foto: Sergio Moraes/Reuters

Vários estudantes são convidados para cursos e estágios, diz Roseli. “Temos casos de alunos que patentearam seus produtos e estão criando startups para produzi-los, e alunos que hoje estão em altos cargos em grandes companhias.”

Ela lamenta que, ao contrário de outros países, a Febrace não tenha patrocinadores com contratos de longo prazo. Lá fora, eventos similares têm patrocínio de 15 anos. O único mais longo que a Febrace tem é o da Petrobras, por três anos. “Todo ano temos de correr atrás de interessados em investir em jovens cientistas”.

Filha de portugueses que imigraram para o Brasil no fim dos anos 50 e a primeira da família a cursar o ensino superior, Roseli de Deus Lopes, de 58 anos, já conseguiu mobilizar mais de 2 mil escolas públicas e particulares de todo o País para que atuem em ações que despertem o interesse pela ciência em jovens de 13 a 20 anos de escolas públicas e privadas.

Formada pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) em 1987 e três anos depois contratada como docente, Roseli prega a necessidade de levar para a educação básica oportunidades da iniciação científica e tecnológica.

”Não adianta só frequentar aulas e laboratórios didáticos; os jovens precisam conhecer laboratórios de pesquisas e fazer a iniciação tecnológica e científica, pois é um aprendizado em que se pega problemas reais e é preciso buscar uma solução”, diz ela, que é pesquisadora de tecnologias aplicadas à educação e professora do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Poli.

Roseli Lopes, criadora da Febrace, quer escolas envolvidas na  Foto: Alex Silva/Estadão

O desafio, explica Roseli, é estimular alunos no desenvolvimento de projetos e gerar soluções inovadoras e sustentáveis nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia, arte e matemática.

Feira de Ciências e Engenharia

Depois de fazer mestrado e doutorado e conhecer experiências nacionais e internacionais, Roseli criou em 2002, com apoio da USP, a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que ela define como “um ecossistema para potencializar a inovação nas escolas”.

Desde 2003, ela e uma equipe de voluntários convidam alunos dos ensinos fundamental e médio e de cursos técnicos de escolas públicas e privadas para criar e mostrar seus projetos no evento que ocorre anualmente – e que neste ano voltou a ser presencial, após três anos de forma virtual em razão da pandemia.

Eles precisam desenvolver um plano de pesquisa, criar um projeto físico (se for o caso) e se inscrever na Febrace – os projetos devem ser criados em grupos de até três estudantes e um coordenador. São selecionados 500 projetos semifinalistas, que passam por uma equipe de avaliadores que selecionam 250 para serem apresentados durante a feira, que ocorre em São Paulo nos meses de março.

Neste ano, a Febrace recebeu 1,8 mil projetos de estudantes de 1.234 municípios de todo o País. Na sexta-feira passada, foram divulgados os melhores trabalhos, que receberam prêmios como viagens ao exterior para intercâmbios e participação em feiras tecnológicas.

O prêmio maior vai para nove projetos, e os alunos e professores responsáveis por eles ganham passagens e estadias para participarem da Feira Internacional Regeneron (ISEF, na sigla em inglês), nos Estados Unidos. É a maior feira para estudantes que ainda não chegaram à universidade e reúne alunos do mundo todo.

Conhecimento e empoderamento

“As crianças percebem como a ciência, a tecnologia e a busca e a geração de conhecimentos ajudam no empoderamento, porque eles buscam soluções de problemas que enfrentam, não foi o professor que pediu um trabalho sobre um tema só para eles conseguirem nota”, diz Roseli.

A viagem aos EUA é oferecida pela Embaixada e consulados dos EUA no Brasil. Entre os projetos vencedores neste ano, está o de um filtro ecológico de baixo custo para o tratamento de água, feito à base de carvão ativado proveniente da biomassa da jurema preta, planta comum no Nordeste, desenvolvido por alunos de Pedra Branca (CE).

Outro, criado por alunos de Mossoró (RN), propõe um sistema de coleta e armazenamento de água da chuva com materiais de baixo custo. Também foi vencedora uma aluna de São Paulo que desenvolveu estudo sobre a evasão escolar e a desumanização à luz do pensamento de Paulo Freire.

Pouco patrocínio

Em 21 anos, a Febrace encaminhou mais de 180 projetos de estudantes brasileiros para a ISEF, que conquistaram 62 prêmios, entre os quais, cursos internacionais e equipamentos eletrônicos.

Empresa é a única com patrocínio mais longo, de três anos Foto: Sergio Moraes/Reuters

Vários estudantes são convidados para cursos e estágios, diz Roseli. “Temos casos de alunos que patentearam seus produtos e estão criando startups para produzi-los, e alunos que hoje estão em altos cargos em grandes companhias.”

