Jornalista e colunista do Broadcast

Opinião|Corte mais agressivo do Copom é completamente justificável, mas a questão é como será comunicado


Melhora da economia desde a última reunião pode levar a uma redução maior do que a esperada pelo mercado

Por Fábio Alves

A maioria dos economistas está apostando numa queda de 0,25 ponto porcentual da taxa Selic, para 13,50%, ao fim da reunião desta quarta-feira, do Copom, mas uma parcela nada desprezível dos analistas acredita que o corte de juros será mais agressivo, de 0,50 ponto, como quer o governo Lula.

Na ata da sua última reunião, em junho, o Copom sinalizou para a decisão desta quarta o início de “um processo parcimonioso” de afrouxamento monetário, o que o mercado interpretou como um corte mais cauteloso, de 0,25 ponto. Todavia, desde essa última reunião os fundamentos melhoraram a ponto de uma redução mais agressiva, de 0,50 ponto, ser completamente justificável.

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De lá para cá, a inflação corrente registrou importante desaceleração, em particular do seu núcleo, em direção ao limite superior da meta perseguida pelo Banco Central; as expectativas inflacionárias para 2023 e 2024 seguiram caindo; e o dólar teve queda relevante, de R$ 4,85 para ao redor de R$ 4,75. Além disso, os indicadores recentes mostram que a demanda doméstica já está sentindo o impacto de todo o aperto da política monetária até agora.

A questão, portanto, não é o Copom já começar o ciclo de corte da Selic com uma redução de 0,50 ponto, como o governo quer. Mas como um corte dessa magnitude será comunicado. Ou seja, como o Copom irá sinalizar seus próximos passos, restando mais três decisões sobre a taxa de juros até o fim do ano.

Se, além da redução desta quarta de 0,50 ponto, o Copom sinalizar que o ritmo de corte de juros seguirá o mesmo nas outras três reuniões, numa queda de 2 pontos porcentuais da Selic até o fim do ano, o mercado poderá avaliar que esse afrouxamento da política monetária está corroborado pelo balanço de riscos da inflação.

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Banco Central publica decisão sobre juros do Copom nesta quarta, 02 Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

O problema será se o Copom sinalizar que o ritmo de redução da Selic poderá ser acelerado para 0,75 ponto nas próximas reuniões. Isso poderá acontecer, inclusive, se houver já votos dissidentes nesta reunião para um corte até mais agressivo. Não seria uma surpresa se os novos diretores Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Ailton Aquino (Fiscalização), indicados pelo governo, surgirem como vozes dissidentes, caso a decisão seja por um corte de apenas 0,25 ponto ou até mesmo de magnitude maior.

Um ritmo de redução da Selic de 0,75 ponto nas reuniões restantes do Copom poderá ser mal recebido, causando, entre outras coisas, enfraquecimento do câmbio, ao deixar o diferencial de juros com os Estados Unidos, por exemplo, menos atraente, além de prejudicar o controle das expectativas de inflação no médio prazo.

A maioria dos economistas está apostando numa queda de 0,25 ponto porcentual da taxa Selic, para 13,50%, ao fim da reunião desta quarta-feira, do Copom, mas uma parcela nada desprezível dos analistas acredita que o corte de juros será mais agressivo, de 0,50 ponto, como quer o governo Lula.

Na ata da sua última reunião, em junho, o Copom sinalizou para a decisão desta quarta o início de “um processo parcimonioso” de afrouxamento monetário, o que o mercado interpretou como um corte mais cauteloso, de 0,25 ponto. Todavia, desde essa última reunião os fundamentos melhoraram a ponto de uma redução mais agressiva, de 0,50 ponto, ser completamente justificável.

De lá para cá, a inflação corrente registrou importante desaceleração, em particular do seu núcleo, em direção ao limite superior da meta perseguida pelo Banco Central; as expectativas inflacionárias para 2023 e 2024 seguiram caindo; e o dólar teve queda relevante, de R$ 4,85 para ao redor de R$ 4,75. Além disso, os indicadores recentes mostram que a demanda doméstica já está sentindo o impacto de todo o aperto da política monetária até agora.

A questão, portanto, não é o Copom já começar o ciclo de corte da Selic com uma redução de 0,50 ponto, como o governo quer. Mas como um corte dessa magnitude será comunicado. Ou seja, como o Copom irá sinalizar seus próximos passos, restando mais três decisões sobre a taxa de juros até o fim do ano.

Se, além da redução desta quarta de 0,50 ponto, o Copom sinalizar que o ritmo de corte de juros seguirá o mesmo nas outras três reuniões, numa queda de 2 pontos porcentuais da Selic até o fim do ano, o mercado poderá avaliar que esse afrouxamento da política monetária está corroborado pelo balanço de riscos da inflação.

Banco Central publica decisão sobre juros do Copom nesta quarta, 02 Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

O problema será se o Copom sinalizar que o ritmo de redução da Selic poderá ser acelerado para 0,75 ponto nas próximas reuniões. Isso poderá acontecer, inclusive, se houver já votos dissidentes nesta reunião para um corte até mais agressivo. Não seria uma surpresa se os novos diretores Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Ailton Aquino (Fiscalização), indicados pelo governo, surgirem como vozes dissidentes, caso a decisão seja por um corte de apenas 0,25 ponto ou até mesmo de magnitude maior.

Um ritmo de redução da Selic de 0,75 ponto nas reuniões restantes do Copom poderá ser mal recebido, causando, entre outras coisas, enfraquecimento do câmbio, ao deixar o diferencial de juros com os Estados Unidos, por exemplo, menos atraente, além de prejudicar o controle das expectativas de inflação no médio prazo.

