Com Amazônia, PIB do País pode dobrar em 20 anos, diz Alexandre Allard


Empresário lança dia 7 hub da AYA Earth Partners, para unir capital, ciência e cultura pelo verde

Por Sonia Racy
Atualização:
Entrevista comAlexandre AllardVisionário e ambientalista

Alexandre Allard nasceu em Washington, cresceu na Costa do Marfim e tem cidadania francesa. Instalado em São Paulo desde 2007, Allard transformou um hospital desativado na região da Avenida Paulista no Cidade Matarazzo, um sofisticado complexo, uma inédita combinação entre alto luxo e defesa ambiental. Segundo Allard, já foram investidos R$ 2,7 bilhões na empreitada, em parceria com a empresa familiar chinesa CTF.

Na terça, dia 7, ele lança, no Rosewood Hotel (que faz parte do complexo), um hub poderoso da consultoria Aya Earth Partners, em seminário permeado por debates, com sua sócia Patricia Ellen. O que quer com isso? Pretende que ele se transforme em um centro gigante reconectando a humanidade com a natureza.

Nesta entrevista a Cenários, ele propõe, como tarefa urgente do governo brasileiro, que “assuma o papel” de liderança no debate ambiental e cobre o valor real pela preservação de nossas florestas. Ressalta que o preço do credito de carbono vendido pelo Brasil é infinitamente menor que o vendido pela Alemanha, por exemplo. “O Brasil tem sozinho 25% dos genomas do planeta, um produto direto da biodiversidade. Essa economia da preservação tem um valor gigante. Se bem negociada, ela pode dobrar o PIB do Brasil em 20 anos.” A seguir, os principais trechos da conversa.

continua após a publicidade

Como surgiu o projeto Cidade Matarazzo, e por que escolheu o Brasil para ele?

Escolhi o Brasil porque o vejo como o “superpower verde” do planeta, que até há pouco ignorava essa sua importância. E acho que a eleição do (presidente) Lula foi decisiva – jornais e revistas do mundo inteiro o definiram como “o salvador da Amazônia”. Isso revela o poder enorme que o Brasil tem por causa dessa riqueza. E inclui a fusão entre a natureza e a sabedoria ancestral dos indígenas: Eles têm essa coisa que nós perdemos, a ligação com a natureza. Para eles o homem é parte do ecossistema.

Onde entra o Cidade Matarazzo nisso tudo?

continua após a publicidade

O grande desafio do Matarazzo é mostrar que conviver com a natureza é um luxo. Veja, o Brasil tem uma oportunidade que os outros não têm, a de chegar a 2030 como a grande nação do G20 a ser carbono negativo. E temos de pegar essa oportunidade. Para isso vejo dois caminhos: um é a tecnologia – falo de energia solar, de novas baterias, gerar menos carbono. A outra é uma grande mudança de cultura. Nossa humanidade está errada há séculos. Temos de reaprender que nós pertencemos à natureza.

Quando veio da França, já via as coisas dessa forma?

Eu trabalho desde os 23 anos, e uma das coisas que faço é lutar contra a desigualdade climática. A pobreza está ligada a essa desigualdade. Mas, nos seus 500 anos, a especialidade que o Brasil mostrou foi a de extração. Ele jamais escolheu o modelo de preservação.

continua após a publicidade
Allard transformou um hospital desativado na região da Avenida Paulista no Cidade Matarazzo, um sofisticado complexo, que combina alto luxo e defesa ambiental Foto: Daniel Teixeira/Estadão

De que modo o País se beneficia com essa mudança?

O Brasil tem, sozinho, 25% dos genomas deste planeta. Hoje a biodiversidade não tem valor financeiro, mas o fato é que essa economia da preservação tem um valor gigante, capaz de dobrar o PIB do Brasil em 20 anos. E o Brasil não está só nessa causa. Tem os vizinhos – Peru, Colômbia, Equador, Guianas. Mais a Indonésia, na floresta asiática, e o Congo, na (floresta) africana, outros dois gigantes do fator climático. E veja só, nestes dias 2 e 3 de março, exatamente agora, acontece a Conferência de Brazzaville, no Congo. Um excelente momento para se falar disso.

continua após a publicidade

Que tipo de argumentos favorecem a essa causa?

