Equipe ‘jovem’ escolhida por Haddad sofre resistências antes mesmo da posse


Nomes têm sido questionados por não serem servidores de carreira ou por estarem muito ligados à pauta desenvolvimentista; economistas se dividem sobre indicados

Por Adriana Fernandes e Márcia De Chiara
Atualização:

O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, montou uma equipe “jovem”, mas alguns dos nomes escolhidos para o seu time já enfrentam desconfianças antes mesmo de assumirem.

Haddad anunciou Marcos Barbosa Pinto (Reformas Econômicas), Rogério Ceron (Tesouro Nacional), Guilherme Mello (Política Econômica) e Robinson Barreirinhas (Receita Federal). Gabriel Galípolo (Executiva), Bernard Appy (reforma tributária) e Anelize Almeida (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) foram os primeiros.

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Ceron agradou pelo trabalho que já fez à frente da Prefeitura de São Paulo, mas o mercado financeiro ainda se ressente de não haver um nome na equipe com mais “musculatura” na área fiscal que possa afastar as desconfianças em relação à capacidade do governo de fazer ajustes do lado das despesas depois da aprovação da PEC da Transição.

Na equipe técnica do Ministério da Economia, o nome para o Tesouro Nacional foi bem recebido e a impressão geral foi positiva. Ceron já teve reuniões individuais com os técnicos do primeiro escalão, quando coletou informações, principalmente, sobre estimativas de receitas. A avaliação interna é que ele não fará grandes mudanças, trazendo poucos nomes de fora do órgão com cargo de confiança.

Já Barreirinha não agradou aos servidores da Receita justamente porque não é da carreira. Ele enfrenta resistências antes de sentar na cadeira de comando de um dos órgãos mais importantes do País, que no governo Bolsonaro foi alvo de interferência política, inclusive na área de fiscalização. A Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal (Unafisco) chegou a divulgar uma nota com o título de “Leão Ferido” para criticar a escolha dele, que não é servidor de carreira.

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Guilherme Mello, futuro secretário de política econômica, é o nome com mais resistência do mercado Foto: WERTHER SANTANA / ESTADÃO CONTEÚDO

A categoria, que é uma das mais poderosas da Esplanada e liderou movimentos de paralisações ao longo deste ano, diz que a decisão de Haddad marcou um desprestígio, colocando a administração tributária como o único órgão de Estado sem um nome de carreira como chefe.

O fato dele ser da carreira de procurador de São Paulo e não de auditor é outro ponto que desagradou. A relação das duas categorias no serviço público muitas vezes é de rivalidade, sobretudo em razão de questões salariais. No mandato de Haddad como prefeito de São Paulo, Barreirinhas ficou à frente da Secretaria de Assuntos Jurídicos.

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Guilherme Mello na SPE, órgão com função formuladora na Fazenda, é visto como um nome muito ligado ao petismo e à pauta desenvolvimentista. Entre os servidores da alta burocracia e economistas do mercado, a atuação dele é incógnita, mas interlocutores do futuro secretário ressaltam que Mello é muito habilidoso e bom de diálogo.

Há uma crítica de que o time de Haddad é muito paulista e baseado na sua gestão na prefeitura. Economistas ouvidos pelo Estadão estão divididos em relação à qualidade da equipe econômica.

Professor de finanças do Insper, o economista Alexandre Chaia considera a equipe anunciada, no geral, boa, mas faz ressalvas. Um ponto positivo, na sua opinião, é que a maioria já trabalhou com o futuro ministro.

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Para ele, um foco de preocupação é o economista Guilherme Mello, ligado à Unicamp e com um formação econômica na linha desenvolvimentista.

“O Guilherme Mello é o menos desejado pelo mercado, porque segue uma linha desenvolvimentista, mais gastadora na qual o Estado tem de agir como indutor do crescimento, os outros são mais tarimbados”, afirma o professor do Insper.

Caio Megale, economista-chefe da XP, avalia que a equipe de Haddad é “um time bom tecnicamente”. Ele destaca o nome de Ceron, que foi secretário de finanças de São Paulo quando Haddad era prefeito.

