Jornalista e colunista do Broadcast

Opinião|Qual será a previsão do Banco Central para 2026?


O próximo Relatório Trimestral de Inflação será chave para entender os novos movimentos do Copom

Por Fábio Alves

Quando manteve os juros inalterados em 10,50% na última reunião, o Copom avisou que estava interrompendo – e não encerrando – o ciclo de afrouxamento monetário, o que deixou analistas em suspense sobre a possibilidade de a taxa Selic voltar a cair ainda neste ano ou, provavelmente, em algum momento de 2025. O Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que será divulgado nesta quinta-feira, 27, dará pistas cruciais ao mercado sobre qual o próximo movimento do Copom, quando abandonar a pausa em curso na política monetária.

Conforme o último comunicado, as projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência (que leva em conta as estimativas do mercado para a trajetória de juros e de câmbio na pesquisa Focus) foram de 4%, em 2024, e de 3,4% em 2025. No câmbio, a cotação do dólar tomada como referência foi de R$ 5,30. Nos juros, a pesquisa Focus previa a Selic a 10,50% ao fim deste ano, caindo para 9,50% ao fim de 2025. Ou seja, por esse cenário a inflação do ano que vem ficaria ainda muito distante da meta de 3%.

Mas o Copom apresentou um cenário alternativo, no qual a taxa Selic ficaria parada em 10,50% ao longo do horizonte relevante da política monetária. Nesse caso, a projeção do Copom aponta para uma inflação de 3,1% em 2025, o que seria bastante aceitável para o mercado. Como a política monetária opera com defasagem de 12 a 18 meses para surtir efeito integralmente, em meados do ano que vem o foco do BC já não seria 2025, mas o que acontecerá com a inflação em 2026. Com a Selic parada, o risco passa a ser de a inflação de 2026 ficar até abaixo da meta perseguida pelo BC, dependendo de como se comportará o câmbio.

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Banco Central prevê inflação ainda longe da meta de 3% Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Acontece que muitos analistas dizem que a cotação do dólar que o Copom tomou como referência já está defasada. A moeda americana está oscilando próximo a R$ 5,40. E se, com a piora do risco fiscal e com um cenário externo adverso, o dólar não recuar mais? Por outro lado, se a confiança com o arcabouço fiscal for recuperada e o câmbio se apreciar, as expectativas inflacionárias – em 3,85% para 2025 – devem ceder. A dúvida é como o Copom vai incorporar isso nos seus modelos de projeções variáveis tão voláteis num ambiente doméstico e externo incerto.

É aí que entra o RTI. No documento, o mercado vai poder entender a sensibilidade das projeções do Copom ao câmbio e às expectativas de inflação no horizonte relevante. No RTI, o BC vai incluir, pela primeira vez, a estimativa de inflação para todo o ano de 2026. E, assim, ajustar as apostas de uma eventual retomada de corte de juros.

Quando manteve os juros inalterados em 10,50% na última reunião, o Copom avisou que estava interrompendo – e não encerrando – o ciclo de afrouxamento monetário, o que deixou analistas em suspense sobre a possibilidade de a taxa Selic voltar a cair ainda neste ano ou, provavelmente, em algum momento de 2025. O Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que será divulgado nesta quinta-feira, 27, dará pistas cruciais ao mercado sobre qual o próximo movimento do Copom, quando abandonar a pausa em curso na política monetária.

Conforme o último comunicado, as projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência (que leva em conta as estimativas do mercado para a trajetória de juros e de câmbio na pesquisa Focus) foram de 4%, em 2024, e de 3,4% em 2025. No câmbio, a cotação do dólar tomada como referência foi de R$ 5,30. Nos juros, a pesquisa Focus previa a Selic a 10,50% ao fim deste ano, caindo para 9,50% ao fim de 2025. Ou seja, por esse cenário a inflação do ano que vem ficaria ainda muito distante da meta de 3%.

