Lula acha que o único problema do País são os juros. Totalmente descolado da realidade. Começou seu mandato com a dívida representando 71,7% do PIB, e pode terminar em 85%. Até poucos meses atrás, o governo ainda contava com a esperança do mercado em um pacote de gastos para valer. Não veio. O aumento dos juros e a disparada do dólar refletem uma justificada desconfiança no governo.
O Executivo apresentou um proposta claramente insuficiente para reverter expectativas. Não adianta culpar o Congresso, quando a negociação já começa em patamar muito baixo. Achar que parlamentar vai endurecer o pacote é muita ingenuidade.
O pessimismo neste fim de ano vai muito além da economia. A sociedade não confia mais nas instituições. Aqueles que deveriam colocar o interesse público como prioridade são os primeiros a cuidar de seu pirão.
Parlamentares se recusam a cumprir determinação do STF. As emendas continuam sem transparência. E os escândalos no desvio de recursos públicos não intimidam ninguém. Lira é o símbolo maior. Até criou uma estatal para chamar de sua – Docas de Alagoas. Ao mesmo tempo, o governo liberou suas estatais para tocar uma “gestão eficiente”, tipo Telebras e Ceitec. Com esse exemplo, não dá para exigir muito do Congresso.
Alcolumbre nem sequer assumiu e já está impondo seus indicados para as agências reguladoras. Logo o Senado, que deveria garantir com sabatinas a competência dos que vão zelar pela qualidade dos serviços públicos.
Os jabutis não param de elevar a tarifa de energia, chegando ao cúmulo de incentivar carvão em pacote de transição energética.
Cinco ministros deste governo indicaram suas próprias esposas para os Tribunais de Contas de seus Estados. E ninguém vê conflito de interesse. Como também não se vê em juiz relatando processo em que está diretamente envolvido.
Temos mais de 5 mil generais na reserva. A integralidade na aposentadoria permanece intocável; 134 mil filhas de militares são pensionistas, inclusive de general que comandou um centro de tortura na ditadura.
Alguns juízes são presos por venda de sentença, outro acha que a prisão do assassino de um turista não é urgente. A população tem medo de sair na rua, e com razão: a chance de perder seu celular ou a vida não é pequena. Enquanto crimes de bagatela muitas vezes chegam até a Suprema Corte, decisões liminares perdoam dívidas de corruptos confessos, liberando muitos deles para voltar a fazer negócios com o Estado.
Não tenho esperanças de um ótimo 2025, só posso desejar um Feliz Natal e torcer para o velhinho colocar um pouco de juízo nessa gente.