Jornalista e colunista do Broadcast

Opinião|Estratégia mais cautelosa do Copom seria não mudar nada na comunicação


A qualquer momento, o BC poderá guiar as expectativas do mercado para as próximas reuniões

Por Fábio Alves

Há três desfechos possíveis para a reunião desta quarta-feira, 13, do Copom, além do já amplamente esperado e telegrafado corte da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 11,75%, e todos têm a ver com a comunicação do Banco Central para os próximos passos da política monetária.

O primeiro deles é o comunicado do Copom ficar inalterado em relação à sinalização dada na sua última reunião: de que antevê uma redução dos juros na mesma magnitude nas próximas reuniões – assim, no plural. Essa indicação levou o mercado a fazer a seguinte interpretação: o Copom iria baixar os juros ao ritmo de 0,50 ponto nesta quarta e também no seu encontro em janeiro de 2024. Se repetir isso agora, o mercado vai entender que esse será o ritmo em janeiro e em março.

Mas, desde então, os últimos índices de inflação vieram abaixo das projeções, indicando uma dinâmica benigna para os preços. Além disso, o mercado externo desanuviou, após a recente disparada nos juros de longo prazo dos Estados Unidos, uma referência para o apetite de risco dos investidores globais. Ou seja, dois riscos importantes para o BC ficaram mais brandos. Não à toa, uma parcela crescente de analistas começou a apostar que o Copom poderia acelerar o corte da Selic de 0,50 ponto para 0,75 ponto.

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O segundo desfecho possível é o Copom manter a sinalização de “nas próximas reuniões”, de novo no plural, porém condicionar essa sinalização e deixar a entender que isso não está escrito em pedra. E poderá condicionar esse trecho ao acrescentar que tal postura poderá ser revista a cada reunião conforme mudanças nos cenários doméstico e externo. Assim, abre a porta para o corte de 0,75 ponto.

Comunicação do Banco Central será fundamental para as expectativas do mercado Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

A terceira opção seria simplesmente alterar o comunicado e dizer que o corte de 0,50 ponto valerá para a “próxima reunião” – no singular. Nesse caso, o mercado entenderia que, em breve, uma redução de 0,75 ponto estaria praticamente garantida. Essa última sinalização causaria maior impacto nos preços dos ativos, como a ponta curta da curva de juros e o câmbio.

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Apesar da crescente pressão de parte do mercado para acelerar o ritmo de afrouxamento monetário, a estratégia mais cautelosa seria o Copom não mudar nada na sinalização nem mesmo condicioná-la. Até a reunião no fim de janeiro, o BC vai ter maior clareza sobre o que acontecerá com a política monetária nos EUA, a trajetória da inflação e o risco fiscal no Brasil. A qualquer momento, o BC poderá guiar as expectativas do mercado sobre o que vai fazer. Agora, há muitas incertezas. Para que mexer numa sinalização que está dando certo?

Há três desfechos possíveis para a reunião desta quarta-feira, 13, do Copom, além do já amplamente esperado e telegrafado corte da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 11,75%, e todos têm a ver com a comunicação do Banco Central para os próximos passos da política monetária.

O primeiro deles é o comunicado do Copom ficar inalterado em relação à sinalização dada na sua última reunião: de que antevê uma redução dos juros na mesma magnitude nas próximas reuniões – assim, no plural. Essa indicação levou o mercado a fazer a seguinte interpretação: o Copom iria baixar os juros ao ritmo de 0,50 ponto nesta quarta e também no seu encontro em janeiro de 2024. Se repetir isso agora, o mercado vai entender que esse será o ritmo em janeiro e em março.

Mas, desde então, os últimos índices de inflação vieram abaixo das projeções, indicando uma dinâmica benigna para os preços. Além disso, o mercado externo desanuviou, após a recente disparada nos juros de longo prazo dos Estados Unidos, uma referência para o apetite de risco dos investidores globais. Ou seja, dois riscos importantes para o BC ficaram mais brandos. Não à toa, uma parcela crescente de analistas começou a apostar que o Copom poderia acelerar o corte da Selic de 0,50 ponto para 0,75 ponto.

O segundo desfecho possível é o Copom manter a sinalização de “nas próximas reuniões”, de novo no plural, porém condicionar essa sinalização e deixar a entender que isso não está escrito em pedra. E poderá condicionar esse trecho ao acrescentar que tal postura poderá ser revista a cada reunião conforme mudanças nos cenários doméstico e externo. Assim, abre a porta para o corte de 0,75 ponto.

Comunicação do Banco Central será fundamental para as expectativas do mercado Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

A terceira opção seria simplesmente alterar o comunicado e dizer que o corte de 0,50 ponto valerá para a “próxima reunião” – no singular. Nesse caso, o mercado entenderia que, em breve, uma redução de 0,75 ponto estaria praticamente garantida. Essa última sinalização causaria maior impacto nos preços dos ativos, como a ponta curta da curva de juros e o câmbio.

Apesar da crescente pressão de parte do mercado para acelerar o ritmo de afrouxamento monetário, a estratégia mais cautelosa seria o Copom não mudar nada na sinalização nem mesmo condicioná-la. Até a reunião no fim de janeiro, o BC vai ter maior clareza sobre o que acontecerá com a política monetária nos EUA, a trajetória da inflação e o risco fiscal no Brasil. A qualquer momento, o BC poderá guiar as expectativas do mercado sobre o que vai fazer. Agora, há muitas incertezas. Para que mexer numa sinalização que está dando certo?

