A italiana Enel comprou nesta segunda-feira, 04, 73,38% das ações da Eletropaulo, por R$ 5,55 bilhões. Com o negócio, realizado por meio de leilão na B3, o grupo europeu se torna líder na distribuição de energia elétrica na América Latina, atendendo 17 milhões de clientes no Brasil, nos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará e Goiás.
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O pagamento dos acionistas que venderam as 122.799.289 ações na distribuidora paulista vai ocorrer na quinta-feira por meio da Enel Américas, com sede no Chile. Os demais acionistas terão ainda 30 dias para decidir se vão aderir ou não à oferta pública de ações. O Estado apurou que a União, que detém 7,97% das ações da concessionária, não conseguiu vender sua participação porque os papéis estavam como garantia de uma ação antiga.
A americana AES e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estão entre os principais acionistas da distribuidora de São Paulo, com 35,57% de participação na empresa. Até o fim desta segunda-feira, no entanto, a Eletropaulo não havia informado a composição dos acionistas que aderiram à oferta pública.
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A operação, que teve assessoria financeira dos bancos Morgan Stanley e BTG, já tem aval do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), mas ainda depende de aprovação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o que deve ocorrer num prazo de até 90 dias. A partir daí a Enel poderá implementar seu plano de negócios, que prevê um aumento de capital de R$ 1,5 bilhão.
“O grande desafio que a Enel terá pela frente será fazer os investimentos necessários para melhorar a qualidade da distribuição de energia da Eletropaulo, que estava caindo”, diz o professor da UFRJ, Nivalde Castro. Ele considera que a empresa tinha uma estratégia mais consistente que a Iberdrola, controladora da Neoenergia, para garantir o controle da Eletropaulo. “Para isso, pagou um prêmio para ter o maior mercado da América Latina.”
A Enel venceu com uma oferta de R$ 45,22 por ação enquanto o lance da rival Neoenergia foi de R$ 39,53. A disputa pela Eletropaulo começou em março, quando a companhia recebeu a primeira proposta da Enel, de R$ 19 por ação. Em seguida, vários outros lances foram dados numa disputa acirrada especialmente entre Enel e Neoenergia.