Entenda em 5 gráficos por que o Ibovespa atingiu recordes em série


Principal índice da B3 chegou nesta quarta-feira, 21, ao terceiro recorde seguido e atingiu patamar superior a 136,4 mil pontos, por conta de boas notícias do exterior e também do mercado doméstico

Por Redação
Atualização:

O Ibovespa, principal índice da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, atingiu nesta quarta-feira, 21, o terceiro recorde seguido, ao fechar o dia aos 136.463,65 pontos (alta de 0,28% em relação à véspera, em que chegou a 136.087,41 pontos). Na segunda-feira, havia finalizado o pregão aos 135.777 pontos — a marca mais alta anterior, de 134.193 pontos, havia sido registrada em 27 de dezembro do ano passado.

Segundo analistas, o resultado desta semana se deve a boas notícias recentes envolvendo o mercado internacional e também relativas ao Brasil.

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No cenário externo, a maior influência para o otimismo no mercado brasileiro vem dos Estados Unidos. Depois de uma turbulência global recente por conta de dados sobre emprego, que poderiam apontar a perspectiva de uma recessão na economia americana, novos dados mostraram que a atividade econômica do país está em boas condições, afastando, pelo menos por enquanto, o risco de uma recessão.

Ibovespa registrou nesta terça-feira, 20, seu maior patamar em pontos Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Isso significa que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tem o caminho aberto para começar o seu ciclo de cortes nos juros. A previsão é de uma queda de 0,25 ponto porcentual na próxima reunião do banco, em setembro, e o mercado, nesta quarta-feira, 21, passou a considerar que cresceu a chance de o corte ser de 0,5 ponto porcentual. Juros menores nos EUA significam que os investidores terão de procurar novos locais, mais rentáveis, para alocar seus investimentos, o que, na teoria, beneficia os emergentes, como o Brasil, que em geral têm taxas de juros bem mais altas.

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Dados recentes da economia brasileira também têm dado fôlego ao mercado. Na semana passada, o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), uma espécie de prévia do PIB, relativo a junho veio em 1,37%, muito acima do esperado pelo mercado (0,5%). A taxa de desemprego do trimestre encerrado em junho, de 6,9%, é a menor para esse período desde 2014, quando também ficou em 6,9%. O relatório Focus, do BC, divulgado na segunda-feira, aponta ainda para uma projeção maior de crescimento do PIB deste ano: passou de 2,20%, no relatório anterior, para 2,23%.

Segundo Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, “o cenário macroeconômico se reflete nas expectativas de lucro das empresas, marginalmente maiores, o que se transmite para os preços de ativos”, como as ações.

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Também têm ajudado nesse cenário mais benéfico para o mercado de ações declarações recentes do diretor de Política Econômica do Banco Central, Gabriel Galípolo, no sentido de que o BC não vai esmorecer no combate à inflação, nem que para isso tenha de subir os juros. “A alta do juro está na mesa do Copom, e precisamos ver como a situação irá se desdobrar”, disse, na semana passada.

As declarações de Galípolo nesse sentido ganham importância maior porque ele é principal cotado para assumir o posto de presidente do banco a partir do ano que vem, no lugar de Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra em dezembro.

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A alta do juro está na mesa do Copom, e precisamos ver como a situação irá se desdobrar

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central

Esse movimento se refletiu no câmbio na segunda-feira, 19, quando a moeda americana encerrou a sessão cotada a R$ 5,4120, menor valor de fechamento desde 24 de junho (R$ 5,3904) e, no mês, uma desvalorização acumulada de 4,30%. Na terça-feira, 20, o dólar reagiu, com alta de 1,31%, chegando a R$ 5,4831, mas ainda bem abaixo do pico registrado no dia 5 de agosto (R$ 5,7414). Nesta quarta-feira, a moeda americana fechou o pregão a R$ 5,4821, em queda de 0,02%.

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O contrassenso desse movimento é que, por conta da economia mais aquecida do que o esperado, provavelmente será necessário que o Banco Central eleve os juros — uma vez que atividade econômica em alta costuma provocar inflação. E, no caso brasileiro, a inflação começa a se distanciar do centro da meta perseguida pelo BC, de 3% ao ano.

Segundo levantamento do Projeções Broadcast, têm crescido as apostas do mercado financeiro de uma alta da Selic já na próxima reunião do Copom, em setembro, embora ainda não seja a posição majoritária. De 61 instituições ouvidas, 25 acreditam que haverá elevação em setembro.

