Economista e advogada

Opinião|Lula diz que é o povo, mas sua sequência de entrevistas tornou os pobres mais pobres


É na igualdade de oportunidades que a política pública deveria focar, mas não dá palanque e é coisa de liberal

Por Elena Landau

“Eu sou o povo na Presidência”, afirmou Lula. Vou deixar de lado o flerte com o autoritarismo e focar na economia. O discurso é um; a realidade, outra. Sua sequência de entrevistas tornou os pobres mais pobres. Ataques ao Banco Central e a recusa em reduzir gastos não são “ruídos de comunicação”; isso é convicção. Ao dobrar a aposta, provocou uma elevação do dólar de quase 15%, no ano, e de 7% em junho. O apelo político reforça o discurso. Será que sua base ainda pensa que “povo não come dólar”? Acabou fazendo um recuo tático. Vai durar?

Lula prometeu picanha para todos e “colocar os pobres no Orçamento”. Nem um nem outro. Com os níveis de desigualdade daqui, difícil definir quem é rico. Até quem recebe salário mínimo seria menos pobre do que um terço da população, enquanto o 1% mais rico fica com mais de 20% da renda nacional.

A razão desse fosso é a má distribuição de recursos públicos; o Estado promovendo a desigualdade. E quanto mais intervencionista, pior. Estado gastar para o bolo crescer, e depois dividir, era o lema dos anos de ditadura. Entregou um país ainda mais desigual.

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Lula está indignado com tanto gasto tributário, que hoje soma mais de 4% do PIB. A memória deve ter falhado. Foram os governos petistas que duplicaram esse porcentual. Verdadeira herança maldita. Tentei fazer uma lista do que foi incluído desde 2003; não cabe na coluna. Mas vale lembrar que Dilma estendeu os privilégios da Zona Franca de Manaus e criou as desonerações setoriais. Subsídios para uma indústria, ainda protegida da competição externa, são eternamente renovados. Rico se esbalda no “duty free” e traz tablets e celulares do exterior. Para o pobre, restam produtos caros e de baixa qualidade produzidos com conteúdo nacional.

Falas de Lula deixaram o pobre mais pobre Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

O topo da pirâmide não paga impostos. E os privilégios são “socializados”. A alíquota alta no consumo (novo IVA) por conta de exceções, algumas totalmente descabidas, prejudica o mais pobre. O Imposto de Renda é progressivo. Rico usa Educação e Saúde privada e ainda tem isenção no IR; na Saúde, nem limite tem. Confortável isso. O desnível entre escolas públicas e privadas ou entre o SUS e o Einstein não lhe importa.

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A lista é grande. A desigualdade está presente na Previdência, na conta de luz, na falta de saneamento, no gênero e raça e nas vítimas da violência. Ela começa no nascimento. É na igualdade de oportunidades que a política pública deveria focar. Mas não dá palanque. É coisa de liberal.

“Eu sou o povo na Presidência”, afirmou Lula. Vou deixar de lado o flerte com o autoritarismo e focar na economia. O discurso é um; a realidade, outra. Sua sequência de entrevistas tornou os pobres mais pobres. Ataques ao Banco Central e a recusa em reduzir gastos não são “ruídos de comunicação”; isso é convicção. Ao dobrar a aposta, provocou uma elevação do dólar de quase 15%, no ano, e de 7% em junho. O apelo político reforça o discurso. Será que sua base ainda pensa que “povo não come dólar”? Acabou fazendo um recuo tático. Vai durar?

Lula prometeu picanha para todos e “colocar os pobres no Orçamento”. Nem um nem outro. Com os níveis de desigualdade daqui, difícil definir quem é rico. Até quem recebe salário mínimo seria menos pobre do que um terço da população, enquanto o 1% mais rico fica com mais de 20% da renda nacional.

A razão desse fosso é a má distribuição de recursos públicos; o Estado promovendo a desigualdade. E quanto mais intervencionista, pior. Estado gastar para o bolo crescer, e depois dividir, era o lema dos anos de ditadura. Entregou um país ainda mais desigual.

Lula está indignado com tanto gasto tributário, que hoje soma mais de 4% do PIB. A memória deve ter falhado. Foram os governos petistas que duplicaram esse porcentual. Verdadeira herança maldita. Tentei fazer uma lista do que foi incluído desde 2003; não cabe na coluna. Mas vale lembrar que Dilma estendeu os privilégios da Zona Franca de Manaus e criou as desonerações setoriais. Subsídios para uma indústria, ainda protegida da competição externa, são eternamente renovados. Rico se esbalda no “duty free” e traz tablets e celulares do exterior. Para o pobre, restam produtos caros e de baixa qualidade produzidos com conteúdo nacional.

Falas de Lula deixaram o pobre mais pobre Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

O topo da pirâmide não paga impostos. E os privilégios são “socializados”. A alíquota alta no consumo (novo IVA) por conta de exceções, algumas totalmente descabidas, prejudica o mais pobre. O Imposto de Renda é progressivo. Rico usa Educação e Saúde privada e ainda tem isenção no IR; na Saúde, nem limite tem. Confortável isso. O desnível entre escolas públicas e privadas ou entre o SUS e o Einstein não lhe importa.

A lista é grande. A desigualdade está presente na Previdência, na conta de luz, na falta de saneamento, no gênero e raça e nas vítimas da violência. Ela começa no nascimento. É na igualdade de oportunidades que a política pública deveria focar. Mas não dá palanque. É coisa de liberal.