A maioria dos economistas está apostando numa queda de 0,25 ponto porcentual da taxa Selic, para 13,50%, ao fim da reunião desta quarta-feira, do Copom, mas uma parcela nada desprezível dos analistas acredita que o corte de juros será mais agressivo, de 0,50 ponto, como quer o governo Lula.

Na ata da sua última reunião, em junho, o Copom sinalizou para a decisão desta quarta o início de “um processo parcimonioso” de afrouxamento monetário, o que o mercado interpretou como um corte mais cauteloso, de 0,25 ponto. Todavia, desde essa última reunião os fundamentos melhoraram a ponto de uma redução mais agressiva, de 0,50 ponto, ser completamente justificável.

De lá para cá, a inflação corrente registrou importante desaceleração, em particular do seu núcleo, em direção ao limite superior da meta perseguida pelo Banco Central; as expectativas inflacionárias para 2023 e 2024 seguiram caindo; e o dólar teve queda relevante, de R$ 4,85 para ao redor de R$ 4,75. Além disso, os indicadores recentes mostram que a demanda doméstica já está sentindo o impacto de todo o aperto da política monetária até agora.

A questão, portanto, não é o Copom já começar o ciclo de corte da Selic com uma redução de 0,50 ponto, como o governo quer. Mas como um corte dessa magnitude será comunicado. Ou seja, como o Copom irá sinalizar seus próximos passos, restando mais três decisões sobre a taxa de juros até o fim do ano.

Se, além da redução desta quarta de 0,50 ponto, o Copom sinalizar que o ritmo de corte de juros seguirá o mesmo nas outras três reuniões, numa queda de 2 pontos porcentuais da Selic até o fim do ano, o mercado poderá avaliar que esse afrouxamento da política monetária está corroborado pelo balanço de riscos da inflação.

Banco Central publica decisão sobre juros do Copom nesta quarta, 02 Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

O problema será se o Copom sinalizar que o ritmo de redução da Selic poderá ser acelerado para 0,75 ponto nas próximas reuniões. Isso poderá acontecer, inclusive, se houver já votos dissidentes nesta reunião para um corte até mais agressivo. Não seria uma surpresa se os novos diretores Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Ailton Aquino (Fiscalização), indicados pelo governo, surgirem como vozes dissidentes, caso a decisão seja por um corte de apenas 0,25 ponto ou até mesmo de magnitude maior.

Um ritmo de redução da Selic de 0,75 ponto nas reuniões restantes do Copom poderá ser mal recebido, causando, entre outras coisas, enfraquecimento do câmbio, ao deixar o diferencial de juros com os Estados Unidos, por exemplo, menos atraente, além de prejudicar o controle das expectativas de inflação no médio prazo.

A maioria dos economistas está apostando numa queda de 0,25 ponto porcentual da taxa Selic, para 13,50%, ao fim da reunião desta quarta-feira, do Copom, mas uma parcela nada desprezível dos analistas acredita que o corte de juros será mais agressivo, de 0,50 ponto, como quer o governo Lula.

Na ata da sua última reunião, em junho, o Copom sinalizou para a decisão desta quarta o início de “um processo parcimonioso” de afrouxamento monetário, o que o mercado interpretou como um corte mais cauteloso, de 0,25 ponto. Todavia, desde essa última reunião os fundamentos melhoraram a ponto de uma redução mais agressiva, de 0,50 ponto, ser completamente justificável.

De lá para cá, a inflação corrente registrou importante desaceleração, em particular do seu núcleo, em direção ao limite superior da meta perseguida pelo Banco Central; as expectativas inflacionárias para 2023 e 2024 seguiram caindo; e o dólar teve queda relevante, de R$ 4,85 para ao redor de R$ 4,75. Além disso, os indicadores recentes mostram que a demanda doméstica já está sentindo o impacto de todo o aperto da política monetária até agora.

A questão, portanto, não é o Copom já começar o ciclo de corte da Selic com uma redução de 0,50 ponto, como o governo quer. Mas como um corte dessa magnitude será comunicado. Ou seja, como o Copom irá sinalizar seus próximos passos, restando mais três decisões sobre a taxa de juros até o fim do ano.

Se, além da redução desta quarta de 0,50 ponto, o Copom sinalizar que o ritmo de corte de juros seguirá o mesmo nas outras três reuniões, numa queda de 2 pontos porcentuais da Selic até o fim do ano, o mercado poderá avaliar que esse afrouxamento da política monetária está corroborado pelo balanço de riscos da inflação.

Banco Central publica decisão sobre juros do Copom nesta quarta, 02 Foto: Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

O problema será se o Copom sinalizar que o ritmo de redução da Selic poderá ser acelerado para 0,75 ponto nas próximas reuniões. Isso poderá acontecer, inclusive, se houver já votos dissidentes nesta reunião para um corte até mais agressivo. Não seria uma surpresa se os novos diretores Gabriel Galípolo (Política Monetária) e Ailton Aquino (Fiscalização), indicados pelo governo, surgirem como vozes dissidentes, caso a decisão seja por um corte de apenas 0,25 ponto ou até mesmo de magnitude maior.

Um ritmo de redução da Selic de 0,75 ponto nas reuniões restantes do Copom poderá ser mal recebido, causando, entre outras coisas, enfraquecimento do câmbio, ao deixar o diferencial de juros com os Estados Unidos, por exemplo, menos atraente, além de prejudicar o controle das expectativas de inflação no médio prazo.

Opinião por Fábio Alves

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