Emprego esfria e ajuda segurar pressão do dólar na inflação


Para economista, ministro do Trabalho cometeu ‘sincericídio’ ao falar em PIB de 1% a 2%

Por Fábio Alves e da Agência Estado

 SÃO PAULO - O resultado decepcionante do emprego formal, revelado pelos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) deve contribuir para conter a pressão inflacionária decorrente da alta do dólar.

Após a divulgação do resultado, o ministro do Trabalho Manoel Dias expressou o sentimento oficial em relação ao emprego e falou em um ritmo de crescimento da economia entre 1% e 2%. Um economista reagiu dizendo que o ministro cometeu um 'sincericídio'.

Ao informar a criação de 41.463 vagas em julho, o ministro comentou: "Eu não fiquei desapontado, porque nossa realidade é de um PIB de 1% ou 2%. Não é um número que eu gostaria de divulgar, mas é o que temos com um PIB de 1% ou 2%".

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Nas palavras de um economista paulista, a resposta do ministro Manoel Dias foi caso explícito de "sincericídio", diante das pressões políticas sobre o governo em relação ao mercado de trabalho e ao emprego num ambiente de insatisfação popular.

"É só mais um número numa série já longa de deterioração lenta, gradual e irreversível do mercado de trabalho", comentou a fonte. "Ele tem uma inércia grande (para o bem e para o mal), mas quando assume uma trajetória, é para valer", explicou o economista acima.

Sobre as implicações do resultado do Caged, o economista acredita que o número deve ajudar a segurar ao longo do ano que vem, juntamente com um reajuste menor do salário mínimo, parte das pressões inflacionárias derivadas do câmbio.

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"Por esse motivo, ainda acredito piamente que a Selic não chega a 2 dígitos neste atual ciclo de aperto monetário", afirmou.

Segundo um renomado economista de um banco estrangeiro, o número do Caged levando em conta o ajuste sazonal, cai para 15.000. A média móvel de 3 meses está em 25.000 em junho, uma queda considerável se compararmos com uma média de 76.000 em 2012. Expectativas. Um limite para o desemprego não piorar seria a criação de 80 mil a 100 mil vagas por mês.  "Isso demora a bater nas expectativas de inflação. Pode bater primeiro na inadimplência e na confiança do consumidor", explicou o economista. "É mais um indicador que mostra esfriamento no mercado de trabalho", acrescentou, lembrando que agora as expectativas voltam-se para os resultados do desemprego do IBGE, o salário real e ritmo de crescimento do emprego.

O que se coloca agora em discussão entre analistas e investidores é se a 'projeção' do ministro do Trabalho, de um crescimento do Produto Interno Bruto entre 1% e 2% em 2013, é um número já em circulação entre as autoridades econômicas (Banco Central, Ministério da Fazenda e Palácio do Planalto). A projeção não é admitida até agora em público, pois uma admissão desse nível de atividade econômica para 2013 pode mudar e muito as expectativas de analistas e investidores.

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Fábio Alves é jornalista do Broadcast, serviço de informação em tempo real da Agência Estado

 SÃO PAULO - O resultado decepcionante do emprego formal, revelado pelos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) deve contribuir para conter a pressão inflacionária decorrente da alta do dólar.

Após a divulgação do resultado, o ministro do Trabalho Manoel Dias expressou o sentimento oficial em relação ao emprego e falou em um ritmo de crescimento da economia entre 1% e 2%. Um economista reagiu dizendo que o ministro cometeu um 'sincericídio'.

Ao informar a criação de 41.463 vagas em julho, o ministro comentou: "Eu não fiquei desapontado, porque nossa realidade é de um PIB de 1% ou 2%. Não é um número que eu gostaria de divulgar, mas é o que temos com um PIB de 1% ou 2%".

Nas palavras de um economista paulista, a resposta do ministro Manoel Dias foi caso explícito de "sincericídio", diante das pressões políticas sobre o governo em relação ao mercado de trabalho e ao emprego num ambiente de insatisfação popular.

"É só mais um número numa série já longa de deterioração lenta, gradual e irreversível do mercado de trabalho", comentou a fonte. "Ele tem uma inércia grande (para o bem e para o mal), mas quando assume uma trajetória, é para valer", explicou o economista acima.