“Eu sou o povo na Presidência”, afirmou Lula. Vou deixar de lado o flerte com o autoritarismo e focar na economia. O discurso é um; a realidade, outra. Sua sequência de entrevistas tornou os pobres mais pobres. Ataques ao Banco Central e a recusa em reduzir gastos não são “ruídos de comunicação”; isso é convicção. Ao dobrar a aposta, provocou uma elevação do dólar de quase 15%, no ano, e de 7% em junho. O apelo político reforça o discurso. Será que sua base ainda pensa que “povo não come dólar”? Acabou fazendo um recuo tático. Vai durar?

Lula prometeu picanha para todos e “colocar os pobres no Orçamento”. Nem um nem outro. Com os níveis de desigualdade daqui, difícil definir quem é rico. Até quem recebe salário mínimo seria menos pobre do que um terço da população, enquanto o 1% mais rico fica com mais de 20% da renda nacional.

A razão desse fosso é a má distribuição de recursos públicos; o Estado promovendo a desigualdade. E quanto mais intervencionista, pior. Estado gastar para o bolo crescer, e depois dividir, era o lema dos anos de ditadura. Entregou um país ainda mais desigual.

Lula está indignado com tanto gasto tributário, que hoje soma mais de 4% do PIB. A memória deve ter falhado. Foram os governos petistas que duplicaram esse porcentual. Verdadeira herança maldita. Tentei fazer uma lista do que foi incluído desde 2003; não cabe na coluna. Mas vale lembrar que Dilma estendeu os privilégios da Zona Franca de Manaus e criou as desonerações setoriais. Subsídios para uma indústria, ainda protegida da competição externa, são eternamente renovados. Rico se esbalda no “duty free” e traz tablets e celulares do exterior. Para o pobre, restam produtos caros e de baixa qualidade produzidos com conteúdo nacional.

Falas de Lula deixaram o pobre mais pobre Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

O topo da pirâmide não paga impostos. E os privilégios são “socializados”. A alíquota alta no consumo (novo IVA) por conta de exceções, algumas totalmente descabidas, prejudica o mais pobre. O Imposto de Renda é progressivo. Rico usa Educação e Saúde privada e ainda tem isenção no IR; na Saúde, nem limite tem. Confortável isso. O desnível entre escolas públicas e privadas ou entre o SUS e o Einstein não lhe importa.

A lista é grande. A desigualdade está presente na Previdência, na conta de luz, na falta de saneamento, no gênero e raça e nas vítimas da violência. Ela começa no nascimento. É na igualdade de oportunidades que a política pública deveria focar. Mas não dá palanque. É coisa de liberal.

“Eu sou o povo na Presidência”, afirmou Lula. Vou deixar de lado o flerte com o autoritarismo e focar na economia. O discurso é um; a realidade, outra. Sua sequência de entrevistas tornou os pobres mais pobres. Ataques ao Banco Central e a recusa em reduzir gastos não são “ruídos de comunicação”; isso é convicção. Ao dobrar a aposta, provocou uma elevação do dólar de quase 15%, no ano, e de 7% em junho. O apelo político reforça o discurso. Será que sua base ainda pensa que “povo não come dólar”? Acabou fazendo um recuo tático. Vai durar?

Lula prometeu picanha para todos e “colocar os pobres no Orçamento”. Nem um nem outro. Com os níveis de desigualdade daqui, difícil definir quem é rico. Até quem recebe salário mínimo seria menos pobre do que um terço da população, enquanto o 1% mais rico fica com mais de 20% da renda nacional.

A razão desse fosso é a má distribuição de recursos públicos; o Estado promovendo a desigualdade. E quanto mais intervencionista, pior. Estado gastar para o bolo crescer, e depois dividir, era o lema dos anos de ditadura. Entregou um país ainda mais desigual.

Lula está indignado com tanto gasto tributário, que hoje soma mais de 4% do PIB. A memória deve ter falhado. Foram os governos petistas que duplicaram esse porcentual. Verdadeira herança maldita. Tentei fazer uma lista do que foi incluído desde 2003; não cabe na coluna. Mas vale lembrar que Dilma estendeu os privilégios da Zona Franca de Manaus e criou as desonerações setoriais. Subsídios para uma indústria, ainda protegida da competição externa, são eternamente renovados. Rico se esbalda no “duty free” e traz tablets e celulares do exterior. Para o pobre, restam produtos caros e de baixa qualidade produzidos com conteúdo nacional.

Falas de Lula deixaram o pobre mais pobre Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

O topo da pirâmide não paga impostos. E os privilégios são “socializados”. A alíquota alta no consumo (novo IVA) por conta de exceções, algumas totalmente descabidas, prejudica o mais pobre. O Imposto de Renda é progressivo. Rico usa Educação e Saúde privada e ainda tem isenção no IR; na Saúde, nem limite tem. Confortável isso. O desnível entre escolas públicas e privadas ou entre o SUS e o Einstein não lhe importa.

A lista é grande. A desigualdade está presente na Previdência, na conta de luz, na falta de saneamento, no gênero e raça e nas vítimas da violência. Ela começa no nascimento. É na igualdade de oportunidades que a política pública deveria focar. Mas não dá palanque. É coisa de liberal.

Opinião por Elena Landau

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