Política industrial tem de pensar no médio prazo e ser feita a várias mãos, diz professor da FGV


Para Rodrigo Fagundes Cezar, no debate sobre transição energética, não dá para ficar esperando apenas o governo fazer: a academia e a sociedade civil também precisam agir

Por Eduardo Geraque
Foto: Felipe Rau/Estadão
Entrevista comRodrigo Fagundes CezarProfessor de Relações Internacionais da FGV

A política industrial é algo para ser feito a várias mãos, com participação de vários setores da sociedade e, principalmente, olhando para o médio prazo. A avaliação é de Rodrigo Fagundes Cezar, professor de Relações Internacionais da FGV, que participou nesta sexta-feira, 20, do Fórum Estadão Think: “Neoindustrialização apoiada pela transição energética — Como unir a política industrial e a política de sustentabilidade”. O evento foi realizado na sede da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo.

A questão igualmente importante, segundo ele, é que quando se fala em transição energética, existe uma urgência que não pode ser ignorada.

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Leia a seguir os principais trechos da entrevista com o professor.

Professor Rodrigo Fagundes Cezar, da FGV, defende que exista um aparato institucional para corrigir aquilo que não estiver dando certo na política industrial  Foto: Felipe Rau/Estadão

Qual papel a academia pode desempenhar no desenho de políticas públicas para o Brasil?

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A primeira coisa quando se fala de projetos com a academia é que nós somos obrigados a pensar no médio prazo. Porque são projetos que vão durar de três a cinco anos. Isso já é um passo importante para não ficarmos presos em coisas de curtíssimo prazo, com a proteção a um ou outro setor. As políticas industriais que dão certo forçam também a academia, e é verdade que às vezes ela é um pouco rígida, a buscar uma evidência científica. A academia é muito boa em fazer com que uma ideia se torne algo que seja mensurável. Portanto, ao dar nome às dificuldades e fazer com que existam planos de longo prazo, a academia acaba transformado narrativas em modelos com dados.

O exemplo dos Tigres Asiáticos é bom para o Brasil se inspirar?

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Temos também que adaptar as coisas para o contexto nacional. A política pública, muitas vezes, é feita por tentativa e erro. Os próprios Tigres Asiáticos falaram assim: “Será que vai dar certo?” E aí deu. Mas o importante nesses processos é a política ter mecanismos de correção de rumo. Planejamento é importante. Tem que existir um aparato institucional para corrigir aquilo que não estiver dando certo.

E como lidar com os diversos interesses ao fazer políticas de longo prazo?

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Essa é uma questão que tende a se resolver, porque quando você força a elaboração de projetos de longo prazo, você coloca esses diferentes interesses no mesmo lugar e você acaba forçando a todos os setores enxergarem os pontos em comum. Muitas vezes eles brigam e ficam bravos um com o outro, mas também eles acabam conseguindo se ouvir um pouco mais. Os projetos de longo prazo voltados para a inovação podem ser um catalisador de conversas, de discussões saudáveis. E ainda mais nesse debate sobre transição energética, não dá para ficar esperando apenas o governo fazer. O governo tem que fazer, mas a academia e a sociedade civil também. O bolo de subsídios (para a descarbonização), por exemplo, vai acabar, e precisamos então aumentar o lençol. E isso é feito com parcerias tanto aqui dentro do Brasil quanto lá fora.

A política industrial é algo para ser feito a várias mãos, com participação de vários setores da sociedade e, principalmente, olhando para o médio prazo. A avaliação é de Rodrigo Fagundes Cezar, professor de Relações Internacionais da FGV, que participou nesta sexta-feira, 20, do Fórum Estadão Think: “Neoindustrialização apoiada pela transição energética — Como unir a política industrial e a política de sustentabilidade”. O evento foi realizado na sede da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo.

A questão igualmente importante, segundo ele, é que quando se fala em transição energética, existe uma urgência que não pode ser ignorada.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista com o professor.

Professor Rodrigo Fagundes Cezar, da FGV, defende que exista um aparato institucional para corrigir aquilo que não estiver dando certo na política industrial  Foto: Felipe Rau/Estadão

Qual papel a academia pode desempenhar no desenho de políticas públicas para o Brasil?

A primeira coisa quando se fala de projetos com a academia é que nós somos obrigados a pensar no médio prazo. Porque são projetos que vão durar de três a cinco anos. Isso já é um passo importante para não ficarmos presos em coisas de curtíssimo prazo, com a proteção a um ou outro setor. As políticas industriais que dão certo forçam também a academia, e é verdade que às vezes ela é um pouco rígida, a buscar uma evidência científica. A academia é muito boa em fazer com que uma ideia se torne algo que seja mensurável. Portanto, ao dar nome às dificuldades e fazer com que existam planos de longo prazo, a academia acaba transformado narrativas em modelos com dados.

O exemplo dos Tigres Asiáticos é bom para o Brasil se inspirar?

