Jornalista e colunista do Broadcast

Opinião|O risco Lula: ações do presidente prejudicam ativos brasileiros


O mercado já embute nos preços dos ativos um aumento do risco político após decisões recentes do presidente

Por Fábio Alves

Depois do que muitos consideraram uma lua de mel com o Brasil em 2023, com a aprovação do arcabouço fiscal e do texto constitucional da reforma tributária, o mercado começa agora a embutir nos preços dos ativos um aumento do risco político após várias decisões polêmicas do presidente Lula ao longo deste primeiro semestre de 2024.

Primeiro, o governo enterrou de vez a credibilidade do arcabouço fiscal ao mudar a meta de 2025 para déficit primário zero. Depois, cresceu a desconfiança de ingerência política sobre o Banco Central a partir de 2025 em razão dos votos de dissenso na última decisão do Copom, quando justamente os quatro diretores indicados por Lula votaram a favor de uma redução maior dos juros, de 0,50 ponto porcentual. E, por fim, a demissão do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, desagradou aos investidores e trouxe de volta o espectro do intervencionismo da época da ex-presidente Dilma Rousseff.

Os investidores e analistas se deparam agora com muitas dúvidas e incertezas: o que vem pela frente? Que outras decisões podem mostrar a mão pesada de Lula na economia? O governo vai tolerar uma inflação mais alta do que a meta de 3%, perseguida pelo BC, em troca de não desaquecer a demanda e a atividade econômica como um todo? Novos ajustes para afrouxar mais o arcabouço fiscal estão a caminho para permitir aumento do gasto público, à medida que o ciclo eleitoral ganhe tração?

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O próprio Lula e seus conselheiros econômicos podem trazer incerteza para investidores Foto: Wilton Júnior / Estadão

Ao longo deste ano, Lula e a ala política do governo minaram o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Mesmo nos momentos mais tensos de 2023, em embates com a ala política e até com o Congresso, Haddad conseguia manter a serenidade do mercado, que ainda atribuía ao ministro alguma influência sobre o presidente para vencer as disputas sobre questões econômicas cruciais a investidores e analistas. Hoje, as palavras do ministro têm peso menor sobre o humor do mercado.

Os preços dos ativos brasileiros poderiam estar mais valorizados caso os investidores não considerassem que o governo perdeu as âncoras fiscais e monetárias, além, é claro, da desconfiança sobre uma nova era de intervencionismo pesado na Petrobras. Mas enquanto o cenário externo não azedar, especialmente se o mercado ainda acreditar que será possível o Federal Reserve cortar os juros americanos ao menos uma vez neste ano, o aumento do risco político no Brasil poderá até não cobrar uma fatura muito salgada na correção do dólar, dos juros futuros e da Bolsa de Valores. O problema é se acontecer uma crise inesperada aqui ou no mundo.

Depois do que muitos consideraram uma lua de mel com o Brasil em 2023, com a aprovação do arcabouço fiscal e do texto constitucional da reforma tributária, o mercado começa agora a embutir nos preços dos ativos um aumento do risco político após várias decisões polêmicas do presidente Lula ao longo deste primeiro semestre de 2024.

Primeiro, o governo enterrou de vez a credibilidade do arcabouço fiscal ao mudar a meta de 2025 para déficit primário zero. Depois, cresceu a desconfiança de ingerência política sobre o Banco Central a partir de 2025 em razão dos votos de dissenso na última decisão do Copom, quando justamente os quatro diretores indicados por Lula votaram a favor de uma redução maior dos juros, de 0,50 ponto porcentual. E, por fim, a demissão do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, desagradou aos investidores e trouxe de volta o espectro do intervencionismo da época da ex-presidente Dilma Rousseff.

Os investidores e analistas se deparam agora com muitas dúvidas e incertezas: o que vem pela frente? Que outras decisões podem mostrar a mão pesada de Lula na economia? O governo vai tolerar uma inflação mais alta do que a meta de 3%, perseguida pelo BC, em troca de não desaquecer a demanda e a atividade econômica como um todo? Novos ajustes para afrouxar mais o arcabouço fiscal estão a caminho para permitir aumento do gasto público, à medida que o ciclo eleitoral ganhe tração?

O próprio Lula e seus conselheiros econômicos podem trazer incerteza para investidores Foto: Wilton Júnior / Estadão

Ao longo deste ano, Lula e a ala política do governo minaram o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Mesmo nos momentos mais tensos de 2023, em embates com a ala política e até com o Congresso, Haddad conseguia manter a serenidade do mercado, que ainda atribuía ao ministro alguma influência sobre o presidente para vencer as disputas sobre questões econômicas cruciais a investidores e analistas. Hoje, as palavras do ministro têm peso menor sobre o humor do mercado.

Os preços dos ativos brasileiros poderiam estar mais valorizados caso os investidores não considerassem que o governo perdeu as âncoras fiscais e monetárias, além, é claro, da desconfiança sobre uma nova era de intervencionismo pesado na Petrobras. Mas enquanto o cenário externo não azedar, especialmente se o mercado ainda acreditar que será possível o Federal Reserve cortar os juros americanos ao menos uma vez neste ano, o aumento do risco político no Brasil poderá até não cobrar uma fatura muito salgada na correção do dólar, dos juros futuros e da Bolsa de Valores. O problema é se acontecer uma crise inesperada aqui ou no mundo.

