EUA: Fed mantém taxa de juros entre 5,25% e 5,5% pela quarta vez consecutiva


Anúncio do banco central americano nesta quarta-feira, 31, seguiu a expectativa do mercado financeiro

Por Redação
Atualização:

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, manteve nesta quarta-feira, 31, pela quarta vez consecutiva, sua Fed Funds, a taxa básica de juros americana, no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano, considerando a desaceleração observada na inflação do país nos últimos meses.

A decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), unânime, confirmou a expectativa do mercado financeiro, que previa a extensão do ciclo de pausa de novos aumentos ou quedas, para aguardar indícios que apontem se houve, de fato, uma melhora na economia nacional.

Como justificativa, a instituição argumentou que a taxa de desemprego segue baixa, destacando que a opção de manter a taxa decorre da desaceleração da inflação. O banco central americano alertou, no entanto, que ela ainda continua elevada para os patamares do país, deixando a perspectiva econômica incerta e se tornando um ponto de atenção para os próximos meses.

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Federal Reserve, responsável pela definição da taxa básica de juros dos Estados Unidos, divulgou decisão para o mercado financeiro nesta quarta-feira, 31.  Foto: Jonathan Ernst/ Reuters

“O comitê não espera que seja apropriado reduzir juros até que tenha ganhado mais confiança de que a inflação está voltando de forma sustentada aos 2% ao ano”, disse o comunicado oficial. O Fed destacou que a economia americana está avançando a um “ritmo sólido”, e que os riscos para atingir o “máximo de emprego” a uma inflação de 2% ao ano estão atingindo um equilíbrio melhor, apesar do futuro “permanecer incerto”.

O presidente do Fed, Jerome Powell, disse nesta quarta-feira que ainda é preciso avançar mais no combate à inflação dos EUA, com sequência dos bons indicadores vistos recentemente, e que, nesse ritmo, os juros serão cortados ao longo de 2024. “Quase todos do conselho confiam que cortar juros será a decisão apropriada (neste ano)”, afirmou.

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“Não esperamos cortar os juros até termos confiança na inflação contida de modo sustentável”, disse, ao pontuar que a confiança “segue aumentando”, mas ainda é preciso ver mais, visto que o quadro ainda é de muitas incertezas. Powell disse que um corte de juros precipitado iria devolver todos os ganhos feitos contra o avanço da inflação.

Segundo ele, a economia americana vem registrando progressos na queda da inflação, apesar de que os preços continuam elevados, e que a taxa de juros dos EUA “está bem” no território restritivo. “Agora temos visto mais efeitos do aperto monetário”, afirmou ele, ao destacar que o crescimento dos salários tem desacelerado, e o mercado de trabalho parece caminhar para “um momento de maior equilíbrio”, apesar de ainda ser preciso uma confiança maior para garantir que a inflação retorne à meta.

Powell disse ainda que os juros devem estar no pico do ciclo e que o BC americano continua comprometido em trazer a inflação à meta de 2% ao ano, tomando decisões gradualmente.

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O banco central americano removeu o trecho que, em notas anteriores, reforçava a “segurança e resiliência” do sistema bancário e também alertava para os riscos de que o aperto das condições financeiras viesse a pesar sobre a atividade, contratações e inflação. Removeu ainda o trecho que afirmava que a autoridade monetária consideraria os efeitos defasados da política ao “determinar a extensão na qual aperto adicional poderia ser necessário”.

Nas últimas reuniões, o Fed sinalizou que o aperto histórico da política monetária dos Estados Unidos promovido ao longo dos últimos dois anos está prestes a chegar ao fim. Os reajustes começaram em março de 2022, quando a taxa ainda estava no intervalo de 0% a 0,25%. Desde então, a instituição elevou sua Fed Founds 11 vezes para conter os avanços da inflação crescente no país e estabilizar a economia norte-americana — em um aumento de juros agressivo visto poucas vezes na histórica econômica do país e o mais ráido e forte que os Estados Unidos viveram em duas décadas.

