Economista e advogada

Opinião|Sinais do governo são ambíguos: do simbolismo de receber a COP-30 a integrar OPEP+


Ainda não existe prioridade para as questões ambientais na agenda política, e Ministério do Meio Ambiente segue sem relevância e com órgãos de controle enfraquecidos

Por Elena Landau
Atualização:

“Torradeira, cabo de frigideira, tampinha de refrigerante...” Era assim que meu professor de Biologia entrava em sala de aula. Era uma lista de coisas que encontrava no lixo. Eu estava no ensino médio, e foi a primeira vez que ouvi falar em meio ambiente. Naquela época, a gente chamava de ecologia.

No último filme do Almodóvar, O Quarto ao Lado, um personagem rompe com seu filho quando sabe da terceira gravidez: “Um irresponsável”. Refere-se aos perigos das mudanças climáticas.

Meio século separam os dois episódios. A natureza resolveu dar alerta radical: enchentes, furacões, incêndios, ciclones são cada vez mais frequentes e intensos.

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Ainda assim, não se veem grandes avanços nas políticas para reduzir emissões de forma significativa e mitigar os impactos sociais. O aquecimento global superou as projeções, já pessimistas.

Lula e Marina Silva, a ministra do Meio Ambiente: Brasil segue derrapando na agenda ambiental Foto: Wilton Junior / Estadão

No início deste governo, havia a esperança de que a reinserção do Brasil no mundo se daria pela agenda ambiental. Mas se optou pela geopolítica para tentar protagonismo no cenário internacional. Continuamos periféricos.

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Não sei para onde o País quer ir. Lula até começou bem revogando a boiada de Salles (e vamos torcer para a vitória de Trump não ressuscitar os negacionistas nacionais).

Mas parou por aí. Os sinais do governo são ambíguos. É o simbolismo de receber a COP-30 em Belém, convivendo com o desejo de integrar a Opep+ e a determinação de explorar a Margem Equatorial.

Há o que fazer na região sem aumentar gastos. A Zona Franca de Manaus é um exemplo: se 100% dos incentivos da ZFM fossem direcionadas para bioeconomia, teria um impacto social relevante.

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Apesar da nomeação de Marina Silva, o Ministério de Meio Ambiente continua sem relevância e os órgãos de controle estão enfraquecidos. Nas ações específicas, o cenário também não é muito auspicioso. A regulamentação do mercado de carbono, que está em discussão há anos, foi mais uma vez adiada e não há discussão sobre os compromissos climáticos para 2035, a chamada NDC.

Em 2024, focos de incêndios aumentaram 80%, a vida dos yanomanis não melhorou, os rios da Amazônia estão secando e o crime organizado continua mandando na floresta.

Os eventos podem ser extremos, mas não imprevisíveis.

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No Brasil, ainda não há prioridade para questões ambientais na agenda política. O tema continua secundário. O raso debate nas eleições municipais é a prova disso. Se a sociedade não se mexe, a política não reage. Não adianta segurar na mão de Deus.

“Torradeira, cabo de frigideira, tampinha de refrigerante...” Era assim que meu professor de Biologia entrava em sala de aula. Era uma lista de coisas que encontrava no lixo. Eu estava no ensino médio, e foi a primeira vez que ouvi falar em meio ambiente. Naquela época, a gente chamava de ecologia.

No último filme do Almodóvar, O Quarto ao Lado, um personagem rompe com seu filho quando sabe da terceira gravidez: “Um irresponsável”. Refere-se aos perigos das mudanças climáticas.

Meio século separam os dois episódios. A natureza resolveu dar alerta radical: enchentes, furacões, incêndios, ciclones são cada vez mais frequentes e intensos.

Ainda assim, não se veem grandes avanços nas políticas para reduzir emissões de forma significativa e mitigar os impactos sociais. O aquecimento global superou as projeções, já pessimistas.

Lula e Marina Silva, a ministra do Meio Ambiente: Brasil segue derrapando na agenda ambiental Foto: Wilton Junior / Estadão

No início deste governo, havia a esperança de que a reinserção do Brasil no mundo se daria pela agenda ambiental. Mas se optou pela geopolítica para tentar protagonismo no cenário internacional. Continuamos periféricos.

Não sei para onde o País quer ir. Lula até começou bem revogando a boiada de Salles (e vamos torcer para a vitória de Trump não ressuscitar os negacionistas nacionais).

Mas parou por aí. Os sinais do governo são ambíguos. É o simbolismo de receber a COP-30 em Belém, convivendo com o desejo de integrar a Opep+ e a determinação de explorar a Margem Equatorial.

