Jornalista e colunista do Broadcast

Opinião|Selic a 4%?


Risco de epidemia global do coronavírus deve levar o Copom a não somente cortar a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, para a mínima histórica de 4,25%, como também a manter a porta aberta para uma redução adicional no seu encontro seguinte

Por Fábio Alves

O pânico nos mercados no início desta semana com o risco de epidemia global do coronavírus deve levar o Copom a não somente cortar a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, para a mínima histórica de 4,25%, na sua próxima reunião, nos dias 4 e 5 de fevereiro, como também a manter a porta aberta para uma redução adicional no seu encontro seguinte, em março.

Os investidores já estão precificando ao redor de 80% de probabilidade de um novo corte de juros na reunião do Copom de fevereiro, uma vez que o choque no preço das carnes começa a se dissipar e as projeções de inflação para 2020 continuam recuando.

Na última pesquisa Focus, a estimativa para o IPCA em 2020 caiu de 3,56% para 3,47%, bem abaixo da meta de inflação para este ano, de 4,0%. A previsão de inflação em 2020 pode recuar mais ainda, uma vez que a projeção para o IPCA em fevereiro cedeu de 0,37% para 0,30% e a de março, de 0,30% para 0,27%. E a estimativa para a taxa Selic no fim deste ano caiu de 4,50% para 4,25%.

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Muitos analistas consideram que, após o esperado corte da Selic na reunião da próxima semana, o comunicado do Copom poderia passar o recado de que o ciclo de afrouxamento monetário terá chegado ao fim. Há até quem especule que a decisão do Copom não será unânime, com diretores votando para a manutenção dos juros em 4,50%, como forma de sinalizar o fim desse ciclo após um corte final de 0,25 ponto.

O impacto da disseminação do coronavírus na economia da China, maior parceiro comercial do Brasil, e por tabela no PIB mundial, é o elemento novo que o Banco Central tem de avaliar desde a última reunião do Copom para o balanço de risco da inflação. A palavra-chave é incerteza. Isso porque não se sabe qual será a magnitude do impacto que o coronavírus terá, de fato, sobre o PIB chinês e mundial, tampouco quanto tempo vai durar esse efeito negativo. 

A consultoria inglesa Capital Economics, por exemplo, acredita que a disseminação do coronavírus terá um impacto na economia chinesa semelhante ao causado, em 2003, pela epidemia da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), mesmo que seja controlada rapidamente.

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Naquela ocasião, nos cálculos da Capital Economics, a Sars reduziu o PIB chinês em três pontos porcentuais no trimestre mais afetado. Todavia, a consultoria inglesa admite que o impacto total que acarretará o coronavírus é, por enquanto, difícil de prever.  Outros analistas concordam: haverá uma redução no crescimento global em razão do coronavírus, mas a magnitude e a duração desse impacto são incertos. Wuhan, epicentro da disseminação do coronavírus, é a capital da província chinesa de Hubei, região importantíssima na cadeia global da produção de automóveis e semicondutores, entre outros produtos.

O reflexo desse temor já pode ser percebido nos preços das principais commodities, diante da perspectiva de uma queda na demanda mundial. Na segunda-feira, o preço do petróleo fechou em queda pela quinta sessão de negócios consecutiva, com o barril do óleo WTI caindo para US$ 53,14, menor nível em mais de três meses.

Aumentou o risco de que a recuperação da economia mundial seja mais modesta do que se imaginava em 2020. Assim, o efeito negativo sobre a economia mundial e também sobre os preços de matérias-primas resultaria num impacto desinflacionário para o Brasil, ou seja, as projeções do IPCA para o ano podem seguir caindo.

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Por outro lado, é preciso ver como o efeito negativo global do coronavírus terá sobre o câmbio no Brasil. O dólar chegou a bater em R$ 4,23 no auge do nervosismo, mas recuava desse patamar ontem. Mas é importante lembrar que o repasse do câmbio nos preços tem sido mais baixo nos últimos anos.

No novo cenário para o crescimento global e preços de commodities, com efeito desinflacionário, seria imprudente o Copom dar por encerrado, de forma peremptória, o ciclo de corte de juros após a redução de 0,25 ponto esperada para a semana que vem. Os acontecimentos poderiam forçá-lo a rever essa sinalização. Aliás, na fotografia atual, é cada vez mais provável uma redução adicional da Selic em março, para 4,0%.

