ESG impulsiona ações das empresas


Brasil tem potencial para ser um dos centros mundiais da economia de baixo carbono

Por Redação
Atualização:
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As empresas brasileiras estão cada vez mais atentas às expectativas do mercado nacional e internacional sobre parâmetros aceitáveis não apenas de desempenho ambiental, mas também em duas outras dimensões diretamente relacionadas a essa: a social e a de governança corporativa. Esses três pilares compõem o conceito de ESG (da sigla em inglês de Environmental, Social and Governance).

Trata-se do acompanhamento de uma série de indicadores que resultam numa fotografia atualizada e ampla do estágio em que a empresa se encontra em termos de sustentabilidade. Além de levar à compreensão da situação real da empresa, esses indicadores servem como balizadores das ações necessárias para alcançar metas, como a neutralização das emissões de carbono. Definem, também, o grau de atratividade da corporação para investidores que valorizam a sustentabilidade. 

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Para acelerar o processo de adesão das empresas brasileiras aos compromissos ambientais, o Pacto Global no Brasil vai lançar em junho o programa Ambição Net Zero. “Vamos provocar as empresas a assumir metas mais ambiciosas em clima, com capacitações e programas de engajamento”, descreve o diretor do Pacto Global no Brasil, Carlo Linkevieius Pereira.

Ele diz que a iniciativa privada do Brasil precisa mostrar compromissos e ações para transformar as vantagens comparativas do País – a exemplo da matriz energética, uma das mais limpas do mundo – em vantagens competitivas. “Temos muito a ganhar na exploração sustentável da nossa biodiversidade e no fluxo financeiro para empresas e projetos de baixa emissão de gases do efeito estufa. Podemos ser o centro da economia regenerativa do mundo”, acredita Carlo.

Não faltam motivos econômicos para buscar esse protagonismo. Estima-se que a implementação efetiva do Acordo de Paris resultaria em pelo menos US$ 13 trilhões em investimentos nos próximos 15 anos.

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Cúpula de Líderes deu o tom da pressão internacional

O Brasil, que já foi visto como um dos líderes globais das discussões ambientais, perdeu prestígio na comunidade internacional. Evidência disso foi o ceticismo geral em relação ao discurso em tom conciliador feito pelo presidente Jair Bolsonaro na Cúpula de Líderes pelo Clima, há dez dias.

Com a vitória do democrata Joe Biden na eleição presidencial norte-americana, o Brasil se viu ainda mais isolado e sujeito a pressões internacionais. Enquanto os Estados Unidos desenvolveram um plano de recuperação econômica pós-pandemia fortemente baseado na economia de baixo carbono, o Brasil tem se limitado a anunciar metas de longo prazo.

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Exemplos são a antecipação do objetivo de neutralizar as emissões líquidas de 2060 para 2050 e a intenção de dobrar os recursos de combate ao desmatamento, anunciadas por Bolsonaro durante o discurso na Cúpula de Líderes. “A questão não respondida é quando e em quais condições essas medidas serão executadas, uma vez que esses planos contradizem muitas das decisões ambientais tomadas pelo governo nos últimos dois anos”, diz Carolina Genin, diretora de Clima do instituto de pesquisas WRI Brasil.

“Não importa o que se diz, e sim o que se faz”, concorda o professor Eduardo Viola. “No dia seguinte ao discurso, o presidente já estava contrariando o que havia dito no discurso, cortando verbas do Ministério do Meio Ambiente. É por contradições como essa que a credibilidade do País está tão baixa.”

Se os comprometimentos apresentados pelo Brasil no discurso fossem traduzidos em ações mensuráveis, o País teria a oportunidade de retornar à vanguarda dos líderes climáticos, observa Carolina. “Poderia, assim, atrair recursos financeiros internacionais para proteger seu capital natural e apoiar uma retomada econômica verde capaz de criar empregos e gerar desenvolvimento social para os brasileiros.”

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A COP-26, que será realizada em novembro, surge como uma grande oportunidade para o Brasil corrigir seu rumo. A depender da posição que o Itamaraty levar para o encontro, no entanto, o País pode perder definitivamente o bonde da história e sofrer perdas financeiras relevantes por inadequação ao cenário global.

