Menos de 1% das empresas brasileiras exportam, mas empregam 15% da força de trabalho formal


País tem cerca de 25 mil empresas exportadoras, segundo estudo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços

Por Amanda Pupo

BRASÍLIA - Menos de 1% das empresas brasileiras — cerca de 25 mil — exportam seus produtos, aponta estudo inédito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) sobre o perfil das firmas exportadoras. O recorte, de 2020, apontou, por outro lado, que essas companhias empregam 15% da força de trabalho formal do País.

Apesar de os níveis serem semelhantes a outros países da América Latina, para o Mdic, os dados divulgados nesta segunda-feira, 26, reforçam o potencial de o Brasil ampliar sua base exportadora, objetivo que depende, dentre outros fatores, da assinatura de mais acordos comerciais.

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O grande destaque dos últimos anos nessa seara são as tratativas entre o Mercosul e a União Europeia. O governo brasileiro acredita que pode haver uma definição sobre o acordo até o fim do ano, embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha dirigido recentemente críticas às exigências do bloco europeu.

“É, sim, importante concluir mais acordos comerciais para reduzir a tarifa que as empresas enfrentam ao acessar mercados externos”, avaliou a secretária de Comércio Exterior do Mdic, Tatiana Prazeres, ao comentar os dados.

Brasil precisa de acordos comerciais para acessar novos mercados Foto: Mauricio de Souza / Estadão
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Para a pasta, o potencial dos acordos é reforçado por um cenário revelado pela pesquisa. Apesar de a exportação aos países que compõem o Mercosul ainda ser muito relevante — em 2020, 41% (10.208) das exportadoras do Brasil enviaram seus produtos a países membros do bloco — cresceu 34% o número de firmas que venderam exclusivamente para países não-signatários, de 2018 a 2020.

“É um porcentual quase sete vezes maior do que aquele referente ao grupo das que exportam apenas para os signatários de tais instrumentos”, aponta o estudo, segundo o qual cerca de 30% das firmas exportaram para Estados Unidos, União Europeia ou Ásia em 2020.

“Tomadas conjuntamente, o número de empresas que exportaram para essas três regiões foi de 60,3%, sendo, portanto, muito próximo ao daqueles que exportaram para a AL (61%)”, destaca.

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Na avaliação de Prazeres, o que explica a relevância crescente desses países é a atratividade de exportação para grandes mercados, mesmo que, pela ausência de acordos comerciais, as tarifas impostas às empresas brasileiras sejam altas. Diante dessa tendência, o Mdic reforçou a conclusão de que novos tratados poderiam abrir fronteiras para quem vende ou quer vender produtos para fora.

“Fazer acordos com economias grandes faz ainda mais sentido à luz do que vimos no estudo”, observou a secretária, destacando não só a necessidade de olhar o PIB de grandes mercados, mas também o dinamismo dessas economias. Por exemplo, o caso da China, onde a variação relevante do PIB ano a ano abre se traduz num maior espaço para a entrada de novas empresas — diferente de economias consolidadas, onde a concorrência para exportadoras pode ser maior.

Nesse sentido, o estudo do Mdic endossa a importância do país asiático. O número de firmas exportando para a China entre 2018 e 2020 cresceu 24%. Para os Estados Unidos, a variação foi de 21%. Com destino a União Europeia, o aumento foi de 16%. Em contrapartida, o consolidado de empresas exportando para o Mercosul foi o que menos variou entre as regiões consideradas no levantamento, em apenas cerca de 2% no período.

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Dentro desse contexto, o Mdic levantou que, em 2020, o número de empresas exportando para países com os quais o Brasil não mantém qualquer tipo de acordo comercial superou o quadro de firmas que exportam para nações signatárias. “Tais curvas apontam, ainda, que no período entre 2010 e 2020 o número de firmas que destinaram seus produtos apenas a países sem acordos com o Brasil cresceu 55%, contra 29% das que exportaram exclusivamente para destinos com os quais o País mantém esse tipo de acordo”, apontou o estudo da pasta.