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“O Ceron é um cara tecnicamente muito sólido. Fez uma gestão na Prefeitura de São Paulo bastante austera, preocupado com controle de despesas ao longo do tempo”, diz. “Ele teve um papel muito grande no equilíbrio das finanças da cidade.”

Megale afirma que a dúvida fica mesmo com secretários mais inclinados a uma linha mais heterodoxa, como Guilherme Mello e mesmo Gabriel Galípolo. Pois serão justamente os formuladores da política fiscal. Ele acredita que a equipe tem capacidade de fazer um bom trabalho no que será a prioridade da pasta no primeiro semestre: a proposição de uma nova regra fiscal para substituir o teto de gastos, que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação.

Megale acha que seria positivo a senadora Simone Tebet ser indicada para o Ministério do Planejamento, desde que leve os técnicos que a acompanharam na campanha. “Sempre tenho um pé atrás com gestão das finanças públicas (Fazenda, Planejamento) com alguém com objetivos políticos.”

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A economista Carla Beni, professora de macroeconomia de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que as escolhas de Haddad são boas e certas. Ela ressalta que todos os escolhidos têm formação acadêmica de primeira linha com experiência profissional na área.

Além disso, diz, os escolhidos têm trânsito importante pelo setor público e esse, na sua opinião, é um ponto relevante. “A equipe técnica da Fazenda precisa ter trânsito pelo setor público, que é completamente diferente do setor privado.”

A economista diz que Marcos Barbosa, por exemplo, já trabalhou no BNDES e também foi da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). “O Ceron tem histórico acadêmico, mas é um servidor de carreira.”

A professora da FGV afirma que a equipe é muito jovem, o que seria um ponto positivo para trazer conceitos novos. “Depois da pandemia, é preciso renovar os conceitos de política econômica e pensar seriamente no social.”

O economista Fabio Silveira, sócio da MacroSector, é outro que considera positivas as escolhas de Haddad. “A equipe anunciada é formada por pessoas lúcidas.” Ele ressalta que são economistas preparados e com um perfil mais técnico. “O Haddad vai ter que ser realista e se curvar aos argumentos técnicos”, afirma.

Na avaliação de Silveira, essa equipe tem maior potencial do que as equipes anteriores dos governos Lula e Dilma. O ponto crucial, na sua opinião, é o futuro ministro da Fazenda ter a humildade e aceitar as recomendações dos seus secretários. “Ele acertou ao chamar profissionais com viés técnico forte, porque ele (Haddad) sabe que não tem esse viés.”

A indicação de Bernard Appy é vista com muito positiva pelos setores que defendem a reforma dos impostos sobre consumo, mas há desconfianças dos setores como serviço e agricultura se ele será capaz de negociar e flexibilidades para mudanças.

O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, montou uma equipe “jovem”, mas alguns dos nomes escolhidos para o seu time já enfrentam desconfianças antes mesmo de assumirem.

Haddad anunciou Marcos Barbosa Pinto (Reformas Econômicas), Rogério Ceron (Tesouro Nacional), Guilherme Mello (Política Econômica) e Robinson Barreirinhas (Receita Federal). Gabriel Galípolo (Executiva), Bernard Appy (reforma tributária) e Anelize Almeida (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) foram os primeiros.

Ceron agradou pelo trabalho que já fez à frente da Prefeitura de São Paulo, mas o mercado financeiro ainda se ressente de não haver um nome na equipe com mais “musculatura” na área fiscal que possa afastar as desconfianças em relação à capacidade do governo de fazer ajustes do lado das despesas depois da aprovação da PEC da Transição.

Na equipe técnica do Ministério da Economia, o nome para o Tesouro Nacional foi bem recebido e a impressão geral foi positiva. Ceron já teve reuniões individuais com os técnicos do primeiro escalão, quando coletou informações, principalmente, sobre estimativas de receitas. A avaliação interna é que ele não fará grandes mudanças, trazendo poucos nomes de fora do órgão com cargo de confiança.

