‘EUA diminuíram dependência da China, e Brasil pode se aproveitar disso’, diz presidente da Apex


Em busca de novos acordos comerciais nos EUA, Jorge Viana defende que Brasil acelere estratégia para entrar no mercado americano, onde vê oportunidades para aviões da Embraer e produtos industrializados

Por Luis Filipe Santos
Atualização:
Foto: Geraldo Magela/Agência Senado
Entrevista comJorge VianaPresidente da ApexBrasil

O comércio com os Estados Unidos deve ser uma das prioridades do Brasil, em meio a um mundo cada vez mais complicado e com tensões geopolíticas. Mas isso não significa que o governo e as empresas do País devem tirar os olhos de nações como China ou Índia, ou blocos como a União Europeia. O diagnóstico é de Jorge Viana, ex-governador do Acre pelo PT e atual presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

“Eles (EUA) procuraram diversificar as fontes de importações. O Brasil não tem que entrar em guerra comercial com ninguém, mas pode aproveitar essa guerra para suceder à China (nas exportações para os EUA). E podemos acelerar o passo”, afirma.

Viana está em Washington, nos Estados Unidos, para um encontro de Setores de Promoção Comercial (Secoms) e secretários de Ciência, Tecnologia e Inovação (Sectecs) e de Agricultura, em busca de novos negócios e acordos entre empresas brasileiras com as americanas e canadenses.

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O evento começou na terça-feira, 12, e deve prosseguir até sexta, 15, com a presença de outros representantes do setor público brasileiro como o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Márcio França), os presidentes da Embratur (Marcelo Freixo), Embrapa (Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Ilan Goldfajn).

Viana também passou por Miami, para encontro com empresários brasileiros, e por Boston, para uma exposição do setor alimentício e pesqueiro. Além do evento em Washington, a ApexBrasil realizou encontros parecidos em outras regiões, como África, América Central e do Sul.

O encontro em Washington completa o ciclo nas Américas, e se destaca pela importância dos Estados Unidos, que ocupa atualmente o posto de segundo maior parceiro comercial do Brasil (atrás apenas da China) e de principal origem dos investimentos estrangeiros diretos no Brasil.

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Outra iniciativa da agência foi o lançamento do “Perfil País Estados Unidos”, um estudo com a lista de 931 oportunidades de negócio no país para produtos brasileiros, que ainda deve ser complementado por um mapa de investimentos a ser lançado no primeiro semestre.

Jorge Viana já foi senador e governador do Acre pelo PT Foto: Dida Sampaio / Estadão

Em entrevista ao Estadão, Viana explicou a importância dos EUA para o Brasil e os planos da agência para posicionar o País em meio ao cenário geopolítico complicado, que pode gerar oportunidades por meio do nearshoring.

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Confira, a seguir, os principais trechos.

Qual a importância de eventos como esse que está sendo realizado em Washington?

Nessa viagem, estou fazendo três em um. Aproveitei para passar 15 horas em Miami, onde a Apex tem uma representação, para um encontro com empresários brasileiros. Depois, fui para Boston, onde passei 11 horas, e aí vim para Washington, onde está a principal parte do trabalho. O propósito dessas reuniões com Secoms é construir uma estratégia para estar no mercado. O Brasil precisa ter os EUA como uma grande prioridade pelo gigantismo do mercado, por ser a maior economia do mundo. Claro, sem tirar o olhar de China, Índia, Europa. Podemos buscar uma estratégia mais objetiva com os Estados Unidos, porque desde 2018 eles vivem uma guerra comercial com a China — antes, 23% de tudo que importavam era da China, agora esse número caiu para 14%. Eles procuraram diversificar as fontes de importações. O Brasil não tem que entrar em guerra comercial com ninguém, mas pode aproveitar essa guerra para suceder à China. E podemos acelerar o passo.

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Como o Brasil pode se inserir comercialmente nesse contexto?

O presidente Lula trouxe o que a gente chama de diplomacia presidencial de volta, o que facilita muito o nosso trabalho de levar as empresas do Brasil para o mundo e atrair investimento. A ação do presidente Lula e o trabalho da Apex tem muito a ver. O Brasil não tem conflito com nenhum país especificamente, estamos abertos ao comércio com todos. Tratamos os negócios à parte de afinidades para nos recuperarmos dos problemas dos últimos sete anos.

Nesse cenário, como a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos se destaca?

