Jornalista e colunista do Broadcast

Opinião|Não há alívio à vista para o Brasil diante de fatores econômicos externos e internos desfavoráveis


Do lado doméstico, piorou a percepção de risco fiscal, e não ajudou a desconfiança de que a nova composição do Copom será mais leniente no combate à inflação

Por Fábio Alves

Um conjunto desfavorável de fatores externos e internos vem causando um aperto considerável nas condições financeiras no Brasil, justamente quando o Banco Central embarcou num ciclo de corte de juros. Pouca gente espera que, do noticiário doméstico, venha algum alívio, ao menos no curto prazo.

Do lado externo, houve uma disparada dos juros americanos de longo prazo diante de surpresas positivas nos dados da economia dos Estados Unidos, reforçando a visão de que o Federal Reserve manterá elevada por mais tempo sua taxa básica.

continua após a publicidade

Do lado doméstico, piorou a percepção de risco fiscal, com o crescente temor de que o governo Lula irá mudar a meta de déficit primário zero em 2024, primeiro ano de vigência do arcabouço fiscal. Também não ajudou a desconfiança de que a nova composição do Copom será mais leniente no combate à inflação e agressiva no corte de juros a partir do ano que vem, quando serão nomeados dois novos diretores do BC.

Nesse ambiente, a Bolsa brasileira caiu 5% em agosto, e acumulava mais 0,37% de perda em setembro até a semana passada. Já o dólar, após saltar 4,7% ante o real em agosto, acumulava ganho adicional de 0,37% neste mês até a sexta-feira.

Ministério da Fazenda tem a meta de zerar o déficit fiscal em 2024 Foto: ANDRÉ DUSEK / ESTADÃO
continua após a publicidade

Mas é a curva de juros, especialmente dos contratos futuros de vencimento mais longo, que melhor reflete o aumento no prêmio de risco do Brasil. A taxa dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2029 passou de 10,33%, no início de julho, para 11% na semana passada.

Pior: houve forte inclinação da curva de juros, com as taxas dos contratos mais longos subindo mais do que as dos mais curtos. O diferencial entre as taxas do DI com vencimento em janeiro de 2025 e janeiro de 2029 fechou a semana passada em 0,43 ponto porcentual. No fim de julho, o diferencial ainda era negativo. O que mais influenciou nesse aumento? Piora externa? Risco fiscal no Brasil? Temor de um BC leniente?

Como esses eventos foram relativamente simultâneos, o estrategista-chefe da Warren Rena, Sérgio Goldenstein, diz que fica difícil separar o peso de cada um. “Um ambiente externo melhor, com um recuo nos yields (juros) dos títulos do Tesouro americano, poderia ajudar a queimar esse aumento no prêmio de risco”, explica. “Mas, internamente, as dúvidas sobre a execução da política fiscal devem permanecer ao longo dos próximos meses, o que limita um alívio significativo na curva de juros doméstica.”

continua após a publicidade

Os juros futuros servem de referência para o custo do dinheiro. Pouco adianta o BC afrouxar a política monetária se as condições financeiras vão em direção contrária.

Um conjunto desfavorável de fatores externos e internos vem causando um aperto considerável nas condições financeiras no Brasil, justamente quando o Banco Central embarcou num ciclo de corte de juros. Pouca gente espera que, do noticiário doméstico, venha algum alívio, ao menos no curto prazo.

Do lado externo, houve uma disparada dos juros americanos de longo prazo diante de surpresas positivas nos dados da economia dos Estados Unidos, reforçando a visão de que o Federal Reserve manterá elevada por mais tempo sua taxa básica.

Do lado doméstico, piorou a percepção de risco fiscal, com o crescente temor de que o governo Lula irá mudar a meta de déficit primário zero em 2024, primeiro ano de vigência do arcabouço fiscal. Também não ajudou a desconfiança de que a nova composição do Copom será mais leniente no combate à inflação e agressiva no corte de juros a partir do ano que vem, quando serão nomeados dois novos diretores do BC.

Nesse ambiente, a Bolsa brasileira caiu 5% em agosto, e acumulava mais 0,37% de perda em setembro até a semana passada. Já o dólar, após saltar 4,7% ante o real em agosto, acumulava ganho adicional de 0,37% neste mês até a sexta-feira.

Ministério da Fazenda tem a meta de zerar o déficit fiscal em 2024 Foto: ANDRÉ DUSEK / ESTADÃO

Mas é a curva de juros, especialmente dos contratos futuros de vencimento mais longo, que melhor reflete o aumento no prêmio de risco do Brasil. A taxa dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2029 passou de 10,33%, no início de julho, para 11% na semana passada.

