Desemprego fecha dezembro em 7,4% e fica em 7,8% em 2023, menor patamar desde 2014


De acordo com os dados do IBGE, número de pessoas desocupadas no final do ano foi o menor desde o trimestre encerrado em março de 2015

Por Gabriel Vasconcelos
Atualização:

RIO - A taxa de desemprego no Brasil ficou em 7,4% no trimestre encerrado em dezembro, informou nesta quarta-feira, 31, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a menor taxa de desemprego para um quarto trimestre desde 2014, quando a taxa ficou em 6,6%.

Com isso, nos três meses até dezembro, a população desocupada recuou para 8,1 milhões, 234 mil a menos que no trimestre encerrado em setembro.

Um ano antes, ao fim de 2022, a taxa de desemprego medida pelo IBGE estava em 7,9% e subiu até 8,8% no trimestre terminado em março, antes de emendar nove quedas consecutivas. Em novembro, o índice estava em 7,5%, caindo, portanto, 0,1 ponto porcentual na medição divulgada nesta quarta.

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O economista da Terra Investimentos Homero Guizzo definiu o novo recuo como “impressionante” e mostra que o mercado de trabalho segue aquecido.

“Tivemos o pacote completo de um mercado de trabalho aquecido nesta leitura, com aumento da taxa de participação, concomitante ao aumento da população ocupada e queda na desocupação”, analisa Guizzo.

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Geração de emprego

Entre setembro e dezembro, o País teve um saldo positivo de 1,146 milhão de postos de trabalho, com aumento de 1,1% na ocupação ante o trimestre encerrado em setembro, o que elevou a população ocupada a 101 milhões.

Nos três meses analisados, foram geradas 612 mil vagas com carteira assinada no setor privado, o que levou o contingente com vínculo trabalhista a 37,9 milhões, um recorde na série histórica iniciada em 2012. A coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, destacou recordes, também, no número de informais (39,53 milhões) e empregados sem carteira assinada (13,52 milhões).

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Número de pessoas ocupadas no Brasil chegou a 101 milhões Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A geração de empregos, disse Beringuy, foi “pulverizada”, sendo puxada pela indústria (+2,5%), construção civil (+2,7%), comércio (+1%) e transporte (+1%).

A agropecuária foi o único setor que apresentou recuo significativo, de 4,8%, no número de empregados, que caiu 403 mil para 7,98 milhões no trimestre até dezembro. A queda do emprego no campo não foi exclusividade do fim do ano, tendo se consolidado ao longo de todo 2023.

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“Essa perda de ocupação da agricultura é efeito da questão da mecanização, mas também dos impactos climáticos, que acabam recaindo nas pequenas agriculturas (familiar)”, disse Beringuy.

Futuro

Os dados do IBGE apontam crescimento sólido do número de ocupados, mas, ainda assim, isso tende a arrefecer no primeiro trimestre em função do fim do período de festas e a dispensa de temporários.

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O economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, prevê que a taxa de desemprego medida pela Pnad deve seguir caindo em 2024, e encerrar este ano em 7,1%.

“No primeiro trimestre é natural que as leituras mensais apontem aumento no desemprego, por fatores sazonais, mas à frente a tendência é de retomada nas quedas das taxas”, diz Galhardo. Ele não enxerga grande pressão do avanço no emprego na inflação do País, até porque os principais riscos inflacionários para 2024 estão ligados à oferta, como os efeitos climáticos sobre a produção de alimentos. A leitura, porém, não é unânime.

A economista do C6 Bank Claudia Moreno aponta que o nível baixo das taxas de desemprego, somado ao aumento da renda dos trabalhadores, traz “desafios” para a desaceleração da inflação dos serviços.

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Guizzo, da Terra Investimentos, prevê processo de desinflação marcado por “sinais mistos”. “De um lado, temos certa desaceleração no varejo, indústria e serviços, mas, de outro, um mercado de trabalho forte, a despeito de qualquer atenuante, e que deve exercer pressão sobre custos e a inflação de forma geral”, afirma.

Segundo o economista, a tendência em 2024 é de aumento no desemprego, mas com movimento mais nítido de esfriamento do mercado de trabalho somente a partir do terceiro trimestre.