O movimento, na avaliação da pasta, tem gerado “prováveis impactos positivos sobre os salários e sobre a distribuição regional de firmas do País”. Isso porque, segundo diagnóstico do Ministério, empresas que exportam para fora do Mercosul tendem a ofertar maiores salários e a se localizar em regiões de menor concentração de exportadores (como Norte, Nordeste e Centro-Oeste).

Apesar da diferença, no geral, as companhias exportadoras apresentaram um contexto mais positivo se comparado às que não vendem seus produtos para fora. Segundo o estudo, em média, elas pagam salários maiores, contratam mais e usam uma proporção maior de trabalhadores com ensino superior em relação às empresas não-exportadoras.

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“O prêmio salarial pago pelas empresas exportadoras em relação às não-exportadoras varia de 36% a 124%, dependendo do setor de atividade da empresa”, levantou a pasta.

BRASÍLIA - Menos de 1% das empresas brasileiras — cerca de 25 mil — exportam seus produtos, aponta estudo inédito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) sobre o perfil das firmas exportadoras. O recorte, de 2020, apontou, por outro lado, que essas companhias empregam 15% da força de trabalho formal do País.

Apesar de os níveis serem semelhantes a outros países da América Latina, para o Mdic, os dados divulgados nesta segunda-feira, 26, reforçam o potencial de o Brasil ampliar sua base exportadora, objetivo que depende, dentre outros fatores, da assinatura de mais acordos comerciais.

O grande destaque dos últimos anos nessa seara são as tratativas entre o Mercosul e a União Europeia. O governo brasileiro acredita que pode haver uma definição sobre o acordo até o fim do ano, embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha dirigido recentemente críticas às exigências do bloco europeu.

“É, sim, importante concluir mais acordos comerciais para reduzir a tarifa que as empresas enfrentam ao acessar mercados externos”, avaliou a secretária de Comércio Exterior do Mdic, Tatiana Prazeres, ao comentar os dados.

Brasil precisa de acordos comerciais para acessar novos mercados Foto: Mauricio de Souza / Estadão

Para a pasta, o potencial dos acordos é reforçado por um cenário revelado pela pesquisa. Apesar de a exportação aos países que compõem o Mercosul ainda ser muito relevante — em 2020, 41% (10.208) das exportadoras do Brasil enviaram seus produtos a países membros do bloco — cresceu 34% o número de firmas que venderam exclusivamente para países não-signatários, de 2018 a 2020.

“É um porcentual quase sete vezes maior do que aquele referente ao grupo das que exportam apenas para os signatários de tais instrumentos”, aponta o estudo, segundo o qual cerca de 30% das firmas exportaram para Estados Unidos, União Europeia ou Ásia em 2020.

“Tomadas conjuntamente, o número de empresas que exportaram para essas três regiões foi de 60,3%, sendo, portanto, muito próximo ao daqueles que exportaram para a AL (61%)”, destaca.

Na avaliação de Prazeres, o que explica a relevância crescente desses países é a atratividade de exportação para grandes mercados, mesmo que, pela ausência de acordos comerciais, as tarifas impostas às empresas brasileiras sejam altas. Diante dessa tendência, o Mdic reforçou a conclusão de que novos tratados poderiam abrir fronteiras para quem vende ou quer vender produtos para fora.

“Fazer acordos com economias grandes faz ainda mais sentido à luz do que vimos no estudo”, observou a secretária, destacando não só a necessidade de olhar o PIB de grandes mercados, mas também o dinamismo dessas economias. Por exemplo, o caso da China, onde a variação relevante do PIB ano a ano abre se traduz num maior espaço para a entrada de novas empresas — diferente de economias consolidadas, onde a concorrência para exportadoras pode ser maior.

