Jornalista e colunista do Broadcast

Opinião|O que acontecerá com a Selic a partir de janeiro? Falta de sinalização do BC será contraproducente


Mercado busca sinalizações do Copom sobre a trajetória da taxa de juros a partir do próximo ano, quando novos diretores indicados pelo governo Lula assumem

Por Fábio Alves
Atualização:

Na última reunião do Copom, a sinalização foi de que, nas “próximas reuniões”, o ritmo de corte da taxa Selic seria mantido em 0,50 ponto porcentual, o que foi interpretado como válido para as decisões desta quarta-feira, 1º de novembro, e de dezembro. Mas o que acontece a partir de janeiro de 2024, quando dois novos diretores do Banco Central indicados pelo governo Lula assumem o cargo?

É justamente alguma sinalização sobre os passos do Copom no ano que vem que muitos analistas esperam ver no comunicado que acompanhará a decisão desta quarta. Com a turbulência dos mercados globais, após a disparada dos juros de longo prazo dos Estados Unidos, há quem defenda que o BC reduza o ritmo de corte de juros para 0,25 ponto. Porém, há quem aposte que a redução da Selic seja acelerada para 0,75 ponto dada a desaceleração do núcleo da inflação, apontando para uma dinâmica futura mais benigna dos preços, além da recente perda de fôlego da economia brasileira.

Nas suas últimas aparições públicas, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deu mais ênfase à piora no cenário externo do que à melhora na inflação brasileira. Outros diretores do BC também já haviam dito que a barra era alta para acelerar o ritmo de corte da Selic. Não à toa, nas últimas semanas o mercado passou a prever uma taxa terminal mais alta ao fim do ciclo de corte de juros. Essa taxa terminal chegou perto de 9%, mas hoje está mais próxima de 10,50%.

continua após a publicidade

Diante dessa precificação, na prática, sem o BC ter feito qualquer mudança prematura na comunicação sobre os próximos passos da política monetária, as condições financeiras estão tão apertadas agora quanto estavam em março, mesmo depois de o Copom já ter cortado a Selic de 13,75% para os atuais 12,75%. Ou seja, o mercado fez parte do trabalho do Copom diante da piora acentuada do cenário externo, ao precificar um orçamento total menor de corte da Selic ao fim do ciclo. Com isso, a desvalorização do real foi muito menor do que a de outras moedas emergentes, em meio à disparada dos juros de longo prazo nos EUA. O dólar não se desgarrou da faixa de R$ 5,00.

Comitê de Política Monetária do Banco Central tem a tarefa de definir a Selic de forma a reduzir a inflação ao esperado Foto: André Dusek / Estadão

Assim, diante de tantas incertezas do que vai acontecer no cenário externo, com a tensão geopolítica e até o crescente temor do déficit fiscal nos EUA, não faz sentido o Copom mudar seu plano de voo agora. Ao contrário do que fez nos dois últimos comunicados, quando travou o ritmo de corte de juros em 0,50 ponto para as duas reuniões seguintes, se o Copom deixar em aberto o que acontecerá em janeiro a especulação do mercado poderá ser contraproducente para o BC.

Na última reunião do Copom, a sinalização foi de que, nas “próximas reuniões”, o ritmo de corte da taxa Selic seria mantido em 0,50 ponto porcentual, o que foi interpretado como válido para as decisões desta quarta-feira, 1º de novembro, e de dezembro. Mas o que acontece a partir de janeiro de 2024, quando dois novos diretores do Banco Central indicados pelo governo Lula assumem o cargo?

É justamente alguma sinalização sobre os passos do Copom no ano que vem que muitos analistas esperam ver no comunicado que acompanhará a decisão desta quarta. Com a turbulência dos mercados globais, após a disparada dos juros de longo prazo dos Estados Unidos, há quem defenda que o BC reduza o ritmo de corte de juros para 0,25 ponto. Porém, há quem aposte que a redução da Selic seja acelerada para 0,75 ponto dada a desaceleração do núcleo da inflação, apontando para uma dinâmica futura mais benigna dos preços, além da recente perda de fôlego da economia brasileira.

Nas suas últimas aparições públicas, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deu mais ênfase à piora no cenário externo do que à melhora na inflação brasileira. Outros diretores do BC também já haviam dito que a barra era alta para acelerar o ritmo de corte da Selic. Não à toa, nas últimas semanas o mercado passou a prever uma taxa terminal mais alta ao fim do ciclo de corte de juros. Essa taxa terminal chegou perto de 9%, mas hoje está mais próxima de 10,50%.