Expectativas para o futuro

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Com a nova manutenção da taxa básica de juros, a expectativa do mercado é que o ciclo de queda tenha início nos próximos meses. A indefinição de quando acontecerá a queda, no entanto, é um fator que tem gerado incerteza no mercado externo e uma perspectiva mais instável do que no final de 2023.

A expectativa é que a instituição corte os juros a partir de março, embora as apostas sigam bem divididas. É o que mostra a plataforma de monitoramento do CME Group, que captou a mudança de cenário após os dados sugerirem algum arrefecimento do mercado de trabalho. Na manhã desta quarta-feira, 31, a ferramenta mostrava 53,4% de probabilidade de o Fed cortar a taxa básica em 0,25 ponto porcentual em março, comparado com 41,2% na véspera.

Segundo Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, as antigas apostas do mercado por um corte de juros nos Estados Unidos já em março têm perdido força no mercado e dividido com expectativas por um começo de ciclo mais tardio, somente em maio ou junho.

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Ele aponta que o evento mais relevante da semana que pode nortear, de fato, os rumos da economia nos próximos meses ocorre na sexta-feira com o Payroll nos Estados Unidos, divulgando dados sobre criação de vagas, desemprego e salários. “Os indicadores recentes do mercado de trabalho americano não sinalizam uma desaceleração problemática, mantendo-se robustos. Este cenário reforça a perspectiva de cortes de juros nos Estados Unidos”, afirma Gala. /Gabriel Bueno da Costa, Gabriel Tassi, Maria Lígia Barros e André Marinho.

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, manteve nesta quarta-feira, 31, pela quarta vez consecutiva, sua Fed Funds, a taxa básica de juros americana, no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano, considerando a desaceleração observada na inflação do país nos últimos meses.

A decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), unânime, confirmou a expectativa do mercado financeiro, que previa a extensão do ciclo de pausa de novos aumentos ou quedas, para aguardar indícios que apontem se houve, de fato, uma melhora na economia nacional.

Como justificativa, a instituição argumentou que a taxa de desemprego segue baixa, destacando que a opção de manter a taxa decorre da desaceleração da inflação. O banco central americano alertou, no entanto, que ela ainda continua elevada para os patamares do país, deixando a perspectiva econômica incerta e se tornando um ponto de atenção para os próximos meses.

Federal Reserve, responsável pela definição da taxa básica de juros dos Estados Unidos, divulgou decisão para o mercado financeiro nesta quarta-feira, 31.  Foto: Jonathan Ernst/ Reuters

“O comitê não espera que seja apropriado reduzir juros até que tenha ganhado mais confiança de que a inflação está voltando de forma sustentada aos 2% ao ano”, disse o comunicado oficial. O Fed destacou que a economia americana está avançando a um “ritmo sólido”, e que os riscos para atingir o “máximo de emprego” a uma inflação de 2% ao ano estão atingindo um equilíbrio melhor, apesar do futuro “permanecer incerto”.

O presidente do Fed, Jerome Powell, disse nesta quarta-feira que ainda é preciso avançar mais no combate à inflação dos EUA, com sequência dos bons indicadores vistos recentemente, e que, nesse ritmo, os juros serão cortados ao longo de 2024. “Quase todos do conselho confiam que cortar juros será a decisão apropriada (neste ano)”, afirmou.

“Não esperamos cortar os juros até termos confiança na inflação contida de modo sustentável”, disse, ao pontuar que a confiança “segue aumentando”, mas ainda é preciso ver mais, visto que o quadro ainda é de muitas incertezas. Powell disse que um corte de juros precipitado iria devolver todos os ganhos feitos contra o avanço da inflação.

Segundo ele, a economia americana vem registrando progressos na queda da inflação, apesar de que os preços continuam elevados, e que a taxa de juros dos EUA “está bem” no território restritivo. “Agora temos visto mais efeitos do aperto monetário”, afirmou ele, ao destacar que o crescimento dos salários tem desacelerado, e o mercado de trabalho parece caminhar para “um momento de maior equilíbrio”, apesar de ainda ser preciso uma confiança maior para garantir que a inflação retorne à meta.