Nesse sentido, o estudo do Mdic endossa a importância do país asiático. O número de firmas exportando para a China entre 2018 e 2020 cresceu 24%. Para os Estados Unidos, a variação foi de 21%. Com destino a União Europeia, o aumento foi de 16%. Em contrapartida, o consolidado de empresas exportando para o Mercosul foi o que menos variou entre as regiões consideradas no levantamento, em apenas cerca de 2% no período.

Dentro desse contexto, o Mdic levantou que, em 2020, o número de empresas exportando para países com os quais o Brasil não mantém qualquer tipo de acordo comercial superou o quadro de firmas que exportam para nações signatárias. “Tais curvas apontam, ainda, que no período entre 2010 e 2020 o número de firmas que destinaram seus produtos apenas a países sem acordos com o Brasil cresceu 55%, contra 29% das que exportaram exclusivamente para destinos com os quais o País mantém esse tipo de acordo”, apontou o estudo da pasta.

O movimento, na avaliação da pasta, tem gerado “prováveis impactos positivos sobre os salários e sobre a distribuição regional de firmas do País”. Isso porque, segundo diagnóstico do Ministério, empresas que exportam para fora do Mercosul tendem a ofertar maiores salários e a se localizar em regiões de menor concentração de exportadores (como Norte, Nordeste e Centro-Oeste).

Apesar da diferença, no geral, as companhias exportadoras apresentaram um contexto mais positivo se comparado às que não vendem seus produtos para fora. Segundo o estudo, em média, elas pagam salários maiores, contratam mais e usam uma proporção maior de trabalhadores com ensino superior em relação às empresas não-exportadoras.

“O prêmio salarial pago pelas empresas exportadoras em relação às não-exportadoras varia de 36% a 124%, dependendo do setor de atividade da empresa”, levantou a pasta.

BRASÍLIA - Menos de 1% das empresas brasileiras — cerca de 25 mil — exportam seus produtos, aponta estudo inédito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) sobre o perfil das firmas exportadoras. O recorte, de 2020, apontou, por outro lado, que essas companhias empregam 15% da força de trabalho formal do País.

Apesar de os níveis serem semelhantes a outros países da América Latina, para o Mdic, os dados divulgados nesta segunda-feira, 26, reforçam o potencial de o Brasil ampliar sua base exportadora, objetivo que depende, dentre outros fatores, da assinatura de mais acordos comerciais.

O grande destaque dos últimos anos nessa seara são as tratativas entre o Mercosul e a União Europeia. O governo brasileiro acredita que pode haver uma definição sobre o acordo até o fim do ano, embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha dirigido recentemente críticas às exigências do bloco europeu.

“É, sim, importante concluir mais acordos comerciais para reduzir a tarifa que as empresas enfrentam ao acessar mercados externos”, avaliou a secretária de Comércio Exterior do Mdic, Tatiana Prazeres, ao comentar os dados.

Brasil precisa de acordos comerciais para acessar novos mercados Foto: Mauricio de Souza / Estadão

Para a pasta, o potencial dos acordos é reforçado por um cenário revelado pela pesquisa. Apesar de a exportação aos países que compõem o Mercosul ainda ser muito relevante — em 2020, 41% (10.208) das exportadoras do Brasil enviaram seus produtos a países membros do bloco — cresceu 34% o número de firmas que venderam exclusivamente para países não-signatários, de 2018 a 2020.

“É um porcentual quase sete vezes maior do que aquele referente ao grupo das que exportam apenas para os signatários de tais instrumentos”, aponta o estudo, segundo o qual cerca de 30% das firmas exportaram para Estados Unidos, União Europeia ou Ásia em 2020.

“Tomadas conjuntamente, o número de empresas que exportaram para essas três regiões foi de 60,3%, sendo, portanto, muito próximo ao daqueles que exportaram para a AL (61%)”, destaca.