Mas o Copom apresentou um cenário alternativo, no qual a taxa Selic ficaria parada em 10,50% ao longo do horizonte relevante da política monetária. Nesse caso, a projeção do Copom aponta para uma inflação de 3,1% em 2025, o que seria bastante aceitável para o mercado. Como a política monetária opera com defasagem de 12 a 18 meses para surtir efeito integralmente, em meados do ano que vem o foco do BC já não seria 2025, mas o que acontecerá com a inflação em 2026. Com a Selic parada, o risco passa a ser de a inflação de 2026 ficar até abaixo da meta perseguida pelo BC, dependendo de como se comportará o câmbio.

Banco Central prevê inflação ainda longe da meta de 3% Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Acontece que muitos analistas dizem que a cotação do dólar que o Copom tomou como referência já está defasada. A moeda americana está oscilando próximo a R$ 5,40. E se, com a piora do risco fiscal e com um cenário externo adverso, o dólar não recuar mais? Por outro lado, se a confiança com o arcabouço fiscal for recuperada e o câmbio se apreciar, as expectativas inflacionárias – em 3,85% para 2025 – devem ceder. A dúvida é como o Copom vai incorporar isso nos seus modelos de projeções variáveis tão voláteis num ambiente doméstico e externo incerto.

É aí que entra o RTI. No documento, o mercado vai poder entender a sensibilidade das projeções do Copom ao câmbio e às expectativas de inflação no horizonte relevante. No RTI, o BC vai incluir, pela primeira vez, a estimativa de inflação para todo o ano de 2026. E, assim, ajustar as apostas de uma eventual retomada de corte de juros.

Quando manteve os juros inalterados em 10,50% na última reunião, o Copom avisou que estava interrompendo – e não encerrando – o ciclo de afrouxamento monetário, o que deixou analistas em suspense sobre a possibilidade de a taxa Selic voltar a cair ainda neste ano ou, provavelmente, em algum momento de 2025. O Relatório Trimestral de Inflação (RTI), que será divulgado nesta quinta-feira, 27, dará pistas cruciais ao mercado sobre qual o próximo movimento do Copom, quando abandonar a pausa em curso na política monetária.

Conforme o último comunicado, as projeções de inflação do Copom em seu cenário de referência (que leva em conta as estimativas do mercado para a trajetória de juros e de câmbio na pesquisa Focus) foram de 4%, em 2024, e de 3,4% em 2025. No câmbio, a cotação do dólar tomada como referência foi de R$ 5,30. Nos juros, a pesquisa Focus previa a Selic a 10,50% ao fim deste ano, caindo para 9,50% ao fim de 2025. Ou seja, por esse cenário a inflação do ano que vem ficaria ainda muito distante da meta de 3%.

Mas o Copom apresentou um cenário alternativo, no qual a taxa Selic ficaria parada em 10,50% ao longo do horizonte relevante da política monetária. Nesse caso, a projeção do Copom aponta para uma inflação de 3,1% em 2025, o que seria bastante aceitável para o mercado. Como a política monetária opera com defasagem de 12 a 18 meses para surtir efeito integralmente, em meados do ano que vem o foco do BC já não seria 2025, mas o que acontecerá com a inflação em 2026. Com a Selic parada, o risco passa a ser de a inflação de 2026 ficar até abaixo da meta perseguida pelo BC, dependendo de como se comportará o câmbio.

Banco Central prevê inflação ainda longe da meta de 3% Foto: WILTON JUNIOR / ESTADÃO

Acontece que muitos analistas dizem que a cotação do dólar que o Copom tomou como referência já está defasada. A moeda americana está oscilando próximo a R$ 5,40. E se, com a piora do risco fiscal e com um cenário externo adverso, o dólar não recuar mais? Por outro lado, se a confiança com o arcabouço fiscal for recuperada e o câmbio se apreciar, as expectativas inflacionárias – em 3,85% para 2025 – devem ceder. A dúvida é como o Copom vai incorporar isso nos seus modelos de projeções variáveis tão voláteis num ambiente doméstico e externo incerto.

É aí que entra o RTI. No documento, o mercado vai poder entender a sensibilidade das projeções do Copom ao câmbio e às expectativas de inflação no horizonte relevante. No RTI, o BC vai incluir, pela primeira vez, a estimativa de inflação para todo o ano de 2026. E, assim, ajustar as apostas de uma eventual retomada de corte de juros.

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