Economista e advogada

Opinião|Não tá fácil ser Poliana: pobre continua fora do Orçamento e pouco caso com agenda ambiental é grave


Quem acredita no gasto público como motor de crescimento deve estar exultante: Lula se recusa a cortar gastos e ainda vai furando as restrições ao Orçamento

Por Elena Landau
Atualização:

O PIB e o emprego vão crescer mais que o inicialmente esperado. Quem acredita no gasto público como motor de crescimento deve estar exultante. Preços vão subindo, mas, para esse pessoal, um pouquinho de inflação não mata. Só juros que estão sempre errados.

Tem cara de mais um voo de galinha e pode não terminar bem. O País já viveu ressacas no passado, tanto após o milagre econômico na ditadura quanto no fim dos governos do PT.

As crises foram enfrentadas com profundas reformas. Primeiro, com FHC no comando, como apoio ao real. E, mais recentemente, no governo Temer.

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Acompanhar a economia no Brasil cansa. Tudo que é construído com muito esforço é destruído num instante. Um enxugar de gelo perpétuo.

Mais que cansativo, é frustrante. Lula assumiu com a boa vontade da sociedade. Ganhou no “photochart”, apoiado pelo centro, e herdou uma economia relativamente organizada. Até o frágil arcabouço foi recebido pelo mercado com certa benevolência. Mas deu de ombros. Teve relativo sucesso no primeiro mandato, por ter tido a sabedoria de dar continuidade às políticas transformadoras feitas por FHC. Já hoje, seus ministros da área econômica jogam sempre na defensiva, quando deveriam estar no ataque.

A imagem da subida na rampa, hoje, é só uma foto na parede: o pobre continua fora do Orçamento; os yanomamis, abandonados; e políticas de igualdade só aparecem na forma de lacração Foto: Daniel Teixeira/Estadão
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Lula se recusa a cortar gastos e ainda vai furando as restrições ao Orçamento com atalhos, investimentos de estatais e fundos públicos. Além de gastar muito, gasta mal. O PAC, por exemplo, é coleção de projetos zumbis reempacotados, mal desenhados e que não atendem mais às necessidades da sociedade. O mundo avança em transição energética, tecnologia e capital humano, enquanto aqui continuamos fixados em grandes obras, conteúdo nacional e proteção industrial. Eternamente aprisionados na Lei de Informática.

Não é só a economia que preocupa. A imagem da subida na rampa, hoje, é só uma foto na parede: o pobre continua fora do Orçamento; os yanomamis, abandonados; e políticas de igualdade só aparecem na forma de lacração. E, o mais grave: o pouco caso com a agenda ambiental.

O País já pegava fogo quando Lula e Marina largaram Brasília para subir em palanque. A Autoridade Climática, prometida na campanha, só saiu esta semana. Acostumado a colocar tudo na conta do outro, esse governo sofre o efeito bumerangue, e agora será obrigado a tratar as mudanças climáticas com seriedade. Não é assunto para os debates rasos da polarização. Mas a exploração da Margem Equatorial avança sem discussão, em meio aos preparativos da COP-30 em Belém. A profunda crise institucional que o País atravessa é um tempero a mais. Não tá fácil ser Poliana.

O PIB e o emprego vão crescer mais que o inicialmente esperado. Quem acredita no gasto público como motor de crescimento deve estar exultante. Preços vão subindo, mas, para esse pessoal, um pouquinho de inflação não mata. Só juros que estão sempre errados.

Tem cara de mais um voo de galinha e pode não terminar bem. O País já viveu ressacas no passado, tanto após o milagre econômico na ditadura quanto no fim dos governos do PT.

As crises foram enfrentadas com profundas reformas. Primeiro, com FHC no comando, como apoio ao real. E, mais recentemente, no governo Temer.

Acompanhar a economia no Brasil cansa. Tudo que é construído com muito esforço é destruído num instante. Um enxugar de gelo perpétuo.

Mais que cansativo, é frustrante. Lula assumiu com a boa vontade da sociedade. Ganhou no “photochart”, apoiado pelo centro, e herdou uma economia relativamente organizada. Até o frágil arcabouço foi recebido pelo mercado com certa benevolência. Mas deu de ombros. Teve relativo sucesso no primeiro mandato, por ter tido a sabedoria de dar continuidade às políticas transformadoras feitas por FHC. Já hoje, seus ministros da área econômica jogam sempre na defensiva, quando deveriam estar no ataque.