Powell disse ainda que os juros devem estar no pico do ciclo e que o BC americano continua comprometido em trazer a inflação à meta de 2% ao ano, tomando decisões gradualmente.

O banco central americano removeu o trecho que, em notas anteriores, reforçava a “segurança e resiliência” do sistema bancário e também alertava para os riscos de que o aperto das condições financeiras viesse a pesar sobre a atividade, contratações e inflação. Removeu ainda o trecho que afirmava que a autoridade monetária consideraria os efeitos defasados da política ao “determinar a extensão na qual aperto adicional poderia ser necessário”.

Nas últimas reuniões, o Fed sinalizou que o aperto histórico da política monetária dos Estados Unidos promovido ao longo dos últimos dois anos está prestes a chegar ao fim. Os reajustes começaram em março de 2022, quando a taxa ainda estava no intervalo de 0% a 0,25%. Desde então, a instituição elevou sua Fed Founds 11 vezes para conter os avanços da inflação crescente no país e estabilizar a economia norte-americana — em um aumento de juros agressivo visto poucas vezes na histórica econômica do país e o mais ráido e forte que os Estados Unidos viveram em duas décadas.

Expectativas para o futuro

Com a nova manutenção da taxa básica de juros, a expectativa do mercado é que o ciclo de queda tenha início nos próximos meses. A indefinição de quando acontecerá a queda, no entanto, é um fator que tem gerado incerteza no mercado externo e uma perspectiva mais instável do que no final de 2023.

A expectativa é que a instituição corte os juros a partir de março, embora as apostas sigam bem divididas. É o que mostra a plataforma de monitoramento do CME Group, que captou a mudança de cenário após os dados sugerirem algum arrefecimento do mercado de trabalho. Na manhã desta quarta-feira, 31, a ferramenta mostrava 53,4% de probabilidade de o Fed cortar a taxa básica em 0,25 ponto porcentual em março, comparado com 41,2% na véspera.

Segundo Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, as antigas apostas do mercado por um corte de juros nos Estados Unidos já em março têm perdido força no mercado e dividido com expectativas por um começo de ciclo mais tardio, somente em maio ou junho.

Ele aponta que o evento mais relevante da semana que pode nortear, de fato, os rumos da economia nos próximos meses ocorre na sexta-feira com o Payroll nos Estados Unidos, divulgando dados sobre criação de vagas, desemprego e salários. “Os indicadores recentes do mercado de trabalho americano não sinalizam uma desaceleração problemática, mantendo-se robustos. Este cenário reforça a perspectiva de cortes de juros nos Estados Unidos”, afirma Gala. /Gabriel Bueno da Costa, Gabriel Tassi, Maria Lígia Barros e André Marinho.

O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, manteve nesta quarta-feira, 31, pela quarta vez consecutiva, sua Fed Funds, a taxa básica de juros americana, no intervalo de 5,25% a 5,50% ao ano, considerando a desaceleração observada na inflação do país nos últimos meses.

A decisão do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), unânime, confirmou a expectativa do mercado financeiro, que previa a extensão do ciclo de pausa de novos aumentos ou quedas, para aguardar indícios que apontem se houve, de fato, uma melhora na economia nacional.

Como justificativa, a instituição argumentou que a taxa de desemprego segue baixa, destacando que a opção de manter a taxa decorre da desaceleração da inflação. O banco central americano alertou, no entanto, que ela ainda continua elevada para os patamares do país, deixando a perspectiva econômica incerta e se tornando um ponto de atenção para os próximos meses.

Federal Reserve, responsável pela definição da taxa básica de juros dos Estados Unidos, divulgou decisão para o mercado financeiro nesta quarta-feira, 31.  Foto: Jonathan Ernst/ Reuters

“O comitê não espera que seja apropriado reduzir juros até que tenha ganhado mais confiança de que a inflação está voltando de forma sustentada aos 2% ao ano”, disse o comunicado oficial. O Fed destacou que a economia americana está avançando a um “ritmo sólido”, e que os riscos para atingir o “máximo de emprego” a uma inflação de 2% ao ano estão atingindo um equilíbrio melhor, apesar do futuro “permanecer incerto”.