Já Barreirinha não agradou aos servidores da Receita justamente porque não é da carreira. Ele enfrenta resistências antes de sentar na cadeira de comando de um dos órgãos mais importantes do País, que no governo Bolsonaro foi alvo de interferência política, inclusive na área de fiscalização. A Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal (Unafisco) chegou a divulgar uma nota com o título de “Leão Ferido” para criticar a escolha dele, que não é servidor de carreira.

Guilherme Mello, futuro secretário de política econômica, é o nome com mais resistência do mercado Foto: WERTHER SANTANA / ESTADÃO CONTEÚDO

A categoria, que é uma das mais poderosas da Esplanada e liderou movimentos de paralisações ao longo deste ano, diz que a decisão de Haddad marcou um desprestígio, colocando a administração tributária como o único órgão de Estado sem um nome de carreira como chefe.

O fato dele ser da carreira de procurador de São Paulo e não de auditor é outro ponto que desagradou. A relação das duas categorias no serviço público muitas vezes é de rivalidade, sobretudo em razão de questões salariais. No mandato de Haddad como prefeito de São Paulo, Barreirinhas ficou à frente da Secretaria de Assuntos Jurídicos.

Guilherme Mello na SPE, órgão com função formuladora na Fazenda, é visto como um nome muito ligado ao petismo e à pauta desenvolvimentista. Entre os servidores da alta burocracia e economistas do mercado, a atuação dele é incógnita, mas interlocutores do futuro secretário ressaltam que Mello é muito habilidoso e bom de diálogo.

Há uma crítica de que o time de Haddad é muito paulista e baseado na sua gestão na prefeitura. Economistas ouvidos pelo Estadão estão divididos em relação à qualidade da equipe econômica.

Professor de finanças do Insper, o economista Alexandre Chaia considera a equipe anunciada, no geral, boa, mas faz ressalvas. Um ponto positivo, na sua opinião, é que a maioria já trabalhou com o futuro ministro.

Para ele, um foco de preocupação é o economista Guilherme Mello, ligado à Unicamp e com um formação econômica na linha desenvolvimentista.

“O Guilherme Mello é o menos desejado pelo mercado, porque segue uma linha desenvolvimentista, mais gastadora na qual o Estado tem de agir como indutor do crescimento, os outros são mais tarimbados”, afirma o professor do Insper.

Caio Megale, economista-chefe da XP, avalia que a equipe de Haddad é “um time bom tecnicamente”. Ele destaca o nome de Ceron, que foi secretário de finanças de São Paulo quando Haddad era prefeito.

“O Ceron é um cara tecnicamente muito sólido. Fez uma gestão na Prefeitura de São Paulo bastante austera, preocupado com controle de despesas ao longo do tempo”, diz. “Ele teve um papel muito grande no equilíbrio das finanças da cidade.”

Megale afirma que a dúvida fica mesmo com secretários mais inclinados a uma linha mais heterodoxa, como Guilherme Mello e mesmo Gabriel Galípolo. Pois serão justamente os formuladores da política fiscal. Ele acredita que a equipe tem capacidade de fazer um bom trabalho no que será a prioridade da pasta no primeiro semestre: a proposição de uma nova regra fiscal para substituir o teto de gastos, que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação.

Megale acha que seria positivo a senadora Simone Tebet ser indicada para o Ministério do Planejamento, desde que leve os técnicos que a acompanharam na campanha. “Sempre tenho um pé atrás com gestão das finanças públicas (Fazenda, Planejamento) com alguém com objetivos políticos.”

A economista Carla Beni, professora de macroeconomia de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que as escolhas de Haddad são boas e certas. Ela ressalta que todos os escolhidos têm formação acadêmica de primeira linha com experiência profissional na área.

Além disso, diz, os escolhidos têm trânsito importante pelo setor público e esse, na sua opinião, é um ponto relevante. “A equipe técnica da Fazenda precisa ter trânsito pelo setor público, que é completamente diferente do setor privado.”