* JORNALISTA DO BROADCAST

O pânico nos mercados no início desta semana com o risco de epidemia global do coronavírus deve levar o Copom a não somente cortar a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, para a mínima histórica de 4,25%, na sua próxima reunião, nos dias 4 e 5 de fevereiro, como também a manter a porta aberta para uma redução adicional no seu encontro seguinte, em março.

Os investidores já estão precificando ao redor de 80% de probabilidade de um novo corte de juros na reunião do Copom de fevereiro, uma vez que o choque no preço das carnes começa a se dissipar e as projeções de inflação para 2020 continuam recuando.

Na última pesquisa Focus, a estimativa para o IPCA em 2020 caiu de 3,56% para 3,47%, bem abaixo da meta de inflação para este ano, de 4,0%. A previsão de inflação em 2020 pode recuar mais ainda, uma vez que a projeção para o IPCA em fevereiro cedeu de 0,37% para 0,30% e a de março, de 0,30% para 0,27%. E a estimativa para a taxa Selic no fim deste ano caiu de 4,50% para 4,25%.

Muitos analistas consideram que, após o esperado corte da Selic na reunião da próxima semana, o comunicado do Copom poderia passar o recado de que o ciclo de afrouxamento monetário terá chegado ao fim. Há até quem especule que a decisão do Copom não será unânime, com diretores votando para a manutenção dos juros em 4,50%, como forma de sinalizar o fim desse ciclo após um corte final de 0,25 ponto.

O impacto da disseminação do coronavírus na economia da China, maior parceiro comercial do Brasil, e por tabela no PIB mundial, é o elemento novo que o Banco Central tem de avaliar desde a última reunião do Copom para o balanço de risco da inflação. A palavra-chave é incerteza. Isso porque não se sabe qual será a magnitude do impacto que o coronavírus terá, de fato, sobre o PIB chinês e mundial, tampouco quanto tempo vai durar esse efeito negativo. 

A consultoria inglesa Capital Economics, por exemplo, acredita que a disseminação do coronavírus terá um impacto na economia chinesa semelhante ao causado, em 2003, pela epidemia da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), mesmo que seja controlada rapidamente.

Naquela ocasião, nos cálculos da Capital Economics, a Sars reduziu o PIB chinês em três pontos porcentuais no trimestre mais afetado. Todavia, a consultoria inglesa admite que o impacto total que acarretará o coronavírus é, por enquanto, difícil de prever.  Outros analistas concordam: haverá uma redução no crescimento global em razão do coronavírus, mas a magnitude e a duração desse impacto são incertos. Wuhan, epicentro da disseminação do coronavírus, é a capital da província chinesa de Hubei, região importantíssima na cadeia global da produção de automóveis e semicondutores, entre outros produtos.

O reflexo desse temor já pode ser percebido nos preços das principais commodities, diante da perspectiva de uma queda na demanda mundial. Na segunda-feira, o preço do petróleo fechou em queda pela quinta sessão de negócios consecutiva, com o barril do óleo WTI caindo para US$ 53,14, menor nível em mais de três meses.

Aumentou o risco de que a recuperação da economia mundial seja mais modesta do que se imaginava em 2020. Assim, o efeito negativo sobre a economia mundial e também sobre os preços de matérias-primas resultaria num impacto desinflacionário para o Brasil, ou seja, as projeções do IPCA para o ano podem seguir caindo.

Por outro lado, é preciso ver como o efeito negativo global do coronavírus terá sobre o câmbio no Brasil. O dólar chegou a bater em R$ 4,23 no auge do nervosismo, mas recuava desse patamar ontem. Mas é importante lembrar que o repasse do câmbio nos preços tem sido mais baixo nos últimos anos.

No novo cenário para o crescimento global e preços de commodities, com efeito desinflacionário, seria imprudente o Copom dar por encerrado, de forma peremptória, o ciclo de corte de juros após a redução de 0,25 ponto esperada para a semana que vem. Os acontecimentos poderiam forçá-lo a rever essa sinalização. Aliás, na fotografia atual, é cada vez mais provável uma redução adicional da Selic em março, para 4,0%.