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Os Estados Unidos são o segundo destino de tudo que exportamos, só atrás da China. Nós exportamos US$ 36,9 bilhões de dólares, mas, diferente da China, muitas vezes são produtos com valor agregado maior, como aviões da Embraer. Só aqui, os aviões da Embraer transportam 5 milhões de passageiros por ano, cerca de mil aviões brasileiros voam nos EUA. Acreditamos, inclusive, que é possível trabalhar na área de defesa com modelos como SuperTucanos e C-390 Millenium. Tem uma cadeia de exportação para os EUA de manufaturas, com muito valor agregado, enquanto para a China são principalmente commodities. O fluxo de comércio com os EUA é deficitário, tem uma espécie de interdependência, mas pode melhorar. No ano passado, o déficit foi de cerca de US$ 1 bilhão, em 2022 tinha sido de US$ 13 bilhões.

Há outros setores que podem ter oportunidades no mercado norte-americano?

Hoje, em proteína animal, mais de 35% da produzida nos EUA são de empresas brasileiras. A área de suco de laranja é dominada por empresas de capital brasileiro. O Brasil também é fornecedor de café e de celulose. Mas a partir do momento em que os Estados Unidos resolveram diminuir a dependência deles da China, abriram oportunidades para outros, e quem está aproveitando bem é o México. O Brasil pode montar uma estratégia de competir para fornecer produtos industrializados, já que tem uma logística muito boa para transportar para cá. Ainda nesse semestre, devemos lançar um mapa de oportunidades entre Brasil e EUA, com mais de mil temas ou setores para o fluxo de comércio entre os dois.

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O trabalho é feito visando tornar a balança comercial superavitária para o Brasil?

O presidente Lula sempre diz que é um fluxo de mão dupla, não tem que ter receio de importar. O que é interessante é que os EUA são responsáveis por 23% do estoque de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, o principal país em investimento no Brasil. Temos que pensar exclusivamente na relação comercial porque é o que importa.

Há o temor de que o resultado da eleição norte-americana deste ano interfira na relação comercial?

O Brasil incorreu nesse erro em anos recentes, misturava as preferências do líder, isso atrapalhava o negócio. Os negócios têm que ser à parte, um país como o Brasil não pode misturar as coisas. Manter o fluxo de comércio é manter o interesse no Brasil, o que é bom para todo mundo. Não podemos cair nesse erro para reconhecer o governo que ganhar a eleição, sem causar problemas como fizeram com a China, ou com a Argentina (no governo argentino anterior, de Alberto Fernández). Tem que ser política de Estado, do Estado brasileiro com o mundo, independente do humor de quem esteja no cargo.

Qual a diferença desse evento nos Estados Unidos para os outros realizados pela Apex?

Nós ficamos sete anos ausentes da África, sem realizar eventos. Também precisamos ter um olhar mais generoso com os vizinhos da América do Sul. Mas os EUA é o mercado mais cobiçado do mundo, então precisamos ter uma leitura de cenário. Estamos aqui ouvindo Secoms, o time da Apex e o corpo diplomático para expandir a presença e facilitar acordos e oportunidades. Queremos que o fluxo total de comércio exterior do Brasil cresça e chegue a US$ 1 trilhão. Nós perdemos muito por causa de crises recentes, políticas e econômicas. O Canadá também é muito importante porque tem muitos fundos canadenses que investem no Brasil, e podemos estreitar esse fluxo também.

O comércio com os Estados Unidos deve ser uma das prioridades do Brasil, em meio a um mundo cada vez mais complicado e com tensões geopolíticas. Mas isso não significa que o governo e as empresas do País devem tirar os olhos de nações como China ou Índia, ou blocos como a União Europeia. O diagnóstico é de Jorge Viana, ex-governador do Acre pelo PT e atual presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

“Eles (EUA) procuraram diversificar as fontes de importações. O Brasil não tem que entrar em guerra comercial com ninguém, mas pode aproveitar essa guerra para suceder à China (nas exportações para os EUA). E podemos acelerar o passo”, afirma.

Viana está em Washington, nos Estados Unidos, para um encontro de Setores de Promoção Comercial (Secoms) e secretários de Ciência, Tecnologia e Inovação (Sectecs) e de Agricultura, em busca de novos negócios e acordos entre empresas brasileiras com as americanas e canadenses.

O evento começou na terça-feira, 12, e deve prosseguir até sexta, 15, com a presença de outros representantes do setor público brasileiro como o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Márcio França), os presidentes da Embratur (Marcelo Freixo), Embrapa (Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Ilan Goldfajn).

Viana também passou por Miami, para encontro com empresários brasileiros, e por Boston, para uma exposição do setor alimentício e pesqueiro. Além do evento em Washington, a ApexBrasil realizou encontros parecidos em outras regiões, como África, América Central e do Sul.

O encontro em Washington completa o ciclo nas Américas, e se destaca pela importância dos Estados Unidos, que ocupa atualmente o posto de segundo maior parceiro comercial do Brasil (atrás apenas da China) e de principal origem dos investimentos estrangeiros diretos no Brasil.