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Apesar de não ser um movimento bom para a atividade econômica, uma alta dos juros aqui pode ser benéfica de uma outra forma. Se a Selic fica mais alta no momento em que os juros americanos caem, aquele dinheiro dos investidores estrangeiros que sai dos Estados Unidos pode acabar encontrando aqui um cenário ainda mais favorável.

O Ibovespa, principal índice da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, atingiu nesta quarta-feira, 21, o terceiro recorde seguido, ao fechar o dia aos 136.463,65 pontos (alta de 0,28% em relação à véspera, em que chegou a 136.087,41 pontos). Na segunda-feira, havia finalizado o pregão aos 135.777 pontos — a marca mais alta anterior, de 134.193 pontos, havia sido registrada em 27 de dezembro do ano passado.

Segundo analistas, o resultado desta semana se deve a boas notícias recentes envolvendo o mercado internacional e também relativas ao Brasil.

No cenário externo, a maior influência para o otimismo no mercado brasileiro vem dos Estados Unidos. Depois de uma turbulência global recente por conta de dados sobre emprego, que poderiam apontar a perspectiva de uma recessão na economia americana, novos dados mostraram que a atividade econômica do país está em boas condições, afastando, pelo menos por enquanto, o risco de uma recessão.

Ibovespa registrou nesta terça-feira, 20, seu maior patamar em pontos Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Isso significa que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tem o caminho aberto para começar o seu ciclo de cortes nos juros. A previsão é de uma queda de 0,25 ponto porcentual na próxima reunião do banco, em setembro, e o mercado, nesta quarta-feira, 21, passou a considerar que cresceu a chance de o corte ser de 0,5 ponto porcentual. Juros menores nos EUA significam que os investidores terão de procurar novos locais, mais rentáveis, para alocar seus investimentos, o que, na teoria, beneficia os emergentes, como o Brasil, que em geral têm taxas de juros bem mais altas.

Dados recentes da economia brasileira também têm dado fôlego ao mercado. Na semana passada, o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), uma espécie de prévia do PIB, relativo a junho veio em 1,37%, muito acima do esperado pelo mercado (0,5%). A taxa de desemprego do trimestre encerrado em junho, de 6,9%, é a menor para esse período desde 2014, quando também ficou em 6,9%. O relatório Focus, do BC, divulgado na segunda-feira, aponta ainda para uma projeção maior de crescimento do PIB deste ano: passou de 2,20%, no relatório anterior, para 2,23%.

Segundo Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, “o cenário macroeconômico se reflete nas expectativas de lucro das empresas, marginalmente maiores, o que se transmite para os preços de ativos”, como as ações.

Também têm ajudado nesse cenário mais benéfico para o mercado de ações declarações recentes do diretor de Política Econômica do Banco Central, Gabriel Galípolo, no sentido de que o BC não vai esmorecer no combate à inflação, nem que para isso tenha de subir os juros. “A alta do juro está na mesa do Copom, e precisamos ver como a situação irá se desdobrar”, disse, na semana passada.

As declarações de Galípolo nesse sentido ganham importância maior porque ele é principal cotado para assumir o posto de presidente do banco a partir do ano que vem, no lugar de Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra em dezembro.

A alta do juro está na mesa do Copom, e precisamos ver como a situação irá se desdobrar

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central

Esse movimento se refletiu no câmbio na segunda-feira, 19, quando a moeda americana encerrou a sessão cotada a R$ 5,4120, menor valor de fechamento desde 24 de junho (R$ 5,3904) e, no mês, uma desvalorização acumulada de 4,30%. Na terça-feira, 20, o dólar reagiu, com alta de 1,31%, chegando a R$ 5,4831, mas ainda bem abaixo do pico registrado no dia 5 de agosto (R$ 5,7414). Nesta quarta-feira, a moeda americana fechou o pregão a R$ 5,4821, em queda de 0,02%.

O contrassenso desse movimento é que, por conta da economia mais aquecida do que o esperado, provavelmente será necessário que o Banco Central eleve os juros — uma vez que atividade econômica em alta costuma provocar inflação. E, no caso brasileiro, a inflação começa a se distanciar do centro da meta perseguida pelo BC, de 3% ao ano.

Segundo levantamento do Projeções Broadcast, têm crescido as apostas do mercado financeiro de uma alta da Selic já na próxima reunião do Copom, em setembro, embora ainda não seja a posição majoritária. De 61 instituições ouvidas, 25 acreditam que haverá elevação em setembro.

Apesar de não ser um movimento bom para a atividade econômica, uma alta dos juros aqui pode ser benéfica de uma outra forma. Se a Selic fica mais alta no momento em que os juros americanos caem, aquele dinheiro dos investidores estrangeiros que sai dos Estados Unidos pode acabar encontrando aqui um cenário ainda mais favorável.