Começamos por um dado: 70% a 80% das emissões de carbono do planeta vêm das cidades. Ou seja, elas estão doentes, temos de aprender a viver de outra maneira. Outro dado: 15% das pessoas das cidades emitem, sozinhas, 50% a 60% desse carbono. Em São Paulo, o 1% mais rico emite 100 vezes mais carbono que o 1% mais pobre. É necessário buscar um novo caminho. O projeto é convencer as elites financeiras, empresariais, os CEOs do Brasil, as agências de publicidade, os que se preocupam com o consumismo, as elites verdes, as novas gerações, a debater uma saída. E o Matarazzo é um lugar para atrair todos eles e mostrar que “viver verde” é uma coisa possível.

Qual a sua participação pesssoal nesse processo?

continua após a publicidade

Olha, eu trabalho com essa ideia há 15 anos. E foi por ela que me juntei com a Patricia Ellen e criamos uma subsidiária da AYA Earth Partners, que vai inaugurar um novo espaço, um hub, no dia 7 de março. Vai ser um centro de convivência, de acolhimento desses empreendedores, os “climate capitalists”, mais meios financeiros, científicos e culturais. Um lugar que vai atrair o know how e a influência do mundo inteiro para esse tema.

Já definiu tarefas específicas para atingir tais metas?

O AYA seleciona os melhores advogados do Brasil e equipes competentes que ajudarão as empresas a transformar equipamentos, implantar uma fazenda solar, investir em nova frota de caminhões, gerar menos carbono, captar financiamento. Já temos inúmeros projetos. É preciso aprender rápido. Tem dinheiro para financiar essa mudança.

continua após a publicidade

Alexandre Allard nasceu em Washington, cresceu na Costa do Marfim e tem cidadania francesa. Instalado em São Paulo desde 2007, Allard transformou um hospital desativado na região da Avenida Paulista no Cidade Matarazzo, um sofisticado complexo, uma inédita combinação entre alto luxo e defesa ambiental. Segundo Allard, já foram investidos R$ 2,7 bilhões na empreitada, em parceria com a empresa familiar chinesa CTF.

Na terça, dia 7, ele lança, no Rosewood Hotel (que faz parte do complexo), um hub poderoso da consultoria Aya Earth Partners, em seminário permeado por debates, com sua sócia Patricia Ellen. O que quer com isso? Pretende que ele se transforme em um centro gigante reconectando a humanidade com a natureza.

Nesta entrevista a Cenários, ele propõe, como tarefa urgente do governo brasileiro, que “assuma o papel” de liderança no debate ambiental e cobre o valor real pela preservação de nossas florestas. Ressalta que o preço do credito de carbono vendido pelo Brasil é infinitamente menor que o vendido pela Alemanha, por exemplo. “O Brasil tem sozinho 25% dos genomas do planeta, um produto direto da biodiversidade. Essa economia da preservação tem um valor gigante. Se bem negociada, ela pode dobrar o PIB do Brasil em 20 anos.” A seguir, os principais trechos da conversa.

Como surgiu o projeto Cidade Matarazzo, e por que escolheu o Brasil para ele?

Escolhi o Brasil porque o vejo como o “superpower verde” do planeta, que até há pouco ignorava essa sua importância. E acho que a eleição do (presidente) Lula foi decisiva – jornais e revistas do mundo inteiro o definiram como “o salvador da Amazônia”. Isso revela o poder enorme que o Brasil tem por causa dessa riqueza. E inclui a fusão entre a natureza e a sabedoria ancestral dos indígenas: Eles têm essa coisa que nós perdemos, a ligação com a natureza. Para eles o homem é parte do ecossistema.

Onde entra o Cidade Matarazzo nisso tudo?

