Os trabalhadores da Embraer decidiram suspender a greve iniciada às 5h45 desta terça-feira, 3. De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, a decisão foi tomada em razão da presença de um forte contingente da Polícia Militar e de seguranças da empresa. “Apesar disso, a luta em defesa do aumento real de salário e renovação de direitos continua”, diz a entidade, em nota.
Uma nova assembleia vai acontecer às 15h, na entrada dos funcionários do segundo turno, quando o Sindicato irá propor nova paralisação.
A decisão pela greve iniciada nesta manhã ocorreu após os trabalhadores rejeitarem uma proposta da empresa, que ofereceu reposição da inflação aos salários, de 4,06%, e “redução de direitos”, segundo o sindicato.
“A condição imposta pela Embraer para a assinatura da convenção é a redução da estabilidade no emprego para trabalhadores vítimas de doença ou acidente ocupacional. A convenção de 2017 garante estabilidade até a aposentadoria, mas a empresa quer reduzir esse período para 21 meses (em caso de doença ocupacional) e 60 meses (acidente ocupacional)”, afirma o sindicato.
Em nota enviada mais cedo, a empresa disse que concedeu reajuste de acordo com proposta da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e que as negociações entre a entidade e os sindicatos continuam.
“A Embraer, por liberalidade, já concedeu o reajuste salarial de 4,06% (que corresponde a 100% da inflação no período) aos colaboradores que recebem salários de até R$ 10 mil e um fixo de R$ 406,00 para remunerações acima desse valor, conforme proposta apresentada pela Fiesp, que representa as empresas do setor. As negociações entre Fiesp e entidades sindicais continuam”, afirmou a empresa.
Veja também
A Embraer está entre as maiores fabricantes de aviões do mundo e possui cerca de 9 mil trabalhadores em São José dos Campos, sendo 5 mil da produção.