Renda Média

A renda média real do trabalhador no último trimestre de 2023 ficou em R$ 3.032. O resultado representa alta de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 301,6 bilhões no trimestre até dezembro, alta de 5,0% ante igual período do ano anterior.

RIO - A taxa de desemprego no Brasil ficou em 7,4% no trimestre encerrado em dezembro, informou nesta quarta-feira, 31, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a menor taxa de desemprego para um quarto trimestre desde 2014, quando a taxa ficou em 6,6%.

Com isso, nos três meses até dezembro, a população desocupada recuou para 8,1 milhões, 234 mil a menos que no trimestre encerrado em setembro.

Um ano antes, ao fim de 2022, a taxa de desemprego medida pelo IBGE estava em 7,9% e subiu até 8,8% no trimestre terminado em março, antes de emendar nove quedas consecutivas. Em novembro, o índice estava em 7,5%, caindo, portanto, 0,1 ponto porcentual na medição divulgada nesta quarta.

O economista da Terra Investimentos Homero Guizzo definiu o novo recuo como “impressionante” e mostra que o mercado de trabalho segue aquecido.

“Tivemos o pacote completo de um mercado de trabalho aquecido nesta leitura, com aumento da taxa de participação, concomitante ao aumento da população ocupada e queda na desocupação”, analisa Guizzo.

Geração de emprego

Entre setembro e dezembro, o País teve um saldo positivo de 1,146 milhão de postos de trabalho, com aumento de 1,1% na ocupação ante o trimestre encerrado em setembro, o que elevou a população ocupada a 101 milhões.

Nos três meses analisados, foram geradas 612 mil vagas com carteira assinada no setor privado, o que levou o contingente com vínculo trabalhista a 37,9 milhões, um recorde na série histórica iniciada em 2012. A coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, destacou recordes, também, no número de informais (39,53 milhões) e empregados sem carteira assinada (13,52 milhões).

Número de pessoas ocupadas no Brasil chegou a 101 milhões Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A geração de empregos, disse Beringuy, foi “pulverizada”, sendo puxada pela indústria (+2,5%), construção civil (+2,7%), comércio (+1%) e transporte (+1%).

A agropecuária foi o único setor que apresentou recuo significativo, de 4,8%, no número de empregados, que caiu 403 mil para 7,98 milhões no trimestre até dezembro. A queda do emprego no campo não foi exclusividade do fim do ano, tendo se consolidado ao longo de todo 2023.

“Essa perda de ocupação da agricultura é efeito da questão da mecanização, mas também dos impactos climáticos, que acabam recaindo nas pequenas agriculturas (familiar)”, disse Beringuy.

Futuro

Os dados do IBGE apontam crescimento sólido do número de ocupados, mas, ainda assim, isso tende a arrefecer no primeiro trimestre em função do fim do período de festas e a dispensa de temporários.

O economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, prevê que a taxa de desemprego medida pela Pnad deve seguir caindo em 2024, e encerrar este ano em 7,1%.

“No primeiro trimestre é natural que as leituras mensais apontem aumento no desemprego, por fatores sazonais, mas à frente a tendência é de retomada nas quedas das taxas”, diz Galhardo. Ele não enxerga grande pressão do avanço no emprego na inflação do País, até porque os principais riscos inflacionários para 2024 estão ligados à oferta, como os efeitos climáticos sobre a produção de alimentos. A leitura, porém, não é unânime.

A economista do C6 Bank Claudia Moreno aponta que o nível baixo das taxas de desemprego, somado ao aumento da renda dos trabalhadores, traz “desafios” para a desaceleração da inflação dos serviços.

Guizzo, da Terra Investimentos, prevê processo de desinflação marcado por “sinais mistos”. “De um lado, temos certa desaceleração no varejo, indústria e serviços, mas, de outro, um mercado de trabalho forte, a despeito de qualquer atenuante, e que deve exercer pressão sobre custos e a inflação de forma geral”, afirma.

Segundo o economista, a tendência em 2024 é de aumento no desemprego, mas com movimento mais nítido de esfriamento do mercado de trabalho somente a partir do terceiro trimestre.