O Ibovespa, principal índice da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, atingiu nesta quarta-feira, 21, o terceiro recorde seguido, ao fechar o dia aos 136.463,65 pontos (alta de 0,28% em relação à véspera, em que chegou a 136.087,41 pontos). Na segunda-feira, havia finalizado o pregão aos 135.777 pontos — a marca mais alta anterior, de 134.193 pontos, havia sido registrada em 27 de dezembro do ano passado.

Segundo analistas, o resultado desta semana se deve a boas notícias recentes envolvendo o mercado internacional e também relativas ao Brasil.

No cenário externo, a maior influência para o otimismo no mercado brasileiro vem dos Estados Unidos. Depois de uma turbulência global recente por conta de dados sobre emprego, que poderiam apontar a perspectiva de uma recessão na economia americana, novos dados mostraram que a atividade econômica do país está em boas condições, afastando, pelo menos por enquanto, o risco de uma recessão.

Ibovespa registrou nesta terça-feira, 20, seu maior patamar em pontos Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Isso significa que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tem o caminho aberto para começar o seu ciclo de cortes nos juros. A previsão é de uma queda de 0,25 ponto porcentual na próxima reunião do banco, em setembro, e o mercado, nesta quarta-feira, 21, passou a considerar que cresceu a chance de o corte ser de 0,5 ponto porcentual. Juros menores nos EUA significam que os investidores terão de procurar novos locais, mais rentáveis, para alocar seus investimentos, o que, na teoria, beneficia os emergentes, como o Brasil, que em geral têm taxas de juros bem mais altas.

Dados recentes da economia brasileira também têm dado fôlego ao mercado. Na semana passada, o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), uma espécie de prévia do PIB, relativo a junho veio em 1,37%, muito acima do esperado pelo mercado (0,5%). A taxa de desemprego do trimestre encerrado em junho, de 6,9%, é a menor para esse período desde 2014, quando também ficou em 6,9%. O relatório Focus, do BC, divulgado na segunda-feira, aponta ainda para uma projeção maior de crescimento do PIB deste ano: passou de 2,20%, no relatório anterior, para 2,23%.

Segundo Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, “o cenário macroeconômico se reflete nas expectativas de lucro das empresas, marginalmente maiores, o que se transmite para os preços de ativos”, como as ações.

Também têm ajudado nesse cenário mais benéfico para o mercado de ações declarações recentes do diretor de Política Econômica do Banco Central, Gabriel Galípolo, no sentido de que o BC não vai esmorecer no combate à inflação, nem que para isso tenha de subir os juros. “A alta do juro está na mesa do Copom, e precisamos ver como a situação irá se desdobrar”, disse, na semana passada.

As declarações de Galípolo nesse sentido ganham importância maior porque ele é principal cotado para assumir o posto de presidente do banco a partir do ano que vem, no lugar de Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra em dezembro.

A alta do juro está na mesa do Copom, e precisamos ver como a situação irá se desdobrar

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central

Esse movimento se refletiu no câmbio na segunda-feira, 19, quando a moeda americana encerrou a sessão cotada a R$ 5,4120, menor valor de fechamento desde 24 de junho (R$ 5,3904) e, no mês, uma desvalorização acumulada de 4,30%. Na terça-feira, 20, o dólar reagiu, com alta de 1,31%, chegando a R$ 5,4831, mas ainda bem abaixo do pico registrado no dia 5 de agosto (R$ 5,7414). Nesta quarta-feira, a moeda americana fechou o pregão a R$ 5,4821, em queda de 0,02%.

O contrassenso desse movimento é que, por conta da economia mais aquecida do que o esperado, provavelmente será necessário que o Banco Central eleve os juros — uma vez que atividade econômica em alta costuma provocar inflação. E, no caso brasileiro, a inflação começa a se distanciar do centro da meta perseguida pelo BC, de 3% ao ano.

Segundo levantamento do Projeções Broadcast, têm crescido as apostas do mercado financeiro de uma alta da Selic já na próxima reunião do Copom, em setembro, embora ainda não seja a posição majoritária. De 61 instituições ouvidas, 25 acreditam que haverá elevação em setembro.

Apesar de não ser um movimento bom para a atividade econômica, uma alta dos juros aqui pode ser benéfica de uma outra forma. Se a Selic fica mais alta no momento em que os juros americanos caem, aquele dinheiro dos investidores estrangeiros que sai dos Estados Unidos pode acabar encontrando aqui um cenário ainda mais favorável.