* JORNALISTA DO BROADCAST

O pânico nos mercados no início desta semana com o risco de epidemia global do coronavírus deve levar o Copom a não somente cortar a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, para a mínima histórica de 4,25%, na sua próxima reunião, nos dias 4 e 5 de fevereiro, como também a manter a porta aberta para uma redução adicional no seu encontro seguinte, em março.

Os investidores já estão precificando ao redor de 80% de probabilidade de um novo corte de juros na reunião do Copom de fevereiro, uma vez que o choque no preço das carnes começa a se dissipar e as projeções de inflação para 2020 continuam recuando.

Na última pesquisa Focus, a estimativa para o IPCA em 2020 caiu de 3,56% para 3,47%, bem abaixo da meta de inflação para este ano, de 4,0%. A previsão de inflação em 2020 pode recuar mais ainda, uma vez que a projeção para o IPCA em fevereiro cedeu de 0,37% para 0,30% e a de março, de 0,30% para 0,27%. E a estimativa para a taxa Selic no fim deste ano caiu de 4,50% para 4,25%.

Muitos analistas consideram que, após o esperado corte da Selic na reunião da próxima semana, o comunicado do Copom poderia passar o recado de que o ciclo de afrouxamento monetário terá chegado ao fim. Há até quem especule que a decisão do Copom não será unânime, com diretores votando para a manutenção dos juros em 4,50%, como forma de sinalizar o fim desse ciclo após um corte final de 0,25 ponto.

O impacto da disseminação do coronavírus na economia da China, maior parceiro comercial do Brasil, e por tabela no PIB mundial, é o elemento novo que o Banco Central tem de avaliar desde a última reunião do Copom para o balanço de risco da inflação. A palavra-chave é incerteza. Isso porque não se sabe qual será a magnitude do impacto que o coronavírus terá, de fato, sobre o PIB chinês e mundial, tampouco quanto tempo vai durar esse efeito negativo. 

A consultoria inglesa Capital Economics, por exemplo, acredita que a disseminação do coronavírus terá um impacto na economia chinesa semelhante ao causado, em 2003, pela epidemia da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), mesmo que seja controlada rapidamente.

Naquela ocasião, nos cálculos da Capital Economics, a Sars reduziu o PIB chinês em três pontos porcentuais no trimestre mais afetado. Todavia, a consultoria inglesa admite que o impacto total que acarretará o coronavírus é, por enquanto, difícil de prever.  Outros analistas concordam: haverá uma redução no crescimento global em razão do coronavírus, mas a magnitude e a duração desse impacto são incertos. Wuhan, epicentro da disseminação do coronavírus, é a capital da província chinesa de Hubei, região importantíssima na cadeia global da produção de automóveis e semicondutores, entre outros produtos.

O reflexo desse temor já pode ser percebido nos preços das principais commodities, diante da perspectiva de uma queda na demanda mundial. Na segunda-feira, o preço do petróleo fechou em queda pela quinta sessão de negócios consecutiva, com o barril do óleo WTI caindo para US$ 53,14, menor nível em mais de três meses.

Aumentou o risco de que a recuperação da economia mundial seja mais modesta do que se imaginava em 2020. Assim, o efeito negativo sobre a economia mundial e também sobre os preços de matérias-primas resultaria num impacto desinflacionário para o Brasil, ou seja, as projeções do IPCA para o ano podem seguir caindo.

Por outro lado, é preciso ver como o efeito negativo global do coronavírus terá sobre o câmbio no Brasil. O dólar chegou a bater em R$ 4,23 no auge do nervosismo, mas recuava desse patamar ontem. Mas é importante lembrar que o repasse do câmbio nos preços tem sido mais baixo nos últimos anos.

No novo cenário para o crescimento global e preços de commodities, com efeito desinflacionário, seria imprudente o Copom dar por encerrado, de forma peremptória, o ciclo de corte de juros após a redução de 0,25 ponto esperada para a semana que vem. Os acontecimentos poderiam forçá-lo a rever essa sinalização. Aliás, na fotografia atual, é cada vez mais provável uma redução adicional da Selic em março, para 4,0%.