Renda Média

A renda média real do trabalhador no último trimestre de 2023 ficou em R$ 3.032. O resultado representa alta de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 301,6 bilhões no trimestre até dezembro, alta de 5,0% ante igual período do ano anterior.

RIO - A taxa de desemprego no Brasil ficou em 7,4% no trimestre encerrado em dezembro, informou nesta quarta-feira, 31, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a menor taxa de desemprego para um quarto trimestre desde 2014, quando a taxa ficou em 6,6%.

Com isso, nos três meses até dezembro, a população desocupada recuou para 8,1 milhões, 234 mil a menos que no trimestre encerrado em setembro.

Um ano antes, ao fim de 2022, a taxa de desemprego medida pelo IBGE estava em 7,9% e subiu até 8,8% no trimestre terminado em março, antes de emendar nove quedas consecutivas. Em novembro, o índice estava em 7,5%, caindo, portanto, 0,1 ponto porcentual na medição divulgada nesta quarta.

O economista da Terra Investimentos Homero Guizzo definiu o novo recuo como “impressionante” e mostra que o mercado de trabalho segue aquecido.

“Tivemos o pacote completo de um mercado de trabalho aquecido nesta leitura, com aumento da taxa de participação, concomitante ao aumento da população ocupada e queda na desocupação”, analisa Guizzo.

Geração de emprego

Entre setembro e dezembro, o País teve um saldo positivo de 1,146 milhão de postos de trabalho, com aumento de 1,1% na ocupação ante o trimestre encerrado em setembro, o que elevou a população ocupada a 101 milhões.

Nos três meses analisados, foram geradas 612 mil vagas com carteira assinada no setor privado, o que levou o contingente com vínculo trabalhista a 37,9 milhões, um recorde na série histórica iniciada em 2012. A coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, destacou recordes, também, no número de informais (39,53 milhões) e empregados sem carteira assinada (13,52 milhões).

Número de pessoas ocupadas no Brasil chegou a 101 milhões Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A geração de empregos, disse Beringuy, foi “pulverizada”, sendo puxada pela indústria (+2,5%), construção civil (+2,7%), comércio (+1%) e transporte (+1%).

A agropecuária foi o único setor que apresentou recuo significativo, de 4,8%, no número de empregados, que caiu 403 mil para 7,98 milhões no trimestre até dezembro. A queda do emprego no campo não foi exclusividade do fim do ano, tendo se consolidado ao longo de todo 2023.

“Essa perda de ocupação da agricultura é efeito da questão da mecanização, mas também dos impactos climáticos, que acabam recaindo nas pequenas agriculturas (familiar)”, disse Beringuy.

Futuro

Os dados do IBGE apontam crescimento sólido do número de ocupados, mas, ainda assim, isso tende a arrefecer no primeiro trimestre em função do fim do período de festas e a dispensa de temporários.

O economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, prevê que a taxa de desemprego medida pela Pnad deve seguir caindo em 2024, e encerrar este ano em 7,1%.

“No primeiro trimestre é natural que as leituras mensais apontem aumento no desemprego, por fatores sazonais, mas à frente a tendência é de retomada nas quedas das taxas”, diz Galhardo. Ele não enxerga grande pressão do avanço no emprego na inflação do País, até porque os principais riscos inflacionários para 2024 estão ligados à oferta, como os efeitos climáticos sobre a produção de alimentos. A leitura, porém, não é unânime.

A economista do C6 Bank Claudia Moreno aponta que o nível baixo das taxas de desemprego, somado ao aumento da renda dos trabalhadores, traz “desafios” para a desaceleração da inflação dos serviços.

Guizzo, da Terra Investimentos, prevê processo de desinflação marcado por “sinais mistos”. “De um lado, temos certa desaceleração no varejo, indústria e serviços, mas, de outro, um mercado de trabalho forte, a despeito de qualquer atenuante, e que deve exercer pressão sobre custos e a inflação de forma geral”, afirma.

Segundo o economista, a tendência em 2024 é de aumento no desemprego, mas com movimento mais nítido de esfriamento do mercado de trabalho somente a partir do terceiro trimestre.

Renda Média

A renda média real do trabalhador no último trimestre de 2023 ficou em R$ 3.032. O resultado representa alta de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 301,6 bilhões no trimestre até dezembro, alta de 5,0% ante igual período do ano anterior.