Outra iniciativa da agência foi o lançamento do “Perfil País Estados Unidos”, um estudo com a lista de 931 oportunidades de negócio no país para produtos brasileiros, que ainda deve ser complementado por um mapa de investimentos a ser lançado no primeiro semestre.

Jorge Viana já foi senador e governador do Acre pelo PT Foto: Dida Sampaio / Estadão

Em entrevista ao Estadão, Viana explicou a importância dos EUA para o Brasil e os planos da agência para posicionar o País em meio ao cenário geopolítico complicado, que pode gerar oportunidades por meio do nearshoring.

Confira, a seguir, os principais trechos.

Qual a importância de eventos como esse que está sendo realizado em Washington?

Nessa viagem, estou fazendo três em um. Aproveitei para passar 15 horas em Miami, onde a Apex tem uma representação, para um encontro com empresários brasileiros. Depois, fui para Boston, onde passei 11 horas, e aí vim para Washington, onde está a principal parte do trabalho. O propósito dessas reuniões com Secoms é construir uma estratégia para estar no mercado. O Brasil precisa ter os EUA como uma grande prioridade pelo gigantismo do mercado, por ser a maior economia do mundo. Claro, sem tirar o olhar de China, Índia, Europa. Podemos buscar uma estratégia mais objetiva com os Estados Unidos, porque desde 2018 eles vivem uma guerra comercial com a China — antes, 23% de tudo que importavam era da China, agora esse número caiu para 14%. Eles procuraram diversificar as fontes de importações. O Brasil não tem que entrar em guerra comercial com ninguém, mas pode aproveitar essa guerra para suceder à China. E podemos acelerar o passo.

Como o Brasil pode se inserir comercialmente nesse contexto?

O presidente Lula trouxe o que a gente chama de diplomacia presidencial de volta, o que facilita muito o nosso trabalho de levar as empresas do Brasil para o mundo e atrair investimento. A ação do presidente Lula e o trabalho da Apex tem muito a ver. O Brasil não tem conflito com nenhum país especificamente, estamos abertos ao comércio com todos. Tratamos os negócios à parte de afinidades para nos recuperarmos dos problemas dos últimos sete anos.

Nesse cenário, como a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos se destaca?

Os Estados Unidos são o segundo destino de tudo que exportamos, só atrás da China. Nós exportamos US$ 36,9 bilhões de dólares, mas, diferente da China, muitas vezes são produtos com valor agregado maior, como aviões da Embraer. Só aqui, os aviões da Embraer transportam 5 milhões de passageiros por ano, cerca de mil aviões brasileiros voam nos EUA. Acreditamos, inclusive, que é possível trabalhar na área de defesa com modelos como SuperTucanos e C-390 Millenium. Tem uma cadeia de exportação para os EUA de manufaturas, com muito valor agregado, enquanto para a China são principalmente commodities. O fluxo de comércio com os EUA é deficitário, tem uma espécie de interdependência, mas pode melhorar. No ano passado, o déficit foi de cerca de US$ 1 bilhão, em 2022 tinha sido de US$ 13 bilhões.

Há outros setores que podem ter oportunidades no mercado norte-americano?

Hoje, em proteína animal, mais de 35% da produzida nos EUA são de empresas brasileiras. A área de suco de laranja é dominada por empresas de capital brasileiro. O Brasil também é fornecedor de café e de celulose. Mas a partir do momento em que os Estados Unidos resolveram diminuir a dependência deles da China, abriram oportunidades para outros, e quem está aproveitando bem é o México. O Brasil pode montar uma estratégia de competir para fornecer produtos industrializados, já que tem uma logística muito boa para transportar para cá. Ainda nesse semestre, devemos lançar um mapa de oportunidades entre Brasil e EUA, com mais de mil temas ou setores para o fluxo de comércio entre os dois.

O trabalho é feito visando tornar a balança comercial superavitária para o Brasil?

O presidente Lula sempre diz que é um fluxo de mão dupla, não tem que ter receio de importar. O que é interessante é que os EUA são responsáveis por 23% do estoque de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, o principal país em investimento no Brasil. Temos que pensar exclusivamente na relação comercial porque é o que importa.

Há o temor de que o resultado da eleição norte-americana deste ano interfira na relação comercial?

O Brasil incorreu nesse erro em anos recentes, misturava as preferências do líder, isso atrapalhava o negócio. Os negócios têm que ser à parte, um país como o Brasil não pode misturar as coisas. Manter o fluxo de comércio é manter o interesse no Brasil, o que é bom para todo mundo. Não podemos cair nesse erro para reconhecer o governo que ganhar a eleição, sem causar problemas como fizeram com a China, ou com a Argentina (no governo argentino anterior, de Alberto Fernández). Tem que ser política de Estado, do Estado brasileiro com o mundo, independente do humor de quem esteja no cargo.