Sobre as implicações do resultado do Caged, o economista acredita que o número deve ajudar a segurar ao longo do ano que vem, juntamente com um reajuste menor do salário mínimo, parte das pressões inflacionárias derivadas do câmbio.

"Por esse motivo, ainda acredito piamente que a Selic não chega a 2 dígitos neste atual ciclo de aperto monetário", afirmou.

Segundo um renomado economista de um banco estrangeiro, o número do Caged levando em conta o ajuste sazonal, cai para 15.000. A média móvel de 3 meses está em 25.000 em junho, uma queda considerável se compararmos com uma média de 76.000 em 2012. Expectativas. Um limite para o desemprego não piorar seria a criação de 80 mil a 100 mil vagas por mês.  "Isso demora a bater nas expectativas de inflação. Pode bater primeiro na inadimplência e na confiança do consumidor", explicou o economista. "É mais um indicador que mostra esfriamento no mercado de trabalho", acrescentou, lembrando que agora as expectativas voltam-se para os resultados do desemprego do IBGE, o salário real e ritmo de crescimento do emprego.

O que se coloca agora em discussão entre analistas e investidores é se a 'projeção' do ministro do Trabalho, de um crescimento do Produto Interno Bruto entre 1% e 2% em 2013, é um número já em circulação entre as autoridades econômicas (Banco Central, Ministério da Fazenda e Palácio do Planalto). A projeção não é admitida até agora em público, pois uma admissão desse nível de atividade econômica para 2013 pode mudar e muito as expectativas de analistas e investidores.

Fábio Alves é jornalista do Broadcast, serviço de informação em tempo real da Agência Estado

 SÃO PAULO - O resultado decepcionante do emprego formal, revelado pelos números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) deve contribuir para conter a pressão inflacionária decorrente da alta do dólar.

Após a divulgação do resultado, o ministro do Trabalho Manoel Dias expressou o sentimento oficial em relação ao emprego e falou em um ritmo de crescimento da economia entre 1% e 2%. Um economista reagiu dizendo que o ministro cometeu um 'sincericídio'.

Ao informar a criação de 41.463 vagas em julho, o ministro comentou: "Eu não fiquei desapontado, porque nossa realidade é de um PIB de 1% ou 2%. Não é um número que eu gostaria de divulgar, mas é o que temos com um PIB de 1% ou 2%".

Nas palavras de um economista paulista, a resposta do ministro Manoel Dias foi caso explícito de "sincericídio", diante das pressões políticas sobre o governo em relação ao mercado de trabalho e ao emprego num ambiente de insatisfação popular.

"É só mais um número numa série já longa de deterioração lenta, gradual e irreversível do mercado de trabalho", comentou a fonte. "Ele tem uma inércia grande (para o bem e para o mal), mas quando assume uma trajetória, é para valer", explicou o economista acima.

Sobre as implicações do resultado do Caged, o economista acredita que o número deve ajudar a segurar ao longo do ano que vem, juntamente com um reajuste menor do salário mínimo, parte das pressões inflacionárias derivadas do câmbio.

"Por esse motivo, ainda acredito piamente que a Selic não chega a 2 dígitos neste atual ciclo de aperto monetário", afirmou.

Segundo um renomado economista de um banco estrangeiro, o número do Caged levando em conta o ajuste sazonal, cai para 15.000. A média móvel de 3 meses está em 25.000 em junho, uma queda considerável se compararmos com uma média de 76.000 em 2012. Expectativas. Um limite para o desemprego não piorar seria a criação de 80 mil a 100 mil vagas por mês.  "Isso demora a bater nas expectativas de inflação. Pode bater primeiro na inadimplência e na confiança do consumidor", explicou o economista. "É mais um indicador que mostra esfriamento no mercado de trabalho", acrescentou, lembrando que agora as expectativas voltam-se para os resultados do desemprego do IBGE, o salário real e ritmo de crescimento do emprego.

O que se coloca agora em discussão entre analistas e investidores é se a 'projeção' do ministro do Trabalho, de um crescimento do Produto Interno Bruto entre 1% e 2% em 2013, é um número já em circulação entre as autoridades econômicas (Banco Central, Ministério da Fazenda e Palácio do Planalto). A projeção não é admitida até agora em público, pois uma admissão desse nível de atividade econômica para 2013 pode mudar e muito as expectativas de analistas e investidores.

Fábio Alves é jornalista do Broadcast, serviço de informação em tempo real da Agência Estado

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