Temos também que adaptar as coisas para o contexto nacional. A política pública, muitas vezes, é feita por tentativa e erro. Os próprios Tigres Asiáticos falaram assim: “Será que vai dar certo?” E aí deu. Mas o importante nesses processos é a política ter mecanismos de correção de rumo. Planejamento é importante. Tem que existir um aparato institucional para corrigir aquilo que não estiver dando certo.

E como lidar com os diversos interesses ao fazer políticas de longo prazo?

Essa é uma questão que tende a se resolver, porque quando você força a elaboração de projetos de longo prazo, você coloca esses diferentes interesses no mesmo lugar e você acaba forçando a todos os setores enxergarem os pontos em comum. Muitas vezes eles brigam e ficam bravos um com o outro, mas também eles acabam conseguindo se ouvir um pouco mais. Os projetos de longo prazo voltados para a inovação podem ser um catalisador de conversas, de discussões saudáveis. E ainda mais nesse debate sobre transição energética, não dá para ficar esperando apenas o governo fazer. O governo tem que fazer, mas a academia e a sociedade civil também. O bolo de subsídios (para a descarbonização), por exemplo, vai acabar, e precisamos então aumentar o lençol. E isso é feito com parcerias tanto aqui dentro do Brasil quanto lá fora.

A política industrial é algo para ser feito a várias mãos, com participação de vários setores da sociedade e, principalmente, olhando para o médio prazo. A avaliação é de Rodrigo Fagundes Cezar, professor de Relações Internacionais da FGV, que participou nesta sexta-feira, 20, do Fórum Estadão Think: “Neoindustrialização apoiada pela transição energética — Como unir a política industrial e a política de sustentabilidade”. O evento foi realizado na sede da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo.

A questão igualmente importante, segundo ele, é que quando se fala em transição energética, existe uma urgência que não pode ser ignorada.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista com o professor.

Professor Rodrigo Fagundes Cezar, da FGV, defende que exista um aparato institucional para corrigir aquilo que não estiver dando certo na política industrial  Foto: Felipe Rau/Estadão

Qual papel a academia pode desempenhar no desenho de políticas públicas para o Brasil?

A primeira coisa quando se fala de projetos com a academia é que nós somos obrigados a pensar no médio prazo. Porque são projetos que vão durar de três a cinco anos. Isso já é um passo importante para não ficarmos presos em coisas de curtíssimo prazo, com a proteção a um ou outro setor. As políticas industriais que dão certo forçam também a academia, e é verdade que às vezes ela é um pouco rígida, a buscar uma evidência científica. A academia é muito boa em fazer com que uma ideia se torne algo que seja mensurável. Portanto, ao dar nome às dificuldades e fazer com que existam planos de longo prazo, a academia acaba transformado narrativas em modelos com dados.

O exemplo dos Tigres Asiáticos é bom para o Brasil se inspirar?

Temos também que adaptar as coisas para o contexto nacional. A política pública, muitas vezes, é feita por tentativa e erro. Os próprios Tigres Asiáticos falaram assim: “Será que vai dar certo?” E aí deu. Mas o importante nesses processos é a política ter mecanismos de correção de rumo. Planejamento é importante. Tem que existir um aparato institucional para corrigir aquilo que não estiver dando certo.

E como lidar com os diversos interesses ao fazer políticas de longo prazo?

Essa é uma questão que tende a se resolver, porque quando você força a elaboração de projetos de longo prazo, você coloca esses diferentes interesses no mesmo lugar e você acaba forçando a todos os setores enxergarem os pontos em comum. Muitas vezes eles brigam e ficam bravos um com o outro, mas também eles acabam conseguindo se ouvir um pouco mais. Os projetos de longo prazo voltados para a inovação podem ser um catalisador de conversas, de discussões saudáveis. E ainda mais nesse debate sobre transição energética, não dá para ficar esperando apenas o governo fazer. O governo tem que fazer, mas a academia e a sociedade civil também. O bolo de subsídios (para a descarbonização), por exemplo, vai acabar, e precisamos então aumentar o lençol. E isso é feito com parcerias tanto aqui dentro do Brasil quanto lá fora.

A política industrial é algo para ser feito a várias mãos, com participação de vários setores da sociedade e, principalmente, olhando para o médio prazo. A avaliação é de Rodrigo Fagundes Cezar, professor de Relações Internacionais da FGV, que participou nesta sexta-feira, 20, do Fórum Estadão Think: “Neoindustrialização apoiada pela transição energética — Como unir a política industrial e a política de sustentabilidade”. O evento foi realizado na sede da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo.

A questão igualmente importante, segundo ele, é que quando se fala em transição energética, existe uma urgência que não pode ser ignorada.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista com o professor.

Professor Rodrigo Fagundes Cezar, da FGV, defende que exista um aparato institucional para corrigir aquilo que não estiver dando certo na política industrial  Foto: Felipe Rau/Estadão

Qual papel a academia pode desempenhar no desenho de políticas públicas para o Brasil?

