Especialistas destacam a importância do monitoramento das árvores em ambiente urbano


Sem planejamento específico adequado, as árvores em espaço público nas grandes cidades representam uma série de riscos diante da multiplicação de eventos climáticos extremos

Por Abradee e Estadão Blue Studio
Atualização:

A maior incidência de eventos climáticos extremos no Brasil – a exemplo das enchentes em Porto Alegre, ocorridas entre abril e maio, e o vendaval em São Paulo, em outubro – exige um planejamento específico e detalhado de vários aspectos relacionados à infraestrutura das metrópoles. Um desses aspectos é o monitoramento das árvores, que podem se tornar um grande problema quando caem sobre a rede elétrica ou atingem veículos e pessoas, colocando em risco o abastecimento de energia, a mobilidade urbana e a integridade física da população.

A gestão das árvores em ambiente urbano se torna, assim, tema prioritário dentro de um pacote de ações que inclui investimentos para ampliar a resiliência das redes e o aprimoramento das ferramentas meteorológicas. Ao lado dessas preocupações, é preciso consolidar uma regulação que contemple a nova realidade trazida pela mudança climática.

Solange Ribeiro, Rose Hofmann, Sergio Brazolin e Pedro Regoto durante o seminário realizado em Brasília pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica Foto: PEDRO LADEIRA
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Um dos pontos que sempre têm vindo à tona nas discussões a respeito envolve a responsabilidade sobre a manutenção do conjunto de árvores que existem no espaço público de uma cidade. “Árvore é responsabilidade da prefeitura. Não deve e não pode ser uma função da concessionária. O Plano Diretor de Arborização Urbana é o documento específico que regulamenta isso”, esclareceu o biólogo e pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, Sergio Brazolin, durante o seminário Eventos Climáticos Extremos: Experiência Internacional e Impactos nas Redes de Energia Elétrica, realizado em Brasília pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee).

O especialista explicou que, embora as concessionárias de energia elétrica tenham a responsabilidade compartilhada de podar árvores que eventualmente toquem a rede, toda a parte de plantio, remoção, substituição e manejo é de responsabilidade municipal. A sócia da Delta Infra e consultora legislativa da Câmara dos Deputados, Rose Hofmann, complementou afirmando que a arborização urbana precisa ser vista não apenas como uma infraestrutura verde, mas como um serviço prestado e que precisa de manutenção, da mesma forma que ocorre com asfalto, rede de esgoto ou sistema de drenagem. “A partir desse olhar integrado, a gente começa a ver planejamento e execução urbana com mais convergência e menos conflitos”, ela observou.

Longo prazo

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Mediadora do debate, a vice-presidente de Regulação, Institucional e Sustentabilidade da Neoenergia, Solange Ribeiro, destacou que a busca por soluções vai além dos R$ 130 bilhões que as distribuidoras investirão nos próximos quatro anos no País. “A questão climática é um grande desafio global e um dos riscos mais relevantes para as empresas do setor elétrico. Por isso, é preciso pensar em soluções para aumentar a resiliência climática, estratégia que vai muito além do investimento: é preciso pensar em formas de fazer diferente.”

O meteorologista Pedro Regoto, da Climatempo, reforçou a importância dos dados meteorológicos como fonte essencial para aprimorar a resposta aos eventos extremos. “Faltam dados no Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, o território é inteiramente coberto por radares, que, junto com as estações meteorológicas, são as principais ferramentas para proporcionar melhores previsões”, explicou o especialista ao defender esse tipo de investimento.

Um dos painéis debateu alternativas regulatórias que incentivem e reconheçam investimentos das concessionárias nas redes de distribuição de energia elétrica para aumento da resiliência e enfrentamento dos eventos climáticos extremos. Essas discussões foram em grande parte baseadas em experiências de países onde esse tipo de ocorrência é comum. De acordo com o consultor e ex-vice-presidente da distribuidora de energia Florida Power (EUA), Michael Spoor, um dos participantes do debate, a resiliência da infraestrutura é resultado dos investimentos a longo prazo: “Em 2005, com o furacão Wilma, foram 18 dias para restabelecer a energia. Em 2022, após o furacão Ian, que foi muito mais forte, foram necessários oito dias, sendo que 66% dos consumidores já tiveram o fornecimento restabelecido em 24 horas. Mas foram quase duas décadas de um forte investimento para chegar a esses resultados”, descreveu.