A imagem da subida na rampa, hoje, é só uma foto na parede: o pobre continua fora do Orçamento; os yanomamis, abandonados; e políticas de igualdade só aparecem na forma de lacração Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Lula se recusa a cortar gastos e ainda vai furando as restrições ao Orçamento com atalhos, investimentos de estatais e fundos públicos. Além de gastar muito, gasta mal. O PAC, por exemplo, é coleção de projetos zumbis reempacotados, mal desenhados e que não atendem mais às necessidades da sociedade. O mundo avança em transição energética, tecnologia e capital humano, enquanto aqui continuamos fixados em grandes obras, conteúdo nacional e proteção industrial. Eternamente aprisionados na Lei de Informática.

Não é só a economia que preocupa. A imagem da subida na rampa, hoje, é só uma foto na parede: o pobre continua fora do Orçamento; os yanomamis, abandonados; e políticas de igualdade só aparecem na forma de lacração. E, o mais grave: o pouco caso com a agenda ambiental.

O País já pegava fogo quando Lula e Marina largaram Brasília para subir em palanque. A Autoridade Climática, prometida na campanha, só saiu esta semana. Acostumado a colocar tudo na conta do outro, esse governo sofre o efeito bumerangue, e agora será obrigado a tratar as mudanças climáticas com seriedade. Não é assunto para os debates rasos da polarização. Mas a exploração da Margem Equatorial avança sem discussão, em meio aos preparativos da COP-30 em Belém. A profunda crise institucional que o País atravessa é um tempero a mais. Não tá fácil ser Poliana.

O PIB e o emprego vão crescer mais que o inicialmente esperado. Quem acredita no gasto público como motor de crescimento deve estar exultante. Preços vão subindo, mas, para esse pessoal, um pouquinho de inflação não mata. Só juros que estão sempre errados.

Tem cara de mais um voo de galinha e pode não terminar bem. O País já viveu ressacas no passado, tanto após o milagre econômico na ditadura quanto no fim dos governos do PT.

As crises foram enfrentadas com profundas reformas. Primeiro, com FHC no comando, como apoio ao real. E, mais recentemente, no governo Temer.

Acompanhar a economia no Brasil cansa. Tudo que é construído com muito esforço é destruído num instante. Um enxugar de gelo perpétuo.

Mais que cansativo, é frustrante. Lula assumiu com a boa vontade da sociedade. Ganhou no “photochart”, apoiado pelo centro, e herdou uma economia relativamente organizada. Até o frágil arcabouço foi recebido pelo mercado com certa benevolência. Mas deu de ombros. Teve relativo sucesso no primeiro mandato, por ter tido a sabedoria de dar continuidade às políticas transformadoras feitas por FHC. Já hoje, seus ministros da área econômica jogam sempre na defensiva, quando deveriam estar no ataque.

A imagem da subida na rampa, hoje, é só uma foto na parede: o pobre continua fora do Orçamento; os yanomamis, abandonados; e políticas de igualdade só aparecem na forma de lacração Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Lula se recusa a cortar gastos e ainda vai furando as restrições ao Orçamento com atalhos, investimentos de estatais e fundos públicos. Além de gastar muito, gasta mal. O PAC, por exemplo, é coleção de projetos zumbis reempacotados, mal desenhados e que não atendem mais às necessidades da sociedade. O mundo avança em transição energética, tecnologia e capital humano, enquanto aqui continuamos fixados em grandes obras, conteúdo nacional e proteção industrial. Eternamente aprisionados na Lei de Informática.

Não é só a economia que preocupa. A imagem da subida na rampa, hoje, é só uma foto na parede: o pobre continua fora do Orçamento; os yanomamis, abandonados; e políticas de igualdade só aparecem na forma de lacração. E, o mais grave: o pouco caso com a agenda ambiental.

O País já pegava fogo quando Lula e Marina largaram Brasília para subir em palanque. A Autoridade Climática, prometida na campanha, só saiu esta semana. Acostumado a colocar tudo na conta do outro, esse governo sofre o efeito bumerangue, e agora será obrigado a tratar as mudanças climáticas com seriedade. Não é assunto para os debates rasos da polarização. Mas a exploração da Margem Equatorial avança sem discussão, em meio aos preparativos da COP-30 em Belém. A profunda crise institucional que o País atravessa é um tempero a mais. Não tá fácil ser Poliana.

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