Professor de Finanças da FGV-SP

Vale a pena investir em dólares?


Estamos mais expostos do que imaginamos ao câmbio, e é possível buscar proteção

Por Fabio Gallo

Muitas pessoas têm a imagem de que investir recursos no exterior não é algo correto, alguns acham até que é ilegal. Essa visão distorcida tem origem em notícias sobre remessas de recursos para o exterior por políticos e outros personagens. Sem dúvida, muitas dessas situações foram ações de fraude fiscal ou para ocultar dinheiro obtido ilegalmente.

Mas investir no exterior dinheiro de origem legal como forma de diversificação e busca de maior rentabilidade é algo indicado. Recentemente, um artigo do Centro de Estudos em Finanças da FGV/EAESP traz dados muito interessantes sobre investimentos de brasileiros no exterior. De início, o estudo mostra que o brasileiro está no grupo dos investidores com maior tendência a concentrar investimentos aqui no País, chamado de viés doméstico.

O ranking global de administração de recursos de terceiros da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), de agosto, revela que apenas 1,1% dos recursos de renda fixa estavam investidos no exterior. Ainda em agosto, outros relatórios da Anbima davam conta de que o patrimônio dos fundos de ações classificados como Investimentos no Exterior representava 1,97% do patrimônio total dos fundos de Ações.

continua após a publicidade

As vantagens da diversificação internacional da carteira são conhecidas há tempos, primeiro porque traz resultados melhores na relação risco e retorno. No caso de brasileiros, investir fora permite acesso a setores que não temos acesso ou temos mais dificuldades de investir.

O estudo da FGV mostra ainda que 10,1% do que é consumido pelos brasileiros vem do exterior e está indexado em outras moedas, em geral o dólar. Assim, estamos mais expostos do que imaginamos à variação cambial, e os investimentos internos não nos protegem dessa variação.

Vantagens da diversificação internacional da carteira são conhecidas há tempos Foto: Epitácio Pessoa/Estadão
continua após a publicidade

No entanto, investir no exterior neste momento, com o real desvalorizado, requer muito mais cuidado. Primeiro, porque o custo de entrada está muito alto, além de que há o risco da valorização do real, que pode reduzir ganhos ou, até mesmo, gerar perdas na conversão de retorno do capital. Devem ser considerados também custos adicionais, como taxas, IOF de remessa, spread cambial e eventuais tributos no exterior.

A declaração de bens no exterior e o recolhimento de imposto sobre ganhos de capital igualmente exigem atenção. Um brasileiro que tivesse investido em títulos do Tesouro americano no início de 2024 teria tido um retorno, somando- se rendimento e ganho cambial, perto de 31% até dezembro. Uma ganho alto, mas o risco sempre estará presente.

Muitas pessoas têm a imagem de que investir recursos no exterior não é algo correto, alguns acham até que é ilegal. Essa visão distorcida tem origem em notícias sobre remessas de recursos para o exterior por políticos e outros personagens. Sem dúvida, muitas dessas situações foram ações de fraude fiscal ou para ocultar dinheiro obtido ilegalmente.

Mas investir no exterior dinheiro de origem legal como forma de diversificação e busca de maior rentabilidade é algo indicado. Recentemente, um artigo do Centro de Estudos em Finanças da FGV/EAESP traz dados muito interessantes sobre investimentos de brasileiros no exterior. De início, o estudo mostra que o brasileiro está no grupo dos investidores com maior tendência a concentrar investimentos aqui no País, chamado de viés doméstico.

O ranking global de administração de recursos de terceiros da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), de agosto, revela que apenas 1,1% dos recursos de renda fixa estavam investidos no exterior. Ainda em agosto, outros relatórios da Anbima davam conta de que o patrimônio dos fundos de ações classificados como Investimentos no Exterior representava 1,97% do patrimônio total dos fundos de Ações.

As vantagens da diversificação internacional da carteira são conhecidas há tempos, primeiro porque traz resultados melhores na relação risco e retorno. No caso de brasileiros, investir fora permite acesso a setores que não temos acesso ou temos mais dificuldades de investir.

O estudo da FGV mostra ainda que 10,1% do que é consumido pelos brasileiros vem do exterior e está indexado em outras moedas, em geral o dólar. Assim, estamos mais expostos do que imaginamos à variação cambial, e os investimentos internos não nos protegem dessa variação.

Vantagens da diversificação internacional da carteira são conhecidas há tempos Foto: Epitácio Pessoa/Estadão

No entanto, investir no exterior neste momento, com o real desvalorizado, requer muito mais cuidado. Primeiro, porque o custo de entrada está muito alto, além de que há o risco da valorização do real, que pode reduzir ganhos ou, até mesmo, gerar perdas na conversão de retorno do capital. Devem ser considerados também custos adicionais, como taxas, IOF de remessa, spread cambial e eventuais tributos no exterior.

A declaração de bens no exterior e o recolhimento de imposto sobre ganhos de capital igualmente exigem atenção. Um brasileiro que tivesse investido em títulos do Tesouro americano no início de 2024 teria tido um retorno, somando- se rendimento e ganho cambial, perto de 31% até dezembro. Uma ganho alto, mas o risco sempre estará presente.

Muitas pessoas têm a imagem de que investir recursos no exterior não é algo correto, alguns acham até que é ilegal. Essa visão distorcida tem origem em notícias sobre remessas de recursos para o exterior por políticos e outros personagens. Sem dúvida, muitas dessas situações foram ações de fraude fiscal ou para ocultar dinheiro obtido ilegalmente.

Mas investir no exterior dinheiro de origem legal como forma de diversificação e busca de maior rentabilidade é algo indicado. Recentemente, um artigo do Centro de Estudos em Finanças da FGV/EAESP traz dados muito interessantes sobre investimentos de brasileiros no exterior. De início, o estudo mostra que o brasileiro está no grupo dos investidores com maior tendência a concentrar investimentos aqui no País, chamado de viés doméstico.

O ranking global de administração de recursos de terceiros da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), de agosto, revela que apenas 1,1% dos recursos de renda fixa estavam investidos no exterior. Ainda em agosto, outros relatórios da Anbima davam conta de que o patrimônio dos fundos de ações classificados como Investimentos no Exterior representava 1,97% do patrimônio total dos fundos de Ações.

As vantagens da diversificação internacional da carteira são conhecidas há tempos, primeiro porque traz resultados melhores na relação risco e retorno. No caso de brasileiros, investir fora permite acesso a setores que não temos acesso ou temos mais dificuldades de investir.

O estudo da FGV mostra ainda que 10,1% do que é consumido pelos brasileiros vem do exterior e está indexado em outras moedas, em geral o dólar. Assim, estamos mais expostos do que imaginamos à variação cambial, e os investimentos internos não nos protegem dessa variação.

Vantagens da diversificação internacional da carteira são conhecidas há tempos Foto: Epitácio Pessoa/Estadão

No entanto, investir no exterior neste momento, com o real desvalorizado, requer muito mais cuidado. Primeiro, porque o custo de entrada está muito alto, além de que há o risco da valorização do real, que pode reduzir ganhos ou, até mesmo, gerar perdas na conversão de retorno do capital. Devem ser considerados também custos adicionais, como taxas, IOF de remessa, spread cambial e eventuais tributos no exterior.

A declaração de bens no exterior e o recolhimento de imposto sobre ganhos de capital igualmente exigem atenção. Um brasileiro que tivesse investido em títulos do Tesouro americano no início de 2024 teria tido um retorno, somando- se rendimento e ganho cambial, perto de 31% até dezembro. Uma ganho alto, mas o risco sempre estará presente.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.