Economista e advogada

Opinião|Hasta Los Angeles: em um país que não liga para seus atletas, chegar às Olimpíadas já é uma vitória


A cada quatro anos, os brasileiros descobrem que existe algo além do futebol

Por Elena Landau

Guilherme Costa chegou em 5.º lugar na prova de 400m nado livre. A imagem dele aos prantos era comovente. Nem teve tempo de se recuperar, e um repórter foi logo perguntando: “O que aconteceu?”. O que aconteceu todo mundo viu: ele fez o melhor tempo da carreira, bateu o recorde das Américas e nadou de forma espetacular. Mas do microfone não saiu um elogio. A cobrança só cai sobre os atletas. Faltaram entrevistas com o ministro dos Esportes e o presidente do Comitê Olímpico. A sociedade desconhece a política do ministério e do COB, e os critérios de distribuição dos recursos, em especial, a relação entre gastos com atividades-fim e atividades-meio.

Natural que a torcida seja por medalhas, mas chegar a Paris já é uma vitória num país que não liga para a formação de atletas. A equipe é feita de anônimos que passam horas por dia nas piscinas, nas quadras, nas pistas por anos a fio. Muitos sem equipe de fisioterapia, apoio psicológico e ou patrocínio. O choro de alegria ou de tristeza das judocas Bia Souza e Mayra Aguiar são os dois lados da mesma moeda. É a catarse de anos de treino e dedicação, em condições quase sempre adversas.

Sai governo, entra governo, e nada muda. A carreira do esportista depende de esforço individual e apoio familiar. ONGs fazem ótimo trabalho de base, que deveria ser responsabilidade do Estado. Flavio Canto, no judô, e o Instituto Hipólito, na ginástica são alguns exemplos.

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China e Estados Unidos foram, mais uma vez, os grandes vencedores. São países com diferentes abordagens para esporte, mas o resultado é o mesmo; o topo reflete investimentos na base. Assim como Cuba no passado, para os chineses se trata uma política de Estado, apoiando milhares de atletas sempre vai surgir um grupo de elite. Para os americanos, a associação dos esportes à Educação é a cultura do país. Começa cedo com crianças praticando esportes diversos na escola e vai até bolsas em faculdades.

Jogos Olímpicos de Paris foram encerrados no último domingo, 10 Foto: Robert F. Bukaty / AP

O Brasil não faz nem um nem outro; é tudo no varejo. Apesar de educação física fazer parte do currículo nacional, na grande maioria das escolas não há quadras esportivas, e a formação dos professores é de baixa qualidade. A prática esportiva tem um papel que não se resume a formar atletas. O impacto social é sempre positivo; melhora o grau de aprendizado, a sociabilidade, o senso de comunidade e reduz a violência.

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A cada quatro anos, os brasileiros descobrem que existe algo além do futebol. Mas em apenas uma semana a agenda já mudou. Hasta Los Angeles, baby.

Guilherme Costa chegou em 5.º lugar na prova de 400m nado livre. A imagem dele aos prantos era comovente. Nem teve tempo de se recuperar, e um repórter foi logo perguntando: “O que aconteceu?”. O que aconteceu todo mundo viu: ele fez o melhor tempo da carreira, bateu o recorde das Américas e nadou de forma espetacular. Mas do microfone não saiu um elogio. A cobrança só cai sobre os atletas. Faltaram entrevistas com o ministro dos Esportes e o presidente do Comitê Olímpico. A sociedade desconhece a política do ministério e do COB, e os critérios de distribuição dos recursos, em especial, a relação entre gastos com atividades-fim e atividades-meio.

Natural que a torcida seja por medalhas, mas chegar a Paris já é uma vitória num país que não liga para a formação de atletas. A equipe é feita de anônimos que passam horas por dia nas piscinas, nas quadras, nas pistas por anos a fio. Muitos sem equipe de fisioterapia, apoio psicológico e ou patrocínio. O choro de alegria ou de tristeza das judocas Bia Souza e Mayra Aguiar são os dois lados da mesma moeda. É a catarse de anos de treino e dedicação, em condições quase sempre adversas.

Sai governo, entra governo, e nada muda. A carreira do esportista depende de esforço individual e apoio familiar. ONGs fazem ótimo trabalho de base, que deveria ser responsabilidade do Estado. Flavio Canto, no judô, e o Instituto Hipólito, na ginástica são alguns exemplos.

China e Estados Unidos foram, mais uma vez, os grandes vencedores. São países com diferentes abordagens para esporte, mas o resultado é o mesmo; o topo reflete investimentos na base. Assim como Cuba no passado, para os chineses se trata uma política de Estado, apoiando milhares de atletas sempre vai surgir um grupo de elite. Para os americanos, a associação dos esportes à Educação é a cultura do país. Começa cedo com crianças praticando esportes diversos na escola e vai até bolsas em faculdades.

Jogos Olímpicos de Paris foram encerrados no último domingo, 10 Foto: Robert F. Bukaty / AP

O Brasil não faz nem um nem outro; é tudo no varejo. Apesar de educação física fazer parte do currículo nacional, na grande maioria das escolas não há quadras esportivas, e a formação dos professores é de baixa qualidade. A prática esportiva tem um papel que não se resume a formar atletas. O impacto social é sempre positivo; melhora o grau de aprendizado, a sociabilidade, o senso de comunidade e reduz a violência.