Qual a diferença desse evento nos Estados Unidos para os outros realizados pela Apex?

Nós ficamos sete anos ausentes da África, sem realizar eventos. Também precisamos ter um olhar mais generoso com os vizinhos da América do Sul. Mas os EUA é o mercado mais cobiçado do mundo, então precisamos ter uma leitura de cenário. Estamos aqui ouvindo Secoms, o time da Apex e o corpo diplomático para expandir a presença e facilitar acordos e oportunidades. Queremos que o fluxo total de comércio exterior do Brasil cresça e chegue a US$ 1 trilhão. Nós perdemos muito por causa de crises recentes, políticas e econômicas. O Canadá também é muito importante porque tem muitos fundos canadenses que investem no Brasil, e podemos estreitar esse fluxo também.

O comércio com os Estados Unidos deve ser uma das prioridades do Brasil, em meio a um mundo cada vez mais complicado e com tensões geopolíticas. Mas isso não significa que o governo e as empresas do País devem tirar os olhos de nações como China ou Índia, ou blocos como a União Europeia. O diagnóstico é de Jorge Viana, ex-governador do Acre pelo PT e atual presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

“Eles (EUA) procuraram diversificar as fontes de importações. O Brasil não tem que entrar em guerra comercial com ninguém, mas pode aproveitar essa guerra para suceder à China (nas exportações para os EUA). E podemos acelerar o passo”, afirma.

Viana está em Washington, nos Estados Unidos, para um encontro de Setores de Promoção Comercial (Secoms) e secretários de Ciência, Tecnologia e Inovação (Sectecs) e de Agricultura, em busca de novos negócios e acordos entre empresas brasileiras com as americanas e canadenses.

O evento começou na terça-feira, 12, e deve prosseguir até sexta, 15, com a presença de outros representantes do setor público brasileiro como o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Márcio França), os presidentes da Embratur (Marcelo Freixo), Embrapa (Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Ilan Goldfajn).

Viana também passou por Miami, para encontro com empresários brasileiros, e por Boston, para uma exposição do setor alimentício e pesqueiro. Além do evento em Washington, a ApexBrasil realizou encontros parecidos em outras regiões, como África, América Central e do Sul.

O encontro em Washington completa o ciclo nas Américas, e se destaca pela importância dos Estados Unidos, que ocupa atualmente o posto de segundo maior parceiro comercial do Brasil (atrás apenas da China) e de principal origem dos investimentos estrangeiros diretos no Brasil.

Outra iniciativa da agência foi o lançamento do “Perfil País Estados Unidos”, um estudo com a lista de 931 oportunidades de negócio no país para produtos brasileiros, que ainda deve ser complementado por um mapa de investimentos a ser lançado no primeiro semestre.

Jorge Viana já foi senador e governador do Acre pelo PT Foto: Dida Sampaio / Estadão

Em entrevista ao Estadão, Viana explicou a importância dos EUA para o Brasil e os planos da agência para posicionar o País em meio ao cenário geopolítico complicado, que pode gerar oportunidades por meio do nearshoring.

Confira, a seguir, os principais trechos.

Qual a importância de eventos como esse que está sendo realizado em Washington?

Nessa viagem, estou fazendo três em um. Aproveitei para passar 15 horas em Miami, onde a Apex tem uma representação, para um encontro com empresários brasileiros. Depois, fui para Boston, onde passei 11 horas, e aí vim para Washington, onde está a principal parte do trabalho. O propósito dessas reuniões com Secoms é construir uma estratégia para estar no mercado. O Brasil precisa ter os EUA como uma grande prioridade pelo gigantismo do mercado, por ser a maior economia do mundo. Claro, sem tirar o olhar de China, Índia, Europa. Podemos buscar uma estratégia mais objetiva com os Estados Unidos, porque desde 2018 eles vivem uma guerra comercial com a China — antes, 23% de tudo que importavam era da China, agora esse número caiu para 14%. Eles procuraram diversificar as fontes de importações. O Brasil não tem que entrar em guerra comercial com ninguém, mas pode aproveitar essa guerra para suceder à China. E podemos acelerar o passo.

Como o Brasil pode se inserir comercialmente nesse contexto?

O presidente Lula trouxe o que a gente chama de diplomacia presidencial de volta, o que facilita muito o nosso trabalho de levar as empresas do Brasil para o mundo e atrair investimento. A ação do presidente Lula e o trabalho da Apex tem muito a ver. O Brasil não tem conflito com nenhum país especificamente, estamos abertos ao comércio com todos. Tratamos os negócios à parte de afinidades para nos recuperarmos dos problemas dos últimos sete anos.

