Jornalista e colunista do Broadcast

Opinião|Análise: Copom sob suspeita se Roberto Campos Neto não agir


Daqui em diante, sempre poderá haver desconfiança sobre as decisões do Copom e dos movimentos de mercado decorrentes delas

Por Fábio Alves

A divulgação da Operação Estrela Cadente, do Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) e da Polícia Federal, não arranha apenas a imagem do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, nos anos citados na investigação.

Daqui em diante, sempre poderá haver desconfiança sobre as decisões do Copom e dos movimentos de mercado decorrentes delas, caso o presidente do BC, Roberto Campos Neto, não venha a público dizer quais as medidas já em vigor ou futuras medidas que poderão ser adotadas para evitar a repetição desses alegados vazamentos.

O MPF e a PF investigam vazamentos de resultados da reunião do Copom ocorridos nos anos de 2010, 2011 e 2012, quando o BC era comandado por Henrique Meirelles – ainda no governo Luiz Inácio Lula da Silva – e por Alexandre Tombini, já na gestão de Dilma Rousseff. O favorecido desses vazamentos teria sido um fundo administrado pelo banco BTG.

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Obviamente, é de se esperar um pronunciamento ou uma declaração de Henrique Meirelles e Alexandre Tombini. Mas o que interessa daqui em diante é um arcabouço de medidas para salvaguardar as decisões de suspeitas de vazamentos.

Verdade seja dita: não é de hoje que sempre se desconfiou de que os resultados do Copom vazassem para fontes privilegiadas do mercado. Sempre se falou de movimentos estranhos em ativos antecedendo algumas reuniões.

E essa suspeição vem de longa data – muito antes dos governos Lula e Dilma. Nos anos 90, por exemplo, era comum a reclamação de muitos interlocutores desta coluna que este ou aquele economista sempre acertava as decisões sobre a taxa de juros, mesmo as mais surpreendentes. O alvo era sempre um economista com enorme proximidade de quem estava no comando do governo em determinado momento.

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Acontece que nunca houve uma delação premiada em que alguém falasse sobre isso, como no caso da delação de Antônio Palocci, ex-ministro nos governos de Lula e de Dilma.

Ao longo dos últimos anos, especialmente na gestão de Ilan Goldfajn, o BC deu passos largos na sua transparência, embora não a ponto de eliminar toda e qualquer suspeita sobre as decisões da autoridade monetária.

Foi positiva, por exemplo, a decisão de passar a divulgar a agenda de encontros de Ilan com participantes do mercado, embora sem a divulgação do teor da conversa.

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Este colunista também já presenciou, no passado, diretores do BC em conversa com investidores em pleno período de silêncio que antecede a decisão do Copom, algo que já foi, inclusive, tema de colunas aqui.

Com a Operação Estrela Cadente, Roberto Campos Neto precisa adotar medidas para assegurar ao mercado que vazamentos do Copom – se acaso impossíveis de conter – serão alvo de um controle mais severo pelo BC.

A investigação do MPF e da PF se debruça sobre o passado, mas isso não significa que não haverá mais a sombra da suspeição sobre as próximas reuniões do Copom, especialmente as mais polêmicas ou as de resultado surpreendente.

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Para o futuro, sem um posicionamento da atual diretoria do BC, o Copom ficará sob eterna suspeita. E isso não é bom. *É COLUNISTA DO BROADCAST

A divulgação da Operação Estrela Cadente, do Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) e da Polícia Federal, não arranha apenas a imagem do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, nos anos citados na investigação.

Daqui em diante, sempre poderá haver desconfiança sobre as decisões do Copom e dos movimentos de mercado decorrentes delas, caso o presidente do BC, Roberto Campos Neto, não venha a público dizer quais as medidas já em vigor ou futuras medidas que poderão ser adotadas para evitar a repetição desses alegados vazamentos.

O MPF e a PF investigam vazamentos de resultados da reunião do Copom ocorridos nos anos de 2010, 2011 e 2012, quando o BC era comandado por Henrique Meirelles – ainda no governo Luiz Inácio Lula da Silva – e por Alexandre Tombini, já na gestão de Dilma Rousseff. O favorecido desses vazamentos teria sido um fundo administrado pelo banco BTG.

Obviamente, é de se esperar um pronunciamento ou uma declaração de Henrique Meirelles e Alexandre Tombini. Mas o que interessa daqui em diante é um arcabouço de medidas para salvaguardar as decisões de suspeitas de vazamentos.

Verdade seja dita: não é de hoje que sempre se desconfiou de que os resultados do Copom vazassem para fontes privilegiadas do mercado. Sempre se falou de movimentos estranhos em ativos antecedendo algumas reuniões.