A primeira coisa quando se fala de projetos com a academia é que nós somos obrigados a pensar no médio prazo. Porque são projetos que vão durar de três a cinco anos. Isso já é um passo importante para não ficarmos presos em coisas de curtíssimo prazo, com a proteção a um ou outro setor. As políticas industriais que dão certo forçam também a academia, e é verdade que às vezes ela é um pouco rígida, a buscar uma evidência científica. A academia é muito boa em fazer com que uma ideia se torne algo que seja mensurável. Portanto, ao dar nome às dificuldades e fazer com que existam planos de longo prazo, a academia acaba transformado narrativas em modelos com dados.

O exemplo dos Tigres Asiáticos é bom para o Brasil se inspirar?

Temos também que adaptar as coisas para o contexto nacional. A política pública, muitas vezes, é feita por tentativa e erro. Os próprios Tigres Asiáticos falaram assim: “Será que vai dar certo?” E aí deu. Mas o importante nesses processos é a política ter mecanismos de correção de rumo. Planejamento é importante. Tem que existir um aparato institucional para corrigir aquilo que não estiver dando certo.

E como lidar com os diversos interesses ao fazer políticas de longo prazo?

Essa é uma questão que tende a se resolver, porque quando você força a elaboração de projetos de longo prazo, você coloca esses diferentes interesses no mesmo lugar e você acaba forçando a todos os setores enxergarem os pontos em comum. Muitas vezes eles brigam e ficam bravos um com o outro, mas também eles acabam conseguindo se ouvir um pouco mais. Os projetos de longo prazo voltados para a inovação podem ser um catalisador de conversas, de discussões saudáveis. E ainda mais nesse debate sobre transição energética, não dá para ficar esperando apenas o governo fazer. O governo tem que fazer, mas a academia e a sociedade civil também. O bolo de subsídios (para a descarbonização), por exemplo, vai acabar, e precisamos então aumentar o lençol. E isso é feito com parcerias tanto aqui dentro do Brasil quanto lá fora.

A política industrial é algo para ser feito a várias mãos, com participação de vários setores da sociedade e, principalmente, olhando para o médio prazo. A avaliação é de Rodrigo Fagundes Cezar, professor de Relações Internacionais da FGV, que participou nesta sexta-feira, 20, do Fórum Estadão Think: “Neoindustrialização apoiada pela transição energética — Como unir a política industrial e a política de sustentabilidade”. O evento foi realizado na sede da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), em São Paulo.

A questão igualmente importante, segundo ele, é que quando se fala em transição energética, existe uma urgência que não pode ser ignorada.

Leia a seguir os principais trechos da entrevista com o professor.

Professor Rodrigo Fagundes Cezar, da FGV, defende que exista um aparato institucional para corrigir aquilo que não estiver dando certo na política industrial  Foto: Felipe Rau/Estadão

Qual papel a academia pode desempenhar no desenho de políticas públicas para o Brasil?

A primeira coisa quando se fala de projetos com a academia é que nós somos obrigados a pensar no médio prazo. Porque são projetos que vão durar de três a cinco anos. Isso já é um passo importante para não ficarmos presos em coisas de curtíssimo prazo, com a proteção a um ou outro setor. As políticas industriais que dão certo forçam também a academia, e é verdade que às vezes ela é um pouco rígida, a buscar uma evidência científica. A academia é muito boa em fazer com que uma ideia se torne algo que seja mensurável. Portanto, ao dar nome às dificuldades e fazer com que existam planos de longo prazo, a academia acaba transformado narrativas em modelos com dados.

O exemplo dos Tigres Asiáticos é bom para o Brasil se inspirar?

Temos também que adaptar as coisas para o contexto nacional. A política pública, muitas vezes, é feita por tentativa e erro. Os próprios Tigres Asiáticos falaram assim: “Será que vai dar certo?” E aí deu. Mas o importante nesses processos é a política ter mecanismos de correção de rumo. Planejamento é importante. Tem que existir um aparato institucional para corrigir aquilo que não estiver dando certo.

E como lidar com os diversos interesses ao fazer políticas de longo prazo?

Essa é uma questão que tende a se resolver, porque quando você força a elaboração de projetos de longo prazo, você coloca esses diferentes interesses no mesmo lugar e você acaba forçando a todos os setores enxergarem os pontos em comum. Muitas vezes eles brigam e ficam bravos um com o outro, mas também eles acabam conseguindo se ouvir um pouco mais. Os projetos de longo prazo voltados para a inovação podem ser um catalisador de conversas, de discussões saudáveis. E ainda mais nesse debate sobre transição energética, não dá para ficar esperando apenas o governo fazer. O governo tem que fazer, mas a academia e a sociedade civil também. O bolo de subsídios (para a descarbonização), por exemplo, vai acabar, e precisamos então aumentar o lençol. E isso é feito com parcerias tanto aqui dentro do Brasil quanto lá fora.

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