Nesse cenário, como a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos se destaca?

Os Estados Unidos são o segundo destino de tudo que exportamos, só atrás da China. Nós exportamos US$ 36,9 bilhões de dólares, mas, diferente da China, muitas vezes são produtos com valor agregado maior, como aviões da Embraer. Só aqui, os aviões da Embraer transportam 5 milhões de passageiros por ano, cerca de mil aviões brasileiros voam nos EUA. Acreditamos, inclusive, que é possível trabalhar na área de defesa com modelos como SuperTucanos e C-390 Millenium. Tem uma cadeia de exportação para os EUA de manufaturas, com muito valor agregado, enquanto para a China são principalmente commodities. O fluxo de comércio com os EUA é deficitário, tem uma espécie de interdependência, mas pode melhorar. No ano passado, o déficit foi de cerca de US$ 1 bilhão, em 2022 tinha sido de US$ 13 bilhões.

Há outros setores que podem ter oportunidades no mercado norte-americano?

Hoje, em proteína animal, mais de 35% da produzida nos EUA são de empresas brasileiras. A área de suco de laranja é dominada por empresas de capital brasileiro. O Brasil também é fornecedor de café e de celulose. Mas a partir do momento em que os Estados Unidos resolveram diminuir a dependência deles da China, abriram oportunidades para outros, e quem está aproveitando bem é o México. O Brasil pode montar uma estratégia de competir para fornecer produtos industrializados, já que tem uma logística muito boa para transportar para cá. Ainda nesse semestre, devemos lançar um mapa de oportunidades entre Brasil e EUA, com mais de mil temas ou setores para o fluxo de comércio entre os dois.

O trabalho é feito visando tornar a balança comercial superavitária para o Brasil?

O presidente Lula sempre diz que é um fluxo de mão dupla, não tem que ter receio de importar. O que é interessante é que os EUA são responsáveis por 23% do estoque de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, o principal país em investimento no Brasil. Temos que pensar exclusivamente na relação comercial porque é o que importa.

Há o temor de que o resultado da eleição norte-americana deste ano interfira na relação comercial?

O Brasil incorreu nesse erro em anos recentes, misturava as preferências do líder, isso atrapalhava o negócio. Os negócios têm que ser à parte, um país como o Brasil não pode misturar as coisas. Manter o fluxo de comércio é manter o interesse no Brasil, o que é bom para todo mundo. Não podemos cair nesse erro para reconhecer o governo que ganhar a eleição, sem causar problemas como fizeram com a China, ou com a Argentina (no governo argentino anterior, de Alberto Fernández). Tem que ser política de Estado, do Estado brasileiro com o mundo, independente do humor de quem esteja no cargo.

Qual a diferença desse evento nos Estados Unidos para os outros realizados pela Apex?

Nós ficamos sete anos ausentes da África, sem realizar eventos. Também precisamos ter um olhar mais generoso com os vizinhos da América do Sul. Mas os EUA é o mercado mais cobiçado do mundo, então precisamos ter uma leitura de cenário. Estamos aqui ouvindo Secoms, o time da Apex e o corpo diplomático para expandir a presença e facilitar acordos e oportunidades. Queremos que o fluxo total de comércio exterior do Brasil cresça e chegue a US$ 1 trilhão. Nós perdemos muito por causa de crises recentes, políticas e econômicas. O Canadá também é muito importante porque tem muitos fundos canadenses que investem no Brasil, e podemos estreitar esse fluxo também.

O comércio com os Estados Unidos deve ser uma das prioridades do Brasil, em meio a um mundo cada vez mais complicado e com tensões geopolíticas. Mas isso não significa que o governo e as empresas do País devem tirar os olhos de nações como China ou Índia, ou blocos como a União Europeia. O diagnóstico é de Jorge Viana, ex-governador do Acre pelo PT e atual presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

“Eles (EUA) procuraram diversificar as fontes de importações. O Brasil não tem que entrar em guerra comercial com ninguém, mas pode aproveitar essa guerra para suceder à China (nas exportações para os EUA). E podemos acelerar o passo”, afirma.

Viana está em Washington, nos Estados Unidos, para um encontro de Setores de Promoção Comercial (Secoms) e secretários de Ciência, Tecnologia e Inovação (Sectecs) e de Agricultura, em busca de novos negócios e acordos entre empresas brasileiras com as americanas e canadenses.