O presidente do Fed, Jerome Powell, disse nesta quarta-feira que ainda é preciso avançar mais no combate à inflação dos EUA, com sequência dos bons indicadores vistos recentemente, e que, nesse ritmo, os juros serão cortados ao longo de 2024. “Quase todos do conselho confiam que cortar juros será a decisão apropriada (neste ano)”, afirmou.

“Não esperamos cortar os juros até termos confiança na inflação contida de modo sustentável”, disse, ao pontuar que a confiança “segue aumentando”, mas ainda é preciso ver mais, visto que o quadro ainda é de muitas incertezas. Powell disse que um corte de juros precipitado iria devolver todos os ganhos feitos contra o avanço da inflação.

Segundo ele, a economia americana vem registrando progressos na queda da inflação, apesar de que os preços continuam elevados, e que a taxa de juros dos EUA “está bem” no território restritivo. “Agora temos visto mais efeitos do aperto monetário”, afirmou ele, ao destacar que o crescimento dos salários tem desacelerado, e o mercado de trabalho parece caminhar para “um momento de maior equilíbrio”, apesar de ainda ser preciso uma confiança maior para garantir que a inflação retorne à meta.

Powell disse ainda que os juros devem estar no pico do ciclo e que o BC americano continua comprometido em trazer a inflação à meta de 2% ao ano, tomando decisões gradualmente.

O banco central americano removeu o trecho que, em notas anteriores, reforçava a “segurança e resiliência” do sistema bancário e também alertava para os riscos de que o aperto das condições financeiras viesse a pesar sobre a atividade, contratações e inflação. Removeu ainda o trecho que afirmava que a autoridade monetária consideraria os efeitos defasados da política ao “determinar a extensão na qual aperto adicional poderia ser necessário”.

Nas últimas reuniões, o Fed sinalizou que o aperto histórico da política monetária dos Estados Unidos promovido ao longo dos últimos dois anos está prestes a chegar ao fim. Os reajustes começaram em março de 2022, quando a taxa ainda estava no intervalo de 0% a 0,25%. Desde então, a instituição elevou sua Fed Founds 11 vezes para conter os avanços da inflação crescente no país e estabilizar a economia norte-americana — em um aumento de juros agressivo visto poucas vezes na histórica econômica do país e o mais ráido e forte que os Estados Unidos viveram em duas décadas.

Expectativas para o futuro

Com a nova manutenção da taxa básica de juros, a expectativa do mercado é que o ciclo de queda tenha início nos próximos meses. A indefinição de quando acontecerá a queda, no entanto, é um fator que tem gerado incerteza no mercado externo e uma perspectiva mais instável do que no final de 2023.

A expectativa é que a instituição corte os juros a partir de março, embora as apostas sigam bem divididas. É o que mostra a plataforma de monitoramento do CME Group, que captou a mudança de cenário após os dados sugerirem algum arrefecimento do mercado de trabalho. Na manhã desta quarta-feira, 31, a ferramenta mostrava 53,4% de probabilidade de o Fed cortar a taxa básica em 0,25 ponto porcentual em março, comparado com 41,2% na véspera.

Segundo Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, as antigas apostas do mercado por um corte de juros nos Estados Unidos já em março têm perdido força no mercado e dividido com expectativas por um começo de ciclo mais tardio, somente em maio ou junho.

Ele aponta que o evento mais relevante da semana que pode nortear, de fato, os rumos da economia nos próximos meses ocorre na sexta-feira com o Payroll nos Estados Unidos, divulgando dados sobre criação de vagas, desemprego e salários. “Os indicadores recentes do mercado de trabalho americano não sinalizam uma desaceleração problemática, mantendo-se robustos. Este cenário reforça a perspectiva de cortes de juros nos Estados Unidos”, afirma Gala. /Gabriel Bueno da Costa, Gabriel Tassi, Maria Lígia Barros e André Marinho.

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