Não esperava muito do governo Lula 3. Sua eleição importava para livrar o País de Bolsonaro. Mais quatro anos de destruição nas agendas climática, de direitos humanos e educacional teriam efeito irreversível. Tinha esperança de mudanças radicais.
Qual o quê.
Saiu Orban, entrou Maduro, e Putin ficou no mesmo lugar. Lula partiu para o abraço a ditadores sem enrubescer. Esse governo não liga muito para inserção internacional, pelo menos não com o Ocidente. É a infantil e ultrapassada agenda Amorim e seu antiamericanismo no comando. Uma desculpa esfarrapada — a obsessão com conteúdo doméstico — é usada para barrar o acordo União Europeia-Mercosul.
Se não tem democracia na agenda internacional, também não veio a economia verde. Os dois mais importantes pilares para a reinserção do País no mundo foram esquecidos. A mesma caneta que veta trechos da lei que colocava a Mata Atlântica em risco, ou lança um pacote para a Amazônia, assina mais incentivos a meios de transporte, individuais ou coletivos, poluentes. Lula ainda não entendeu que o mundo mudou, que economia verde é muito mais que preservar florestas. Não só está de volta ao passado, como se recusa a entender o futuro.
Na contramão do mundo, que investe na eletrificação e descarbonização, da tecnologia à educação, anuncia mais subsídios a carros “populares” pela módica quantia de R$ 60 mil. Anos fora da política devem ter feito ele esquecer quem são os pobres neste País. E junto vem, de novo, os tais componentes nacionais. Vamos continuar a montar carroças. Nostálgico, repete a desastrosa política de informática brasileira, agora na busca de autossuficiência em microprocessadores. Taiwan que se cuide.
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O País parece estar fadado a um crescimento medíocre de baixa produtividade. Abertura comercial está fora da agenda; adeus ao acesso a insumos de qualidade e tecnologia mais avançada. Não se fala em capacitação de mão de obra, nem mesmo para ajustar o mercado de trabalho aos novos tempos pós-pandemia. Camilo Santana, ninguém sabe, ninguém viu. Imaginem então os impactos do avanço da IA sobre nós.
Há muita gente ainda tolerante a tantos equívocos. Faço um teste a cada passo em falso desses e pergunto: “E se fosse Bolsonaro?”. O que não serve para um, não pode ser aceito para outro. Vale da indecorosa indicação de Zanin ao novo avião para atender aos caprichos do primeiro casal ao custo de R$ 500 milhões. É o pobre no orçamento.
Me apego aos brincos de Sonia Guajajara. São lindos, simbólicos de nossa cultura, e refletem a força dessa mulher. Que inspirem o STF.