O grande desafio do Matarazzo é mostrar que conviver com a natureza é um luxo. Veja, o Brasil tem uma oportunidade que os outros não têm, a de chegar a 2030 como a grande nação do G20 a ser carbono negativo. E temos de pegar essa oportunidade. Para isso vejo dois caminhos: um é a tecnologia – falo de energia solar, de novas baterias, gerar menos carbono. A outra é uma grande mudança de cultura. Nossa humanidade está errada há séculos. Temos de reaprender que nós pertencemos à natureza.

Quando veio da França, já via as coisas dessa forma?

Eu trabalho desde os 23 anos, e uma das coisas que faço é lutar contra a desigualdade climática. A pobreza está ligada a essa desigualdade. Mas, nos seus 500 anos, a especialidade que o Brasil mostrou foi a de extração. Ele jamais escolheu o modelo de preservação.

Allard transformou um hospital desativado na região da Avenida Paulista no Cidade Matarazzo, um sofisticado complexo, que combina alto luxo e defesa ambiental Foto: Daniel Teixeira/Estadão

De que modo o País se beneficia com essa mudança?

O Brasil tem, sozinho, 25% dos genomas deste planeta. Hoje a biodiversidade não tem valor financeiro, mas o fato é que essa economia da preservação tem um valor gigante, capaz de dobrar o PIB do Brasil em 20 anos. E o Brasil não está só nessa causa. Tem os vizinhos – Peru, Colômbia, Equador, Guianas. Mais a Indonésia, na floresta asiática, e o Congo, na (floresta) africana, outros dois gigantes do fator climático. E veja só, nestes dias 2 e 3 de março, exatamente agora, acontece a Conferência de Brazzaville, no Congo. Um excelente momento para se falar disso.

Que tipo de argumentos favorecem a essa causa?

Começamos por um dado: 70% a 80% das emissões de carbono do planeta vêm das cidades. Ou seja, elas estão doentes, temos de aprender a viver de outra maneira. Outro dado: 15% das pessoas das cidades emitem, sozinhas, 50% a 60% desse carbono. Em São Paulo, o 1% mais rico emite 100 vezes mais carbono que o 1% mais pobre. É necessário buscar um novo caminho. O projeto é convencer as elites financeiras, empresariais, os CEOs do Brasil, as agências de publicidade, os que se preocupam com o consumismo, as elites verdes, as novas gerações, a debater uma saída. E o Matarazzo é um lugar para atrair todos eles e mostrar que “viver verde” é uma coisa possível.

Qual a sua participação pesssoal nesse processo?

Olha, eu trabalho com essa ideia há 15 anos. E foi por ela que me juntei com a Patricia Ellen e criamos uma subsidiária da AYA Earth Partners, que vai inaugurar um novo espaço, um hub, no dia 7 de março. Vai ser um centro de convivência, de acolhimento desses empreendedores, os “climate capitalists”, mais meios financeiros, científicos e culturais. Um lugar que vai atrair o know how e a influência do mundo inteiro para esse tema.

Já definiu tarefas específicas para atingir tais metas?

O AYA seleciona os melhores advogados do Brasil e equipes competentes que ajudarão as empresas a transformar equipamentos, implantar uma fazenda solar, investir em nova frota de caminhões, gerar menos carbono, captar financiamento. Já temos inúmeros projetos. É preciso aprender rápido. Tem dinheiro para financiar essa mudança.

Alexandre Allard nasceu em Washington, cresceu na Costa do Marfim e tem cidadania francesa. Instalado em São Paulo desde 2007, Allard transformou um hospital desativado na região da Avenida Paulista no Cidade Matarazzo, um sofisticado complexo, uma inédita combinação entre alto luxo e defesa ambiental. Segundo Allard, já foram investidos R$ 2,7 bilhões na empreitada, em parceria com a empresa familiar chinesa CTF.