Na avaliação de Prazeres, o que explica a relevância crescente desses países é a atratividade de exportação para grandes mercados, mesmo que, pela ausência de acordos comerciais, as tarifas impostas às empresas brasileiras sejam altas. Diante dessa tendência, o Mdic reforçou a conclusão de que novos tratados poderiam abrir fronteiras para quem vende ou quer vender produtos para fora.

“Fazer acordos com economias grandes faz ainda mais sentido à luz do que vimos no estudo”, observou a secretária, destacando não só a necessidade de olhar o PIB de grandes mercados, mas também o dinamismo dessas economias. Por exemplo, o caso da China, onde a variação relevante do PIB ano a ano abre se traduz num maior espaço para a entrada de novas empresas — diferente de economias consolidadas, onde a concorrência para exportadoras pode ser maior.

Nesse sentido, o estudo do Mdic endossa a importância do país asiático. O número de firmas exportando para a China entre 2018 e 2020 cresceu 24%. Para os Estados Unidos, a variação foi de 21%. Com destino a União Europeia, o aumento foi de 16%. Em contrapartida, o consolidado de empresas exportando para o Mercosul foi o que menos variou entre as regiões consideradas no levantamento, em apenas cerca de 2% no período.

Dentro desse contexto, o Mdic levantou que, em 2020, o número de empresas exportando para países com os quais o Brasil não mantém qualquer tipo de acordo comercial superou o quadro de firmas que exportam para nações signatárias. “Tais curvas apontam, ainda, que no período entre 2010 e 2020 o número de firmas que destinaram seus produtos apenas a países sem acordos com o Brasil cresceu 55%, contra 29% das que exportaram exclusivamente para destinos com os quais o País mantém esse tipo de acordo”, apontou o estudo da pasta.

O movimento, na avaliação da pasta, tem gerado “prováveis impactos positivos sobre os salários e sobre a distribuição regional de firmas do País”. Isso porque, segundo diagnóstico do Ministério, empresas que exportam para fora do Mercosul tendem a ofertar maiores salários e a se localizar em regiões de menor concentração de exportadores (como Norte, Nordeste e Centro-Oeste).

Apesar da diferença, no geral, as companhias exportadoras apresentaram um contexto mais positivo se comparado às que não vendem seus produtos para fora. Segundo o estudo, em média, elas pagam salários maiores, contratam mais e usam uma proporção maior de trabalhadores com ensino superior em relação às empresas não-exportadoras.

“O prêmio salarial pago pelas empresas exportadoras em relação às não-exportadoras varia de 36% a 124%, dependendo do setor de atividade da empresa”, levantou a pasta.

BRASÍLIA - Menos de 1% das empresas brasileiras — cerca de 25 mil — exportam seus produtos, aponta estudo inédito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) sobre o perfil das firmas exportadoras. O recorte, de 2020, apontou, por outro lado, que essas companhias empregam 15% da força de trabalho formal do País.

Apesar de os níveis serem semelhantes a outros países da América Latina, para o Mdic, os dados divulgados nesta segunda-feira, 26, reforçam o potencial de o Brasil ampliar sua base exportadora, objetivo que depende, dentre outros fatores, da assinatura de mais acordos comerciais.

O grande destaque dos últimos anos nessa seara são as tratativas entre o Mercosul e a União Europeia. O governo brasileiro acredita que pode haver uma definição sobre o acordo até o fim do ano, embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha dirigido recentemente críticas às exigências do bloco europeu.

“É, sim, importante concluir mais acordos comerciais para reduzir a tarifa que as empresas enfrentam ao acessar mercados externos”, avaliou a secretária de Comércio Exterior do Mdic, Tatiana Prazeres, ao comentar os dados.

Brasil precisa de acordos comerciais para acessar novos mercados Foto: Mauricio de Souza / Estadão

Para a pasta, o potencial dos acordos é reforçado por um cenário revelado pela pesquisa. Apesar de a exportação aos países que compõem o Mercosul ainda ser muito relevante — em 2020, 41% (10.208) das exportadoras do Brasil enviaram seus produtos a países membros do bloco — cresceu 34% o número de firmas que venderam exclusivamente para países não-signatários, de 2018 a 2020.