O Ibovespa, principal índice da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, atingiu nesta quarta-feira, 21, o terceiro recorde seguido, ao fechar o dia aos 136.463,65 pontos (alta de 0,28% em relação à véspera, em que chegou a 136.087,41 pontos). Na segunda-feira, havia finalizado o pregão aos 135.777 pontos — a marca mais alta anterior, de 134.193 pontos, havia sido registrada em 27 de dezembro do ano passado.

Segundo analistas, o resultado desta semana se deve a boas notícias recentes envolvendo o mercado internacional e também relativas ao Brasil.

No cenário externo, a maior influência para o otimismo no mercado brasileiro vem dos Estados Unidos. Depois de uma turbulência global recente por conta de dados sobre emprego, que poderiam apontar a perspectiva de uma recessão na economia americana, novos dados mostraram que a atividade econômica do país está em boas condições, afastando, pelo menos por enquanto, o risco de uma recessão.

Ibovespa registrou nesta terça-feira, 20, seu maior patamar em pontos Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Isso significa que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tem o caminho aberto para começar o seu ciclo de cortes nos juros. A previsão é de uma queda de 0,25 ponto porcentual na próxima reunião do banco, em setembro, e o mercado, nesta quarta-feira, 21, passou a considerar que cresceu a chance de o corte ser de 0,5 ponto porcentual. Juros menores nos EUA significam que os investidores terão de procurar novos locais, mais rentáveis, para alocar seus investimentos, o que, na teoria, beneficia os emergentes, como o Brasil, que em geral têm taxas de juros bem mais altas.

Dados recentes da economia brasileira também têm dado fôlego ao mercado. Na semana passada, o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), uma espécie de prévia do PIB, relativo a junho veio em 1,37%, muito acima do esperado pelo mercado (0,5%). A taxa de desemprego do trimestre encerrado em junho, de 6,9%, é a menor para esse período desde 2014, quando também ficou em 6,9%. O relatório Focus, do BC, divulgado na segunda-feira, aponta ainda para uma projeção maior de crescimento do PIB deste ano: passou de 2,20%, no relatório anterior, para 2,23%.

Segundo Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, “o cenário macroeconômico se reflete nas expectativas de lucro das empresas, marginalmente maiores, o que se transmite para os preços de ativos”, como as ações.

Também têm ajudado nesse cenário mais benéfico para o mercado de ações declarações recentes do diretor de Política Econômica do Banco Central, Gabriel Galípolo, no sentido de que o BC não vai esmorecer no combate à inflação, nem que para isso tenha de subir os juros. “A alta do juro está na mesa do Copom, e precisamos ver como a situação irá se desdobrar”, disse, na semana passada.

As declarações de Galípolo nesse sentido ganham importância maior porque ele é principal cotado para assumir o posto de presidente do banco a partir do ano que vem, no lugar de Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra em dezembro.

A alta do juro está na mesa do Copom, e precisamos ver como a situação irá se desdobrar

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central

Esse movimento se refletiu no câmbio na segunda-feira, 19, quando a moeda americana encerrou a sessão cotada a R$ 5,4120, menor valor de fechamento desde 24 de junho (R$ 5,3904) e, no mês, uma desvalorização acumulada de 4,30%. Na terça-feira, 20, o dólar reagiu, com alta de 1,31%, chegando a R$ 5,4831, mas ainda bem abaixo do pico registrado no dia 5 de agosto (R$ 5,7414). Nesta quarta-feira, a moeda americana fechou o pregão a R$ 5,4821, em queda de 0,02%.

O contrassenso desse movimento é que, por conta da economia mais aquecida do que o esperado, provavelmente será necessário que o Banco Central eleve os juros — uma vez que atividade econômica em alta costuma provocar inflação. E, no caso brasileiro, a inflação começa a se distanciar do centro da meta perseguida pelo BC, de 3% ao ano.

Segundo levantamento do Projeções Broadcast, têm crescido as apostas do mercado financeiro de uma alta da Selic já na próxima reunião do Copom, em setembro, embora ainda não seja a posição majoritária. De 61 instituições ouvidas, 25 acreditam que haverá elevação em setembro.

Apesar de não ser um movimento bom para a atividade econômica, uma alta dos juros aqui pode ser benéfica de uma outra forma. Se a Selic fica mais alta no momento em que os juros americanos caem, aquele dinheiro dos investidores estrangeiros que sai dos Estados Unidos pode acabar encontrando aqui um cenário ainda mais favorável.