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As empresas brasileiras estão cada vez mais atentas às expectativas do mercado nacional e internacional sobre parâmetros aceitáveis não apenas de desempenho ambiental, mas também em duas outras dimensões diretamente relacionadas a essa: a social e a de governança corporativa. Esses três pilares compõem o conceito de ESG (da sigla em inglês de Environmental, Social and Governance).

Trata-se do acompanhamento de uma série de indicadores que resultam numa fotografia atualizada e ampla do estágio em que a empresa se encontra em termos de sustentabilidade. Além de levar à compreensão da situação real da empresa, esses indicadores servem como balizadores das ações necessárias para alcançar metas, como a neutralização das emissões de carbono. Definem, também, o grau de atratividade da corporação para investidores que valorizam a sustentabilidade. 

Para acelerar o processo de adesão das empresas brasileiras aos compromissos ambientais, o Pacto Global no Brasil vai lançar em junho o programa Ambição Net Zero. “Vamos provocar as empresas a assumir metas mais ambiciosas em clima, com capacitações e programas de engajamento”, descreve o diretor do Pacto Global no Brasil, Carlo Linkevieius Pereira.

Ele diz que a iniciativa privada do Brasil precisa mostrar compromissos e ações para transformar as vantagens comparativas do País – a exemplo da matriz energética, uma das mais limpas do mundo – em vantagens competitivas. “Temos muito a ganhar na exploração sustentável da nossa biodiversidade e no fluxo financeiro para empresas e projetos de baixa emissão de gases do efeito estufa. Podemos ser o centro da economia regenerativa do mundo”, acredita Carlo.

Não faltam motivos econômicos para buscar esse protagonismo. Estima-se que a implementação efetiva do Acordo de Paris resultaria em pelo menos US$ 13 trilhões em investimentos nos próximos 15 anos.

Cúpula de Líderes deu o tom da pressão internacional

O Brasil, que já foi visto como um dos líderes globais das discussões ambientais, perdeu prestígio na comunidade internacional. Evidência disso foi o ceticismo geral em relação ao discurso em tom conciliador feito pelo presidente Jair Bolsonaro na Cúpula de Líderes pelo Clima, há dez dias.

Com a vitória do democrata Joe Biden na eleição presidencial norte-americana, o Brasil se viu ainda mais isolado e sujeito a pressões internacionais. Enquanto os Estados Unidos desenvolveram um plano de recuperação econômica pós-pandemia fortemente baseado na economia de baixo carbono, o Brasil tem se limitado a anunciar metas de longo prazo.

Exemplos são a antecipação do objetivo de neutralizar as emissões líquidas de 2060 para 2050 e a intenção de dobrar os recursos de combate ao desmatamento, anunciadas por Bolsonaro durante o discurso na Cúpula de Líderes. “A questão não respondida é quando e em quais condições essas medidas serão executadas, uma vez que esses planos contradizem muitas das decisões ambientais tomadas pelo governo nos últimos dois anos”, diz Carolina Genin, diretora de Clima do instituto de pesquisas WRI Brasil.

“Não importa o que se diz, e sim o que se faz”, concorda o professor Eduardo Viola. “No dia seguinte ao discurso, o presidente já estava contrariando o que havia dito no discurso, cortando verbas do Ministério do Meio Ambiente. É por contradições como essa que a credibilidade do País está tão baixa.”

Se os comprometimentos apresentados pelo Brasil no discurso fossem traduzidos em ações mensuráveis, o País teria a oportunidade de retornar à vanguarda dos líderes climáticos, observa Carolina. “Poderia, assim, atrair recursos financeiros internacionais para proteger seu capital natural e apoiar uma retomada econômica verde capaz de criar empregos e gerar desenvolvimento social para os brasileiros.”

A COP-26, que será realizada em novembro, surge como uma grande oportunidade para o Brasil corrigir seu rumo. A depender da posição que o Itamaraty levar para o encontro, no entanto, o País pode perder definitivamente o bonde da história e sofrer perdas financeiras relevantes por inadequação ao cenário global.