A economista diz que Marcos Barbosa, por exemplo, já trabalhou no BNDES e também foi da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). “O Ceron tem histórico acadêmico, mas é um servidor de carreira.”

A professora da FGV afirma que a equipe é muito jovem, o que seria um ponto positivo para trazer conceitos novos. “Depois da pandemia, é preciso renovar os conceitos de política econômica e pensar seriamente no social.”

O economista Fabio Silveira, sócio da MacroSector, é outro que considera positivas as escolhas de Haddad. “A equipe anunciada é formada por pessoas lúcidas.” Ele ressalta que são economistas preparados e com um perfil mais técnico. “O Haddad vai ter que ser realista e se curvar aos argumentos técnicos”, afirma.

Na avaliação de Silveira, essa equipe tem maior potencial do que as equipes anteriores dos governos Lula e Dilma. O ponto crucial, na sua opinião, é o futuro ministro da Fazenda ter a humildade e aceitar as recomendações dos seus secretários. “Ele acertou ao chamar profissionais com viés técnico forte, porque ele (Haddad) sabe que não tem esse viés.”

A indicação de Bernard Appy é vista com muito positiva pelos setores que defendem a reforma dos impostos sobre consumo, mas há desconfianças dos setores como serviço e agricultura se ele será capaz de negociar e flexibilidades para mudanças.

O futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, montou uma equipe “jovem”, mas alguns dos nomes escolhidos para o seu time já enfrentam desconfianças antes mesmo de assumirem.

Haddad anunciou Marcos Barbosa Pinto (Reformas Econômicas), Rogério Ceron (Tesouro Nacional), Guilherme Mello (Política Econômica) e Robinson Barreirinhas (Receita Federal). Gabriel Galípolo (Executiva), Bernard Appy (reforma tributária) e Anelize Almeida (Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional) foram os primeiros.

Ceron agradou pelo trabalho que já fez à frente da Prefeitura de São Paulo, mas o mercado financeiro ainda se ressente de não haver um nome na equipe com mais “musculatura” na área fiscal que possa afastar as desconfianças em relação à capacidade do governo de fazer ajustes do lado das despesas depois da aprovação da PEC da Transição.

Na equipe técnica do Ministério da Economia, o nome para o Tesouro Nacional foi bem recebido e a impressão geral foi positiva. Ceron já teve reuniões individuais com os técnicos do primeiro escalão, quando coletou informações, principalmente, sobre estimativas de receitas. A avaliação interna é que ele não fará grandes mudanças, trazendo poucos nomes de fora do órgão com cargo de confiança.

Já Barreirinha não agradou aos servidores da Receita justamente porque não é da carreira. Ele enfrenta resistências antes de sentar na cadeira de comando de um dos órgãos mais importantes do País, que no governo Bolsonaro foi alvo de interferência política, inclusive na área de fiscalização. A Associação Nacional dos Auditores da Receita Federal (Unafisco) chegou a divulgar uma nota com o título de “Leão Ferido” para criticar a escolha dele, que não é servidor de carreira.

Guilherme Mello, futuro secretário de política econômica, é o nome com mais resistência do mercado Foto: WERTHER SANTANA / ESTADÃO CONTEÚDO

A categoria, que é uma das mais poderosas da Esplanada e liderou movimentos de paralisações ao longo deste ano, diz que a decisão de Haddad marcou um desprestígio, colocando a administração tributária como o único órgão de Estado sem um nome de carreira como chefe.

O fato dele ser da carreira de procurador de São Paulo e não de auditor é outro ponto que desagradou. A relação das duas categorias no serviço público muitas vezes é de rivalidade, sobretudo em razão de questões salariais. No mandato de Haddad como prefeito de São Paulo, Barreirinhas ficou à frente da Secretaria de Assuntos Jurídicos.

Guilherme Mello na SPE, órgão com função formuladora na Fazenda, é visto como um nome muito ligado ao petismo e à pauta desenvolvimentista. Entre os servidores da alta burocracia e economistas do mercado, a atuação dele é incógnita, mas interlocutores do futuro secretário ressaltam que Mello é muito habilidoso e bom de diálogo.