Diante dessa precificação, na prática, sem o BC ter feito qualquer mudança prematura na comunicação sobre os próximos passos da política monetária, as condições financeiras estão tão apertadas agora quanto estavam em março, mesmo depois de o Copom já ter cortado a Selic de 13,75% para os atuais 12,75%. Ou seja, o mercado fez parte do trabalho do Copom diante da piora acentuada do cenário externo, ao precificar um orçamento total menor de corte da Selic ao fim do ciclo. Com isso, a desvalorização do real foi muito menor do que a de outras moedas emergentes, em meio à disparada dos juros de longo prazo nos EUA. O dólar não se desgarrou da faixa de R$ 5,00.

Comitê de Política Monetária do Banco Central tem a tarefa de definir a Selic de forma a reduzir a inflação ao esperado Foto: André Dusek / Estadão

Assim, diante de tantas incertezas do que vai acontecer no cenário externo, com a tensão geopolítica e até o crescente temor do déficit fiscal nos EUA, não faz sentido o Copom mudar seu plano de voo agora. Ao contrário do que fez nos dois últimos comunicados, quando travou o ritmo de corte de juros em 0,50 ponto para as duas reuniões seguintes, se o Copom deixar em aberto o que acontecerá em janeiro a especulação do mercado poderá ser contraproducente para o BC.

Na última reunião do Copom, a sinalização foi de que, nas “próximas reuniões”, o ritmo de corte da taxa Selic seria mantido em 0,50 ponto porcentual, o que foi interpretado como válido para as decisões desta quarta-feira, 1º de novembro, e de dezembro. Mas o que acontece a partir de janeiro de 2024, quando dois novos diretores do Banco Central indicados pelo governo Lula assumem o cargo?

É justamente alguma sinalização sobre os passos do Copom no ano que vem que muitos analistas esperam ver no comunicado que acompanhará a decisão desta quarta. Com a turbulência dos mercados globais, após a disparada dos juros de longo prazo dos Estados Unidos, há quem defenda que o BC reduza o ritmo de corte de juros para 0,25 ponto. Porém, há quem aposte que a redução da Selic seja acelerada para 0,75 ponto dada a desaceleração do núcleo da inflação, apontando para uma dinâmica futura mais benigna dos preços, além da recente perda de fôlego da economia brasileira.

Nas suas últimas aparições públicas, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deu mais ênfase à piora no cenário externo do que à melhora na inflação brasileira. Outros diretores do BC também já haviam dito que a barra era alta para acelerar o ritmo de corte da Selic. Não à toa, nas últimas semanas o mercado passou a prever uma taxa terminal mais alta ao fim do ciclo de corte de juros. Essa taxa terminal chegou perto de 9%, mas hoje está mais próxima de 10,50%.

Diante dessa precificação, na prática, sem o BC ter feito qualquer mudança prematura na comunicação sobre os próximos passos da política monetária, as condições financeiras estão tão apertadas agora quanto estavam em março, mesmo depois de o Copom já ter cortado a Selic de 13,75% para os atuais 12,75%. Ou seja, o mercado fez parte do trabalho do Copom diante da piora acentuada do cenário externo, ao precificar um orçamento total menor de corte da Selic ao fim do ciclo. Com isso, a desvalorização do real foi muito menor do que a de outras moedas emergentes, em meio à disparada dos juros de longo prazo nos EUA. O dólar não se desgarrou da faixa de R$ 5,00.

Comitê de Política Monetária do Banco Central tem a tarefa de definir a Selic de forma a reduzir a inflação ao esperado Foto: André Dusek / Estadão

Assim, diante de tantas incertezas do que vai acontecer no cenário externo, com a tensão geopolítica e até o crescente temor do déficit fiscal nos EUA, não faz sentido o Copom mudar seu plano de voo agora. Ao contrário do que fez nos dois últimos comunicados, quando travou o ritmo de corte de juros em 0,50 ponto para as duas reuniões seguintes, se o Copom deixar em aberto o que acontecerá em janeiro a especulação do mercado poderá ser contraproducente para o BC.

Na última reunião do Copom, a sinalização foi de que, nas “próximas reuniões”, o ritmo de corte da taxa Selic seria mantido em 0,50 ponto porcentual, o que foi interpretado como válido para as decisões desta quarta-feira, 1º de novembro, e de dezembro. Mas o que acontece a partir de janeiro de 2024, quando dois novos diretores do Banco Central indicados pelo governo Lula assumem o cargo?

É justamente alguma sinalização sobre os passos do Copom no ano que vem que muitos analistas esperam ver no comunicado que acompanhará a decisão desta quarta. Com a turbulência dos mercados globais, após a disparada dos juros de longo prazo dos Estados Unidos, há quem defenda que o BC reduza o ritmo de corte de juros para 0,25 ponto. Porém, há quem aposte que a redução da Selic seja acelerada para 0,75 ponto dada a desaceleração do núcleo da inflação, apontando para uma dinâmica futura mais benigna dos preços, além da recente perda de fôlego da economia brasileira.

