Jornalista e colunista do Broadcast

Opinião|Últimas eleições têm colocado em xeque antigas máximas do mundo político


Nos Estados Unidos e no Brasil, desempenho da economia não tem garantido mais votos a quem representa o governo atual

Por Fábio Alves

Num quadro do Saturday Night Live, famoso programa humorístico da TV americana, a comediante Maya Rudolph, interpretando a candidata Kamala Harris, quando indagada por que ainda não tinha uma vantagem esmagadora na corrida presidencial contra Donald Trump mesmo após sua campanha ter arrecadado US$ 1 bilhão em doações, responde num misto de choro e risada: “É a pergunta que eu faço gritando no meu travesseiro todas as manhãs”.

As últimas eleições nos EUA, no Brasil e em outros países têm colocado de ponta-cabeça máximas antes tidas como absolutas: a de que uma montanha de dinheiro em doações e tempo de propaganda de rádio e TV bastam para vencer um pleito. Mas há outro conceito tido como um dos mandamentos políticos intocáveis que também pode estar na guilhotina: “É a economia, estúpido!”.

Se o desempenho da economia ainda fosse um fator tão decisivo quanto no passado, era para Kamala estar agora com larga vantagem ante Trump nas pesquisas de intenções de voto. Em setembro, a economia americana criou 254 mil empregos, enquanto a previsão era de apenas 140 mil vagas. Foi o 45.º mês consecutivo de criação líquida positiva de empregos nos EUA. Já a taxa de desemprego cedeu para 4,1%, muito baixa historicamente.

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Em setembro, o ganho médio salarial por hora foi de 0,4%, acima da inflação do mês, de 0,2%. A taxa anual de inflação desacelerou para 2,4% em setembro, menor nível desde fevereiro de 2021. Já boa parte dos eleitores considera que a economia americana vai mal, apesar dos números acima. A inflação pode até ter cedido, mas os preços permanecem em patamar elevado. Não à toa, nas últimas pesquisas Kamala e Trump estão tecnicamente empatados.

Se máximas comuns da política estivessem fazendo sentido, Kamala deveria estar com larga vantagem em relação à Trump Foto: Alex Brandon / AP

No Brasil, o PT, partido do presidente Lula, teve um desempenho fraco nas eleições municipais. Chega a ser surpreendente ao se levar em conta os números da economia brasileira em 2024: o PIB do segundo trimestre surpreendeu ao crescer 1,4% ante o do primeiro trimestre, quando o mercado previa alta de 0,9%. Do início do ano até agosto, 1,7 milhão de empregos formais foram criados, ante 1,4 milhão em igual período de 2023. Em agosto, a taxa de desemprego caiu para 6,6%, menor nível para o mês da série histórica do IBGE.

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Em 2010, o forte desempenho da economia permitiu a Lula eleger um poste, pois, naquele pleito, Dilma Rousseff ainda era uma desconhecida no cenário nacional. A realidade agora é de que, se na eleição presidencial de 2026 a economia estiver mal, o humor do eleitor certamente azedará. Mas o contrário já não é mais a garantia de vitória.

Num quadro do Saturday Night Live, famoso programa humorístico da TV americana, a comediante Maya Rudolph, interpretando a candidata Kamala Harris, quando indagada por que ainda não tinha uma vantagem esmagadora na corrida presidencial contra Donald Trump mesmo após sua campanha ter arrecadado US$ 1 bilhão em doações, responde num misto de choro e risada: “É a pergunta que eu faço gritando no meu travesseiro todas as manhãs”.

As últimas eleições nos EUA, no Brasil e em outros países têm colocado de ponta-cabeça máximas antes tidas como absolutas: a de que uma montanha de dinheiro em doações e tempo de propaganda de rádio e TV bastam para vencer um pleito. Mas há outro conceito tido como um dos mandamentos políticos intocáveis que também pode estar na guilhotina: “É a economia, estúpido!”.

Se o desempenho da economia ainda fosse um fator tão decisivo quanto no passado, era para Kamala estar agora com larga vantagem ante Trump nas pesquisas de intenções de voto. Em setembro, a economia americana criou 254 mil empregos, enquanto a previsão era de apenas 140 mil vagas. Foi o 45.º mês consecutivo de criação líquida positiva de empregos nos EUA. Já a taxa de desemprego cedeu para 4,1%, muito baixa historicamente.

Em setembro, o ganho médio salarial por hora foi de 0,4%, acima da inflação do mês, de 0,2%. A taxa anual de inflação desacelerou para 2,4% em setembro, menor nível desde fevereiro de 2021. Já boa parte dos eleitores considera que a economia americana vai mal, apesar dos números acima. A inflação pode até ter cedido, mas os preços permanecem em patamar elevado. Não à toa, nas últimas pesquisas Kamala e Trump estão tecnicamente empatados.

Se máximas comuns da política estivessem fazendo sentido, Kamala deveria estar com larga vantagem em relação à Trump Foto: Alex Brandon / AP

No Brasil, o PT, partido do presidente Lula, teve um desempenho fraco nas eleições municipais. Chega a ser surpreendente ao se levar em conta os números da economia brasileira em 2024: o PIB do segundo trimestre surpreendeu ao crescer 1,4% ante o do primeiro trimestre, quando o mercado previa alta de 0,9%. Do início do ano até agosto, 1,7 milhão de empregos formais foram criados, ante 1,4 milhão em igual período de 2023. Em agosto, a taxa de desemprego caiu para 6,6%, menor nível para o mês da série histórica do IBGE.

Em 2010, o forte desempenho da economia permitiu a Lula eleger um poste, pois, naquele pleito, Dilma Rousseff ainda era uma desconhecida no cenário nacional. A realidade agora é de que, se na eleição presidencial de 2026 a economia estiver mal, o humor do eleitor certamente azedará. Mas o contrário já não é mais a garantia de vitória.