O Ibovespa, principal índice da B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, atingiu nesta quarta-feira, 21, o terceiro recorde seguido, ao fechar o dia aos 136.463,65 pontos (alta de 0,28% em relação à véspera, em que chegou a 136.087,41 pontos). Na segunda-feira, havia finalizado o pregão aos 135.777 pontos — a marca mais alta anterior, de 134.193 pontos, havia sido registrada em 27 de dezembro do ano passado.

Segundo analistas, o resultado desta semana se deve a boas notícias recentes envolvendo o mercado internacional e também relativas ao Brasil.

No cenário externo, a maior influência para o otimismo no mercado brasileiro vem dos Estados Unidos. Depois de uma turbulência global recente por conta de dados sobre emprego, que poderiam apontar a perspectiva de uma recessão na economia americana, novos dados mostraram que a atividade econômica do país está em boas condições, afastando, pelo menos por enquanto, o risco de uma recessão.

Ibovespa registrou nesta terça-feira, 20, seu maior patamar em pontos Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Isso significa que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) tem o caminho aberto para começar o seu ciclo de cortes nos juros. A previsão é de uma queda de 0,25 ponto porcentual na próxima reunião do banco, em setembro, e o mercado, nesta quarta-feira, 21, passou a considerar que cresceu a chance de o corte ser de 0,5 ponto porcentual. Juros menores nos EUA significam que os investidores terão de procurar novos locais, mais rentáveis, para alocar seus investimentos, o que, na teoria, beneficia os emergentes, como o Brasil, que em geral têm taxas de juros bem mais altas.

Dados recentes da economia brasileira também têm dado fôlego ao mercado. Na semana passada, o Índice de Atividade do Banco Central (IBC-Br), uma espécie de prévia do PIB, relativo a junho veio em 1,37%, muito acima do esperado pelo mercado (0,5%). A taxa de desemprego do trimestre encerrado em junho, de 6,9%, é a menor para esse período desde 2014, quando também ficou em 6,9%. O relatório Focus, do BC, divulgado na segunda-feira, aponta ainda para uma projeção maior de crescimento do PIB deste ano: passou de 2,20%, no relatório anterior, para 2,23%.

Segundo Marcos Moreira, sócio da WMS Capital, “o cenário macroeconômico se reflete nas expectativas de lucro das empresas, marginalmente maiores, o que se transmite para os preços de ativos”, como as ações.

Também têm ajudado nesse cenário mais benéfico para o mercado de ações declarações recentes do diretor de Política Econômica do Banco Central, Gabriel Galípolo, no sentido de que o BC não vai esmorecer no combate à inflação, nem que para isso tenha de subir os juros. “A alta do juro está na mesa do Copom, e precisamos ver como a situação irá se desdobrar”, disse, na semana passada.

As declarações de Galípolo nesse sentido ganham importância maior porque ele é principal cotado para assumir o posto de presidente do banco a partir do ano que vem, no lugar de Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra em dezembro.

A alta do juro está na mesa do Copom, e precisamos ver como a situação irá se desdobrar

Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central

Esse movimento se refletiu no câmbio na segunda-feira, 19, quando a moeda americana encerrou a sessão cotada a R$ 5,4120, menor valor de fechamento desde 24 de junho (R$ 5,3904) e, no mês, uma desvalorização acumulada de 4,30%. Na terça-feira, 20, o dólar reagiu, com alta de 1,31%, chegando a R$ 5,4831, mas ainda bem abaixo do pico registrado no dia 5 de agosto (R$ 5,7414). Nesta quarta-feira, a moeda americana fechou o pregão a R$ 5,4821, em queda de 0,02%.

O contrassenso desse movimento é que, por conta da economia mais aquecida do que o esperado, provavelmente será necessário que o Banco Central eleve os juros — uma vez que atividade econômica em alta costuma provocar inflação. E, no caso brasileiro, a inflação começa a se distanciar do centro da meta perseguida pelo BC, de 3% ao ano.

Segundo levantamento do Projeções Broadcast, têm crescido as apostas do mercado financeiro de uma alta da Selic já na próxima reunião do Copom, em setembro, embora ainda não seja a posição majoritária. De 61 instituições ouvidas, 25 acreditam que haverá elevação em setembro.

Apesar de não ser um movimento bom para a atividade econômica, uma alta dos juros aqui pode ser benéfica de uma outra forma. Se a Selic fica mais alta no momento em que os juros americanos caem, aquele dinheiro dos investidores estrangeiros que sai dos Estados Unidos pode acabar encontrando aqui um cenário ainda mais favorável.

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