“É um porcentual quase sete vezes maior do que aquele referente ao grupo das que exportam apenas para os signatários de tais instrumentos”, aponta o estudo, segundo o qual cerca de 30% das firmas exportaram para Estados Unidos, União Europeia ou Ásia em 2020.

“Tomadas conjuntamente, o número de empresas que exportaram para essas três regiões foi de 60,3%, sendo, portanto, muito próximo ao daqueles que exportaram para a AL (61%)”, destaca.

Na avaliação de Prazeres, o que explica a relevância crescente desses países é a atratividade de exportação para grandes mercados, mesmo que, pela ausência de acordos comerciais, as tarifas impostas às empresas brasileiras sejam altas. Diante dessa tendência, o Mdic reforçou a conclusão de que novos tratados poderiam abrir fronteiras para quem vende ou quer vender produtos para fora.

“Fazer acordos com economias grandes faz ainda mais sentido à luz do que vimos no estudo”, observou a secretária, destacando não só a necessidade de olhar o PIB de grandes mercados, mas também o dinamismo dessas economias. Por exemplo, o caso da China, onde a variação relevante do PIB ano a ano abre se traduz num maior espaço para a entrada de novas empresas — diferente de economias consolidadas, onde a concorrência para exportadoras pode ser maior.

Nesse sentido, o estudo do Mdic endossa a importância do país asiático. O número de firmas exportando para a China entre 2018 e 2020 cresceu 24%. Para os Estados Unidos, a variação foi de 21%. Com destino a União Europeia, o aumento foi de 16%. Em contrapartida, o consolidado de empresas exportando para o Mercosul foi o que menos variou entre as regiões consideradas no levantamento, em apenas cerca de 2% no período.

Dentro desse contexto, o Mdic levantou que, em 2020, o número de empresas exportando para países com os quais o Brasil não mantém qualquer tipo de acordo comercial superou o quadro de firmas que exportam para nações signatárias. “Tais curvas apontam, ainda, que no período entre 2010 e 2020 o número de firmas que destinaram seus produtos apenas a países sem acordos com o Brasil cresceu 55%, contra 29% das que exportaram exclusivamente para destinos com os quais o País mantém esse tipo de acordo”, apontou o estudo da pasta.

O movimento, na avaliação da pasta, tem gerado “prováveis impactos positivos sobre os salários e sobre a distribuição regional de firmas do País”. Isso porque, segundo diagnóstico do Ministério, empresas que exportam para fora do Mercosul tendem a ofertar maiores salários e a se localizar em regiões de menor concentração de exportadores (como Norte, Nordeste e Centro-Oeste).

Apesar da diferença, no geral, as companhias exportadoras apresentaram um contexto mais positivo se comparado às que não vendem seus produtos para fora. Segundo o estudo, em média, elas pagam salários maiores, contratam mais e usam uma proporção maior de trabalhadores com ensino superior em relação às empresas não-exportadoras.

“O prêmio salarial pago pelas empresas exportadoras em relação às não-exportadoras varia de 36% a 124%, dependendo do setor de atividade da empresa”, levantou a pasta.

BRASÍLIA - Menos de 1% das empresas brasileiras — cerca de 25 mil — exportam seus produtos, aponta estudo inédito do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) sobre o perfil das firmas exportadoras. O recorte, de 2020, apontou, por outro lado, que essas companhias empregam 15% da força de trabalho formal do País.

Apesar de os níveis serem semelhantes a outros países da América Latina, para o Mdic, os dados divulgados nesta segunda-feira, 26, reforçam o potencial de o Brasil ampliar sua base exportadora, objetivo que depende, dentre outros fatores, da assinatura de mais acordos comerciais.

O grande destaque dos últimos anos nessa seara são as tratativas entre o Mercosul e a União Europeia. O governo brasileiro acredita que pode haver uma definição sobre o acordo até o fim do ano, embora o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha dirigido recentemente críticas às exigências do bloco europeu.

