Muitos devem lembrar-se de casos emblemáticos de movimentos de acionistas no sentido de provocar mudanças em grandes empresas buscando gerar valor para os investidores. Exemplo internacional atual é o caso da disputa entre acionistas na Disney, envolvendo o acionista ativista Nelson Peltz que quer provocar mudanças na empresa.
Ele acusa a atual administração de gerar aos investidores cerca de US$ 200 bilhões de perda de valor de suas participações em menos de três anos. Alega que as perdas foram provocadas por má gestão do negócio de streaming e o desenvolvimento insuficiente dos principais parques temáticos.
O bilionário quer alavancar a empresa reformulando a sua gestão. No Brasil temos diversos exemplos de ativismo acionário, envolvendo a Petrobras, Vale, Light, Oi, Gafisa entre outras empresas. Esse tipo de prática acontece pela participação direta de um acionista ativista.
Trata-se de um investidor com uma grande participação em uma empresa com o objetivo de influenciar suas políticas e/ou estratégias. Usualmente os acionistas comuns apenas compram ações para investimento e não interferem nas operações da empresa.
No entanto, os acionistas ativistas são proativos e buscam provocar mudanças específicas na empresa para aumentar o valor das ações ou promover causas sociais, ambientais ou de governança corporativa.
As mudanças buscadas podem ser desde a substituição da administração da empresa, a venda de ativos não essenciais, a distribuição de dividendos especiais, a revisão de políticas de remuneração de executivos, a implementação de práticas mais sustentáveis ou até a venda da própria empresa.
Os acionistas ativistas podem ser vistos como agentes de mudança em empresas que consideram subvalorizadas ou com práticas consideradas inadequadas. No entanto, suas atividades podem ser controversas e enfrentar resistências por parte da administração e de outros acionistas.
Para o acionista ativista poder pressionar a administração a fazer mudanças pode ser necessário a compra participação importante. Isto ajuda a sustentar os preços das ações no curto prazo. No entanto, não tem um impacto duradouro.
A Goldman Sachs Research analisou dados de 2006 a maio de 2023 e descobriu que o impacto das mais de 2.100 campanhas de ativistas analisadas ao longo desse período foi marginal. Por outro lado, dados da Bloomberg mostram que em 2023 tiveram no mundo 823 novas campanhas de investidores ativistas.
Uma campanha bem sucedida de ativismo acionário pode trazer melhorias da governança, alinhamento de interesses e mudanças positivas na estratégia. Mas, outras podem ter efeitos danosos quando tem motivações apenas ideológicas.