RIO - A taxa de desemprego no Brasil ficou em 7,4% no trimestre encerrado em dezembro, informou nesta quarta-feira, 31, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a menor taxa de desemprego para um quarto trimestre desde 2014, quando a taxa ficou em 6,6%.

Com isso, nos três meses até dezembro, a população desocupada recuou para 8,1 milhões, 234 mil a menos que no trimestre encerrado em setembro.

Um ano antes, ao fim de 2022, a taxa de desemprego medida pelo IBGE estava em 7,9% e subiu até 8,8% no trimestre terminado em março, antes de emendar nove quedas consecutivas. Em novembro, o índice estava em 7,5%, caindo, portanto, 0,1 ponto porcentual na medição divulgada nesta quarta.

O economista da Terra Investimentos Homero Guizzo definiu o novo recuo como “impressionante” e mostra que o mercado de trabalho segue aquecido.

“Tivemos o pacote completo de um mercado de trabalho aquecido nesta leitura, com aumento da taxa de participação, concomitante ao aumento da população ocupada e queda na desocupação”, analisa Guizzo.

Geração de emprego

Entre setembro e dezembro, o País teve um saldo positivo de 1,146 milhão de postos de trabalho, com aumento de 1,1% na ocupação ante o trimestre encerrado em setembro, o que elevou a população ocupada a 101 milhões.

Nos três meses analisados, foram geradas 612 mil vagas com carteira assinada no setor privado, o que levou o contingente com vínculo trabalhista a 37,9 milhões, um recorde na série histórica iniciada em 2012. A coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, destacou recordes, também, no número de informais (39,53 milhões) e empregados sem carteira assinada (13,52 milhões).

Número de pessoas ocupadas no Brasil chegou a 101 milhões Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A geração de empregos, disse Beringuy, foi “pulverizada”, sendo puxada pela indústria (+2,5%), construção civil (+2,7%), comércio (+1%) e transporte (+1%).

A agropecuária foi o único setor que apresentou recuo significativo, de 4,8%, no número de empregados, que caiu 403 mil para 7,98 milhões no trimestre até dezembro. A queda do emprego no campo não foi exclusividade do fim do ano, tendo se consolidado ao longo de todo 2023.

“Essa perda de ocupação da agricultura é efeito da questão da mecanização, mas também dos impactos climáticos, que acabam recaindo nas pequenas agriculturas (familiar)”, disse Beringuy.

Futuro

Os dados do IBGE apontam crescimento sólido do número de ocupados, mas, ainda assim, isso tende a arrefecer no primeiro trimestre em função do fim do período de festas e a dispensa de temporários.

O economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, prevê que a taxa de desemprego medida pela Pnad deve seguir caindo em 2024, e encerrar este ano em 7,1%.

“No primeiro trimestre é natural que as leituras mensais apontem aumento no desemprego, por fatores sazonais, mas à frente a tendência é de retomada nas quedas das taxas”, diz Galhardo. Ele não enxerga grande pressão do avanço no emprego na inflação do País, até porque os principais riscos inflacionários para 2024 estão ligados à oferta, como os efeitos climáticos sobre a produção de alimentos. A leitura, porém, não é unânime.

A economista do C6 Bank Claudia Moreno aponta que o nível baixo das taxas de desemprego, somado ao aumento da renda dos trabalhadores, traz “desafios” para a desaceleração da inflação dos serviços.

Guizzo, da Terra Investimentos, prevê processo de desinflação marcado por “sinais mistos”. “De um lado, temos certa desaceleração no varejo, indústria e serviços, mas, de outro, um mercado de trabalho forte, a despeito de qualquer atenuante, e que deve exercer pressão sobre custos e a inflação de forma geral”, afirma.

Segundo o economista, a tendência em 2024 é de aumento no desemprego, mas com movimento mais nítido de esfriamento do mercado de trabalho somente a partir do terceiro trimestre.

Renda Média

A renda média real do trabalhador no último trimestre de 2023 ficou em R$ 3.032. O resultado representa alta de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 301,6 bilhões no trimestre até dezembro, alta de 5,0% ante igual período do ano anterior.