Na terça, dia 7, ele lança, no Rosewood Hotel (que faz parte do complexo), um hub poderoso da consultoria Aya Earth Partners, em seminário permeado por debates, com sua sócia Patricia Ellen. O que quer com isso? Pretende que ele se transforme em um centro gigante reconectando a humanidade com a natureza.

Nesta entrevista a Cenários, ele propõe, como tarefa urgente do governo brasileiro, que “assuma o papel” de liderança no debate ambiental e cobre o valor real pela preservação de nossas florestas. Ressalta que o preço do credito de carbono vendido pelo Brasil é infinitamente menor que o vendido pela Alemanha, por exemplo. “O Brasil tem sozinho 25% dos genomas do planeta, um produto direto da biodiversidade. Essa economia da preservação tem um valor gigante. Se bem negociada, ela pode dobrar o PIB do Brasil em 20 anos.” A seguir, os principais trechos da conversa.

Como surgiu o projeto Cidade Matarazzo, e por que escolheu o Brasil para ele?

Escolhi o Brasil porque o vejo como o “superpower verde” do planeta, que até há pouco ignorava essa sua importância. E acho que a eleição do (presidente) Lula foi decisiva – jornais e revistas do mundo inteiro o definiram como “o salvador da Amazônia”. Isso revela o poder enorme que o Brasil tem por causa dessa riqueza. E inclui a fusão entre a natureza e a sabedoria ancestral dos indígenas: Eles têm essa coisa que nós perdemos, a ligação com a natureza. Para eles o homem é parte do ecossistema.

Onde entra o Cidade Matarazzo nisso tudo?

O grande desafio do Matarazzo é mostrar que conviver com a natureza é um luxo. Veja, o Brasil tem uma oportunidade que os outros não têm, a de chegar a 2030 como a grande nação do G20 a ser carbono negativo. E temos de pegar essa oportunidade. Para isso vejo dois caminhos: um é a tecnologia – falo de energia solar, de novas baterias, gerar menos carbono. A outra é uma grande mudança de cultura. Nossa humanidade está errada há séculos. Temos de reaprender que nós pertencemos à natureza.

Quando veio da França, já via as coisas dessa forma?

Eu trabalho desde os 23 anos, e uma das coisas que faço é lutar contra a desigualdade climática. A pobreza está ligada a essa desigualdade. Mas, nos seus 500 anos, a especialidade que o Brasil mostrou foi a de extração. Ele jamais escolheu o modelo de preservação.

Allard transformou um hospital desativado na região da Avenida Paulista no Cidade Matarazzo, um sofisticado complexo, que combina alto luxo e defesa ambiental Foto: Daniel Teixeira/Estadão

De que modo o País se beneficia com essa mudança?

O Brasil tem, sozinho, 25% dos genomas deste planeta. Hoje a biodiversidade não tem valor financeiro, mas o fato é que essa economia da preservação tem um valor gigante, capaz de dobrar o PIB do Brasil em 20 anos. E o Brasil não está só nessa causa. Tem os vizinhos – Peru, Colômbia, Equador, Guianas. Mais a Indonésia, na floresta asiática, e o Congo, na (floresta) africana, outros dois gigantes do fator climático. E veja só, nestes dias 2 e 3 de março, exatamente agora, acontece a Conferência de Brazzaville, no Congo. Um excelente momento para se falar disso.

Que tipo de argumentos favorecem a essa causa?

Começamos por um dado: 70% a 80% das emissões de carbono do planeta vêm das cidades. Ou seja, elas estão doentes, temos de aprender a viver de outra maneira. Outro dado: 15% das pessoas das cidades emitem, sozinhas, 50% a 60% desse carbono. Em São Paulo, o 1% mais rico emite 100 vezes mais carbono que o 1% mais pobre. É necessário buscar um novo caminho. O projeto é convencer as elites financeiras, empresariais, os CEOs do Brasil, as agências de publicidade, os que se preocupam com o consumismo, as elites verdes, as novas gerações, a debater uma saída. E o Matarazzo é um lugar para atrair todos eles e mostrar que “viver verde” é uma coisa possível.

