A China é a segunda maior potência econômica e importante motor do crescimento mundial, e até poucos anos atrás causava inveja. Atualmente, os problemas econômicos vividos por aquele país podem parecer recentes, mas os sinais de alerta estão em toda parte. O mercado imobiliário está em queda, os gastos do consumidor estão fracos e o desemprego de jovens está em alta, acima de 20%.
O governo chinês insistiu em manter o modelo de crescimento das últimas décadas, mas que não está trazendo mais resultados. O fato é que a queda do desempenho econômico da China pode afetar negativamente a demanda global por commodities e produtos manufaturados, podendo trazer consequências para os negócios.
Particularmente, no setor de infraestrutura a China tem sido um importante investidor em projetos no Brasil, como ferrovias, portos e energia. Mas, com a desaceleração de sua economia, pode haver redução dos investimentos. Essa situação pode trazer consequências para os investidores. Um possível resultado é o aumento de volatilidade dos mercados: ações e outros ativos em mercados internacionais podem ser afetados negativamente, levando a perdas.
A China é um dos maiores consumidores do mundo de petróleo, minério de ferro, cobre e outros itens. Uma queda em sua demanda pode resultar em queda nos preços das commodities, afetando negativamente os investidores que têm exposição a esses mercados. Da mesma forma, as indústrias automobilística, de tecnologia, de energia e até de produtos de luxo podem ser afetados. Outra consequência é um potencial aumento do risco de crédito das empresas e instituições financeiras chinesas. As taxas de câmbio podem ser afetadas, podendo colaborar para a valorização do dólar.
Por outro lado, os problemas vividos pela China também podem trazer oportunidades de investimento. Por exemplo, investidores com uma visão de longo prazo podem considerar comprar ações ou ativos chineses a preços mais baixos, apostando na recuperação futura da economia. Para aqueles menos otimistas, a estratégia da diversificação é sempre recomendada para reduzir a exposição aos potenciais problemas daquela economia.
O resumo é que a queda do desempenho econômico da China pode trazer impactos significativos nos mercados financeiros globais e para os investidores ao redor do mundo. Como nos lembra um recente artigo do New York Times, qualquer texto sobre a economia da China tende a incluir a ressalva de que pode ser revisto em breve. Mas defender que a China possa explodir novamente está se tornando mais difícil. A expressão “isso é um negócio da China” pode sair de moda.