Uber, Doordash e Grubhub fracassaram na quinta-feira, 28, em sua tentativa de suspender uma medida da cidade de Nova York que estabelece um salário mínimo para os entregadores de comida em bicicleta, que se tornaram indispensáveis durante a pandemia.
“Sob a chuva, a neve ou o calor, eles nunca deixam de nos entregar (comida), e agora podemos compensá-los”, disse o prefeito democrata da cidade de 8,5 milhões de habitantes, Eric Adams.
Esse “salário digno” é “um progresso considerável que trará mudanças enormes” para esses trabalhadores, celebrou Gustavo Ajche, líder do movimento “Os Entregadores Unidos”.
A plataforma DoorDash, por meio de um porta-voz, descreveu a decisão da Suprema Corte do Estado de Nova York como “resultado extremamente decepcionante”, considerando que “uma taxa de remuneração tão extrema reduzirá as oportunidades e aumentará os custos para todos os nova-iorquinos”.
Uber, Doordash e Grubhub podem recorrer da decisão, que rejeitou seu pedido para suspender a medida da cidade. Nova York anunciou em junho um salário mínimo por hora de US$ 17,96 (cerca de R$ 90,50), que será aumentado para US$ 19,96 (R$ 100,60) em 2025 e depois ajustado pela inflação para cerca de 60 mil entregadores de bicicleta que trabalham para esses aplicativos.
Esses trabalhadores não têm o regulamento dos assalariados, nem os direitos inerentes a essa categoria. As plataformas recorreram à Justiça e atrasaram a implementação da medida, inicialmente prevista para 12 de julho.
Segundo um estudo da cidade de Nova York de novembro de 2022, até aquele momento os entregadores ganhavam US$ 14,18 (R$ 71,40) por hora, incluindo gorjetas de clientes, e apenas US$ 7,09 (R$ 35,70) sem considerar gorjetas. Desse total, eles tinham que subtrair US$ 3,06 (R$ 15,40) em despesas. / AFP