E essa suspeição vem de longa data – muito antes dos governos Lula e Dilma. Nos anos 90, por exemplo, era comum a reclamação de muitos interlocutores desta coluna que este ou aquele economista sempre acertava as decisões sobre a taxa de juros, mesmo as mais surpreendentes. O alvo era sempre um economista com enorme proximidade de quem estava no comando do governo em determinado momento.

Acontece que nunca houve uma delação premiada em que alguém falasse sobre isso, como no caso da delação de Antônio Palocci, ex-ministro nos governos de Lula e de Dilma.

Ao longo dos últimos anos, especialmente na gestão de Ilan Goldfajn, o BC deu passos largos na sua transparência, embora não a ponto de eliminar toda e qualquer suspeita sobre as decisões da autoridade monetária.

Foi positiva, por exemplo, a decisão de passar a divulgar a agenda de encontros de Ilan com participantes do mercado, embora sem a divulgação do teor da conversa.

Este colunista também já presenciou, no passado, diretores do BC em conversa com investidores em pleno período de silêncio que antecede a decisão do Copom, algo que já foi, inclusive, tema de colunas aqui.

Com a Operação Estrela Cadente, Roberto Campos Neto precisa adotar medidas para assegurar ao mercado que vazamentos do Copom – se acaso impossíveis de conter – serão alvo de um controle mais severo pelo BC.

A investigação do MPF e da PF se debruça sobre o passado, mas isso não significa que não haverá mais a sombra da suspeição sobre as próximas reuniões do Copom, especialmente as mais polêmicas ou as de resultado surpreendente.

Para o futuro, sem um posicionamento da atual diretoria do BC, o Copom ficará sob eterna suspeita. E isso não é bom. *É COLUNISTA DO BROADCAST

A divulgação da Operação Estrela Cadente, do Ministério Público Federal em São Paulo (MPF-SP) e da Polícia Federal, não arranha apenas a imagem do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, nos anos citados na investigação.

Daqui em diante, sempre poderá haver desconfiança sobre as decisões do Copom e dos movimentos de mercado decorrentes delas, caso o presidente do BC, Roberto Campos Neto, não venha a público dizer quais as medidas já em vigor ou futuras medidas que poderão ser adotadas para evitar a repetição desses alegados vazamentos.

O MPF e a PF investigam vazamentos de resultados da reunião do Copom ocorridos nos anos de 2010, 2011 e 2012, quando o BC era comandado por Henrique Meirelles – ainda no governo Luiz Inácio Lula da Silva – e por Alexandre Tombini, já na gestão de Dilma Rousseff. O favorecido desses vazamentos teria sido um fundo administrado pelo banco BTG.

Obviamente, é de se esperar um pronunciamento ou uma declaração de Henrique Meirelles e Alexandre Tombini. Mas o que interessa daqui em diante é um arcabouço de medidas para salvaguardar as decisões de suspeitas de vazamentos.

Verdade seja dita: não é de hoje que sempre se desconfiou de que os resultados do Copom vazassem para fontes privilegiadas do mercado. Sempre se falou de movimentos estranhos em ativos antecedendo algumas reuniões.

E essa suspeição vem de longa data – muito antes dos governos Lula e Dilma. Nos anos 90, por exemplo, era comum a reclamação de muitos interlocutores desta coluna que este ou aquele economista sempre acertava as decisões sobre a taxa de juros, mesmo as mais surpreendentes. O alvo era sempre um economista com enorme proximidade de quem estava no comando do governo em determinado momento.

Acontece que nunca houve uma delação premiada em que alguém falasse sobre isso, como no caso da delação de Antônio Palocci, ex-ministro nos governos de Lula e de Dilma.

Ao longo dos últimos anos, especialmente na gestão de Ilan Goldfajn, o BC deu passos largos na sua transparência, embora não a ponto de eliminar toda e qualquer suspeita sobre as decisões da autoridade monetária.

Foi positiva, por exemplo, a decisão de passar a divulgar a agenda de encontros de Ilan com participantes do mercado, embora sem a divulgação do teor da conversa.

Este colunista também já presenciou, no passado, diretores do BC em conversa com investidores em pleno período de silêncio que antecede a decisão do Copom, algo que já foi, inclusive, tema de colunas aqui.

Com a Operação Estrela Cadente, Roberto Campos Neto precisa adotar medidas para assegurar ao mercado que vazamentos do Copom – se acaso impossíveis de conter – serão alvo de um controle mais severo pelo BC.

A investigação do MPF e da PF se debruça sobre o passado, mas isso não significa que não haverá mais a sombra da suspeição sobre as próximas reuniões do Copom, especialmente as mais polêmicas ou as de resultado surpreendente.

Para o futuro, sem um posicionamento da atual diretoria do BC, o Copom ficará sob eterna suspeita. E isso não é bom. *É COLUNISTA DO BROADCAST

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