A maior incidência de eventos climáticos extremos no Brasil – a exemplo das enchentes em Porto Alegre, ocorridas entre abril e maio, e o vendaval em São Paulo, em outubro – exige um planejamento específico e detalhado de vários aspectos relacionados à infraestrutura das metrópoles. Um desses aspectos é o monitoramento das árvores, que podem se tornar um grande problema quando caem sobre a rede elétrica ou atingem veículos e pessoas, colocando em risco o abastecimento de energia, a mobilidade urbana e a integridade física da população.

A gestão das árvores em ambiente urbano se torna, assim, tema prioritário dentro de um pacote de ações que inclui investimentos para ampliar a resiliência das redes e o aprimoramento das ferramentas meteorológicas. Ao lado dessas preocupações, é preciso consolidar uma regulação que contemple a nova realidade trazida pela mudança climática.

Solange Ribeiro, Rose Hofmann, Sergio Brazolin e Pedro Regoto durante o seminário realizado em Brasília pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica Foto: PEDRO LADEIRA

Um dos pontos que sempre têm vindo à tona nas discussões a respeito envolve a responsabilidade sobre a manutenção do conjunto de árvores que existem no espaço público de uma cidade. “Árvore é responsabilidade da prefeitura. Não deve e não pode ser uma função da concessionária. O Plano Diretor de Arborização Urbana é o documento específico que regulamenta isso”, esclareceu o biólogo e pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, Sergio Brazolin, durante o seminário Eventos Climáticos Extremos: Experiência Internacional e Impactos nas Redes de Energia Elétrica, realizado em Brasília pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee).

O especialista explicou que, embora as concessionárias de energia elétrica tenham a responsabilidade compartilhada de podar árvores que eventualmente toquem a rede, toda a parte de plantio, remoção, substituição e manejo é de responsabilidade municipal. A sócia da Delta Infra e consultora legislativa da Câmara dos Deputados, Rose Hofmann, complementou afirmando que a arborização urbana precisa ser vista não apenas como uma infraestrutura verde, mas como um serviço prestado e que precisa de manutenção, da mesma forma que ocorre com asfalto, rede de esgoto ou sistema de drenagem. “A partir desse olhar integrado, a gente começa a ver planejamento e execução urbana com mais convergência e menos conflitos”, ela observou.

Longo prazo

Mediadora do debate, a vice-presidente de Regulação, Institucional e Sustentabilidade da Neoenergia, Solange Ribeiro, destacou que a busca por soluções vai além dos R$ 130 bilhões que as distribuidoras investirão nos próximos quatro anos no País. “A questão climática é um grande desafio global e um dos riscos mais relevantes para as empresas do setor elétrico. Por isso, é preciso pensar em soluções para aumentar a resiliência climática, estratégia que vai muito além do investimento: é preciso pensar em formas de fazer diferente.”

O meteorologista Pedro Regoto, da Climatempo, reforçou a importância dos dados meteorológicos como fonte essencial para aprimorar a resposta aos eventos extremos. “Faltam dados no Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, o território é inteiramente coberto por radares, que, junto com as estações meteorológicas, são as principais ferramentas para proporcionar melhores previsões”, explicou o especialista ao defender esse tipo de investimento.

Um dos painéis debateu alternativas regulatórias que incentivem e reconheçam investimentos das concessionárias nas redes de distribuição de energia elétrica para aumento da resiliência e enfrentamento dos eventos climáticos extremos. Essas discussões foram em grande parte baseadas em experiências de países onde esse tipo de ocorrência é comum. De acordo com o consultor e ex-vice-presidente da distribuidora de energia Florida Power (EUA), Michael Spoor, um dos participantes do debate, a resiliência da infraestrutura é resultado dos investimentos a longo prazo: “Em 2005, com o furacão Wilma, foram 18 dias para restabelecer a energia. Em 2022, após o furacão Ian, que foi muito mais forte, foram necessários oito dias, sendo que 66% dos consumidores já tiveram o fornecimento restabelecido em 24 horas. Mas foram quase duas décadas de um forte investimento para chegar a esses resultados”, descreveu.