O evento começou na terça-feira, 12, e deve prosseguir até sexta, 15, com a presença de outros representantes do setor público brasileiro como o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Márcio França), os presidentes da Embratur (Marcelo Freixo), Embrapa (Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Ilan Goldfajn).

Viana também passou por Miami, para encontro com empresários brasileiros, e por Boston, para uma exposição do setor alimentício e pesqueiro. Além do evento em Washington, a ApexBrasil realizou encontros parecidos em outras regiões, como África, América Central e do Sul.

O encontro em Washington completa o ciclo nas Américas, e se destaca pela importância dos Estados Unidos, que ocupa atualmente o posto de segundo maior parceiro comercial do Brasil (atrás apenas da China) e de principal origem dos investimentos estrangeiros diretos no Brasil.

Outra iniciativa da agência foi o lançamento do “Perfil País Estados Unidos”, um estudo com a lista de 931 oportunidades de negócio no país para produtos brasileiros, que ainda deve ser complementado por um mapa de investimentos a ser lançado no primeiro semestre.

Jorge Viana já foi senador e governador do Acre pelo PT Foto: Dida Sampaio / Estadão

Em entrevista ao Estadão, Viana explicou a importância dos EUA para o Brasil e os planos da agência para posicionar o País em meio ao cenário geopolítico complicado, que pode gerar oportunidades por meio do nearshoring.

Confira, a seguir, os principais trechos.

Qual a importância de eventos como esse que está sendo realizado em Washington?

Nessa viagem, estou fazendo três em um. Aproveitei para passar 15 horas em Miami, onde a Apex tem uma representação, para um encontro com empresários brasileiros. Depois, fui para Boston, onde passei 11 horas, e aí vim para Washington, onde está a principal parte do trabalho. O propósito dessas reuniões com Secoms é construir uma estratégia para estar no mercado. O Brasil precisa ter os EUA como uma grande prioridade pelo gigantismo do mercado, por ser a maior economia do mundo. Claro, sem tirar o olhar de China, Índia, Europa. Podemos buscar uma estratégia mais objetiva com os Estados Unidos, porque desde 2018 eles vivem uma guerra comercial com a China — antes, 23% de tudo que importavam era da China, agora esse número caiu para 14%. Eles procuraram diversificar as fontes de importações. O Brasil não tem que entrar em guerra comercial com ninguém, mas pode aproveitar essa guerra para suceder à China. E podemos acelerar o passo.

Como o Brasil pode se inserir comercialmente nesse contexto?

O presidente Lula trouxe o que a gente chama de diplomacia presidencial de volta, o que facilita muito o nosso trabalho de levar as empresas do Brasil para o mundo e atrair investimento. A ação do presidente Lula e o trabalho da Apex tem muito a ver. O Brasil não tem conflito com nenhum país especificamente, estamos abertos ao comércio com todos. Tratamos os negócios à parte de afinidades para nos recuperarmos dos problemas dos últimos sete anos.

Nesse cenário, como a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos se destaca?

Os Estados Unidos são o segundo destino de tudo que exportamos, só atrás da China. Nós exportamos US$ 36,9 bilhões de dólares, mas, diferente da China, muitas vezes são produtos com valor agregado maior, como aviões da Embraer. Só aqui, os aviões da Embraer transportam 5 milhões de passageiros por ano, cerca de mil aviões brasileiros voam nos EUA. Acreditamos, inclusive, que é possível trabalhar na área de defesa com modelos como SuperTucanos e C-390 Millenium. Tem uma cadeia de exportação para os EUA de manufaturas, com muito valor agregado, enquanto para a China são principalmente commodities. O fluxo de comércio com os EUA é deficitário, tem uma espécie de interdependência, mas pode melhorar. No ano passado, o déficit foi de cerca de US$ 1 bilhão, em 2022 tinha sido de US$ 13 bilhões.

Há outros setores que podem ter oportunidades no mercado norte-americano?

Hoje, em proteína animal, mais de 35% da produzida nos EUA são de empresas brasileiras. A área de suco de laranja é dominada por empresas de capital brasileiro. O Brasil também é fornecedor de café e de celulose. Mas a partir do momento em que os Estados Unidos resolveram diminuir a dependência deles da China, abriram oportunidades para outros, e quem está aproveitando bem é o México. O Brasil pode montar uma estratégia de competir para fornecer produtos industrializados, já que tem uma logística muito boa para transportar para cá. Ainda nesse semestre, devemos lançar um mapa de oportunidades entre Brasil e EUA, com mais de mil temas ou setores para o fluxo de comércio entre os dois.

O trabalho é feito visando tornar a balança comercial superavitária para o Brasil?

O presidente Lula sempre diz que é um fluxo de mão dupla, não tem que ter receio de importar. O que é interessante é que os EUA são responsáveis por 23% do estoque de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, o principal país em investimento no Brasil. Temos que pensar exclusivamente na relação comercial porque é o que importa.