Pior: houve forte inclinação da curva de juros, com as taxas dos contratos mais longos subindo mais do que as dos mais curtos. O diferencial entre as taxas do DI com vencimento em janeiro de 2025 e janeiro de 2029 fechou a semana passada em 0,43 ponto porcentual. No fim de julho, o diferencial ainda era negativo. O que mais influenciou nesse aumento? Piora externa? Risco fiscal no Brasil? Temor de um BC leniente?

Como esses eventos foram relativamente simultâneos, o estrategista-chefe da Warren Rena, Sérgio Goldenstein, diz que fica difícil separar o peso de cada um. “Um ambiente externo melhor, com um recuo nos yields (juros) dos títulos do Tesouro americano, poderia ajudar a queimar esse aumento no prêmio de risco”, explica. “Mas, internamente, as dúvidas sobre a execução da política fiscal devem permanecer ao longo dos próximos meses, o que limita um alívio significativo na curva de juros doméstica.”

Os juros futuros servem de referência para o custo do dinheiro. Pouco adianta o BC afrouxar a política monetária se as condições financeiras vão em direção contrária.

Um conjunto desfavorável de fatores externos e internos vem causando um aperto considerável nas condições financeiras no Brasil, justamente quando o Banco Central embarcou num ciclo de corte de juros. Pouca gente espera que, do noticiário doméstico, venha algum alívio, ao menos no curto prazo.

Do lado externo, houve uma disparada dos juros americanos de longo prazo diante de surpresas positivas nos dados da economia dos Estados Unidos, reforçando a visão de que o Federal Reserve manterá elevada por mais tempo sua taxa básica.

Do lado doméstico, piorou a percepção de risco fiscal, com o crescente temor de que o governo Lula irá mudar a meta de déficit primário zero em 2024, primeiro ano de vigência do arcabouço fiscal. Também não ajudou a desconfiança de que a nova composição do Copom será mais leniente no combate à inflação e agressiva no corte de juros a partir do ano que vem, quando serão nomeados dois novos diretores do BC.

Nesse ambiente, a Bolsa brasileira caiu 5% em agosto, e acumulava mais 0,37% de perda em setembro até a semana passada. Já o dólar, após saltar 4,7% ante o real em agosto, acumulava ganho adicional de 0,37% neste mês até a sexta-feira.

Ministério da Fazenda tem a meta de zerar o déficit fiscal em 2024 Foto: ANDRÉ DUSEK / ESTADÃO

Mas é a curva de juros, especialmente dos contratos futuros de vencimento mais longo, que melhor reflete o aumento no prêmio de risco do Brasil. A taxa dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2029 passou de 10,33%, no início de julho, para 11% na semana passada.

Pior: houve forte inclinação da curva de juros, com as taxas dos contratos mais longos subindo mais do que as dos mais curtos. O diferencial entre as taxas do DI com vencimento em janeiro de 2025 e janeiro de 2029 fechou a semana passada em 0,43 ponto porcentual. No fim de julho, o diferencial ainda era negativo. O que mais influenciou nesse aumento? Piora externa? Risco fiscal no Brasil? Temor de um BC leniente?

Como esses eventos foram relativamente simultâneos, o estrategista-chefe da Warren Rena, Sérgio Goldenstein, diz que fica difícil separar o peso de cada um. “Um ambiente externo melhor, com um recuo nos yields (juros) dos títulos do Tesouro americano, poderia ajudar a queimar esse aumento no prêmio de risco”, explica. “Mas, internamente, as dúvidas sobre a execução da política fiscal devem permanecer ao longo dos próximos meses, o que limita um alívio significativo na curva de juros doméstica.”

Os juros futuros servem de referência para o custo do dinheiro. Pouco adianta o BC afrouxar a política monetária se as condições financeiras vão em direção contrária.

Um conjunto desfavorável de fatores externos e internos vem causando um aperto considerável nas condições financeiras no Brasil, justamente quando o Banco Central embarcou num ciclo de corte de juros. Pouca gente espera que, do noticiário doméstico, venha algum alívio, ao menos no curto prazo.

Do lado externo, houve uma disparada dos juros americanos de longo prazo diante de surpresas positivas nos dados da economia dos Estados Unidos, reforçando a visão de que o Federal Reserve manterá elevada por mais tempo sua taxa básica.

Do lado doméstico, piorou a percepção de risco fiscal, com o crescente temor de que o governo Lula irá mudar a meta de déficit primário zero em 2024, primeiro ano de vigência do arcabouço fiscal. Também não ajudou a desconfiança de que a nova composição do Copom será mais leniente no combate à inflação e agressiva no corte de juros a partir do ano que vem, quando serão nomeados dois novos diretores do BC.