A maior incidência de eventos climáticos extremos no Brasil – a exemplo das enchentes em Porto Alegre, ocorridas entre abril e maio, e o vendaval em São Paulo, em outubro – exige um planejamento específico e detalhado de vários aspectos relacionados à infraestrutura das metrópoles. Um desses aspectos é o monitoramento das árvores, que podem se tornar um grande problema quando caem sobre a rede elétrica ou atingem veículos e pessoas, colocando em risco o abastecimento de energia, a mobilidade urbana e a integridade física da população.

A gestão das árvores em ambiente urbano se torna, assim, tema prioritário dentro de um pacote de ações que inclui investimentos para ampliar a resiliência das redes e o aprimoramento das ferramentas meteorológicas. Ao lado dessas preocupações, é preciso consolidar uma regulação que contemple a nova realidade trazida pela mudança climática.

Solange Ribeiro, Rose Hofmann, Sergio Brazolin e Pedro Regoto durante o seminário realizado em Brasília pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica Foto: PEDRO LADEIRA

Um dos pontos que sempre têm vindo à tona nas discussões a respeito envolve a responsabilidade sobre a manutenção do conjunto de árvores que existem no espaço público de uma cidade. “Árvore é responsabilidade da prefeitura. Não deve e não pode ser uma função da concessionária. O Plano Diretor de Arborização Urbana é o documento específico que regulamenta isso”, esclareceu o biólogo e pesquisador do Instituto de Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, Sergio Brazolin, durante o seminário Eventos Climáticos Extremos: Experiência Internacional e Impactos nas Redes de Energia Elétrica, realizado em Brasília pela Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee).

O especialista explicou que, embora as concessionárias de energia elétrica tenham a responsabilidade compartilhada de podar árvores que eventualmente toquem a rede, toda a parte de plantio, remoção, substituição e manejo é de responsabilidade municipal. A sócia da Delta Infra e consultora legislativa da Câmara dos Deputados, Rose Hofmann, complementou afirmando que a arborização urbana precisa ser vista não apenas como uma infraestrutura verde, mas como um serviço prestado e que precisa de manutenção, da mesma forma que ocorre com asfalto, rede de esgoto ou sistema de drenagem. “A partir desse olhar integrado, a gente começa a ver planejamento e execução urbana com mais convergência e menos conflitos”, ela observou.

Longo prazo

Mediadora do debate, a vice-presidente de Regulação, Institucional e Sustentabilidade da Neoenergia, Solange Ribeiro, destacou que a busca por soluções vai além dos R$ 130 bilhões que as distribuidoras investirão nos próximos quatro anos no País. “A questão climática é um grande desafio global e um dos riscos mais relevantes para as empresas do setor elétrico. Por isso, é preciso pensar em soluções para aumentar a resiliência climática, estratégia que vai muito além do investimento: é preciso pensar em formas de fazer diferente.”

O meteorologista Pedro Regoto, da Climatempo, reforçou a importância dos dados meteorológicos como fonte essencial para aprimorar a resposta aos eventos extremos. “Faltam dados no Brasil. Nos Estados Unidos, por exemplo, o território é inteiramente coberto por radares, que, junto com as estações meteorológicas, são as principais ferramentas para proporcionar melhores previsões”, explicou o especialista ao defender esse tipo de investimento.

Um dos painéis debateu alternativas regulatórias que incentivem e reconheçam investimentos das concessionárias nas redes de distribuição de energia elétrica para aumento da resiliência e enfrentamento dos eventos climáticos extremos. Essas discussões foram em grande parte baseadas em experiências de países onde esse tipo de ocorrência é comum. De acordo com o consultor e ex-vice-presidente da distribuidora de energia Florida Power (EUA), Michael Spoor, um dos participantes do debate, a resiliência da infraestrutura é resultado dos investimentos a longo prazo: “Em 2005, com o furacão Wilma, foram 18 dias para restabelecer a energia. Em 2022, após o furacão Ian, que foi muito mais forte, foram necessários oito dias, sendo que 66% dos consumidores já tiveram o fornecimento restabelecido em 24 horas. Mas foram quase duas décadas de um forte investimento para chegar a esses resultados”, descreveu.

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