A cada quatro anos, os brasileiros descobrem que existe algo além do futebol. Mas em apenas uma semana a agenda já mudou. Hasta Los Angeles, baby.

Guilherme Costa chegou em 5.º lugar na prova de 400m nado livre. A imagem dele aos prantos era comovente. Nem teve tempo de se recuperar, e um repórter foi logo perguntando: “O que aconteceu?”. O que aconteceu todo mundo viu: ele fez o melhor tempo da carreira, bateu o recorde das Américas e nadou de forma espetacular. Mas do microfone não saiu um elogio. A cobrança só cai sobre os atletas. Faltaram entrevistas com o ministro dos Esportes e o presidente do Comitê Olímpico. A sociedade desconhece a política do ministério e do COB, e os critérios de distribuição dos recursos, em especial, a relação entre gastos com atividades-fim e atividades-meio.

Natural que a torcida seja por medalhas, mas chegar a Paris já é uma vitória num país que não liga para a formação de atletas. A equipe é feita de anônimos que passam horas por dia nas piscinas, nas quadras, nas pistas por anos a fio. Muitos sem equipe de fisioterapia, apoio psicológico e ou patrocínio. O choro de alegria ou de tristeza das judocas Bia Souza e Mayra Aguiar são os dois lados da mesma moeda. É a catarse de anos de treino e dedicação, em condições quase sempre adversas.

Sai governo, entra governo, e nada muda. A carreira do esportista depende de esforço individual e apoio familiar. ONGs fazem ótimo trabalho de base, que deveria ser responsabilidade do Estado. Flavio Canto, no judô, e o Instituto Hipólito, na ginástica são alguns exemplos.

China e Estados Unidos foram, mais uma vez, os grandes vencedores. São países com diferentes abordagens para esporte, mas o resultado é o mesmo; o topo reflete investimentos na base. Assim como Cuba no passado, para os chineses se trata uma política de Estado, apoiando milhares de atletas sempre vai surgir um grupo de elite. Para os americanos, a associação dos esportes à Educação é a cultura do país. Começa cedo com crianças praticando esportes diversos na escola e vai até bolsas em faculdades.

Jogos Olímpicos de Paris foram encerrados no último domingo, 10 Foto: Robert F. Bukaty / AP

O Brasil não faz nem um nem outro; é tudo no varejo. Apesar de educação física fazer parte do currículo nacional, na grande maioria das escolas não há quadras esportivas, e a formação dos professores é de baixa qualidade. A prática esportiva tem um papel que não se resume a formar atletas. O impacto social é sempre positivo; melhora o grau de aprendizado, a sociabilidade, o senso de comunidade e reduz a violência.

A cada quatro anos, os brasileiros descobrem que existe algo além do futebol. Mas em apenas uma semana a agenda já mudou. Hasta Los Angeles, baby.

Guilherme Costa chegou em 5.º lugar na prova de 400m nado livre. A imagem dele aos prantos era comovente. Nem teve tempo de se recuperar, e um repórter foi logo perguntando: “O que aconteceu?”. O que aconteceu todo mundo viu: ele fez o melhor tempo da carreira, bateu o recorde das Américas e nadou de forma espetacular. Mas do microfone não saiu um elogio. A cobrança só cai sobre os atletas. Faltaram entrevistas com o ministro dos Esportes e o presidente do Comitê Olímpico. A sociedade desconhece a política do ministério e do COB, e os critérios de distribuição dos recursos, em especial, a relação entre gastos com atividades-fim e atividades-meio.

Natural que a torcida seja por medalhas, mas chegar a Paris já é uma vitória num país que não liga para a formação de atletas. A equipe é feita de anônimos que passam horas por dia nas piscinas, nas quadras, nas pistas por anos a fio. Muitos sem equipe de fisioterapia, apoio psicológico e ou patrocínio. O choro de alegria ou de tristeza das judocas Bia Souza e Mayra Aguiar são os dois lados da mesma moeda. É a catarse de anos de treino e dedicação, em condições quase sempre adversas.

Sai governo, entra governo, e nada muda. A carreira do esportista depende de esforço individual e apoio familiar. ONGs fazem ótimo trabalho de base, que deveria ser responsabilidade do Estado. Flavio Canto, no judô, e o Instituto Hipólito, na ginástica são alguns exemplos.

China e Estados Unidos foram, mais uma vez, os grandes vencedores. São países com diferentes abordagens para esporte, mas o resultado é o mesmo; o topo reflete investimentos na base. Assim como Cuba no passado, para os chineses se trata uma política de Estado, apoiando milhares de atletas sempre vai surgir um grupo de elite. Para os americanos, a associação dos esportes à Educação é a cultura do país. Começa cedo com crianças praticando esportes diversos na escola e vai até bolsas em faculdades.

Jogos Olímpicos de Paris foram encerrados no último domingo, 10 Foto: Robert F. Bukaty / AP

O Brasil não faz nem um nem outro; é tudo no varejo. Apesar de educação física fazer parte do currículo nacional, na grande maioria das escolas não há quadras esportivas, e a formação dos professores é de baixa qualidade. A prática esportiva tem um papel que não se resume a formar atletas. O impacto social é sempre positivo; melhora o grau de aprendizado, a sociabilidade, o senso de comunidade e reduz a violência.

A cada quatro anos, os brasileiros descobrem que existe algo além do futebol. Mas em apenas uma semana a agenda já mudou. Hasta Los Angeles, baby.

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