Qual a sua participação pesssoal nesse processo?

Olha, eu trabalho com essa ideia há 15 anos. E foi por ela que me juntei com a Patricia Ellen e criamos uma subsidiária da AYA Earth Partners, que vai inaugurar um novo espaço, um hub, no dia 7 de março. Vai ser um centro de convivência, de acolhimento desses empreendedores, os “climate capitalists”, mais meios financeiros, científicos e culturais. Um lugar que vai atrair o know how e a influência do mundo inteiro para esse tema.

Já definiu tarefas específicas para atingir tais metas?

O AYA seleciona os melhores advogados do Brasil e equipes competentes que ajudarão as empresas a transformar equipamentos, implantar uma fazenda solar, investir em nova frota de caminhões, gerar menos carbono, captar financiamento. Já temos inúmeros projetos. É preciso aprender rápido. Tem dinheiro para financiar essa mudança.

Alexandre Allard nasceu em Washington, cresceu na Costa do Marfim e tem cidadania francesa. Instalado em São Paulo desde 2007, Allard transformou um hospital desativado na região da Avenida Paulista no Cidade Matarazzo, um sofisticado complexo, uma inédita combinação entre alto luxo e defesa ambiental. Segundo Allard, já foram investidos R$ 2,7 bilhões na empreitada, em parceria com a empresa familiar chinesa CTF.

Na terça, dia 7, ele lança, no Rosewood Hotel (que faz parte do complexo), um hub poderoso da consultoria Aya Earth Partners, em seminário permeado por debates, com sua sócia Patricia Ellen. O que quer com isso? Pretende que ele se transforme em um centro gigante reconectando a humanidade com a natureza.

Nesta entrevista a Cenários, ele propõe, como tarefa urgente do governo brasileiro, que “assuma o papel” de liderança no debate ambiental e cobre o valor real pela preservação de nossas florestas. Ressalta que o preço do credito de carbono vendido pelo Brasil é infinitamente menor que o vendido pela Alemanha, por exemplo. “O Brasil tem sozinho 25% dos genomas do planeta, um produto direto da biodiversidade. Essa economia da preservação tem um valor gigante. Se bem negociada, ela pode dobrar o PIB do Brasil em 20 anos.” A seguir, os principais trechos da conversa.

Como surgiu o projeto Cidade Matarazzo, e por que escolheu o Brasil para ele?

Escolhi o Brasil porque o vejo como o “superpower verde” do planeta, que até há pouco ignorava essa sua importância. E acho que a eleição do (presidente) Lula foi decisiva – jornais e revistas do mundo inteiro o definiram como “o salvador da Amazônia”. Isso revela o poder enorme que o Brasil tem por causa dessa riqueza. E inclui a fusão entre a natureza e a sabedoria ancestral dos indígenas: Eles têm essa coisa que nós perdemos, a ligação com a natureza. Para eles o homem é parte do ecossistema.

Onde entra o Cidade Matarazzo nisso tudo?

O grande desafio do Matarazzo é mostrar que conviver com a natureza é um luxo. Veja, o Brasil tem uma oportunidade que os outros não têm, a de chegar a 2030 como a grande nação do G20 a ser carbono negativo. E temos de pegar essa oportunidade. Para isso vejo dois caminhos: um é a tecnologia – falo de energia solar, de novas baterias, gerar menos carbono. A outra é uma grande mudança de cultura. Nossa humanidade está errada há séculos. Temos de reaprender que nós pertencemos à natureza.

Quando veio da França, já via as coisas dessa forma?

Eu trabalho desde os 23 anos, e uma das coisas que faço é lutar contra a desigualdade climática. A pobreza está ligada a essa desigualdade. Mas, nos seus 500 anos, a especialidade que o Brasil mostrou foi a de extração. Ele jamais escolheu o modelo de preservação.