Ela lamenta que, ao contrário de outros países, a Febrace não tenha patrocinadores com contratos de longo prazo. Lá fora, eventos similares têm patrocínio de 15 anos. O único mais longo que a Febrace tem é o da Petrobras, por três anos. “Todo ano temos de correr atrás de interessados em investir em jovens cientistas”.

Filha de portugueses que imigraram para o Brasil no fim dos anos 50 e a primeira da família a cursar o ensino superior, Roseli de Deus Lopes, de 58 anos, já conseguiu mobilizar mais de 2 mil escolas públicas e particulares de todo o País para que atuem em ações que despertem o interesse pela ciência em jovens de 13 a 20 anos de escolas públicas e privadas.

Formada pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP) em 1987 e três anos depois contratada como docente, Roseli prega a necessidade de levar para a educação básica oportunidades da iniciação científica e tecnológica.

”Não adianta só frequentar aulas e laboratórios didáticos; os jovens precisam conhecer laboratórios de pesquisas e fazer a iniciação tecnológica e científica, pois é um aprendizado em que se pega problemas reais e é preciso buscar uma solução”, diz ela, que é pesquisadora de tecnologias aplicadas à educação e professora do Departamento de Engenharia de Sistemas Eletrônicos da Poli.

Roseli Lopes, criadora da Febrace, quer escolas envolvidas na  Foto: Alex Silva/Estadão

O desafio, explica Roseli, é estimular alunos no desenvolvimento de projetos e gerar soluções inovadoras e sustentáveis nas áreas de ciências, tecnologia, engenharia, arte e matemática.

Feira de Ciências e Engenharia

Depois de fazer mestrado e doutorado e conhecer experiências nacionais e internacionais, Roseli criou em 2002, com apoio da USP, a Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace), que ela define como “um ecossistema para potencializar a inovação nas escolas”.

Desde 2003, ela e uma equipe de voluntários convidam alunos dos ensinos fundamental e médio e de cursos técnicos de escolas públicas e privadas para criar e mostrar seus projetos no evento que ocorre anualmente – e que neste ano voltou a ser presencial, após três anos de forma virtual em razão da pandemia.

Eles precisam desenvolver um plano de pesquisa, criar um projeto físico (se for o caso) e se inscrever na Febrace – os projetos devem ser criados em grupos de até três estudantes e um coordenador. São selecionados 500 projetos semifinalistas, que passam por uma equipe de avaliadores que selecionam 250 para serem apresentados durante a feira, que ocorre em São Paulo nos meses de março.

Neste ano, a Febrace recebeu 1,8 mil projetos de estudantes de 1.234 municípios de todo o País. Na sexta-feira passada, foram divulgados os melhores trabalhos, que receberam prêmios como viagens ao exterior para intercâmbios e participação em feiras tecnológicas.

O prêmio maior vai para nove projetos, e os alunos e professores responsáveis por eles ganham passagens e estadias para participarem da Feira Internacional Regeneron (ISEF, na sigla em inglês), nos Estados Unidos. É a maior feira para estudantes que ainda não chegaram à universidade e reúne alunos do mundo todo.

Conhecimento e empoderamento

“As crianças percebem como a ciência, a tecnologia e a busca e a geração de conhecimentos ajudam no empoderamento, porque eles buscam soluções de problemas que enfrentam, não foi o professor que pediu um trabalho sobre um tema só para eles conseguirem nota”, diz Roseli.

A viagem aos EUA é oferecida pela Embaixada e consulados dos EUA no Brasil. Entre os projetos vencedores neste ano, está o de um filtro ecológico de baixo custo para o tratamento de água, feito à base de carvão ativado proveniente da biomassa da jurema preta, planta comum no Nordeste, desenvolvido por alunos de Pedra Branca (CE).

Outro, criado por alunos de Mossoró (RN), propõe um sistema de coleta e armazenamento de água da chuva com materiais de baixo custo. Também foi vencedora uma aluna de São Paulo que desenvolveu estudo sobre a evasão escolar e a desumanização à luz do pensamento de Paulo Freire.

Pouco patrocínio

Em 21 anos, a Febrace encaminhou mais de 180 projetos de estudantes brasileiros para a ISEF, que conquistaram 62 prêmios, entre os quais, cursos internacionais e equipamentos eletrônicos.

Empresa é a única com patrocínio mais longo, de três anos Foto: Sergio Moraes/Reuters

Vários estudantes são convidados para cursos e estágios, diz Roseli. “Temos casos de alunos que patentearam seus produtos e estão criando startups para produzi-los, e alunos que hoje estão em altos cargos em grandes companhias.”

Ela lamenta que, ao contrário de outros países, a Febrace não tenha patrocinadores com contratos de longo prazo. Lá fora, eventos similares têm patrocínio de 15 anos. O único mais longo que a Febrace tem é o da Petrobras, por três anos. “Todo ano temos de correr atrás de interessados em investir em jovens cientistas”.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.