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As empresas brasileiras estão cada vez mais atentas às expectativas do mercado nacional e internacional sobre parâmetros aceitáveis não apenas de desempenho ambiental, mas também em duas outras dimensões diretamente relacionadas a essa: a social e a de governança corporativa. Esses três pilares compõem o conceito de ESG (da sigla em inglês de Environmental, Social and Governance).

Trata-se do acompanhamento de uma série de indicadores que resultam numa fotografia atualizada e ampla do estágio em que a empresa se encontra em termos de sustentabilidade. Além de levar à compreensão da situação real da empresa, esses indicadores servem como balizadores das ações necessárias para alcançar metas, como a neutralização das emissões de carbono. Definem, também, o grau de atratividade da corporação para investidores que valorizam a sustentabilidade. 

Para acelerar o processo de adesão das empresas brasileiras aos compromissos ambientais, o Pacto Global no Brasil vai lançar em junho o programa Ambição Net Zero. “Vamos provocar as empresas a assumir metas mais ambiciosas em clima, com capacitações e programas de engajamento”, descreve o diretor do Pacto Global no Brasil, Carlo Linkevieius Pereira.

Ele diz que a iniciativa privada do Brasil precisa mostrar compromissos e ações para transformar as vantagens comparativas do País – a exemplo da matriz energética, uma das mais limpas do mundo – em vantagens competitivas. “Temos muito a ganhar na exploração sustentável da nossa biodiversidade e no fluxo financeiro para empresas e projetos de baixa emissão de gases do efeito estufa. Podemos ser o centro da economia regenerativa do mundo”, acredita Carlo.

Não faltam motivos econômicos para buscar esse protagonismo. Estima-se que a implementação efetiva do Acordo de Paris resultaria em pelo menos US$ 13 trilhões em investimentos nos próximos 15 anos.

Cúpula de Líderes deu o tom da pressão internacional

O Brasil, que já foi visto como um dos líderes globais das discussões ambientais, perdeu prestígio na comunidade internacional. Evidência disso foi o ceticismo geral em relação ao discurso em tom conciliador feito pelo presidente Jair Bolsonaro na Cúpula de Líderes pelo Clima, há dez dias.

Com a vitória do democrata Joe Biden na eleição presidencial norte-americana, o Brasil se viu ainda mais isolado e sujeito a pressões internacionais. Enquanto os Estados Unidos desenvolveram um plano de recuperação econômica pós-pandemia fortemente baseado na economia de baixo carbono, o Brasil tem se limitado a anunciar metas de longo prazo.

Exemplos são a antecipação do objetivo de neutralizar as emissões líquidas de 2060 para 2050 e a intenção de dobrar os recursos de combate ao desmatamento, anunciadas por Bolsonaro durante o discurso na Cúpula de Líderes. “A questão não respondida é quando e em quais condições essas medidas serão executadas, uma vez que esses planos contradizem muitas das decisões ambientais tomadas pelo governo nos últimos dois anos”, diz Carolina Genin, diretora de Clima do instituto de pesquisas WRI Brasil.

“Não importa o que se diz, e sim o que se faz”, concorda o professor Eduardo Viola. “No dia seguinte ao discurso, o presidente já estava contrariando o que havia dito no discurso, cortando verbas do Ministério do Meio Ambiente. É por contradições como essa que a credibilidade do País está tão baixa.”

Se os comprometimentos apresentados pelo Brasil no discurso fossem traduzidos em ações mensuráveis, o País teria a oportunidade de retornar à vanguarda dos líderes climáticos, observa Carolina. “Poderia, assim, atrair recursos financeiros internacionais para proteger seu capital natural e apoiar uma retomada econômica verde capaz de criar empregos e gerar desenvolvimento social para os brasileiros.”

A COP-26, que será realizada em novembro, surge como uma grande oportunidade para o Brasil corrigir seu rumo. A depender da posição que o Itamaraty levar para o encontro, no entanto, o País pode perder definitivamente o bonde da história e sofrer perdas financeiras relevantes por inadequação ao cenário global.

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