Há uma crítica de que o time de Haddad é muito paulista e baseado na sua gestão na prefeitura. Economistas ouvidos pelo Estadão estão divididos em relação à qualidade da equipe econômica.

Professor de finanças do Insper, o economista Alexandre Chaia considera a equipe anunciada, no geral, boa, mas faz ressalvas. Um ponto positivo, na sua opinião, é que a maioria já trabalhou com o futuro ministro.

Para ele, um foco de preocupação é o economista Guilherme Mello, ligado à Unicamp e com um formação econômica na linha desenvolvimentista.

“O Guilherme Mello é o menos desejado pelo mercado, porque segue uma linha desenvolvimentista, mais gastadora na qual o Estado tem de agir como indutor do crescimento, os outros são mais tarimbados”, afirma o professor do Insper.

Caio Megale, economista-chefe da XP, avalia que a equipe de Haddad é “um time bom tecnicamente”. Ele destaca o nome de Ceron, que foi secretário de finanças de São Paulo quando Haddad era prefeito.

“O Ceron é um cara tecnicamente muito sólido. Fez uma gestão na Prefeitura de São Paulo bastante austera, preocupado com controle de despesas ao longo do tempo”, diz. “Ele teve um papel muito grande no equilíbrio das finanças da cidade.”

Megale afirma que a dúvida fica mesmo com secretários mais inclinados a uma linha mais heterodoxa, como Guilherme Mello e mesmo Gabriel Galípolo. Pois serão justamente os formuladores da política fiscal. Ele acredita que a equipe tem capacidade de fazer um bom trabalho no que será a prioridade da pasta no primeiro semestre: a proposição de uma nova regra fiscal para substituir o teto de gastos, que limita o crescimento das despesas do governo à variação da inflação.

Megale acha que seria positivo a senadora Simone Tebet ser indicada para o Ministério do Planejamento, desde que leve os técnicos que a acompanharam na campanha. “Sempre tenho um pé atrás com gestão das finanças públicas (Fazenda, Planejamento) com alguém com objetivos políticos.”

A economista Carla Beni, professora de macroeconomia de MBAs da Fundação Getulio Vargas (FGV), diz que as escolhas de Haddad são boas e certas. Ela ressalta que todos os escolhidos têm formação acadêmica de primeira linha com experiência profissional na área.

Além disso, diz, os escolhidos têm trânsito importante pelo setor público e esse, na sua opinião, é um ponto relevante. “A equipe técnica da Fazenda precisa ter trânsito pelo setor público, que é completamente diferente do setor privado.”

A economista diz que Marcos Barbosa, por exemplo, já trabalhou no BNDES e também foi da CVM (Comissão de Valores Mobiliários). “O Ceron tem histórico acadêmico, mas é um servidor de carreira.”

A professora da FGV afirma que a equipe é muito jovem, o que seria um ponto positivo para trazer conceitos novos. “Depois da pandemia, é preciso renovar os conceitos de política econômica e pensar seriamente no social.”

O economista Fabio Silveira, sócio da MacroSector, é outro que considera positivas as escolhas de Haddad. “A equipe anunciada é formada por pessoas lúcidas.” Ele ressalta que são economistas preparados e com um perfil mais técnico. “O Haddad vai ter que ser realista e se curvar aos argumentos técnicos”, afirma.

Na avaliação de Silveira, essa equipe tem maior potencial do que as equipes anteriores dos governos Lula e Dilma. O ponto crucial, na sua opinião, é o futuro ministro da Fazenda ter a humildade e aceitar as recomendações dos seus secretários. “Ele acertou ao chamar profissionais com viés técnico forte, porque ele (Haddad) sabe que não tem esse viés.”

A indicação de Bernard Appy é vista com muito positiva pelos setores que defendem a reforma dos impostos sobre consumo, mas há desconfianças dos setores como serviço e agricultura se ele será capaz de negociar e flexibilidades para mudanças.

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