A Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA, na sigla em inglês) está exigindo inspeções nos assentos da cabine dos aviões modelo Boeing 787 Dreamliner, depois que uma dessas aeronaves, que voava pela Latam, entrou em mergulho durante um voo em março, deixando cerca de 50 pessoas feridas. O voo era entre a Austrália e a Nova Zelândia. Na ocasião, o assento do piloto realizou um movimento não comandado, atingindo um interruptor que desconectou o piloto automático, causando a perda súbita de altitude: o avião caiu cerca de 120 metros antes que o copiloto recuperasse o controle, segundo o relatório preliminar de autoridades chilenas. As informações são da CBS News.
De acordo com a emissora, a FAA está emitindo uma Diretriz de Aeronavegabilidade sobre o 787 e o “movimento não comandado” do assento do capitão, exigindo que os operadores desse modelo de avião inspecionem ambos os assentos dos pilotos em busca de tampas soltas ou rachadas que cobrem o interruptor usado para mover os assentos. Em uma declaração, a FAA disse que as inspeções devem ser realizadas dentro de 30 dias e os operadores também devem executar quaisquer ações corretivas necessárias. A ordem de segurança afetará 158 aviões registrados nos EUA, afirmou a autoridade aérea.
Poucos dias após o incidente, a Boeing já havia recomendado que as companhias aéreas examinassem os assentos da cabine das aeronaves 787, em busca de tampas soltas nos interruptores, além de apontar instruções sobre como desativar os motores que movem os assentos. A FAA disse que recebeu outros quatro relatos da Boeing de assentos da cabine se movendo involuntariamente, incluindo um voo em junho.
Separadamente, a FAA publicou uma regra final exigindo que as companhias aéreas inspecionem as entradas ao redor dos dutos nos sistemas antigelo do motor dos 787s para sinais de danos causados pelo calor. A agência propôs a regra em fevereiro, após um relatório de danos a “múltiplas” entradas do motor causados por vedações ausentes ou “degradadas” ao redor dos dutos. A Boeing identificou o problema das entradas em boletins enviados às companhias aéreas no ano passado.
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Enquanto isso, a Boeing sofreu um revés em seu esforço para ganhar a certificação da FAA para o novo modelo do 777X, uma nova adição de longo alcance à sua linha de jatos 777, anunciado pela Boeing como o “maior e mais eficiente jato bimotor do mundo”. A Boeing disse na segunda-feira, 19, que interrompeu os testes do modelo depois que um dos quatro aviões de teste foi encontrado com rachaduras em uma parte chamada thrust link, que ajuda a equilibrar a carga entre os motores e a aeronave.
“Durante a manutenção programada, identificamos um componente que não funcionou conforme o projetado”, disse a Boeing em um comunicado, acrescentando que já está substituindo a peça. Segundo a nota da Boeing, os voos de teste das quatro aeronaves serão retomados “quando estiverem prontas”. A Boeing disse que há quatro thrust links em cada aeronave, dois em cada motor para redundância. A empresa disse que o componente é novo no 777X e não é usado nas aeronaves 777 existentes ou outros aviões.