Há três desfechos possíveis para a reunião desta quarta-feira, 13, do Copom, além do já amplamente esperado e telegrafado corte da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 11,75%, e todos têm a ver com a comunicação do Banco Central para os próximos passos da política monetária.

O primeiro deles é o comunicado do Copom ficar inalterado em relação à sinalização dada na sua última reunião: de que antevê uma redução dos juros na mesma magnitude nas próximas reuniões – assim, no plural. Essa indicação levou o mercado a fazer a seguinte interpretação: o Copom iria baixar os juros ao ritmo de 0,50 ponto nesta quarta e também no seu encontro em janeiro de 2024. Se repetir isso agora, o mercado vai entender que esse será o ritmo em janeiro e em março.

Mas, desde então, os últimos índices de inflação vieram abaixo das projeções, indicando uma dinâmica benigna para os preços. Além disso, o mercado externo desanuviou, após a recente disparada nos juros de longo prazo dos Estados Unidos, uma referência para o apetite de risco dos investidores globais. Ou seja, dois riscos importantes para o BC ficaram mais brandos. Não à toa, uma parcela crescente de analistas começou a apostar que o Copom poderia acelerar o corte da Selic de 0,50 ponto para 0,75 ponto.

O segundo desfecho possível é o Copom manter a sinalização de “nas próximas reuniões”, de novo no plural, porém condicionar essa sinalização e deixar a entender que isso não está escrito em pedra. E poderá condicionar esse trecho ao acrescentar que tal postura poderá ser revista a cada reunião conforme mudanças nos cenários doméstico e externo. Assim, abre a porta para o corte de 0,75 ponto.

Comunicação do Banco Central será fundamental para as expectativas do mercado Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

A terceira opção seria simplesmente alterar o comunicado e dizer que o corte de 0,50 ponto valerá para a “próxima reunião” – no singular. Nesse caso, o mercado entenderia que, em breve, uma redução de 0,75 ponto estaria praticamente garantida. Essa última sinalização causaria maior impacto nos preços dos ativos, como a ponta curta da curva de juros e o câmbio.

Apesar da crescente pressão de parte do mercado para acelerar o ritmo de afrouxamento monetário, a estratégia mais cautelosa seria o Copom não mudar nada na sinalização nem mesmo condicioná-la. Até a reunião no fim de janeiro, o BC vai ter maior clareza sobre o que acontecerá com a política monetária nos EUA, a trajetória da inflação e o risco fiscal no Brasil. A qualquer momento, o BC poderá guiar as expectativas do mercado sobre o que vai fazer. Agora, há muitas incertezas. Para que mexer numa sinalização que está dando certo?

Há três desfechos possíveis para a reunião desta quarta-feira, 13, do Copom, além do já amplamente esperado e telegrafado corte da taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 11,75%, e todos têm a ver com a comunicação do Banco Central para os próximos passos da política monetária.

O primeiro deles é o comunicado do Copom ficar inalterado em relação à sinalização dada na sua última reunião: de que antevê uma redução dos juros na mesma magnitude nas próximas reuniões – assim, no plural. Essa indicação levou o mercado a fazer a seguinte interpretação: o Copom iria baixar os juros ao ritmo de 0,50 ponto nesta quarta e também no seu encontro em janeiro de 2024. Se repetir isso agora, o mercado vai entender que esse será o ritmo em janeiro e em março.

Mas, desde então, os últimos índices de inflação vieram abaixo das projeções, indicando uma dinâmica benigna para os preços. Além disso, o mercado externo desanuviou, após a recente disparada nos juros de longo prazo dos Estados Unidos, uma referência para o apetite de risco dos investidores globais. Ou seja, dois riscos importantes para o BC ficaram mais brandos. Não à toa, uma parcela crescente de analistas começou a apostar que o Copom poderia acelerar o corte da Selic de 0,50 ponto para 0,75 ponto.

O segundo desfecho possível é o Copom manter a sinalização de “nas próximas reuniões”, de novo no plural, porém condicionar essa sinalização e deixar a entender que isso não está escrito em pedra. E poderá condicionar esse trecho ao acrescentar que tal postura poderá ser revista a cada reunião conforme mudanças nos cenários doméstico e externo. Assim, abre a porta para o corte de 0,75 ponto.

Comunicação do Banco Central será fundamental para as expectativas do mercado Foto: WILTON JUNIOR/ ESTADÃO

A terceira opção seria simplesmente alterar o comunicado e dizer que o corte de 0,50 ponto valerá para a “próxima reunião” – no singular. Nesse caso, o mercado entenderia que, em breve, uma redução de 0,75 ponto estaria praticamente garantida. Essa última sinalização causaria maior impacto nos preços dos ativos, como a ponta curta da curva de juros e o câmbio.

Apesar da crescente pressão de parte do mercado para acelerar o ritmo de afrouxamento monetário, a estratégia mais cautelosa seria o Copom não mudar nada na sinalização nem mesmo condicioná-la. Até a reunião no fim de janeiro, o BC vai ter maior clareza sobre o que acontecerá com a política monetária nos EUA, a trajetória da inflação e o risco fiscal no Brasil. A qualquer momento, o BC poderá guiar as expectativas do mercado sobre o que vai fazer. Agora, há muitas incertezas. Para que mexer numa sinalização que está dando certo?

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