Há o que fazer na região sem aumentar gastos. A Zona Franca de Manaus é um exemplo: se 100% dos incentivos da ZFM fossem direcionadas para bioeconomia, teria um impacto social relevante.

Apesar da nomeação de Marina Silva, o Ministério de Meio Ambiente continua sem relevância e os órgãos de controle estão enfraquecidos. Nas ações específicas, o cenário também não é muito auspicioso. A regulamentação do mercado de carbono, que está em discussão há anos, foi mais uma vez adiada e não há discussão sobre os compromissos climáticos para 2035, a chamada NDC.

Em 2024, focos de incêndios aumentaram 80%, a vida dos yanomanis não melhorou, os rios da Amazônia estão secando e o crime organizado continua mandando na floresta.

Os eventos podem ser extremos, mas não imprevisíveis.

No Brasil, ainda não há prioridade para questões ambientais na agenda política. O tema continua secundário. O raso debate nas eleições municipais é a prova disso. Se a sociedade não se mexe, a política não reage. Não adianta segurar na mão de Deus.

“Torradeira, cabo de frigideira, tampinha de refrigerante...” Era assim que meu professor de Biologia entrava em sala de aula. Era uma lista de coisas que encontrava no lixo. Eu estava no ensino médio, e foi a primeira vez que ouvi falar em meio ambiente. Naquela época, a gente chamava de ecologia.

No último filme do Almodóvar, O Quarto ao Lado, um personagem rompe com seu filho quando sabe da terceira gravidez: “Um irresponsável”. Refere-se aos perigos das mudanças climáticas.

Meio século separam os dois episódios. A natureza resolveu dar alerta radical: enchentes, furacões, incêndios, ciclones são cada vez mais frequentes e intensos.

Ainda assim, não se veem grandes avanços nas políticas para reduzir emissões de forma significativa e mitigar os impactos sociais. O aquecimento global superou as projeções, já pessimistas.

Lula e Marina Silva, a ministra do Meio Ambiente: Brasil segue derrapando na agenda ambiental Foto: Wilton Junior / Estadão

No início deste governo, havia a esperança de que a reinserção do Brasil no mundo se daria pela agenda ambiental. Mas se optou pela geopolítica para tentar protagonismo no cenário internacional. Continuamos periféricos.

Não sei para onde o País quer ir. Lula até começou bem revogando a boiada de Salles (e vamos torcer para a vitória de Trump não ressuscitar os negacionistas nacionais).

Mas parou por aí. Os sinais do governo são ambíguos. É o simbolismo de receber a COP-30 em Belém, convivendo com o desejo de integrar a Opep+ e a determinação de explorar a Margem Equatorial.

Há o que fazer na região sem aumentar gastos. A Zona Franca de Manaus é um exemplo: se 100% dos incentivos da ZFM fossem direcionadas para bioeconomia, teria um impacto social relevante.

Apesar da nomeação de Marina Silva, o Ministério de Meio Ambiente continua sem relevância e os órgãos de controle estão enfraquecidos. Nas ações específicas, o cenário também não é muito auspicioso. A regulamentação do mercado de carbono, que está em discussão há anos, foi mais uma vez adiada e não há discussão sobre os compromissos climáticos para 2035, a chamada NDC.

Em 2024, focos de incêndios aumentaram 80%, a vida dos yanomanis não melhorou, os rios da Amazônia estão secando e o crime organizado continua mandando na floresta.

Os eventos podem ser extremos, mas não imprevisíveis.

No Brasil, ainda não há prioridade para questões ambientais na agenda política. O tema continua secundário. O raso debate nas eleições municipais é a prova disso. Se a sociedade não se mexe, a política não reage. Não adianta segurar na mão de Deus.

“Torradeira, cabo de frigideira, tampinha de refrigerante...” Era assim que meu professor de Biologia entrava em sala de aula. Era uma lista de coisas que encontrava no lixo. Eu estava no ensino médio, e foi a primeira vez que ouvi falar em meio ambiente. Naquela época, a gente chamava de ecologia.

No último filme do Almodóvar, O Quarto ao Lado, um personagem rompe com seu filho quando sabe da terceira gravidez: “Um irresponsável”. Refere-se aos perigos das mudanças climáticas.

Meio século separam os dois episódios. A natureza resolveu dar alerta radical: enchentes, furacões, incêndios, ciclones são cada vez mais frequentes e intensos.

Ainda assim, não se veem grandes avanços nas políticas para reduzir emissões de forma significativa e mitigar os impactos sociais. O aquecimento global superou as projeções, já pessimistas.