Nas suas últimas aparições públicas, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deu mais ênfase à piora no cenário externo do que à melhora na inflação brasileira. Outros diretores do BC também já haviam dito que a barra era alta para acelerar o ritmo de corte da Selic. Não à toa, nas últimas semanas o mercado passou a prever uma taxa terminal mais alta ao fim do ciclo de corte de juros. Essa taxa terminal chegou perto de 9%, mas hoje está mais próxima de 10,50%.

Diante dessa precificação, na prática, sem o BC ter feito qualquer mudança prematura na comunicação sobre os próximos passos da política monetária, as condições financeiras estão tão apertadas agora quanto estavam em março, mesmo depois de o Copom já ter cortado a Selic de 13,75% para os atuais 12,75%. Ou seja, o mercado fez parte do trabalho do Copom diante da piora acentuada do cenário externo, ao precificar um orçamento total menor de corte da Selic ao fim do ciclo. Com isso, a desvalorização do real foi muito menor do que a de outras moedas emergentes, em meio à disparada dos juros de longo prazo nos EUA. O dólar não se desgarrou da faixa de R$ 5,00.

Comitê de Política Monetária do Banco Central tem a tarefa de definir a Selic de forma a reduzir a inflação ao esperado Foto: André Dusek / Estadão

Assim, diante de tantas incertezas do que vai acontecer no cenário externo, com a tensão geopolítica e até o crescente temor do déficit fiscal nos EUA, não faz sentido o Copom mudar seu plano de voo agora. Ao contrário do que fez nos dois últimos comunicados, quando travou o ritmo de corte de juros em 0,50 ponto para as duas reuniões seguintes, se o Copom deixar em aberto o que acontecerá em janeiro a especulação do mercado poderá ser contraproducente para o BC.

Na última reunião do Copom, a sinalização foi de que, nas “próximas reuniões”, o ritmo de corte da taxa Selic seria mantido em 0,50 ponto porcentual, o que foi interpretado como válido para as decisões desta quarta-feira, 1º de novembro, e de dezembro. Mas o que acontece a partir de janeiro de 2024, quando dois novos diretores do Banco Central indicados pelo governo Lula assumem o cargo?

É justamente alguma sinalização sobre os passos do Copom no ano que vem que muitos analistas esperam ver no comunicado que acompanhará a decisão desta quarta. Com a turbulência dos mercados globais, após a disparada dos juros de longo prazo dos Estados Unidos, há quem defenda que o BC reduza o ritmo de corte de juros para 0,25 ponto. Porém, há quem aposte que a redução da Selic seja acelerada para 0,75 ponto dada a desaceleração do núcleo da inflação, apontando para uma dinâmica futura mais benigna dos preços, além da recente perda de fôlego da economia brasileira.

Nas suas últimas aparições públicas, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, deu mais ênfase à piora no cenário externo do que à melhora na inflação brasileira. Outros diretores do BC também já haviam dito que a barra era alta para acelerar o ritmo de corte da Selic. Não à toa, nas últimas semanas o mercado passou a prever uma taxa terminal mais alta ao fim do ciclo de corte de juros. Essa taxa terminal chegou perto de 9%, mas hoje está mais próxima de 10,50%.

Diante dessa precificação, na prática, sem o BC ter feito qualquer mudança prematura na comunicação sobre os próximos passos da política monetária, as condições financeiras estão tão apertadas agora quanto estavam em março, mesmo depois de o Copom já ter cortado a Selic de 13,75% para os atuais 12,75%. Ou seja, o mercado fez parte do trabalho do Copom diante da piora acentuada do cenário externo, ao precificar um orçamento total menor de corte da Selic ao fim do ciclo. Com isso, a desvalorização do real foi muito menor do que a de outras moedas emergentes, em meio à disparada dos juros de longo prazo nos EUA. O dólar não se desgarrou da faixa de R$ 5,00.

Comitê de Política Monetária do Banco Central tem a tarefa de definir a Selic de forma a reduzir a inflação ao esperado Foto: André Dusek / Estadão

Assim, diante de tantas incertezas do que vai acontecer no cenário externo, com a tensão geopolítica e até o crescente temor do déficit fiscal nos EUA, não faz sentido o Copom mudar seu plano de voo agora. Ao contrário do que fez nos dois últimos comunicados, quando travou o ritmo de corte de juros em 0,50 ponto para as duas reuniões seguintes, se o Copom deixar em aberto o que acontecerá em janeiro a especulação do mercado poderá ser contraproducente para o BC.

Opinião por Fábio Alves

Colunista do Broadcast

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.