Nesse ambiente, a Bolsa brasileira caiu 5% em agosto, e acumulava mais 0,37% de perda em setembro até a semana passada. Já o dólar, após saltar 4,7% ante o real em agosto, acumulava ganho adicional de 0,37% neste mês até a sexta-feira.

Ministério da Fazenda tem a meta de zerar o déficit fiscal em 2024 Foto: ANDRÉ DUSEK / ESTADÃO

Mas é a curva de juros, especialmente dos contratos futuros de vencimento mais longo, que melhor reflete o aumento no prêmio de risco do Brasil. A taxa dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2029 passou de 10,33%, no início de julho, para 11% na semana passada.

Pior: houve forte inclinação da curva de juros, com as taxas dos contratos mais longos subindo mais do que as dos mais curtos. O diferencial entre as taxas do DI com vencimento em janeiro de 2025 e janeiro de 2029 fechou a semana passada em 0,43 ponto porcentual. No fim de julho, o diferencial ainda era negativo. O que mais influenciou nesse aumento? Piora externa? Risco fiscal no Brasil? Temor de um BC leniente?

Como esses eventos foram relativamente simultâneos, o estrategista-chefe da Warren Rena, Sérgio Goldenstein, diz que fica difícil separar o peso de cada um. “Um ambiente externo melhor, com um recuo nos yields (juros) dos títulos do Tesouro americano, poderia ajudar a queimar esse aumento no prêmio de risco”, explica. “Mas, internamente, as dúvidas sobre a execução da política fiscal devem permanecer ao longo dos próximos meses, o que limita um alívio significativo na curva de juros doméstica.”

Os juros futuros servem de referência para o custo do dinheiro. Pouco adianta o BC afrouxar a política monetária se as condições financeiras vão em direção contrária.

Um conjunto desfavorável de fatores externos e internos vem causando um aperto considerável nas condições financeiras no Brasil, justamente quando o Banco Central embarcou num ciclo de corte de juros. Pouca gente espera que, do noticiário doméstico, venha algum alívio, ao menos no curto prazo.

Do lado externo, houve uma disparada dos juros americanos de longo prazo diante de surpresas positivas nos dados da economia dos Estados Unidos, reforçando a visão de que o Federal Reserve manterá elevada por mais tempo sua taxa básica.

Do lado doméstico, piorou a percepção de risco fiscal, com o crescente temor de que o governo Lula irá mudar a meta de déficit primário zero em 2024, primeiro ano de vigência do arcabouço fiscal. Também não ajudou a desconfiança de que a nova composição do Copom será mais leniente no combate à inflação e agressiva no corte de juros a partir do ano que vem, quando serão nomeados dois novos diretores do BC.

Nesse ambiente, a Bolsa brasileira caiu 5% em agosto, e acumulava mais 0,37% de perda em setembro até a semana passada. Já o dólar, após saltar 4,7% ante o real em agosto, acumulava ganho adicional de 0,37% neste mês até a sexta-feira.

Ministério da Fazenda tem a meta de zerar o déficit fiscal em 2024 Foto: ANDRÉ DUSEK / ESTADÃO

Mas é a curva de juros, especialmente dos contratos futuros de vencimento mais longo, que melhor reflete o aumento no prêmio de risco do Brasil. A taxa dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2029 passou de 10,33%, no início de julho, para 11% na semana passada.

Pior: houve forte inclinação da curva de juros, com as taxas dos contratos mais longos subindo mais do que as dos mais curtos. O diferencial entre as taxas do DI com vencimento em janeiro de 2025 e janeiro de 2029 fechou a semana passada em 0,43 ponto porcentual. No fim de julho, o diferencial ainda era negativo. O que mais influenciou nesse aumento? Piora externa? Risco fiscal no Brasil? Temor de um BC leniente?

Como esses eventos foram relativamente simultâneos, o estrategista-chefe da Warren Rena, Sérgio Goldenstein, diz que fica difícil separar o peso de cada um. “Um ambiente externo melhor, com um recuo nos yields (juros) dos títulos do Tesouro americano, poderia ajudar a queimar esse aumento no prêmio de risco”, explica. “Mas, internamente, as dúvidas sobre a execução da política fiscal devem permanecer ao longo dos próximos meses, o que limita um alívio significativo na curva de juros doméstica.”

Os juros futuros servem de referência para o custo do dinheiro. Pouco adianta o BC afrouxar a política monetária se as condições financeiras vão em direção contrária.

Opinião por Fábio Alves

Colunista do Broadcast

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.