Allard transformou um hospital desativado na região da Avenida Paulista no Cidade Matarazzo, um sofisticado complexo, que combina alto luxo e defesa ambiental Foto: Daniel Teixeira/Estadão

De que modo o País se beneficia com essa mudança?

O Brasil tem, sozinho, 25% dos genomas deste planeta. Hoje a biodiversidade não tem valor financeiro, mas o fato é que essa economia da preservação tem um valor gigante, capaz de dobrar o PIB do Brasil em 20 anos. E o Brasil não está só nessa causa. Tem os vizinhos – Peru, Colômbia, Equador, Guianas. Mais a Indonésia, na floresta asiática, e o Congo, na (floresta) africana, outros dois gigantes do fator climático. E veja só, nestes dias 2 e 3 de março, exatamente agora, acontece a Conferência de Brazzaville, no Congo. Um excelente momento para se falar disso.

Que tipo de argumentos favorecem a essa causa?

Começamos por um dado: 70% a 80% das emissões de carbono do planeta vêm das cidades. Ou seja, elas estão doentes, temos de aprender a viver de outra maneira. Outro dado: 15% das pessoas das cidades emitem, sozinhas, 50% a 60% desse carbono. Em São Paulo, o 1% mais rico emite 100 vezes mais carbono que o 1% mais pobre. É necessário buscar um novo caminho. O projeto é convencer as elites financeiras, empresariais, os CEOs do Brasil, as agências de publicidade, os que se preocupam com o consumismo, as elites verdes, as novas gerações, a debater uma saída. E o Matarazzo é um lugar para atrair todos eles e mostrar que “viver verde” é uma coisa possível.

Qual a sua participação pesssoal nesse processo?

Olha, eu trabalho com essa ideia há 15 anos. E foi por ela que me juntei com a Patricia Ellen e criamos uma subsidiária da AYA Earth Partners, que vai inaugurar um novo espaço, um hub, no dia 7 de março. Vai ser um centro de convivência, de acolhimento desses empreendedores, os “climate capitalists”, mais meios financeiros, científicos e culturais. Um lugar que vai atrair o know how e a influência do mundo inteiro para esse tema.

Já definiu tarefas específicas para atingir tais metas?

O AYA seleciona os melhores advogados do Brasil e equipes competentes que ajudarão as empresas a transformar equipamentos, implantar uma fazenda solar, investir em nova frota de caminhões, gerar menos carbono, captar financiamento. Já temos inúmeros projetos. É preciso aprender rápido. Tem dinheiro para financiar essa mudança.

Alexandre Allard nasceu em Washington, cresceu na Costa do Marfim e tem cidadania francesa. Instalado em São Paulo desde 2007, Allard transformou um hospital desativado na região da Avenida Paulista no Cidade Matarazzo, um sofisticado complexo, uma inédita combinação entre alto luxo e defesa ambiental. Segundo Allard, já foram investidos R$ 2,7 bilhões na empreitada, em parceria com a empresa familiar chinesa CTF.

Na terça, dia 7, ele lança, no Rosewood Hotel (que faz parte do complexo), um hub poderoso da consultoria Aya Earth Partners, em seminário permeado por debates, com sua sócia Patricia Ellen. O que quer com isso? Pretende que ele se transforme em um centro gigante reconectando a humanidade com a natureza.

Nesta entrevista a Cenários, ele propõe, como tarefa urgente do governo brasileiro, que “assuma o papel” de liderança no debate ambiental e cobre o valor real pela preservação de nossas florestas. Ressalta que o preço do credito de carbono vendido pelo Brasil é infinitamente menor que o vendido pela Alemanha, por exemplo. “O Brasil tem sozinho 25% dos genomas do planeta, um produto direto da biodiversidade. Essa economia da preservação tem um valor gigante. Se bem negociada, ela pode dobrar o PIB do Brasil em 20 anos.” A seguir, os principais trechos da conversa.

Como surgiu o projeto Cidade Matarazzo, e por que escolheu o Brasil para ele?