Há o temor de que o resultado da eleição norte-americana deste ano interfira na relação comercial?

O Brasil incorreu nesse erro em anos recentes, misturava as preferências do líder, isso atrapalhava o negócio. Os negócios têm que ser à parte, um país como o Brasil não pode misturar as coisas. Manter o fluxo de comércio é manter o interesse no Brasil, o que é bom para todo mundo. Não podemos cair nesse erro para reconhecer o governo que ganhar a eleição, sem causar problemas como fizeram com a China, ou com a Argentina (no governo argentino anterior, de Alberto Fernández). Tem que ser política de Estado, do Estado brasileiro com o mundo, independente do humor de quem esteja no cargo.

Qual a diferença desse evento nos Estados Unidos para os outros realizados pela Apex?

Nós ficamos sete anos ausentes da África, sem realizar eventos. Também precisamos ter um olhar mais generoso com os vizinhos da América do Sul. Mas os EUA é o mercado mais cobiçado do mundo, então precisamos ter uma leitura de cenário. Estamos aqui ouvindo Secoms, o time da Apex e o corpo diplomático para expandir a presença e facilitar acordos e oportunidades. Queremos que o fluxo total de comércio exterior do Brasil cresça e chegue a US$ 1 trilhão. Nós perdemos muito por causa de crises recentes, políticas e econômicas. O Canadá também é muito importante porque tem muitos fundos canadenses que investem no Brasil, e podemos estreitar esse fluxo também.

O comércio com os Estados Unidos deve ser uma das prioridades do Brasil, em meio a um mundo cada vez mais complicado e com tensões geopolíticas. Mas isso não significa que o governo e as empresas do País devem tirar os olhos de nações como China ou Índia, ou blocos como a União Europeia. O diagnóstico é de Jorge Viana, ex-governador do Acre pelo PT e atual presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil).

“Eles (EUA) procuraram diversificar as fontes de importações. O Brasil não tem que entrar em guerra comercial com ninguém, mas pode aproveitar essa guerra para suceder à China (nas exportações para os EUA). E podemos acelerar o passo”, afirma.

Viana está em Washington, nos Estados Unidos, para um encontro de Setores de Promoção Comercial (Secoms) e secretários de Ciência, Tecnologia e Inovação (Sectecs) e de Agricultura, em busca de novos negócios e acordos entre empresas brasileiras com as americanas e canadenses.

O evento começou na terça-feira, 12, e deve prosseguir até sexta, 15, com a presença de outros representantes do setor público brasileiro como o ministro do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (Márcio França), os presidentes da Embratur (Marcelo Freixo), Embrapa (Silvia Maria Fonseca Silveira Massruhá) e do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Ilan Goldfajn).

Viana também passou por Miami, para encontro com empresários brasileiros, e por Boston, para uma exposição do setor alimentício e pesqueiro. Além do evento em Washington, a ApexBrasil realizou encontros parecidos em outras regiões, como África, América Central e do Sul.

O encontro em Washington completa o ciclo nas Américas, e se destaca pela importância dos Estados Unidos, que ocupa atualmente o posto de segundo maior parceiro comercial do Brasil (atrás apenas da China) e de principal origem dos investimentos estrangeiros diretos no Brasil.

Outra iniciativa da agência foi o lançamento do “Perfil País Estados Unidos”, um estudo com a lista de 931 oportunidades de negócio no país para produtos brasileiros, que ainda deve ser complementado por um mapa de investimentos a ser lançado no primeiro semestre.

Jorge Viana já foi senador e governador do Acre pelo PT Foto: Dida Sampaio / Estadão

Em entrevista ao Estadão, Viana explicou a importância dos EUA para o Brasil e os planos da agência para posicionar o País em meio ao cenário geopolítico complicado, que pode gerar oportunidades por meio do nearshoring.

Confira, a seguir, os principais trechos.

Qual a importância de eventos como esse que está sendo realizado em Washington?

Nessa viagem, estou fazendo três em um. Aproveitei para passar 15 horas em Miami, onde a Apex tem uma representação, para um encontro com empresários brasileiros. Depois, fui para Boston, onde passei 11 horas, e aí vim para Washington, onde está a principal parte do trabalho. O propósito dessas reuniões com Secoms é construir uma estratégia para estar no mercado. O Brasil precisa ter os EUA como uma grande prioridade pelo gigantismo do mercado, por ser a maior economia do mundo. Claro, sem tirar o olhar de China, Índia, Europa. Podemos buscar uma estratégia mais objetiva com os Estados Unidos, porque desde 2018 eles vivem uma guerra comercial com a China — antes, 23% de tudo que importavam era da China, agora esse número caiu para 14%. Eles procuraram diversificar as fontes de importações. O Brasil não tem que entrar em guerra comercial com ninguém, mas pode aproveitar essa guerra para suceder à China. E podemos acelerar o passo.

