Jornalista e colunista do Broadcast

Opinião|O tempo não foi generoso para o Copom entre a reunião passada e a desta semana


Problemas se acumularam nos últimos 45 dias, e analistas esperam aceleração no ritmo da alta dos juros

Por Fábio Alves

O tempo não foi nada generoso para o Copom entre a reunião passada e a desta semana: a percepção de risco fiscal no Brasil piorou acentuadamente; a incerteza sobre o desfecho da eleição presidencial americana se exacerbou; a inflação corrente surpreendeu para cima em meio a um mercado de trabalho aquecido; as expectativas inflacionárias se distanciaram mais da meta perseguida pelo Banco Central; e o dólar pulou de R$ 5,60 para a faixa de R$ 5,80. Sem falar que a curva de juros indica uma taxa Selic acima de 13% no fim do ciclo de aperto monetário.

Resultado: a esmagadora maioria de analistas aposta que, ao fim da reunião desta quarta-feira, 6, o Copom irá acelerar o ritmo de alta de juros de 0,25 ponto para 0,50 ponto porcentual, levando a Selic para 11,25%. Mas o ponto de atenção diz respeito ao que o Copom irá sinalizar no seu comunicado para a reunião de dezembro. O óbvio seria dizer que o compromisso com a meta de inflação exigiria manter um ritmo de aperto de 0,50 ponto.

Mas o “timing” desta reunião também joga contra o Copom. Ao longo do ano, as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos aconteceram no mesmo dia – a chamada “superquarta”. Porém, em razão da eleição presidencial americana, o anúncio da decisão do Federal Reserve (Fed) passou para quinta-feira, 7, em vez desta quarta-feira, 6. Ou seja, além do risco de o resultado da eleição nos EUA só ficar sacramentado após a sua reunião, o Copom também não saberá de antemão o que o Fed irá decidir em relação aos juros americanos. A isso, se soma outra incerteza crucial: se o mercado irá considerar o pacote de corte de gastos do governo Lula como crível e suficiente para resgatar a confiança no arcabouço fiscal.

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Copom pode ser obrigado a acelerar a subida da taxa de juros também nas próximas reuniões Foto: Dida Sampaio / Estadão

Diante de tantas incertezas, o mais provável é o Copom deixar em aberto, no comunicado, o seu próximo passo, inclusive a possibilidade de ser obrigado a acelerar, outra vez, o ritmo de alta de juros para 0,75 ponto em, pelo menos, duas reuniões. Isso porque, caso Donald Trump vença a eleição presidencial, o dólar ficará mais valorizado globalmente, depreciando ainda mais o real brasileiro. E se o pacote para cortar despesas do governo não convencer o mercado, a pressão sobre o câmbio e os juros aumentará.

Além disso, se a precificação da curva de juros estiver correta, de que a Selic precisará mesmo subir acima de 13%, é recomendável o Copom chegar lá mais depressa – com altas de 0,75 ponto – para seguir no controle das expectativas. Mas o Copom poderá não ter todas as respostas hoje. Talvez, só quando divulgar a sua ata, na próxima semana.

O tempo não foi nada generoso para o Copom entre a reunião passada e a desta semana: a percepção de risco fiscal no Brasil piorou acentuadamente; a incerteza sobre o desfecho da eleição presidencial americana se exacerbou; a inflação corrente surpreendeu para cima em meio a um mercado de trabalho aquecido; as expectativas inflacionárias se distanciaram mais da meta perseguida pelo Banco Central; e o dólar pulou de R$ 5,60 para a faixa de R$ 5,80. Sem falar que a curva de juros indica uma taxa Selic acima de 13% no fim do ciclo de aperto monetário.

Resultado: a esmagadora maioria de analistas aposta que, ao fim da reunião desta quarta-feira, 6, o Copom irá acelerar o ritmo de alta de juros de 0,25 ponto para 0,50 ponto porcentual, levando a Selic para 11,25%. Mas o ponto de atenção diz respeito ao que o Copom irá sinalizar no seu comunicado para a reunião de dezembro. O óbvio seria dizer que o compromisso com a meta de inflação exigiria manter um ritmo de aperto de 0,50 ponto.

Mas o “timing” desta reunião também joga contra o Copom. Ao longo do ano, as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos aconteceram no mesmo dia – a chamada “superquarta”. Porém, em razão da eleição presidencial americana, o anúncio da decisão do Federal Reserve (Fed) passou para quinta-feira, 7, em vez desta quarta-feira, 6. Ou seja, além do risco de o resultado da eleição nos EUA só ficar sacramentado após a sua reunião, o Copom também não saberá de antemão o que o Fed irá decidir em relação aos juros americanos. A isso, se soma outra incerteza crucial: se o mercado irá considerar o pacote de corte de gastos do governo Lula como crível e suficiente para resgatar a confiança no arcabouço fiscal.

Copom pode ser obrigado a acelerar a subida da taxa de juros também nas próximas reuniões Foto: Dida Sampaio / Estadão

Diante de tantas incertezas, o mais provável é o Copom deixar em aberto, no comunicado, o seu próximo passo, inclusive a possibilidade de ser obrigado a acelerar, outra vez, o ritmo de alta de juros para 0,75 ponto em, pelo menos, duas reuniões. Isso porque, caso Donald Trump vença a eleição presidencial, o dólar ficará mais valorizado globalmente, depreciando ainda mais o real brasileiro. E se o pacote para cortar despesas do governo não convencer o mercado, a pressão sobre o câmbio e os juros aumentará.

Além disso, se a precificação da curva de juros estiver correta, de que a Selic precisará mesmo subir acima de 13%, é recomendável o Copom chegar lá mais depressa – com altas de 0,75 ponto – para seguir no controle das expectativas. Mas o Copom poderá não ter todas as respostas hoje. Talvez, só quando divulgar a sua ata, na próxima semana.