“É, sim, importante concluir mais acordos comerciais para reduzir a tarifa que as empresas enfrentam ao acessar mercados externos”, avaliou a secretária de Comércio Exterior do Mdic, Tatiana Prazeres, ao comentar os dados.

Brasil precisa de acordos comerciais para acessar novos mercados Foto: Mauricio de Souza / Estadão

Para a pasta, o potencial dos acordos é reforçado por um cenário revelado pela pesquisa. Apesar de a exportação aos países que compõem o Mercosul ainda ser muito relevante — em 2020, 41% (10.208) das exportadoras do Brasil enviaram seus produtos a países membros do bloco — cresceu 34% o número de firmas que venderam exclusivamente para países não-signatários, de 2018 a 2020.

“É um porcentual quase sete vezes maior do que aquele referente ao grupo das que exportam apenas para os signatários de tais instrumentos”, aponta o estudo, segundo o qual cerca de 30% das firmas exportaram para Estados Unidos, União Europeia ou Ásia em 2020.

“Tomadas conjuntamente, o número de empresas que exportaram para essas três regiões foi de 60,3%, sendo, portanto, muito próximo ao daqueles que exportaram para a AL (61%)”, destaca.

Na avaliação de Prazeres, o que explica a relevância crescente desses países é a atratividade de exportação para grandes mercados, mesmo que, pela ausência de acordos comerciais, as tarifas impostas às empresas brasileiras sejam altas. Diante dessa tendência, o Mdic reforçou a conclusão de que novos tratados poderiam abrir fronteiras para quem vende ou quer vender produtos para fora.

“Fazer acordos com economias grandes faz ainda mais sentido à luz do que vimos no estudo”, observou a secretária, destacando não só a necessidade de olhar o PIB de grandes mercados, mas também o dinamismo dessas economias. Por exemplo, o caso da China, onde a variação relevante do PIB ano a ano abre se traduz num maior espaço para a entrada de novas empresas — diferente de economias consolidadas, onde a concorrência para exportadoras pode ser maior.

Nesse sentido, o estudo do Mdic endossa a importância do país asiático. O número de firmas exportando para a China entre 2018 e 2020 cresceu 24%. Para os Estados Unidos, a variação foi de 21%. Com destino a União Europeia, o aumento foi de 16%. Em contrapartida, o consolidado de empresas exportando para o Mercosul foi o que menos variou entre as regiões consideradas no levantamento, em apenas cerca de 2% no período.

Dentro desse contexto, o Mdic levantou que, em 2020, o número de empresas exportando para países com os quais o Brasil não mantém qualquer tipo de acordo comercial superou o quadro de firmas que exportam para nações signatárias. “Tais curvas apontam, ainda, que no período entre 2010 e 2020 o número de firmas que destinaram seus produtos apenas a países sem acordos com o Brasil cresceu 55%, contra 29% das que exportaram exclusivamente para destinos com os quais o País mantém esse tipo de acordo”, apontou o estudo da pasta.

O movimento, na avaliação da pasta, tem gerado “prováveis impactos positivos sobre os salários e sobre a distribuição regional de firmas do País”. Isso porque, segundo diagnóstico do Ministério, empresas que exportam para fora do Mercosul tendem a ofertar maiores salários e a se localizar em regiões de menor concentração de exportadores (como Norte, Nordeste e Centro-Oeste).

Apesar da diferença, no geral, as companhias exportadoras apresentaram um contexto mais positivo se comparado às que não vendem seus produtos para fora. Segundo o estudo, em média, elas pagam salários maiores, contratam mais e usam uma proporção maior de trabalhadores com ensino superior em relação às empresas não-exportadoras.

“O prêmio salarial pago pelas empresas exportadoras em relação às não-exportadoras varia de 36% a 124%, dependendo do setor de atividade da empresa”, levantou a pasta.

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