Depois do que muitos consideraram uma lua de mel com o Brasil em 2023, com a aprovação do arcabouço fiscal e do texto constitucional da reforma tributária, o mercado começa agora a embutir nos preços dos ativos um aumento do risco político após várias decisões polêmicas do presidente Lula ao longo deste primeiro semestre de 2024.

Primeiro, o governo enterrou de vez a credibilidade do arcabouço fiscal ao mudar a meta de 2025 para déficit primário zero. Depois, cresceu a desconfiança de ingerência política sobre o Banco Central a partir de 2025 em razão dos votos de dissenso na última decisão do Copom, quando justamente os quatro diretores indicados por Lula votaram a favor de uma redução maior dos juros, de 0,50 ponto porcentual. E, por fim, a demissão do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, desagradou aos investidores e trouxe de volta o espectro do intervencionismo da época da ex-presidente Dilma Rousseff.

Os investidores e analistas se deparam agora com muitas dúvidas e incertezas: o que vem pela frente? Que outras decisões podem mostrar a mão pesada de Lula na economia? O governo vai tolerar uma inflação mais alta do que a meta de 3%, perseguida pelo BC, em troca de não desaquecer a demanda e a atividade econômica como um todo? Novos ajustes para afrouxar mais o arcabouço fiscal estão a caminho para permitir aumento do gasto público, à medida que o ciclo eleitoral ganhe tração?

O próprio Lula e seus conselheiros econômicos podem trazer incerteza para investidores Foto: Wilton Júnior / Estadão

Ao longo deste ano, Lula e a ala política do governo minaram o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Mesmo nos momentos mais tensos de 2023, em embates com a ala política e até com o Congresso, Haddad conseguia manter a serenidade do mercado, que ainda atribuía ao ministro alguma influência sobre o presidente para vencer as disputas sobre questões econômicas cruciais a investidores e analistas. Hoje, as palavras do ministro têm peso menor sobre o humor do mercado.

Os preços dos ativos brasileiros poderiam estar mais valorizados caso os investidores não considerassem que o governo perdeu as âncoras fiscais e monetárias, além, é claro, da desconfiança sobre uma nova era de intervencionismo pesado na Petrobras. Mas enquanto o cenário externo não azedar, especialmente se o mercado ainda acreditar que será possível o Federal Reserve cortar os juros americanos ao menos uma vez neste ano, o aumento do risco político no Brasil poderá até não cobrar uma fatura muito salgada na correção do dólar, dos juros futuros e da Bolsa de Valores. O problema é se acontecer uma crise inesperada aqui ou no mundo.

Depois do que muitos consideraram uma lua de mel com o Brasil em 2023, com a aprovação do arcabouço fiscal e do texto constitucional da reforma tributária, o mercado começa agora a embutir nos preços dos ativos um aumento do risco político após várias decisões polêmicas do presidente Lula ao longo deste primeiro semestre de 2024.

Primeiro, o governo enterrou de vez a credibilidade do arcabouço fiscal ao mudar a meta de 2025 para déficit primário zero. Depois, cresceu a desconfiança de ingerência política sobre o Banco Central a partir de 2025 em razão dos votos de dissenso na última decisão do Copom, quando justamente os quatro diretores indicados por Lula votaram a favor de uma redução maior dos juros, de 0,50 ponto porcentual. E, por fim, a demissão do presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, desagradou aos investidores e trouxe de volta o espectro do intervencionismo da época da ex-presidente Dilma Rousseff.

Os investidores e analistas se deparam agora com muitas dúvidas e incertezas: o que vem pela frente? Que outras decisões podem mostrar a mão pesada de Lula na economia? O governo vai tolerar uma inflação mais alta do que a meta de 3%, perseguida pelo BC, em troca de não desaquecer a demanda e a atividade econômica como um todo? Novos ajustes para afrouxar mais o arcabouço fiscal estão a caminho para permitir aumento do gasto público, à medida que o ciclo eleitoral ganhe tração?

O próprio Lula e seus conselheiros econômicos podem trazer incerteza para investidores Foto: Wilton Júnior / Estadão

Ao longo deste ano, Lula e a ala política do governo minaram o trabalho do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Mesmo nos momentos mais tensos de 2023, em embates com a ala política e até com o Congresso, Haddad conseguia manter a serenidade do mercado, que ainda atribuía ao ministro alguma influência sobre o presidente para vencer as disputas sobre questões econômicas cruciais a investidores e analistas. Hoje, as palavras do ministro têm peso menor sobre o humor do mercado.

Os preços dos ativos brasileiros poderiam estar mais valorizados caso os investidores não considerassem que o governo perdeu as âncoras fiscais e monetárias, além, é claro, da desconfiança sobre uma nova era de intervencionismo pesado na Petrobras. Mas enquanto o cenário externo não azedar, especialmente se o mercado ainda acreditar que será possível o Federal Reserve cortar os juros americanos ao menos uma vez neste ano, o aumento do risco político no Brasil poderá até não cobrar uma fatura muito salgada na correção do dólar, dos juros futuros e da Bolsa de Valores. O problema é se acontecer uma crise inesperada aqui ou no mundo.

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