Num quadro do Saturday Night Live, famoso programa humorístico da TV americana, a comediante Maya Rudolph, interpretando a candidata Kamala Harris, quando indagada por que ainda não tinha uma vantagem esmagadora na corrida presidencial contra Donald Trump mesmo após sua campanha ter arrecadado US$ 1 bilhão em doações, responde num misto de choro e risada: “É a pergunta que eu faço gritando no meu travesseiro todas as manhãs”.

As últimas eleições nos EUA, no Brasil e em outros países têm colocado de ponta-cabeça máximas antes tidas como absolutas: a de que uma montanha de dinheiro em doações e tempo de propaganda de rádio e TV bastam para vencer um pleito. Mas há outro conceito tido como um dos mandamentos políticos intocáveis que também pode estar na guilhotina: “É a economia, estúpido!”.

Se o desempenho da economia ainda fosse um fator tão decisivo quanto no passado, era para Kamala estar agora com larga vantagem ante Trump nas pesquisas de intenções de voto. Em setembro, a economia americana criou 254 mil empregos, enquanto a previsão era de apenas 140 mil vagas. Foi o 45.º mês consecutivo de criação líquida positiva de empregos nos EUA. Já a taxa de desemprego cedeu para 4,1%, muito baixa historicamente.

Em setembro, o ganho médio salarial por hora foi de 0,4%, acima da inflação do mês, de 0,2%. A taxa anual de inflação desacelerou para 2,4% em setembro, menor nível desde fevereiro de 2021. Já boa parte dos eleitores considera que a economia americana vai mal, apesar dos números acima. A inflação pode até ter cedido, mas os preços permanecem em patamar elevado. Não à toa, nas últimas pesquisas Kamala e Trump estão tecnicamente empatados.

Se máximas comuns da política estivessem fazendo sentido, Kamala deveria estar com larga vantagem em relação à Trump Foto: Alex Brandon / AP

No Brasil, o PT, partido do presidente Lula, teve um desempenho fraco nas eleições municipais. Chega a ser surpreendente ao se levar em conta os números da economia brasileira em 2024: o PIB do segundo trimestre surpreendeu ao crescer 1,4% ante o do primeiro trimestre, quando o mercado previa alta de 0,9%. Do início do ano até agosto, 1,7 milhão de empregos formais foram criados, ante 1,4 milhão em igual período de 2023. Em agosto, a taxa de desemprego caiu para 6,6%, menor nível para o mês da série histórica do IBGE.

Em 2010, o forte desempenho da economia permitiu a Lula eleger um poste, pois, naquele pleito, Dilma Rousseff ainda era uma desconhecida no cenário nacional. A realidade agora é de que, se na eleição presidencial de 2026 a economia estiver mal, o humor do eleitor certamente azedará. Mas o contrário já não é mais a garantia de vitória.

Num quadro do Saturday Night Live, famoso programa humorístico da TV americana, a comediante Maya Rudolph, interpretando a candidata Kamala Harris, quando indagada por que ainda não tinha uma vantagem esmagadora na corrida presidencial contra Donald Trump mesmo após sua campanha ter arrecadado US$ 1 bilhão em doações, responde num misto de choro e risada: “É a pergunta que eu faço gritando no meu travesseiro todas as manhãs”.

As últimas eleições nos EUA, no Brasil e em outros países têm colocado de ponta-cabeça máximas antes tidas como absolutas: a de que uma montanha de dinheiro em doações e tempo de propaganda de rádio e TV bastam para vencer um pleito. Mas há outro conceito tido como um dos mandamentos políticos intocáveis que também pode estar na guilhotina: “É a economia, estúpido!”.

Se o desempenho da economia ainda fosse um fator tão decisivo quanto no passado, era para Kamala estar agora com larga vantagem ante Trump nas pesquisas de intenções de voto. Em setembro, a economia americana criou 254 mil empregos, enquanto a previsão era de apenas 140 mil vagas. Foi o 45.º mês consecutivo de criação líquida positiva de empregos nos EUA. Já a taxa de desemprego cedeu para 4,1%, muito baixa historicamente.

Em setembro, o ganho médio salarial por hora foi de 0,4%, acima da inflação do mês, de 0,2%. A taxa anual de inflação desacelerou para 2,4% em setembro, menor nível desde fevereiro de 2021. Já boa parte dos eleitores considera que a economia americana vai mal, apesar dos números acima. A inflação pode até ter cedido, mas os preços permanecem em patamar elevado. Não à toa, nas últimas pesquisas Kamala e Trump estão tecnicamente empatados.

Se máximas comuns da política estivessem fazendo sentido, Kamala deveria estar com larga vantagem em relação à Trump Foto: Alex Brandon / AP

No Brasil, o PT, partido do presidente Lula, teve um desempenho fraco nas eleições municipais. Chega a ser surpreendente ao se levar em conta os números da economia brasileira em 2024: o PIB do segundo trimestre surpreendeu ao crescer 1,4% ante o do primeiro trimestre, quando o mercado previa alta de 0,9%. Do início do ano até agosto, 1,7 milhão de empregos formais foram criados, ante 1,4 milhão em igual período de 2023. Em agosto, a taxa de desemprego caiu para 6,6%, menor nível para o mês da série histórica do IBGE.

Em 2010, o forte desempenho da economia permitiu a Lula eleger um poste, pois, naquele pleito, Dilma Rousseff ainda era uma desconhecida no cenário nacional. A realidade agora é de que, se na eleição presidencial de 2026 a economia estiver mal, o humor do eleitor certamente azedará. Mas o contrário já não é mais a garantia de vitória.

Opinião por Fábio Alves

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