O tempo não foi nada generoso para o Copom entre a reunião passada e a desta semana: a percepção de risco fiscal no Brasil piorou acentuadamente; a incerteza sobre o desfecho da eleição presidencial americana se exacerbou; a inflação corrente surpreendeu para cima em meio a um mercado de trabalho aquecido; as expectativas inflacionárias se distanciaram mais da meta perseguida pelo Banco Central; e o dólar pulou de R$ 5,60 para a faixa de R$ 5,80. Sem falar que a curva de juros indica uma taxa Selic acima de 13% no fim do ciclo de aperto monetário.

Resultado: a esmagadora maioria de analistas aposta que, ao fim da reunião desta quarta-feira, 6, o Copom irá acelerar o ritmo de alta de juros de 0,25 ponto para 0,50 ponto porcentual, levando a Selic para 11,25%. Mas o ponto de atenção diz respeito ao que o Copom irá sinalizar no seu comunicado para a reunião de dezembro. O óbvio seria dizer que o compromisso com a meta de inflação exigiria manter um ritmo de aperto de 0,50 ponto.

Mas o “timing” desta reunião também joga contra o Copom. Ao longo do ano, as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos aconteceram no mesmo dia – a chamada “superquarta”. Porém, em razão da eleição presidencial americana, o anúncio da decisão do Federal Reserve (Fed) passou para quinta-feira, 7, em vez desta quarta-feira, 6. Ou seja, além do risco de o resultado da eleição nos EUA só ficar sacramentado após a sua reunião, o Copom também não saberá de antemão o que o Fed irá decidir em relação aos juros americanos. A isso, se soma outra incerteza crucial: se o mercado irá considerar o pacote de corte de gastos do governo Lula como crível e suficiente para resgatar a confiança no arcabouço fiscal.

Copom pode ser obrigado a acelerar a subida da taxa de juros também nas próximas reuniões Foto: Dida Sampaio / Estadão

Diante de tantas incertezas, o mais provável é o Copom deixar em aberto, no comunicado, o seu próximo passo, inclusive a possibilidade de ser obrigado a acelerar, outra vez, o ritmo de alta de juros para 0,75 ponto em, pelo menos, duas reuniões. Isso porque, caso Donald Trump vença a eleição presidencial, o dólar ficará mais valorizado globalmente, depreciando ainda mais o real brasileiro. E se o pacote para cortar despesas do governo não convencer o mercado, a pressão sobre o câmbio e os juros aumentará.

Além disso, se a precificação da curva de juros estiver correta, de que a Selic precisará mesmo subir acima de 13%, é recomendável o Copom chegar lá mais depressa – com altas de 0,75 ponto – para seguir no controle das expectativas. Mas o Copom poderá não ter todas as respostas hoje. Talvez, só quando divulgar a sua ata, na próxima semana.

O tempo não foi nada generoso para o Copom entre a reunião passada e a desta semana: a percepção de risco fiscal no Brasil piorou acentuadamente; a incerteza sobre o desfecho da eleição presidencial americana se exacerbou; a inflação corrente surpreendeu para cima em meio a um mercado de trabalho aquecido; as expectativas inflacionárias se distanciaram mais da meta perseguida pelo Banco Central; e o dólar pulou de R$ 5,60 para a faixa de R$ 5,80. Sem falar que a curva de juros indica uma taxa Selic acima de 13% no fim do ciclo de aperto monetário.

Resultado: a esmagadora maioria de analistas aposta que, ao fim da reunião desta quarta-feira, 6, o Copom irá acelerar o ritmo de alta de juros de 0,25 ponto para 0,50 ponto porcentual, levando a Selic para 11,25%. Mas o ponto de atenção diz respeito ao que o Copom irá sinalizar no seu comunicado para a reunião de dezembro. O óbvio seria dizer que o compromisso com a meta de inflação exigiria manter um ritmo de aperto de 0,50 ponto.

Mas o “timing” desta reunião também joga contra o Copom. Ao longo do ano, as decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos aconteceram no mesmo dia – a chamada “superquarta”. Porém, em razão da eleição presidencial americana, o anúncio da decisão do Federal Reserve (Fed) passou para quinta-feira, 7, em vez desta quarta-feira, 6. Ou seja, além do risco de o resultado da eleição nos EUA só ficar sacramentado após a sua reunião, o Copom também não saberá de antemão o que o Fed irá decidir em relação aos juros americanos. A isso, se soma outra incerteza crucial: se o mercado irá considerar o pacote de corte de gastos do governo Lula como crível e suficiente para resgatar a confiança no arcabouço fiscal.

Copom pode ser obrigado a acelerar a subida da taxa de juros também nas próximas reuniões Foto: Dida Sampaio / Estadão

Diante de tantas incertezas, o mais provável é o Copom deixar em aberto, no comunicado, o seu próximo passo, inclusive a possibilidade de ser obrigado a acelerar, outra vez, o ritmo de alta de juros para 0,75 ponto em, pelo menos, duas reuniões. Isso porque, caso Donald Trump vença a eleição presidencial, o dólar ficará mais valorizado globalmente, depreciando ainda mais o real brasileiro. E se o pacote para cortar despesas do governo não convencer o mercado, a pressão sobre o câmbio e os juros aumentará.

Além disso, se a precificação da curva de juros estiver correta, de que a Selic precisará mesmo subir acima de 13%, é recomendável o Copom chegar lá mais depressa – com altas de 0,75 ponto – para seguir no controle das expectativas. Mas o Copom poderá não ter todas as respostas hoje. Talvez, só quando divulgar a sua ata, na próxima semana.

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