Lula e Marina Silva, a ministra do Meio Ambiente: Brasil segue derrapando na agenda ambiental Foto: Wilton Junior / Estadão

No início deste governo, havia a esperança de que a reinserção do Brasil no mundo se daria pela agenda ambiental. Mas se optou pela geopolítica para tentar protagonismo no cenário internacional. Continuamos periféricos.

Não sei para onde o País quer ir. Lula até começou bem revogando a boiada de Salles (e vamos torcer para a vitória de Trump não ressuscitar os negacionistas nacionais).

Mas parou por aí. Os sinais do governo são ambíguos. É o simbolismo de receber a COP-30 em Belém, convivendo com o desejo de integrar a Opep+ e a determinação de explorar a Margem Equatorial.

Há o que fazer na região sem aumentar gastos. A Zona Franca de Manaus é um exemplo: se 100% dos incentivos da ZFM fossem direcionadas para bioeconomia, teria um impacto social relevante.

Apesar da nomeação de Marina Silva, o Ministério de Meio Ambiente continua sem relevância e os órgãos de controle estão enfraquecidos. Nas ações específicas, o cenário também não é muito auspicioso. A regulamentação do mercado de carbono, que está em discussão há anos, foi mais uma vez adiada e não há discussão sobre os compromissos climáticos para 2035, a chamada NDC.

Em 2024, focos de incêndios aumentaram 80%, a vida dos yanomanis não melhorou, os rios da Amazônia estão secando e o crime organizado continua mandando na floresta.

Os eventos podem ser extremos, mas não imprevisíveis.

No Brasil, ainda não há prioridade para questões ambientais na agenda política. O tema continua secundário. O raso debate nas eleições municipais é a prova disso. Se a sociedade não se mexe, a política não reage. Não adianta segurar na mão de Deus.

“Torradeira, cabo de frigideira, tampinha de refrigerante...” Era assim que meu professor de Biologia entrava em sala de aula. Era uma lista de coisas que encontrava no lixo. Eu estava no ensino médio, e foi a primeira vez que ouvi falar em meio ambiente. Naquela época, a gente chamava de ecologia.

No último filme do Almodóvar, O Quarto ao Lado, um personagem rompe com seu filho quando sabe da terceira gravidez: “Um irresponsável”. Refere-se aos perigos das mudanças climáticas.

Meio século separam os dois episódios. A natureza resolveu dar alerta radical: enchentes, furacões, incêndios, ciclones são cada vez mais frequentes e intensos.

Ainda assim, não se veem grandes avanços nas políticas para reduzir emissões de forma significativa e mitigar os impactos sociais. O aquecimento global superou as projeções, já pessimistas.

Lula e Marina Silva, a ministra do Meio Ambiente: Brasil segue derrapando na agenda ambiental Foto: Wilton Junior / Estadão

No início deste governo, havia a esperança de que a reinserção do Brasil no mundo se daria pela agenda ambiental. Mas se optou pela geopolítica para tentar protagonismo no cenário internacional. Continuamos periféricos.

Não sei para onde o País quer ir. Lula até começou bem revogando a boiada de Salles (e vamos torcer para a vitória de Trump não ressuscitar os negacionistas nacionais).

Mas parou por aí. Os sinais do governo são ambíguos. É o simbolismo de receber a COP-30 em Belém, convivendo com o desejo de integrar a Opep+ e a determinação de explorar a Margem Equatorial.

Há o que fazer na região sem aumentar gastos. A Zona Franca de Manaus é um exemplo: se 100% dos incentivos da ZFM fossem direcionadas para bioeconomia, teria um impacto social relevante.

Apesar da nomeação de Marina Silva, o Ministério de Meio Ambiente continua sem relevância e os órgãos de controle estão enfraquecidos. Nas ações específicas, o cenário também não é muito auspicioso. A regulamentação do mercado de carbono, que está em discussão há anos, foi mais uma vez adiada e não há discussão sobre os compromissos climáticos para 2035, a chamada NDC.

Em 2024, focos de incêndios aumentaram 80%, a vida dos yanomanis não melhorou, os rios da Amazônia estão secando e o crime organizado continua mandando na floresta.

Os eventos podem ser extremos, mas não imprevisíveis.

No Brasil, ainda não há prioridade para questões ambientais na agenda política. O tema continua secundário. O raso debate nas eleições municipais é a prova disso. Se a sociedade não se mexe, a política não reage. Não adianta segurar na mão de Deus.

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