Escolhi o Brasil porque o vejo como o “superpower verde” do planeta, que até há pouco ignorava essa sua importância. E acho que a eleição do (presidente) Lula foi decisiva – jornais e revistas do mundo inteiro o definiram como “o salvador da Amazônia”. Isso revela o poder enorme que o Brasil tem por causa dessa riqueza. E inclui a fusão entre a natureza e a sabedoria ancestral dos indígenas: Eles têm essa coisa que nós perdemos, a ligação com a natureza. Para eles o homem é parte do ecossistema.

Onde entra o Cidade Matarazzo nisso tudo?

O grande desafio do Matarazzo é mostrar que conviver com a natureza é um luxo. Veja, o Brasil tem uma oportunidade que os outros não têm, a de chegar a 2030 como a grande nação do G20 a ser carbono negativo. E temos de pegar essa oportunidade. Para isso vejo dois caminhos: um é a tecnologia – falo de energia solar, de novas baterias, gerar menos carbono. A outra é uma grande mudança de cultura. Nossa humanidade está errada há séculos. Temos de reaprender que nós pertencemos à natureza.

Quando veio da França, já via as coisas dessa forma?

Eu trabalho desde os 23 anos, e uma das coisas que faço é lutar contra a desigualdade climática. A pobreza está ligada a essa desigualdade. Mas, nos seus 500 anos, a especialidade que o Brasil mostrou foi a de extração. Ele jamais escolheu o modelo de preservação.

Allard transformou um hospital desativado na região da Avenida Paulista no Cidade Matarazzo, um sofisticado complexo, que combina alto luxo e defesa ambiental Foto: Daniel Teixeira/Estadão

De que modo o País se beneficia com essa mudança?

O Brasil tem, sozinho, 25% dos genomas deste planeta. Hoje a biodiversidade não tem valor financeiro, mas o fato é que essa economia da preservação tem um valor gigante, capaz de dobrar o PIB do Brasil em 20 anos. E o Brasil não está só nessa causa. Tem os vizinhos – Peru, Colômbia, Equador, Guianas. Mais a Indonésia, na floresta asiática, e o Congo, na (floresta) africana, outros dois gigantes do fator climático. E veja só, nestes dias 2 e 3 de março, exatamente agora, acontece a Conferência de Brazzaville, no Congo. Um excelente momento para se falar disso.

Que tipo de argumentos favorecem a essa causa?

Começamos por um dado: 70% a 80% das emissões de carbono do planeta vêm das cidades. Ou seja, elas estão doentes, temos de aprender a viver de outra maneira. Outro dado: 15% das pessoas das cidades emitem, sozinhas, 50% a 60% desse carbono. Em São Paulo, o 1% mais rico emite 100 vezes mais carbono que o 1% mais pobre. É necessário buscar um novo caminho. O projeto é convencer as elites financeiras, empresariais, os CEOs do Brasil, as agências de publicidade, os que se preocupam com o consumismo, as elites verdes, as novas gerações, a debater uma saída. E o Matarazzo é um lugar para atrair todos eles e mostrar que “viver verde” é uma coisa possível.

Qual a sua participação pesssoal nesse processo?

Olha, eu trabalho com essa ideia há 15 anos. E foi por ela que me juntei com a Patricia Ellen e criamos uma subsidiária da AYA Earth Partners, que vai inaugurar um novo espaço, um hub, no dia 7 de março. Vai ser um centro de convivência, de acolhimento desses empreendedores, os “climate capitalists”, mais meios financeiros, científicos e culturais. Um lugar que vai atrair o know how e a influência do mundo inteiro para esse tema.

Já definiu tarefas específicas para atingir tais metas?

O AYA seleciona os melhores advogados do Brasil e equipes competentes que ajudarão as empresas a transformar equipamentos, implantar uma fazenda solar, investir em nova frota de caminhões, gerar menos carbono, captar financiamento. Já temos inúmeros projetos. É preciso aprender rápido. Tem dinheiro para financiar essa mudança.

Entrevista por Sonia Racy

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.