Como o Brasil pode se inserir comercialmente nesse contexto?

O presidente Lula trouxe o que a gente chama de diplomacia presidencial de volta, o que facilita muito o nosso trabalho de levar as empresas do Brasil para o mundo e atrair investimento. A ação do presidente Lula e o trabalho da Apex tem muito a ver. O Brasil não tem conflito com nenhum país especificamente, estamos abertos ao comércio com todos. Tratamos os negócios à parte de afinidades para nos recuperarmos dos problemas dos últimos sete anos.

Nesse cenário, como a relação comercial entre Brasil e Estados Unidos se destaca?

Os Estados Unidos são o segundo destino de tudo que exportamos, só atrás da China. Nós exportamos US$ 36,9 bilhões de dólares, mas, diferente da China, muitas vezes são produtos com valor agregado maior, como aviões da Embraer. Só aqui, os aviões da Embraer transportam 5 milhões de passageiros por ano, cerca de mil aviões brasileiros voam nos EUA. Acreditamos, inclusive, que é possível trabalhar na área de defesa com modelos como SuperTucanos e C-390 Millenium. Tem uma cadeia de exportação para os EUA de manufaturas, com muito valor agregado, enquanto para a China são principalmente commodities. O fluxo de comércio com os EUA é deficitário, tem uma espécie de interdependência, mas pode melhorar. No ano passado, o déficit foi de cerca de US$ 1 bilhão, em 2022 tinha sido de US$ 13 bilhões.

Há outros setores que podem ter oportunidades no mercado norte-americano?

Hoje, em proteína animal, mais de 35% da produzida nos EUA são de empresas brasileiras. A área de suco de laranja é dominada por empresas de capital brasileiro. O Brasil também é fornecedor de café e de celulose. Mas a partir do momento em que os Estados Unidos resolveram diminuir a dependência deles da China, abriram oportunidades para outros, e quem está aproveitando bem é o México. O Brasil pode montar uma estratégia de competir para fornecer produtos industrializados, já que tem uma logística muito boa para transportar para cá. Ainda nesse semestre, devemos lançar um mapa de oportunidades entre Brasil e EUA, com mais de mil temas ou setores para o fluxo de comércio entre os dois.

O trabalho é feito visando tornar a balança comercial superavitária para o Brasil?

O presidente Lula sempre diz que é um fluxo de mão dupla, não tem que ter receio de importar. O que é interessante é que os EUA são responsáveis por 23% do estoque de investimentos estrangeiros diretos no Brasil, o principal país em investimento no Brasil. Temos que pensar exclusivamente na relação comercial porque é o que importa.

Há o temor de que o resultado da eleição norte-americana deste ano interfira na relação comercial?

O Brasil incorreu nesse erro em anos recentes, misturava as preferências do líder, isso atrapalhava o negócio. Os negócios têm que ser à parte, um país como o Brasil não pode misturar as coisas. Manter o fluxo de comércio é manter o interesse no Brasil, o que é bom para todo mundo. Não podemos cair nesse erro para reconhecer o governo que ganhar a eleição, sem causar problemas como fizeram com a China, ou com a Argentina (no governo argentino anterior, de Alberto Fernández). Tem que ser política de Estado, do Estado brasileiro com o mundo, independente do humor de quem esteja no cargo.

Qual a diferença desse evento nos Estados Unidos para os outros realizados pela Apex?

Nós ficamos sete anos ausentes da África, sem realizar eventos. Também precisamos ter um olhar mais generoso com os vizinhos da América do Sul. Mas os EUA é o mercado mais cobiçado do mundo, então precisamos ter uma leitura de cenário. Estamos aqui ouvindo Secoms, o time da Apex e o corpo diplomático para expandir a presença e facilitar acordos e oportunidades. Queremos que o fluxo total de comércio exterior do Brasil cresça e chegue a US$ 1 trilhão. Nós perdemos muito por causa de crises recentes, políticas e econômicas. O Canadá também é muito importante porque tem muitos fundos canadenses que investem no Brasil, e podemos estreitar esse fluxo também.

Entrevista por Luis Filipe Santos

Formado em jornalismo pela Universidade São Judas Tadeu, já cobriu esporte e cotidiano. Na economia desde 2022, tem interesse em ESG, Negócios e nas relações sociais, culturais e econômicas que movem o mundo. Nascido e criado na periferia da zona leste de São Paulo.

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