RIO - A taxa de desemprego no Brasil ficou em 7,4% no trimestre encerrado em dezembro, informou nesta quarta-feira, 31, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa é a menor taxa de desemprego para um quarto trimestre desde 2014, quando a taxa ficou em 6,6%.

Com isso, nos três meses até dezembro, a população desocupada recuou para 8,1 milhões, 234 mil a menos que no trimestre encerrado em setembro.

Um ano antes, ao fim de 2022, a taxa de desemprego medida pelo IBGE estava em 7,9% e subiu até 8,8% no trimestre terminado em março, antes de emendar nove quedas consecutivas. Em novembro, o índice estava em 7,5%, caindo, portanto, 0,1 ponto porcentual na medição divulgada nesta quarta.

O economista da Terra Investimentos Homero Guizzo definiu o novo recuo como “impressionante” e mostra que o mercado de trabalho segue aquecido.

“Tivemos o pacote completo de um mercado de trabalho aquecido nesta leitura, com aumento da taxa de participação, concomitante ao aumento da população ocupada e queda na desocupação”, analisa Guizzo.

Geração de emprego

Entre setembro e dezembro, o País teve um saldo positivo de 1,146 milhão de postos de trabalho, com aumento de 1,1% na ocupação ante o trimestre encerrado em setembro, o que elevou a população ocupada a 101 milhões.

Nos três meses analisados, foram geradas 612 mil vagas com carteira assinada no setor privado, o que levou o contingente com vínculo trabalhista a 37,9 milhões, um recorde na série histórica iniciada em 2012. A coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, destacou recordes, também, no número de informais (39,53 milhões) e empregados sem carteira assinada (13,52 milhões).

Número de pessoas ocupadas no Brasil chegou a 101 milhões Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A geração de empregos, disse Beringuy, foi “pulverizada”, sendo puxada pela indústria (+2,5%), construção civil (+2,7%), comércio (+1%) e transporte (+1%).

A agropecuária foi o único setor que apresentou recuo significativo, de 4,8%, no número de empregados, que caiu 403 mil para 7,98 milhões no trimestre até dezembro. A queda do emprego no campo não foi exclusividade do fim do ano, tendo se consolidado ao longo de todo 2023.

“Essa perda de ocupação da agricultura é efeito da questão da mecanização, mas também dos impactos climáticos, que acabam recaindo nas pequenas agriculturas (familiar)”, disse Beringuy.

Futuro

Os dados do IBGE apontam crescimento sólido do número de ocupados, mas, ainda assim, isso tende a arrefecer no primeiro trimestre em função do fim do período de festas e a dispensa de temporários.

O economista-chefe da Análise Econômica, André Galhardo, prevê que a taxa de desemprego medida pela Pnad deve seguir caindo em 2024, e encerrar este ano em 7,1%.

“No primeiro trimestre é natural que as leituras mensais apontem aumento no desemprego, por fatores sazonais, mas à frente a tendência é de retomada nas quedas das taxas”, diz Galhardo. Ele não enxerga grande pressão do avanço no emprego na inflação do País, até porque os principais riscos inflacionários para 2024 estão ligados à oferta, como os efeitos climáticos sobre a produção de alimentos. A leitura, porém, não é unânime.

A economista do C6 Bank Claudia Moreno aponta que o nível baixo das taxas de desemprego, somado ao aumento da renda dos trabalhadores, traz “desafios” para a desaceleração da inflação dos serviços.

Guizzo, da Terra Investimentos, prevê processo de desinflação marcado por “sinais mistos”. “De um lado, temos certa desaceleração no varejo, indústria e serviços, mas, de outro, um mercado de trabalho forte, a despeito de qualquer atenuante, e que deve exercer pressão sobre custos e a inflação de forma geral”, afirma.

Segundo o economista, a tendência em 2024 é de aumento no desemprego, mas com movimento mais nítido de esfriamento do mercado de trabalho somente a partir do terceiro trimestre.

Renda Média

A renda média real do trabalhador no último trimestre de 2023 ficou em R$ 3.032. O resultado representa alta de 3,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 301,6 bilhões no trimestre até dezembro, alta de 5,0% ante igual período do ano anterior.

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