* JORNALISTA DO BROADCAST

O pânico nos mercados no início desta semana com o risco de epidemia global do coronavírus deve levar o Copom a não somente cortar a taxa Selic em 0,25 ponto porcentual, para a mínima histórica de 4,25%, na sua próxima reunião, nos dias 4 e 5 de fevereiro, como também a manter a porta aberta para uma redução adicional no seu encontro seguinte, em março.

Os investidores já estão precificando ao redor de 80% de probabilidade de um novo corte de juros na reunião do Copom de fevereiro, uma vez que o choque no preço das carnes começa a se dissipar e as projeções de inflação para 2020 continuam recuando.

Na última pesquisa Focus, a estimativa para o IPCA em 2020 caiu de 3,56% para 3,47%, bem abaixo da meta de inflação para este ano, de 4,0%. A previsão de inflação em 2020 pode recuar mais ainda, uma vez que a projeção para o IPCA em fevereiro cedeu de 0,37% para 0,30% e a de março, de 0,30% para 0,27%. E a estimativa para a taxa Selic no fim deste ano caiu de 4,50% para 4,25%.

Muitos analistas consideram que, após o esperado corte da Selic na reunião da próxima semana, o comunicado do Copom poderia passar o recado de que o ciclo de afrouxamento monetário terá chegado ao fim. Há até quem especule que a decisão do Copom não será unânime, com diretores votando para a manutenção dos juros em 4,50%, como forma de sinalizar o fim desse ciclo após um corte final de 0,25 ponto.

O impacto da disseminação do coronavírus na economia da China, maior parceiro comercial do Brasil, e por tabela no PIB mundial, é o elemento novo que o Banco Central tem de avaliar desde a última reunião do Copom para o balanço de risco da inflação. A palavra-chave é incerteza. Isso porque não se sabe qual será a magnitude do impacto que o coronavírus terá, de fato, sobre o PIB chinês e mundial, tampouco quanto tempo vai durar esse efeito negativo. 

A consultoria inglesa Capital Economics, por exemplo, acredita que a disseminação do coronavírus terá um impacto na economia chinesa semelhante ao causado, em 2003, pela epidemia da Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), mesmo que seja controlada rapidamente.

Naquela ocasião, nos cálculos da Capital Economics, a Sars reduziu o PIB chinês em três pontos porcentuais no trimestre mais afetado. Todavia, a consultoria inglesa admite que o impacto total que acarretará o coronavírus é, por enquanto, difícil de prever.  Outros analistas concordam: haverá uma redução no crescimento global em razão do coronavírus, mas a magnitude e a duração desse impacto são incertos. Wuhan, epicentro da disseminação do coronavírus, é a capital da província chinesa de Hubei, região importantíssima na cadeia global da produção de automóveis e semicondutores, entre outros produtos.

O reflexo desse temor já pode ser percebido nos preços das principais commodities, diante da perspectiva de uma queda na demanda mundial. Na segunda-feira, o preço do petróleo fechou em queda pela quinta sessão de negócios consecutiva, com o barril do óleo WTI caindo para US$ 53,14, menor nível em mais de três meses.

Aumentou o risco de que a recuperação da economia mundial seja mais modesta do que se imaginava em 2020. Assim, o efeito negativo sobre a economia mundial e também sobre os preços de matérias-primas resultaria num impacto desinflacionário para o Brasil, ou seja, as projeções do IPCA para o ano podem seguir caindo.

Por outro lado, é preciso ver como o efeito negativo global do coronavírus terá sobre o câmbio no Brasil. O dólar chegou a bater em R$ 4,23 no auge do nervosismo, mas recuava desse patamar ontem. Mas é importante lembrar que o repasse do câmbio nos preços tem sido mais baixo nos últimos anos.

No novo cenário para o crescimento global e preços de commodities, com efeito desinflacionário, seria imprudente o Copom dar por encerrado, de forma peremptória, o ciclo de corte de juros após a redução de 0,25 ponto esperada para a semana que vem. Os acontecimentos poderiam forçá-lo a rever essa sinalização. Aliás, na fotografia atual, é cada vez mais provável uma redução adicional da Selic em março, para 4,0%.

* JORNALISTA DO BROADCAST

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