O ministro das Finanças do Japão, Yoshihiko Noda, disse hoje que os Estados Unidos e a Coreia do Sul apresentaram uma proposta preliminar para que os países reduzam os desequilíbrios em conta corrente para 4% ou menos de seus respectivos Produtos Internos Brutos (PIBs) até 2015. Os comentários foram feitos após o encerramento do primeiro dia do encontro dos ministros das finanças e representantes dos bancos centrais do G-20.Noda disse ter expressado oposição à ideia de introdução de qualquer "meta numérica, rígida" para o balanço em conta corrente, a mais ampla medida sobre os ganhos das nações com comércio e investimentos. Mas pode ser aceitável (utilizar tais metas) como um número de referência, para avaliar os progressos do reequilíbrio global, acrescentou. A Coreia do Sul espera que a proposta de metas para superávits e déficits em conta corrente possa solucionar as diferenças entre os EUA e a China, que têm debatido há meses sobre o câmbio. "Se nos concentramos apenas nas taxas de câmbio, perdemos o objetivo principal, que é um crescimento forte e sustentável", afirmou uma autoridade do governo sul-coreano. "A taxa de câmbio é apenas um dos instrumentos", acrescentou. Os EUA afirmam que o yuan desvalorizado está dificultando o reequilíbrio global, enquanto a China diz que a política monetária frouxa do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) é "irresponsável", já que tem gerado grandes e potenciais fluxos desestabilizadores de capital para as nações emergentes. Segundo o oficial sul-coreano, "a China está estudando (a proposta) como uma entre muitas propostas". Ele observou que a proposta "é melhor que apenas falar sobre moedas, já que deixa para a China a decisão sobre qual ferramenta política" quer usar para atingir a meta.Autoridades chinesas não foram encontradas para comentar o assunto. No entanto, a ideia de metas para conta corrente combina com a declaração do vice-presidente do Banco do Povo da China (PBOC, o banco central do país), Yi Gang, em 10 de outubro, de que o país está planejando políticas que possam resultar em queda de seu superávit para menos de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) em três ou cinco anos, de cerca de 5,8% em 2009.A China tem rejeitado as pressões para deixar o yuan se valorizar mais rapidamente, dizendo que está se movendo no seu ritmo em direção a um sistema cambial mais flexível. As informações são da Dow Jones.